História - Strong Girl - - Capítulo quatro; Emoções

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Para começar, não é como se o rosado entendesse totalmente os próprios poderes, além de toda a confusão que criam nas pessoas a sua volta, tudo o que sua família pode fazer é apoia-lo, e ajudar, quando Natsu pede, ou seja, poucas vezes em que ele não aguenta segurar a barra sozinho, pode-se dizer que ele é orgulhoso demais para isso, acaba por deixar sua mãe e irmã, totalmente preocupadas. Porém, não entendia as mulheres já que só conhecia as duas, então precisava de ajuda de como abordar Lucy novamente, já que fora um estúpido, apesar ter ajudado a garota com o moreno na hora da saída.

_ Acha que ela entenderá quando falar sobre seus poderes? - A irmã diz, enquanto passa manteiga no pão, Natsu havia contado sobre a garota dos olhos castanhos que encontrou durante a semana, o garoto também estava uma pilha de nervos por suas emoções não estarem estável ainda.

A família toda está tomando um tranquilo café da manhã, já que era final de semana. 

_ Hmm, quer que sua irmã vire amiga dela? - Os olhos da senhora Dragneel brilharam, a Meredy assentiu concordando com a ideia, não estudava na mesma escola que Natsu, mas podia arranjar mil formas de conhecer a garota. 

Já o rosado não aprovava de jeito nenhum, além de não querer ter um vínculo com a garota loira, parecia problemática lidar com ela, praticamente sabia que ela arranja sempre um ou outro problema, afinal ela era conhecida na escola como Inválida, apesar de não ser uma.

Enfim, Natsu só queria se desculpar, usou seus poderes nela sem querer, viu algo que também não devia ter visto.

_ Puxa, eu não sei nem por que pedi a ajuda de vocês. - O rapaz ficou de cara fechada, respirou fundo, uma ou duas vezes. As mulheres presentes se entre olharam, sabiam que o humor do rosado oscilava tão fácil, que era impossível controla-lo.

O silêncio reinou por uns minutos. 

_ Ah.. - Hesitou em falar, lembrou de algo importante que devia ter dito há alguns dias, mesmo sabendo que o rosado reagiria explosivamente, a mulher precisava falar devido a insistência do pai de seus filhos. - Seu pai me ligou, sabe que.. que ele sente a sua falta lá? Não sabe? - A mãe, colocou a mão em cima da mão do filho que estava na mesa, este que lhe olhou contrariado pela informação nova, soltando-se da mão acolhedora da mãe devagar, enquanto processava.

A mais nova ali, engoliu em seco devido ao ar sombrio do irmão dar as caras de novo, não gostava de ver o irmão com raiva. 

_ E Meredy? Quando caralhos ele vai trata-la como... - A voz arrastada, somada aos exageros de gestos nervosos querendo socar algo, ora coça a nuca, o semblante aborrecido deixava o coração de mãe apertado, ela já havia conversado com Meredy antes, apesar de ficar magoada, não reagia explosivamente igual o garoto, é como se Natsu fosse o escudo animal de Meredy.. - Mãe! Eu não vou, não vou, sei que mesmo que Meredy vá comigo, ele vai ser o homem insuportável de sempre com ela, não aguento ver isso nunca mais, Meredy é minha irmã, sangue do meu sangue, seja quem for que machuca-la, vai se foder comigo.  - E ele se foi, o estrondo da porta batida por Natsu para saída do cômodo da cozinha foi tão grande que assustou as duas, o choro de Meredy veio tão alto em seguida, que Natsu pôde ouvir da sala de estar enquanto pegava um moletom seu jogado no sofá, deixando-o mais puto ainda ao sair de casa.  

_ Eu preciso me acalmar. - Anunciou sozinho ao olhar as próprias mãos tremendo de raiva, na verdade, de ódio, enquanto andava pelas ruas, olhando sempre para baixo para não se irritar com ninguém, estava indo na casa de um amigo. 

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_ Eu não gosto nada disso, ghw.. - Mumurrou o rosado, com uma cara de poucos amigos, apertando firme o moletom, até mão ficar esbranquiçada.

_ Fica frio aí, Monamur. - A voz zombeteira do gelinho, quase o fez querer voltar para casa, revirou os olhos enquanto seu corpo ficava frio, o corpo pedia arrego para sair do local, mas Natsu não se dava por vencido, precisava para controlar a raiva.

Estava recebendo um resfriamento, o Dragneel percebeu que tinha imunidade baixa devido ao gelo. Então sempre que precisava esfriar a cabeça, pedia para Gray lhe dar algumas rajadas de vento frio pelo corpo, não ao ponto de congelar, só até sentir sua própria pele bem fria.

_ Então, oque aconteceu? - o garoto moreno perguntou, sentou-se na própria cama depois de fazer o pedido de natsu, este que permanecia no chão, esfregando as mãos e passando a mãos pelo tronco também, para a sua temperatura normal de corpo voltar, já que raiva parecia ter ido embora. 

_ É só.. Papai de novo. - Suspirou pesadamente, não gostava e não sabia como resolver a situação há muito tempo, quando tinha uns cinco anos não havia percebido o descaso com a pequena Meredy, que na época tinha três, o pai não comprava sorvete pra ela, não brincava com a garota, como ele fazia consigo, coisas pequenas assim. 

E com o tempo, o descaso aumentava. 

Aos sete, quando Meredy completou cinco, começou a perceber melhor, além de defende-la, onde Meredy ia, ele ia junto, quando ninguém estava presente o pai vivia batendo na garota, se ela fizesse um a se quer, causando o repúdio de Natsu por ele. 

As duas crianças tinha medo de contar para a mãe, além da mãe não ver as coisas devido ao trabalho que tinha de Juíza, vivia quase 24h no tribunal. Porém quando descobriu, tratou proteger sua filha, parece que devido ao apoio de Natsu e de Mya, mãe dos dois, o pai ficou mais puto ainda com Meredy, a tratando como lixo ou fingindo que a mesma não existia.

Quando Meredy completou oito, e Natsu dez, Mya desistiu do casamento e do emprego de Juíza, pegou seus filhos e se separou. Apesar do Pai sempre pedir a companhia dos dois, no caso era só a de Natsu, já que mesmo que os dois fossem, Meredy sequer trocava duas palavras com o pai.

_ Mas sua mãe disse que Meredy é filha dele, tem certeza que ela não está mentindo? Quero dizer.. an... - O moreno ficou desconfortável por trazer um tópico desses a torna, até por que significava traição por parte de Mya. 

__Cara, eu não faço ideia, eu até agradeceria se isso fosse verdade, aquele homem não pode ser chamado de Pai para Meredy. - Olhou para o teto, onde tinha uma enorme foto da personagem favorita de Gray do jogo de League of Legends, Ahri, sorriu com isso, também gostava do jogo - Claro, eu ficaria muito chateado com a mamãe, com certeza muita coisa podia ser evitada, e tenho certeza que não seria o único que se chatearia. - Suspirou, pensava em como a irmã lida com isso desde pequena, diferente dela, Natsu não aguenta guardar o sentimento para si.

Era até engraçado que não conhecia o Gray pessoalmente há dois meses, tempo em que se mudou para o Japão, conheceu ele há um ano devido a um jogo na internet qualquer, A amizade se sustentou pelos jogos, além terem gostos parecidos para séries, jogos e afins, consideram um ao outro bastante para sua amizade parecer de anos.

Foi uma sorte e tanto, Gray estudar na mesma sala que a sua, também foi hilário quando eles descobriram que se conheciam pelos Nicks de seus jogos.

Natsu Dragneel vivia na Espanha desde que se entendia por gente, aprendeu japonês por causa do pai que nasceu no Japão, e a mãe que morava aqui na adolescência quando o conheceu, foi uma surpresa a mãe decidir vir para o Japão, mas os irmãos Dragneel não foram contra, não tinham muito coisa lá, os dois protegiam um ao outro, até mesmo amigos para eles dois, eram pouquíssimos.

_ Obrigada por me ajudar, mano. - Levantou-se do chão, havia se revigorado totalmente, estava até feliz, o Gray apenas sorriu acenando como se compreendesse, também reparou na mudança do amigo, que de puto, foi para animado.

_ Mas.. para onde vai? - Perguntou o moreno como se não tivesse tanta importância, porém era um rapaz um tanto curioso quanto as velhinha da rua dele, adora uma fofoca, melhor dizendo, um babado.

_ Irei ver o Gajeel, lhe contei sobre a situação dele há alguns dias, não? - Falou se sentando ao lado de Gray, não era como se estivesse apressado para ir embora, a companhia do amigo era boa, visto que não tinha muitos também.

_ Ah, que ele largou a Escola pra cuidar dos negócios da família? - Exclamou, um pouco incerto se era isso mesmo, o rosado assentiu, a face preocupada com o Redfox não era nova, Gray havia conhecido o moreno em uma das vezes que foi a lanchonete Redfox com Natsu, o Rosado é um cliente regular de lá desde quando pisou no Japão.

_ Eu sinto que tenho que ficar de olho nele, se ele fizer besteira, a tia quando sair do Hospital, vai dar um cascudo nele. - Ri de leve, o olhor desceu ao cós da calça para ver as horas no seu celular, ainda eram nove horas.

Sabia que nesse horário, os Redfox devem estar arrumando a loja, pois sabia que não tem muitos clientes na manhã de um domingo.

_ Eu vou com você. - O gelinho exclamou alto, pegando uma roupa qualquer e indo ao banheiro rápido, odiava deixar os outros esperando, então..

O sorriso de Natsu aumentou, não era sempre que Gray andava consigo por aí, já que o moreno é um sedentário assumido. 

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_ Ah, são vocês. - Com o paninho na mão, ia passando nas mesas do estabelecimento, enquanto o fone de ouvido estava no pescoço.

_ Yoi! - O sorriso largo, desmonstrava o ânimo de Natsu, parecia alegre e contente sem motivo algum, realmente, aquilo era só a oscilação incomum do rosado.

Gajeel olhou pra Gray, como se perguntasse o que deu no amigo mais novo.

Sim, Natsu era o mais novo dos três, ainda iria fazer dezesseis. Já os outros dois já tinham.

_ Sabe como são as emoções dele. - Coçou a nuca incerto, Gray não sabia como explicar a mudança do Rosado.

Só sabia que era devido ao poder dele.

_ Bom, pelo menos ele não está igual a dias atrás, quase bateu na minha prima. - Balançou a cabeça lembrando da situação, sabia piamente que a garota não era fácil de lidar também.

_ Ah, é a Rebecca? Você vivia falando dela. - Perguntou Gray, devidamente interessado, já que a menina tinha história hilariantes sobre como batia nos outros quando ficava furiosa, Gajeel já foi vítima dela também.

_ Oque tem eu Aí? - A voz feminina apareceu do nada, os três imediatamente olharam a garota, vestida de garçonete agora. 

_ Aah cara, desculpe pelo outro dia, eu estava estressado demais. - A voz calma do Natsu, fez o Redfox olhar surpreso pra cena, o Natsu que conhecia nunca pediria desculpas, principalmente depois que briga e Natsu sempre acha que está certo.

_ Mana, pode me ajudar por hoje? Vou passear com esses dois, preciso. - O olhar pidão do Gajeel, era uma novidade pra garota, já que Rebecca estava ali a pouco tempo, mas concedeu o pedido, por causa da situação em que os Redfox se encontravam, sem a Mulher Redfox, o filho e Pai ficavam no mundo da Lua, as vezes.

_ Pode ir, não precisa voltar hoje, eu tomo conta da loja com o Irmão do Nick. - Ao mencionar o ex garçom da loja, o maxilar de Gajeel trincou, mas nada disse a respeito, deixaria tudo por conta da Rebecca.

Somente saiu com os dois amigos, iriam numa praça que tem ali perto, a uns dois quarteirões. 

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_ Então, sei que consegue falar sobre mesmo que sua personalidade mude. - Gajeel exclama enquanto senta no banco, Gray apenas observou, sabia onde o amigo queria chegar, olhou de relance Natsu com um sorriso pequeno. - Sua oscilação de personalidade já devia ter parado, sei que quando nos conhecemos, você usou os poderes em mim. - Disse, na lata.

Não havia contado sobre a inválida que conheceu durante a semana com nenhum dos dois, queria nem ter contado para a mãe da Irmã, porém ele precisava desabafar um pouco, já que elas, não era possível, não conseguia desabafar com a família, podia dizer que era orgulhoso demais pra isso também, só as deixaria mais preocupadas.

_ Não quis me falar nada durante a semana, apesar de estar na cara que está passando por problemas, além do estresse que o pai dele faz. - Mencionou Gray, recebendo fuzilamento no olhar de Natsu, o moreno fingiu que nem era com ele.

Gajeel não sabia de tudo, porém sabia que Natsu não se dava bem com o pai por algum motivo.

_ Eh.. Eu conheci uma menina problemática, sabe? - Observou as pessoas da praça, criancas jogando bola, ou famílias passeando, aquilo era tranquilizador para Natsu, apesar dos pesares. - Eu a vi quando ela estava vulnerável, parecia quando lhe conheci, Gajeel, porém bem pior. Parecia que a menina se segurava tanto para não chorar, que a unha dela fez marca na mão. Eu não faço ideia de que merda na cabeça eu tinha, já que eu sabia que não podia chegar perto da garota naquela situação em específica. - A compreensão em fim, brilhou para a cabeça dos amigos.

_ É realmente estranho, ela te atraiu, assim? - Brincou o garoto dos piercing, que recebeu um olhar reprovador do mais novo.

_ Qual o nome dela? - Perguntou Gray, já bastante curioso sobre a garota em questão que mexeu com o Rosado.

_ Ela é uma falsa Inválida famosa na escola. - Disse Natsu, bagunçando os cabelos lembrando dos olhares de Lucy, olhar triste em que a conheceu, o curioso quando a ajudou, sabia admitir qie a mesma era bonita, muito bonita. - Acho que era Lu..Luzinha? - Relembrou o episódio da saída, onde defendeu a garota de um cara escroto.

_ Ah.. Será que é a Lucy? Sabe.. Loira dos olhos castantos.. - Mencionou o moreno os aspectos, natsu assentiu. - Mas como assim falsa? - Indagou, de certo Natsu tinha um motivo para achar isso, mas para todos, a garota nunca falou nada sobre ter poderes, sabia quem era ela devido Gray conhecer Erza, a garota que joga futebol consigo e outros garotos.

_ Sabe que quando eu a vi no Térreo? Eu sem querer, mesmo, sério, eu fico tão puto por ter feito isso, já que me orgulho do fato de saber controlar e saber quando meu poder é necessário como eu fiz com Gajeel. - Bufou, inconformado - Quando a olhei nos olhos, eu instintivamente a fiz sentir mais do que já estava sentindo, ela chorou bastante na minha frente em questão de segundos. - E olhou pro céu, aquele sentimento que sentiu através do olhar dela, não conseguiu descrever, então nada disse.

_ Por isso, passou a semana oscilando? Até agora muda de humor, estava todo feliz, ainda há pouco. - Indagou o garoto dos piercing, entendendo melhor a situação como um todo, Natsu assentiu novamente, aconteceu o mesmo quando viu Gajeel destabilizado. 

_ E há mais, até me aproximei da garota, dei uma latinha de suco. - Ri, de leve, ficava puto só por lembrar aquela merda que enxergou - Mas como eu disse, ela estava vulnerável, o sentimento que ela estava tendo deve ter acabado com ela, pois eu vi uma memória dela. - Ao falar, os amigos se entre olharam, não sabiam que Natsu era capaz disso - A garota era jovem, mas a expedição estava fazendo testes nela que ora dava positivo ora negativo, Lucy pequena chorava muito, mas tanto na memória, que dava pena, muita pena, já que  família dela permanecia parada, um pouco longe enquanto a viam sofrer. - A cara de Natsu não era das melhores, pois ele não gostava quando invadia a privacidade dos outros desse jeito, odiaria se fizessem o mesmo consigo. 

_ Sabe, seu poder envolve energia paranormal, sensações, emoções estão intimamente ligadas a nós, por isso você também é afetado quando o usa, mas não acho que foi sua culpa, se você diz que foi sem querer. -  Gray que estava no lado direito, segurou no ombro do rosado, para apoia-lo, porque o que ele precisava era de palavras de conforto, apoio e compreensão.

Enquanto Gajeel estava do lado esquerdo do Natsu. 

_ Bom, eu ainda não entendo meus poderes totalmente, porém compreendo que são complicados,  complicados pois envolve sentimentos, sentir é confuso para mim, eu sinto como se não fosse eu, as vezes queria desistir de tudo, outras eu quero prosseguir por causa das pessoas a minha volta, eu as vezes também acho que vou ficar louco. - Falou, sem entender exatamente que a complexidade de quem é, porém aquilo fazia parte dele, só não sabianlidar direito com isso, ainda.

O silêncio reinou por uns minutos.

_ Amigo, se eu te falar que uma garota flertou comigo? - A mudança drástica de assunto, partiu de Gajeel, queria que aquele clima pesado fosse embora. 

E conseguiu.

_ Conta isso direito, como assim? - Incrédulo, Natsu não podia acreditar, Gajeel era tímido com meninas, o garoto realmente morria de vergonha, lembrava até hoje quando uma menina o chamou de gatinho pedindo o número dele, Gajeel ficou vermelho e fugiu. 

_ Normalmente elas fogem de você amigo, se eu fosse você, investia na garota. - Disse o paranormal do Gelo, brincando com o amigo, fazendo todos rirem, aquilo era uma novidade bacana, apoiariam o Gajeel. 

_ Eu.. não sei, mas a garota é linda, além de que, ela conhece meus pais, meu pai disse que ela é uma boa garota, está até esperando o retorno dela na lanchonete já que ela disse que queria falar com ele. - O rosto quente de Gajeel, denunciava sua vergonha, se interessou sim, não iria mentir, porém não sabia que também, inocentemente também esperava o retorno da garota.

Gajeel não mencionou que havia visto uma loira de olhos castanhos e outra de cabelos vermelhos, não sabia nada de Levy para deduzir algo, então sequer tinha ideia que eram conhecidas dos dois amigos ao seu lado.

Gajeel sequer estudava, havia abandonado a escola.

Continua.