Jin passou o braço pelos meus ombros e encaminhou-me até aos sofás, onde já todos se encontravam. Sentei-me no sofá maior, no meio de Jin, Jimin e Hobi. No outro sofá estavam Nam, Kook e Tae e por fim, no menor sofá, encontrava-se um Yoongi adormecido. Não consegui evitar soltar uma gargalhada quando o vi naquele estado, e quando os outros perceberam o motivo da minha risada, começaram a rir-se também.
- Vá crianças, não sejam más, ele anda cansado. - Nam disse tentando parar de rir.
- Sejamos sinceros, ele anda sempre cansado. - Tae debochou.
- Eu ainda não adormeci por completo, por isso parem de falar de mim. - Yoongi falou assustando-nos. Não conseguimos conter o riso nesse momento.
Jin levantou-se e trouxe alguma comida consigo.
- Aproveitem que hoje trouxe muita coisa. - Seokjin advertiu.
- E bebidas? Não há? - Hobi perguntou.
- Há sim, mas como não sei o que cada um quer, levantem-se e escolham. - Jin falou autoritário.
- Sim, omma. - Eles falaram em uníssono, arrancando-me mais uma gargalhada.
Naquele momento, desejei que o tempo parasse. Fazia anos que eu não me sentia tão descontraída, tão feliz, tão viva. Eu nunca soube o que era ter amigos até encontrar estes sete parvos. Sim, pode parecer precipitado chamá-los de meus amigos, conhecidos hoje e ainda não sei muito sobre eles. Mas, mesmo que estas pessoas não sejam quem parecem ser, mesmo que no futuro me venham a desiludir, eu nunca me vou esquecer que foram os primeiros que tentaram fazer amizade comigo, de como eles me integraram no seu grupo e me trataram como uma deles. Sinto que se eles continuarem a meu lado, vou ser capaz de vencer todos os meus demónios e viver em paz comigo mesma.
- Eu não quero sentir-me sozinha outra vez. - Não percebi que o tinha dito alto até sentir o Jimin acariciar-me os cabelos. Senti as lágrimas molharem o meu rosto.
- Não vamos permitir que isso aconteça novamente. Podes confiar em nós. - Jimin sorriu amavelmente e eu pude perceber a sinceridade, tanto no sorriso como nas palavras.
- O Jimin está certo noona, nunca te vamos abandonar. - Não me conti e levantei-me para abraçar o maknae.
- Seu fofo! - Falei apertando as bochechas de Kook, fazendo-o corar. Até eu me surpreendido com o meu ato repentino.
- Gente, e que tal dar-mos início à cerimónia? - Hobi fez-se ouvir.
- Sim, alguém que acorde o Yoongi. Jimin, trouxeste as tintas? - Namjoon perguntou e dirigiu-se para a mochila de Jimin quando este acenou afirmativamente com a cabeça. - OK, tudo pronto. Quem lhe explica em que consiste a cerimónia? - A esta altura Yoongi já estava despertado.
- Eu trato disso! - Jin exclamou e voltou a pousar o seu braço nos meus ombros, encaminhando-me à parede que havia visto mais cedo. - O que tens a fazer é muito simples. Estes pequenos desenhos representam o nosso maior medo e aquilo que cada um de nós mais ama. Se reparares, as nossas assinaturas estão por baixo. Depois de desenhares aquilo que mais amas, o teu maior medo e assinares, mergulha a tua mão naquele balde de tinta e marca a tua mão na parede, ao lado das nossas. Isso é meio que a oficializar a tua entrada no nosso grupo.
- Percebi, mas qual o motivo dos desenhos? Porque temos de desenhar o nosso maior medo e aquilo que mais amamos?
- Ah, isso é uma forma de nos percebermos melhor uns aos outros. As nossas fraquezas estão expressas nesta parede, à vista de todos, mas apenas nós temo acesso a essas informações e apenas nós percebemos o que isso significa. - Tae finalizou.
Assenti e peguei nas tintas, pensando no que iria desenhar. Aquilo que eu mais amo. Nem foi preciso pensar.
* POV Jimin *
Eli dirigiu-se para as tintas e começou a desenhar aquilo que parecia uma figura humana, com cabelos pelos ombros. Apesar de a figura estar de costas, consegui perceber que aquele desenho representava uma criança. Eliana afastou-se e olhou o seu desenho com um sorriso triste.
- Aquilo que eu mais amo. A minha irmã. - Ela explicou-nos.
Depois virou-se para a parede e pareceu pensar por uns minutos. E foi então que ela pegou no pincel e começou a desenhar. Desta vez era uma figura mais alta, ela optou por pinta-la toda de preto, e essa figura parecia estar com uma mão levantada.
- O meu maior medo ... - Enguliu em seco. - O meu pai.
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