História • Sweet sister • satzu • - Seven

Continuação...

• Você disse que tinha certeza, que eu beijava melhor do que Jihyo. 

Depois disso, a porta bateu fortemente.

O barulho fora tão alto que, aposto que alguém perguntaria o que aconteceu. 

Ah, foi o vento bravo que bateu a porta.

E coloca bravo nisso.

Meu queixo estava paralisado, literalmente no chão. Depois das palavras de Tzuyu, eu me sentei na cama e fiquei ali por um bom tempo.

Eu tinha estragado tudo.

Eu definitivamente havia estragado tudo o que conseguira construir com a Tzuyu. A nossa relação, que estava no começo, foi por água abaixo. 

Você não se segura, né Sana? 

Parecia que eu atraía problema.

É, não dá pra me defender mesmo.

•••

• Você já vai, filha? 

• É, é melhor eu chegar cedo no primeiro dia de trabalho. Quero dar boa impressão. 

• Vai dar tudo certo, acredito em você.

Porra, só isso que ele sabia falar pra mim? 

"Vai dar tudo certo." Isso não ajudava em nada.

Aliás, só fazia com que eu ficasse mais nervosa sobre eu mesma. 

Nós havíamos acabado de almoçar. Tzuyu o tempo inteiro no celular, sequer olhou para o lado.

Eu decidi ficar na minha, por mais que fosse difícil. Eu complicaria as coisas se tentasse me explicar. 

Afinal, explicar o que? 

Ela estava certa, eu estava fazendo ela de boba de uma certa maneira. 

Meu pai ficava conversando com a mãe de Tzuyu, os dois eram melosos demais. Entrelaçavam as mãos toda hora. Dava vontade de vomitar. 

Algumas horas depois.

Havia pegado o carro de meu pai pra chegar na loja. Nem era muito longe de casa mas o carro dele era muito melhor que o meu.

E naquela casa tinha outros carros, ele não daria falta mesmo.

Eu tinha uma vaga no estacionamento, e depois de deixar o carro lá, subi imediatamente pra recepção da loja.

Uma garota bonita e nova me chamou. Ela me ajudou com o crachá e com o uniforme, que era bonito até, pra ser um simples uniforme. 

• Esqueci de me apresentar, sou Eunha. Trabalho a alguns anos aqui, e sou responsável por você. Você tá em período de experiência. 

• Eu vi seu nome no crachá. - dei uma leve risada pelo fato de ela não ter notado que o nome dela estava ali. - mas acho que já estou pegando o jeito. Não irei decepcionar. 

Ela não parecia gostar de brincadeiras.

Mas sorriu abertamente antes de sair dali.

Certo, não seria tão difícil. 

Eu tinha que ficar ali, esperando alguns clientes aparecerem. E atendê-los da melhor maneira possível. 

Que trabalho mais sem graça. 

•••

• Psiu. 

Olhei pra lado e Eunha estava de braços cruzados.

Que droga eu fiz dessa vez? 

• O que foi? Precisa de algo? - me aproximei da garota de cabelos curtinhos. 

• Uma das clientes mais importantes chegou. Quero que você atenda ela. 

• Tudo bem, então cadê a garota? 

• Vem! 

Ela puxou meu braço enquanto caminhávamos em direção a cliente. 

Meu coração gelou no momento em que Tzuyu passou por minha cabeça. Seria hilário atender ela nessa loja. 

Mas ela faria eu ser despedida, de tão brava que ela estava comigo. 

Misericórdia.

Que não seja essa menina não.

Porra de boca que eu tenho.

Não era Tzuyu que seria atendida por mim.

Mas sim Jihyo, bem pior do que ela.

Essa menina vai assombrar minha vida definitivamente. 

Eu tô ferrada pra caramba.

• Senhorita Jihyo, essa é Minatozaki Sana. Creio que ela te atenderá muito bem. Fique a vontade. 

• O mundo é muito pequeno. Nunca imaginei que te encontraria aqui. - ela parecia ter gostado disso.

Mas eu não. 

• Pois é. - minhas mãos suavam e eu coçava a nuca de nervosismo - em que posso ajudar? 

• Eu quero algo bem apertado. E curto. Tenho uma festa pra ir no final de semana. - ela disse enquanto mexia em alguns vestidos. - Tzuyu disse que ia te chamar. 

• Ela disse mesmo? 

• Sim, disse. E eu espero muito que você vá com ela. 

Ela estava dando em cima de mim?

Ali, na cara dura?

• Bom, é. Depois a gente resolve isso. Acho que sei alguns vestidos que vão ficar legais. 

• Me mostre então. 

•••

• Ficou bom em mim? - Jihyo saiu do provador com um vestido florido com um decote imenso. 

Ela estava a minutos ali, fazendo a mesma coisa várias vezes.

Provava um vestido ousado, e me mostrava.

Ela fingia que estava interessada em minha opinião mas estava apenas jogando comigo. 

Eu estava de boa, não queria mais problema mas acontece que ele estava ali. 

O problema estava na minha frente. 

E droga.

Esse problema mexia comigo.

Que culpa eu tenho? 

• Você se importa de entrar aqui? 

Ela abriu uma brecha da porta, e pelo reflexo dava pra ver que estava sem roupa.

• Isso é realmente necessário? - eu olhava pros lados pra ver se Eunha estava me vigiando. 

Não queria foder com tudo.

Que desastre.

• Sim, vou levar esse vestido mas ele fecha pelas costas, e eu não estou conseguindo sozinha.

• Tudo bem, a cliente que manda. 

Misericórdia.

Entrei no provador com a cabeça baixa. Quanto menos contato possível, melhor pra mim. 

• Você tá com medo de mim? 

Jihyo ria da minha cara enquanto eu fechava o seu vestido. 

• É meu primeiro dia de trabalho e não quero estragar as coisas. Se é que você me entende. 

• É por isso ou por causa de Tzuyu? - ela se virou pra mim e me fez encarar seus olhos. 

• Tzuyu não tem nada a ver com isso. Ela é minha irmã. 

• Ninguém precisa saber que você entrou aqui comigo. É nosso segredinho. 

Segredinho. 

Depois disso, Jihyo me agarrou.

Sim, me agarrou. 

Colocou minhas mãos em sua cintura e me puxou para um beijo totalmente desajeitado e necessitado. 

Aquela garota era doida.

E eu gostava de umas doideras de vez em quando.

Depois de alguns minutos ela foi deixando o vestido cair no chão.

E lá de dentro, nós escutamos uma voz chamando por ela. 

• Jihyo, você está aí dentro? 

Tzuyu. 

• Puta merda. 

Eu disse depois de soltar Jihyo. 

Como eu ia sair dali agora? 

Continua...