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História - estações; (giomis) - - Único


Escrita por: cora_cchan

Notas do Autor


coe menozada

Capítulo 1 - Único


mista amava giorno, e giorno o amava também.

 

mista estava apaixonado por aquele punhado de fios de ouro, com os gloriosos cachos dourados ornamentados em uma orla apolínea loira e entrelaçados entre si, derivando assim, um enredado áureo como o sol, farto de esplendor. madeixas que se envolviam e se derramavam sobre seu colo delgado, se esparramando como uma cascata, o deixavam com um aspecto encantador. giorno se parecia com um príncipe.

guido adorava fitar o adorno cativante daqueles olhos sorridentes verde-mar, que, cintilando e transbordando luminosidade, inundavam seus orbes negros e nublados com o mais puro e estonteante amor já bombeado pelo seu jovem coração.

sentia-se entorpecer pelo radiante sorriso brilhante de giorno, que iluminava suas manhãs com aquela singela e rósea aurora aformoseada em torno dos seus lábios de pêssego. 

sempre que lhe tocava a pele da nuca com zelo, sentia seu corpo arrepiar-se por completo e ouvia os gemidos doridos de querubins inconscientes se propagarem em forma de eco ao derredor do campo espacial, que tornava-se vazio diante da extraordinária conexão estabelecida entre suas almas mutuamente inerentes; ao escutar o outro chamar por seu nome com sua voz melódica e doce, com aquele seu típico sotaque romano bem acentuado a decorando, guido dispunha de seu ócio em leito transformado em sede de âmago amargurado por intensa paixão e lágrimas de amor salgadas. amar tanto corroía suas entranhas e machucava seu peito por dentro. 

 

enquanto a giorno, ele estava fascinado e inteiramente afeiçoado pelo constante cenho franzido de mista e por seus musculosos ombros dourados, banhados pelo sol e abençoados pela luz; por seus lábios cor de mel; por seu aroma natural de canela e gengibre; e pela aura cativante que ostentava espontaneamente.

giovanna estava sempre tão sereno, tão contemplativo e inexpressivo; de índole pacata e olhar opaco. no entanto, ao avistar aquele por quem nutria sentimentos tão vívidos e genuinamente sinceros, possuía o labro martirizado instantaneamente convertido em riso discreto, embora franco.

guido o fitava otimista, transmitindo ternura através de seus toques desajeitados em contraste com a elegância contida em cada movimento realizado por giorno que, por sua vez, se demonstrava apático e distante diante dos afagos bruscos do outro. mas, a verdade é que sempre que a companhia dele se fazia munida de existência, seu coração palpitava como o de um cervo que dispara pelas pradarias. 

a implicitude mesclada ao afeto descomunal de giorno para com mista o torturava interiormente, o deixava confuso, mas acima de tudo, o estimulava a amar e a desejar de modo cada vez mais fervoroso o calor do corpo do outro.

 

durante a primavera, época de fartura nos campos e prados verdejantes nas planícies, havia amor inocente na amplitude do alcantil. havia calmaria na aragem que estampava as searas vastas, vales fervilhando verdura em cor e várzeas repletas de pomares e estepe. havia dois rapazes afagando um ao outro, velados pela abarga.

entre o denso arvoredo e a folhagem preenchida por uma infinidade de flores, em meio aos galhos recobertos por braçadas de crisântemos e antúrios, mista descansava sobre o peito de giorno; ele escutava com atenção os batimentos cardíacos do mais novo, que soavam como harpas fulvas e sutis, as quais eram graciosamente manipuladas pelo serafim de bochechas coradas e semblante neutro abaixo de seu tórax desnudo. ali, eles estiravam-se unidos no solo junto aos ramos e cravos, em meio às chapadas floridas forradas por corrimões de pétalas cristalinas.

recordavam-se ainda do seu primeiro selar em equinócio seleto: ao declínio de um astro no horizonte, ao desabrocharem os copos-de-leite à ceia, no apogeu de suas juventudes, se afloraram na mais exorbitante ternura contida nos olhos um do outro, e giorno frolou os lábios pardos de guido com os seus no cabo da luz. 

 

no verão, era de estio, havia ardor em seus beijos úmidos contrapostos ao cenário ressequido dos bosques e escarpas. havia lascívia compreendida entre os montes de relva enxuta e sobre os tapetes de sarças secas. havia bosques repletos de plantas perenes de caules lenhosos e frutos sápidos e sucosos sendo devorados por aqueles mesmos lábios de bronze.

os olhos amendoados de mista se comprimiam de acordo com o tórrido cosmo que moldava a visão abrasadora do abdômen despido de giorno, permeando a dimensão soalheira em que se encontravam. 

suas mãos definidas e tostadas desenhavam em contornos delicados com as pontas dos dedos os traços já conclusos do rosto angelical e pálido de giovanna, no ósculo e na canícula formada entre a lacuna de seus torsos suados. os braços crestos e fortes do moreno contornavam o corpo esbelto do mais novo com doçura e amabilidade enquanto seu rosto mergulhava e naufragava no cálido e perfumado contorno do cerviz longo de lírio do amado. seus corpos ressumados estavam docemente vinculados por seus espíritos.

eles eram amantes cujas emoções sobejavam os céus e retornavam em alta velocidade, atingindo em cheio seus meigos imos com brandura.

 

havia trigo e cevada, frutos edulcorados e mel vertendo dos alvéolos dos favos. havia vitalidade sendo depositada sobre viço com acervo a respeito dos dois garotos e choupos resplandecendo sob a luz celestial do sol. havia clima temperado no desdobrar das serras e cumes sendo constritos pela sutileza. havia amor.

e, através do início da queda gradativa das lívidas e tenras folhas dos citrinos e pinheiros cingidos pelo orvalho do outono, as palmas gélidas de giorno atiam-se às escápulas de mista em busca de calor corporal. seus luzeiros de sálvia, remotos e entorpecidos, contemplavam a fisionomia espetacular do amante: observava com atenção as pálpebras esfalfadas estendidas por cílios vastos e densos que emolduravam suas íris escuras como a noite, contrastadas com as saliências malares luminosas nas extremidades de seu rosto viril; o sorriso estonteante de dentes brancos que conquistava, seduzia e deslumbrava com vivacidade todos os dias o loiro; e aquelas mãos mulatas, as quais proporcionavam toques furtivos que resvalavam toda a extensão das costas de porte atlético e possante de giorno, norteados pela formidável essência vitalícia de quem os exercia. 

de modo estupendo, mista imolava implacavelmente a hostilidade englobada no firmamento, protegendo o alvo de sua atração da crueldade glacial com seu abraço, acendendo uma chama no coração de giovanna, e assim, aquecendo o menor até a alma.

 

e enfim, no ínterim do inverno, estação indolente de planaltos folheados a gelo, o olhar não era mais suficiente. nem o olhar, nem os toques, nem os beijos gelados; nem a carícia, nem a união carnal, nem o estigma de amar.

as tulipas e botões-de-ouro haviam murchado, sucumbido ao frio invernal e morrido na encosta. as praias eram desoladas; as águas, cortantes; e a pureza retida nos olhos de giorno, cristalizada.

as papoulas e petúnias estavam definhando no cenário de frigidez nas cordilheiras; as belas clareiras, tornando-se panoramas frios e impiedosos; e as pestanas de guido, fruindo um olhar aliciante.

o único calor prevalecente neste painel, era aquele que residia sustentado pela espalda dos sentimentos nobres daqueles sujeitos; o ardor que envolvia a conduta de seus afagos e que concretizava o renascimento conjunto de suas almas. no declínio da alvorada, eles proporcionavam tamanho aperto no peito um do outro em fatalidade, de tanta paixão, que a liberdade de suas caixas torácicas em inchar e definhar era parcialmente bloqueada.

sentiam todo aquele apreço, aquele magnetismo, aquele desvelo culto e criativo, aquele desejo tímido, aquela atração ardente, aquela sorte.

a invernia solidificava emoções e as mantinha rijas, amargas e tesas, em uma dor lancinante e penosa, embora superficial; até a chegada da revinda era das flores, a qual as fazia derreter, consumando a graça de as sensações cintilarem junto à espuma do mar no costado.

 

giorno amava mista, e mista o amava também.

 

todos os dias, semanas, meses, anos; com o avançar dos solstícios, equinócios, estações; ao advirem primaveras fragrantes, verões áridos, outonos abastosos e invernos sôfregos:

sempre os vinhos doces azedam, a brisa tropical contorna o frescor, o alecrim e o tomilho brilham, o centeio seca, a roseira floresce e despenca, a vinha apodrece e se regenera, os sulcos transbordam, os pardais choram e eles se apaixonam mais uma vez um pelo outro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


aprendi mais geografia pesquisando as formas de relevo p inserir no cenário dessa fic doq em uma aula do altieresKKKKKKKKKK
tenho que admitir q enquanto escrevia, imaginei muito eles se pegando ao ar livre irmão KSDKIGCIDSURSUDTI

mas é isso, foi mal eu tava inspirada :))

espero que tenham gostado ❤️


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