1. Spirit Fanfics >
  2. " As Long As We Are Together " >
  3. Clexa

História " As Long As We Are Together " - Clexa


Escrita por: itzandysrc

Capítulo 2 - Clexa


Foram boas seis horas e meia de sono. Acordei com mãos pequenas e macias balançando meu ombro. Sorri ao ver os olhos azuis de Annabeth.

—Bom dia — Sussurrei.

—Boa tarde — Ela riu baixo — O ponteiro mamãe está no número um, e o ponteiro bebê também — A pequena suspirou, e eu já sabia o que se passava em sua mente. Fiz sinal para que se aproximasse, e quando obedeceu, deitei sua cabeça em meu peito e passei meus dedos pelos fios quase dourados. Senti-a relaxar.

 —Mesmo que o ponteiro mamãe vá mais rápido na frente, e o ponteiro bebê as vezes se sinta só e perdido, tem alguns pequenos ponteiros que não se mexem, e vão ficar aqui com ele. Um dos pequenos ponteiros dorme muito — Baguncei o cabelo de Lexa, e ela nem se mexeu. Anna riu.

—Ok, Lexarke.

—Lexarke?

—Lexa e Clarke. — A garotinha nem terminou de falar, e saiu correndo. Pulei da cama e corri atrás dela. Sua gargalhada era um som maravilhoso. Gostaria de ouvi-la sempre. Quando finalmente alcancei a pequena e a fiz cócegas, cansamos de correr. A ajudei a escovar seus dentes com uma escova rosa que nunca havia sido usada (e eu achava que nunca usaria) e deixei uma azul na pia para Woods. Fiquei feliz por ter aquela pequena coleção de escovas de dente. Seguimos para a cozinha, para fazer o almoço. Abri o armário.

—Oh não, Anna. Estamos sem mantimentos! — Coloquei a mão sobre o coração, dramatizando. A garotinha riu, mas voltou a me olhar com a expressão séria — Hm, certo. Eu tenho batatas fritas e suco de laranja, isso serve até irmos ás compras?

—Gosto de batatas fritas.

—Então vamos comer — Fiz sinal para que ela sentasse comigo nos banquinhos do balcão da cozinha, e então abrimos as batatas fritas. Despejei suco de laranja em copos grandes para nós duas. Ela não parecia satisfeita. Continuava me olhando, séria — O que houve? — Bebi um gole do suco.

—Lexa disse que vocês eram namoradas.

Meu rosto esquentou imediatamente. Céus. O que dizer a ela?

—Você a amou muito? — Sussurrou. Sorri, rodando um anel no dedo. Ele era prateado, e tinha uma esmeralda no centro. Eu podia negar pra qualquer um que perguntasse, mas sim, aquela esmeralda servia apenas para me lembrar dos olhos de Lexa — Ainda ama — Ela falou, como se lesse meus pensamentos. Olhei em seus olhos, como se pudesse me comunicar só assim. Passei tanto tempo tentando passar a imagem de que tinha superado, de que tinha passado por cima, mas não tinha. E aquela garotinha de 5 anos conseguiu ver isso com tanta facilidade e naturalidade. Puxei a pequena para um abraço.

—O amor é algo tão simples pra você — Sussurrei. Por trás dos ombros dela, vi Lexa. Meu coração disparou e minhas mãos suaram. Mas que diabos...

Ela tinha tirado a jaqueta para dormir e usava uma camiseta da banda Kiss. Seu cabelo um pouco bagunçado ainda a deixava maravilhosa. Me afastei da garotinha, que olhou para trás e sorriu.

—Hmmm, olhar bobo-apaixonado, cena de romance Lexarke — Cantarolou, enquanto se esforçava para descer do banco.

—Lexarke? — Lexa quis saber.

—Lexa e Clarke. Ela colocou na cabeça que nós...

—Oh, sim. Clexa soa melhor, não acha Anna? Podiamos fazer um fã clube — Lexa e Annabeth começaram a conversar sobre isso sem parar. Soava estranho Lexa falar disso. Disse á mim mesma que ela falava porque não se sentia mal. Sem memórias. Sem sentimentos. Não se iluda, Clarke. Não de novo.

—Então, crianças — Olhei diretamente para Woods, que abaixou a cabeça com um sorriso no rosto — O almoço era batata frita. Mas uma das crianças devorou a batata frita. O que acham de um piquenique? Tenho sanduíche e pelo menos mais 5 litros de suco de laranja. Depois podemos comprar roupas novas para Anna, já que as minhas roupas são gigantes.

Percebi o brilho nos olhos da pequena, que logo foi trocado por medo. Ela trocou olhares com Lexa. Depois abaixou a cabeça. Lexa se aproximou de mim, e parou a pouco centímetros, o que, obviamente, me deixou tensa.

—Sei que é importante para ela, mas eu não tenho como pagar você por isso, Clarke.  

—E eu não quero que pague. Lexa, eu tenho estado solitária por tanto tempo. Sou escritora, você sabe. Passo meus dias aqui dentro procurando inspiração na dor da solidão. E agora minha inspiração é Anna. Eu não quero perdê-la. E nem você... — Sussurrei a última parte, mas um sorriso se formou nos lábios de Lexa. Ela se inclinou e beijou minha bochecha (céus, você já não me conquistou o suficiente?), e eu fiquei observando enquanto conversava com a garotinha.

—Sanduíches! — Anunciei, me virando para a geladeira. Eu não era a melhor na cozinha, então comprava coisas prontas. E lá estavam alguns sanduíches guardados em papel alumínio. Abri o micro-ondas e Anna veio correndo para onde eu estava.

—Posso apertar o botão? — Pediu, carinhosamente, os olhinhos brilhando. Não pude resistir. Dei espaço a ela, que apertou o botão que eu indiquei assim que coloquei os sanduíches. A luz lá dentro se acendeu e a garotinha aplaudiu. Peguei-a no colo e abracei.

—Você é uma gracinha! — Ela gargalhou. A afastei um pouco para olhar em seus olhos — Sabe aquele quartinho com roupas e gavetas? Do lado das gavetas, tem algumas toalhas. Você pode escolher uma para colocarmos no chão e termos nosso piquenique, o que acha?

A loirinha assentiu e pulou do meu colo, correndo pelo corredor. Ri e voltei a preparar as coisas. Enchi uma jarra com suco e peguei três copos, antes de ouvir a voz rouca de Lexa bem perto.

—Ainda não falamos sobre nós — Falou baixo. Só algumas palavras e eu já estava gelada, e ao mesmo tempo, em chamas. Minhas mãos suavam segurando o copo — Olha pra mim — Pediu, carinhosamente. Soltei o copo e virei vagarosamente, porque queria evitar olhar em seus olhos, mas não consegui. Ela pegou em minhas mãos e apertou. Estavam trêmulas, geladas e suadas — Isso é um problema, Clarke? — Lexa realmente queria saber. Eu via isso em seus olhos. Ela estava preocupada. Mas eu não podia fazer isso. Queria ela por perto, nem que fosse como amor platônico. E sabia que se admitisse, aquela morena impulsiva iria para longe, com medo de me magoar.

—Não, Lexa — Soltei nossas mãos, e me virei de costas para ela, porque não conseguiria negar meus sentimentos olhando em seus olhos — Você é minha amiga. Eu não sinto nada. Minhas mãos só são geladas, é normal.

Lexa tocou meu braço, e eu pude sentir sua mão ainda macia, mas trêmula, gelada e suada. Virei meu rosto e vi seu sorriso sarcástico, como se dissesse “minhas mãos também só são geladas”. Mordi o lábio e voltei a fazer o que estava fazendo, tentando – sem sucesso – não me iludir pensando que meu amor platônico não era tão platônico assim.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...