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História 02 ( better together - choni ) - Amizade colorida


Escrita por: chxnidale

Capítulo 37 - Amizade colorida


Fanfic / Fanfiction 02 ( better together - choni ) - Amizade colorida

 

Cheryl Blossom – Point Of View 

Estava exausta da noite anterior, a última coisa que lembro foi de chegar, tomar um banho e jogar meu corpo na cama. Precisei de uma boa noite de sono para poder me recuperar de uma semana inteira agitada em função da inauguração da escola. Não posso reclamar já que tudo saiu como o esperado, poucos convidados não foram e acredito que devem ter motivos muito bons, pois perderam uma festa e tanto.

— Cheryl.

Uma voz alta me despertou, acabei acordando no susto com a maneira que a cama balançou e um corpo pulou em cima do meu. Abri os olhos, elevando meu corpo e aos poucos conseguindo ver Sabrina com um sorriso enorme no rosto. 

— Nós temos uma escola de música, acorda!

— Sabrina, eu estou cansada. – resmunguei, jogando o corpo na cama. — Como entrou aqui? 

— Mary abriu para mim, aliás está fazendo uma comida deliciosa para nós está quase pronta.

— O que? – a encarei. — Que horas são?

— Quase uma da tarde. – falou, arregalei os olhos. — Isso mesmo, levante e vá tomar um banho, temos muito a conversar. 

Sentou na ponta da cama, pegando seu celular e mexendo no aparelho. Suspirei, erguendo o corpo para alcançar o meu na cabeceira da cama. Haviam varias notificações, algumas parabenizando pela inauguração, outras para terem mais informações e as de Toni. 

“Bom dia, Cheryl.”

“Parece que não acordou ainda, continua sendo uma dorminhoca. Estou saindo com meus pais para conhecer Seattle, trouxe minha câmera então, espero tirar muitas fotos, só faltou uma modelo... Enfim, prometo te mandar as melhores.”

Sorri, ela está sendo uma fofa comigo e me tratando ainda melhor do que antes. Não posso negar que o beijo de ontem foi incrível, mas se não fosse Sabrina iria me entregar novamente em uma sala da minha escola. O quão louco isso era? Não podia, de jeito nenhum. Agora, tenho que ser ainda mais rígida comigo mesma e com ela.

“Bom dia, Toni. 

Aposto que vai tirar fotos ótimas e não esqueça que você tem uma pequena modelo na família. Por favor, se tirar fotos dela me mande todas, sem exceção, adoro essa garotinha. Espero que aproveite seu dia em Seattle e claro, pense muito mim. Aliás, os Topaz estão convidados para almoçar em minha casa amanhã, não outra opção além de aceitar, comunique seus pais. 

Até mais.”

— Esse sorriso só pode significar uma coisa... – ouvi a voz de Sabrina, levantei o olhar. — Toni Topaz!

Falou o nome da lutadora, neguei.

— Ah, sei que sim. 

Seu tom era óbvio.

Levantei o corpo, deixando o celular na cabeceira.

— Aliás, precisamos falar sobre aquele... – a olhei, tinha uma expressão pensativa. — Como posso dizer? – colocou a mão no queixo. — Já sei!

Pareceu lembrar a palavra.

— Pornô... – concluiu. — Entre você e a Toni. 

— Pornô?

Abri a boca, ofendida com as palavras.

— Sim e na nossa escola, pior, em cima de um piano, Blossom!

Me repreendeu, revirei os olhos.

— Se você e Nicholas são o casalzinho perfeito que só transa no quarto, não venha descontar em mim.

Falei, caminhando para o banheiro. Sabrina pareceu chocada com minhas palavras, mas não liguei, retirando minhas roupas e adentrando o box do banheiro fechando o vidro. Assim que liguei o chuveiro, a porta abriu com rapidez, era a loira pouco se importando de me ver nua. Era algo comum entre nós, moramos juntas por mais de um ano, criamos uma intimidade absurda.

— A gente não transa só no quarto.

Defendeu-se, acabei rindo. 

— Ah, está bem. – fingi concordar enquanto molhava meu corpo. — Me diga o lugar mais louco que já transaram.

— Hum... – murmurou. — Na sala?!

Seu tom era duvidoso, gargalhei. 

— Na sala? Sério? – ainda ria da loira. — Isso é muito radical.

Ironizei, Sabrina revirou os olhos.

— Me diga você, transante. – o apelido saiu entre dentes. — Qual o lugar mais louco?

— Com a Toni ou qualquer pessoa?

Perguntei, ensaboando meu corpo.

— Deus, você já deve ter transado em todo lugar. 

— Nem todos, quando morava em Riverdale, a Toni tinha uma moto e sinceramente queria ter feito muitas coisas em cima dela. 

— Da moto ou da Toni? 

Olhei para Sabrina, a mulher caiu na risada. 

Revirei os olhos. 

— Em cima da Toni fazia toda hora. – dei de ombros. — Uma vez amarrei ela em uma cadeira e me masturbei na sua frente, aliás foi em cima de um piano. 

Sorri ao falar. 

— Uhn, eca! Pode parar, por favor?

Seu tom de nojo me fez rir. Coloquei minha cabeça embaixo da água, odiava lavar os cabelos, mas estava precisando. Me virei para Sabrina, a mesma me encarava, mas sabia que seu pensamento deveria estar bem longe. 

— Acha que Nick sente falta de fazer loucuras? 

Franziu a testa.

— Se sentisse te falaria. – dei de ombros. — E você tem que querer, não só ele. 

— Mas a gente namora a só um ano e pouco.

— Em um ano fiz muita coisa com a Toni. 

Falei, lembrando-me de todas nossas transas marcantes. Isso me faz pensar o quanto não tínhamos limite na adolescência, fizemos sexo em seu quarto sem ao menos nos importar com seus pais, é difícil esquecer.

— Você e a Toni já fizeram até ménage, não pode jogar esse currículo extenso na minha cara. 

— Realmente, somos muito experientes. 

Sorri comigo mesma. 

— Pode por favor, lavar meu cabelo? 

Pedi com um bico nos lábios. Sabrina revirou os olhos, retirando seus calçados e adentrando o box de roupa. O espaço era grande o suficiente para não se molhar. Desliguei o chuveiro, lhe dando o shampoo e inclinando minha cabeça para trás, em poucos segundos senti suas mãos massageando meu couro cabeludo. A loira é incrível fazendo isso. 

— Sabe, quando digo que é meu bebê estou brincando, mas você leva a sério. 

Falou, continuando com a massagem.

— É que faz isso muito bem.

Elogiei, fechando os olhos ao sentir seus dedos percorrerem meus fios suavemente. Sabrina ficou em silêncio, pediu para que tirasse o shampoo e fiz, voltando para debaixo do chuveiro. Após conseguir deixar o cabelo limpo, lhe dei o condicionador e voltei a ganhar massagem.

— Cheryl?!

Ouvi a voz de Mary lá do quarto.

— Estou no banheiro. 

Meu tom era alto para que pudesse ouvir, olhei para fora do box a porta estava aberta desde o momento que minha amiga entrou. A mesma continuava a espalhar condicionador por meu cabelo.

— Menina, onde está...

Parou de falar assim que adentrou o local, abrindo a boca de forma surpresa intercalando seu olhar entre mim e Sabrina. Olhei para minha amiga e ela também encarava a mais velha que parecia estática.

— Mary?

A chamei.

— Só vim avisar que o almoço está pronto.

Falou, saindo as pressas. 

Encarei Sabrina por no máximo dois segundos e caímos na risada.

— Ela deve achar que está traindo o Nick comigo.

— Traumatizamos a Mary.

Assenti, ainda rindo. 

Mais alguns minutos e meu cabelo estava macio e cheiroso. Sabrina continuou por perto, dessa vez fora do box. Encostada na parede, de braços cruzados e olhar longe, minha amiga parecia pensativa. Tinha que sair do banho, mas a água quente parecia não deixar, meu corpo implorava por mais um pouquinho.

— Acha que Nick pode enjoar de mim? 

O tom baixo da loira chamou minha atenção.

— Sabrina... – murmurei. — O Nicholas te ama. 

A tranquilizei.

— Não fique paranoica só porque me viu dando uns amassos na Toni.

— Tudo bem. – suspirou. — Mas se... 

— Sabrina. 

Interrompi, desligando o chuveiro e a olhando.

— Se está insegura com algo, chame ele para conversar. – falei calmamente. — Agora me alcance uma toalha e vamos falar sobre a inauguração...

Decretei, querendo acabar com seus pensamentos errados sobre o namorado. Sei o quanto Nicholas a ama, vejo no seu olhar e como cuida da loira. Além de que nunca mais vi meu amigo beber uma gota de álcool, tudo por ela e pra ficar com Sabrina. Realmente são um exemplo de casal para mim, menos na parte do sexo. 

Quando chegamos na cozinha, falando sobre alguns convidados, Mary se retraiu como se deixássemos ela envergonhada, tivemos que explicar nossa amizade para a mais velha, que não havia nada entre nós e a mesma disse que é muita modernidade para sua cabeça. 

No final, passamos metade do dia juntas, interagindo como três fofoqueiras ao falar de todos na festa. Sabrina foi embora, deixando-me com Mary, a mesma não demoraria a pegar seu voo, irei leva-la até o aeroporto. Em um certo momento, subiu para arrumar suas coisas e peguei em meu celular, havia uma mensagem de Toni.

“De volta ao hotel, um pouco cansada, mas nada que um banho não resolva. Muito ocupada? Conseguiu descansar?”

Estiquei meu corpo no sofá, encarando a tela e imaginando como deve ter sido seu dia. Toni parece estar muito apegada a família, nos mês passado perdi a conta de quantas vezes disse estar na casa dos seus pais. Fico feliz por ela ter essa ligação tão forte com eles. 

“Nada ocupada e descansada. Tirou as fotos? Estou ansiosa para vê-las.”

“Posso mostrar pessoalmente. Quer dizer, sei que vamos nos ver amanhã, falando nisso meus pais aceitaram a única opção de almoçar em sua casa, mas será que posso ter uns minutinhos com você hoje? Poderia ser nós duas em um parque e quem sabe um sorvete?!”

Suspirei ao ler a mensagem, sentando no sofá e fixando o olhar na tela. Não que fosse ruim sair com Toni, mas as vezes tenho medo de estar levando tudo rápido demais. Ontem nos beijamos, foi incrível e quente, porém acho que foi cedo. Não quero enrolar a lutadora, só ter certeza de todos meus atos e que isso nos levará a dar certo. A última vez foi tudo tão apressado, da mesma forma que começou rápido acabou, quase não nos dando tempo de ser realmente uma tentativa. 

— Não sei o que tem nesse celular, mas se foi a Toni que mandou deve aceitar. – ouvi Mary, a mais velha sentou ao meu lado. — Seu jeito pensativo não mudou nada, menina.

Falou tocando em meus cabelos.

— Toni me chamou para sair. 

Comentei, deitando minha cabeça em seu ombro.

— E o que seu coração diz sobre isso? 

— Que devo aceitar. 

— Então, aceite. 

Aconselhou-me, levantei o rosto para encara-la.

— Pode ser rápido demais, Mary. 

— Menina, vou te dizer uma coisa. – tocou meu rosto. — Ontem na inauguração, troquei poucas palavras com Toni, mas a ouvi dizer o quanto te acha linda e que se tornou uma mulher incrível. – sorri ao ouvir, imaginando os elogios da lutadora. — A observei quando você estava no palco e os olhos dela brilhavam, ela sorria com orgulho de poder estar perto novamente.

 — Não me diz isso...

Murmurei, tentada a ir correndo dar um beijo na morena.

— Cheryl, sei da história e mágoas de vocês, o quanto isso assusta as duas. Está tudo bem você ser uma mulher madura e confiante, mas ter medo de dar errado novamente. Só que se não se abrir, não vai dar certo nunca porque está relutando contra algo que quer muito. – balancei minha cabeça concordando. — Não estou dizendo para ir correndo até a Toni e pedi-la em namoro. – nós rimos. — Mas o que tem de errado em um passeio? Irá ajudar vocês a se reconhecerem e isso é bom, aproveite essa fase de flerte, beijos roubados... Abra seu coração. 

— Você sempre me convence, Mary.

Sorri, recebendo um abraço seu. A verdade é que a mais velha nunca perde a razão e consegue me dar os melhores conselhos, Toni está tentando nos fazer dar certo e eu também, mas sempre com um pé atrás. Talvez devesse confiar mais na lutadora e em nós, claro que sem exageros, porem como Mary disse não tem nada de errado em um passeio.

“Tudo bem, aceito. Só preciso deixar Mary no aeroporto e passo para te pegar.”

“Na verdade, pode me pegar depois do sorvete? Um beijo gelado nesse calor seria incrível.”

“Pode falar sério?”

“Posso, babe. Agora, deixe Mary no aeroporto e volte para sua casa, chamarei um carro para nós, irei lhe buscar na porta de casa como deve ser... E porque é um pretexto para ter o seu endereço.”

Sorri comigo mesma, negando as investidas de Toni que não param nunca. No fundo, até gosto porque está realmente se esforçando para que nossa relação de certo. Sinceramente não via a hora de encontra-la, estava cheia de saudade. 

_____

 

Assim que o carro estacionou em frente a minha casa, a porta do banco de trás abriu e Toni saiu, camisa regata branca e calças jeans rasgadas nos joelhos, os cabelos rosas preso em um coque deixando alguns fios soltos além da câmera pendurada em seu pescoço. Ela me fez suspirar, encantada por continuar do mesmo jeitinho de alguns anos atrás, mas ainda melhor. 

— Olá, Blossom. – sorriu. — Vamos?

Segurou a porta para que adentrasse o carro.

— Vamos. 

Concordei, entrando no banco de trás. Toni fechou a porta, fazendo a volta no carro e sentando ao meu lado, pedindo para o motorista nos levar ao Washington Park, é um dos mais lindos de Seattle e lembro de ouvir ela e nossas amigas conversarem sobre.

— Ei. 

Chamou minha atenção assim que o carro andou, a encarei. 

— Você está linda.

Elogiou, descansando sua mão em minha coxa descoberta. O seu olhar caiu, analisando-me de cima a baixo. Vestia uma blusa preta de manga cumprida e saia vermelha quadriculada, não era curta, mas por estar sentada subia com facilidade.

— Me respeite, Topaz.

Lhe repreendi, dando um tapa de leve em sua mão.

— Ai. – reclamou, desfazendo o contato. — O que eu fiz? 

— Não pense que vamos sair nos beijando por ai, continuamos amigas.

— Amigas coloridas.

Me corrigiu.

— Isso não significa que pode me beijar ou tocar a hora que quiser.

Retruquei. Toni bufou, jogando seu corpo no banco e desviando nossos olhares, cruzei os braços nem um pouco arrependida de minhas palavras. Estamos indo bem e com calma, estou aberta a nos reconhecermos, mas sem pressa. Se deixar tudo no tempo da lutadora, hoje mesmo estaríamos transando em qualquer lugar por ai.

— Desculpa.

Pediu depois de um breve silêncio, a olhei.

— Vou respeitar seu tempo. – falou calmamente. — Mas poderia facilitar usando umas roupas feias ou tentar deixar essa boca menos atraente.

— Toni!

A repreendi rindo.

— Ainda vai brigar muito comigo. – se inclinou deixando nossos rostos próximos. — Não vou deixar de te elogiar, flertar e tentar beijar, mas irei respeitar quando não quiser. – beijou minha bochecha. — Até porque se depender de você não nos beijamos nunca, parece que nem me deseja.

Um bico formou em seus lábios ao encostar o corpo no banco novamente. 

— Você sabe que te desejo... Muito.

— É, eu sei. – gabou-se. — Só queria te ouvir dizer. 

Sorri, negando enquanto revirava os olhos. 

O ego da Topaz não mudou nada, nunca irei esquecer da vez que chegou em minha casa e me beijou, toda confiante de si jurando que me faria cair aos seus pés. Talvez se tivéssemos transado naquela noite, tudo seria diferente, poderia a esquecer rapidinho ou me apaixonar de cara. 

Será que somos feitas uma para a outra? Daquele tipo de casal que não importa se mudar a história no final sempre acabam juntos. E se não houvesse a aposta? Se não tivesse a proposta para lutar em Los Angeles? Ainda sim hoje estaríamos aqui, em Seattle nos encontrando para um recomeço? São perguntas que nunca terei respostas, mas sei que não me arrependo de nada, nem mesmo de meus erros, eles me fizeram crescer e amadurecer, sou grata por tudo.

— Está calada...

Toni comentou. 

Andando pelo parque, conversamos sobre muitas coisas e rimos muito, ela me mostrou as fotos que tirou hoje a tarde principalmente as de Samantha, todas lindas. Agora havíamos acabado de comprar um sorvete, a lutadora parecia uma criança ao escolher seu sabor. Continuamos a andar, o local extenso nos dava muita oportunidade de termos tempo juntas. 

— Porque estou comendo.

Justifiquei, dando de ombros.

— Quando irá me visitar em Los Angeles?

Seus passos se tornaram mais lentos quando chegamos em uma pequena ponte acima de um lago, ela parou, apoiando suas costas na madeira. Fiquei de frente para a água, com os braços apoiados na pequena proteção.

— Provavelmente vai demorar, a escola terá toda minha atenção.

— Até quando vou ter que correr atrás de você? – perguntou, rindo após colocar uma colher de sorvete na boca. — Não estou reclamando afinal, sou uma atleta e não irei cansar rápido, mas...

— Você acha que dessa vez vamos dar certo?

Interrompi sua brincadeira, meu tom sério a fez parar os movimentos e o olhar vir ao meu. Sua expressão decaiu, girando seu corpo e ficando na mesma posição que eu. O olhar fixou no lago e soltou um suspiro.

— Achei que estivéssemos tentando.

— Estamos. 

Respondi como se fosse óbvio.

— Você não tem medo? 

— Medo de que? – me olhou. — Me apaixonar por você novamente? Talvez já seja tarde demais.

— Toni... 

— Sei que quer ir com calma, concordo totalmente, mas não está gostando desses momentos? Quando estou em Los Angeles, pareço uma garotinha esperando por suas mensagens, pensando sobre o que iremos conversar ou se iremos. Adoro flertar com você e ver seu sorriso, te provocar tanto até que fique irritada, porém no final me olha como se adorasse.

— E eu adoro. 

Confessei, contendo um sorriso.

— Não sei onde ou se essa tentativa vai nos levar a algo, mas estou pensando apenas no presente e aproveitando todos nossos momentos juntas. Amanhã vou voltar para minha cidade e nem sei quando te verei novamente, não quero perder nenhum segundo, entende? 

— Entendo perfeitamente.

Murmurei, sentindo meu peito se aquecer com suas palavras. Estou da mesma maneira, porém mais cautelosa. Não quero acabar naquela frase “nosso amor só nos machuca” novamente. Quero que nosso amor nos cure, faça feliz e deixe leve, nada além disso. Toni também parece disposta, mas sem nenhuma defesa, pensando bem estamos em equilíbrio, só que... Não posso deixar tudo em suas mãos, preciso lutar por nós também.

Um silêncio se instalou, percebi que a lutadora ficou um pouco cabisbaixa e talvez insegura com minhas palavras. Não queria manter esse clima tenso, ainda mais por minha causa. Os sorvetes acabaram, a tarde estava indo embora e tão perdida em pensamentos, mal percebi Toni apoiar-se na ponte ficando de lado e posicionando sua câmera. Um clique foi ouvido, a encarei e a mesma sorria, olhando para o resultado.

— Você tem algo para fazermos agora?

Perguntei, ela me olhou com a expressão assustada.

— Deveria? Achei que iríamos andar por aqui...

— Toni, tudo bem. – a tranquilizei rindo. — Quero te levar em um lugar.

— Seu quarto?

Sorriu maliciosa.

Sou uma idiota por pensar que em algum momento essa lutadora fica insegura, ela sabe do poder que tem e principalmente seus efeitos em mim. Revirei os olhos, não lhe respondendo e pegando em sua mão para começarmos a caminhar. Em poucos passos desfiz o contato e saímos do parque lado a lado. 

Chamei um carro, sendo fotografada por Toni como uma paparazzi. Mesmo pedindo para que parasse, continuava alegando dizer que no fundo eu gostava. Não era mentira. Assim que adentramos o veículo, pedi ao motorista para nos levar ao Space Neddle, a cara de confusão de minha parceira demonstrava que não sabia o que era. Melhor assim, teria uma surpresa incrível.

Chegamos no local, a noite já caia e adentramos o Seattle Center um parque antigo na cidade com várias opções de entretenimento, mas em especial a torre que da visão de 360° de toda a cidade. Guiei Toni pelo local, chegando na entrada para a torre, adentramos o elevador que nos levou até o primeiro andar. Havia um restaurante e lojas nos primeiros andares, já poderíamos ter uma visão boa por tudo ser coberto por vidros, mas o meu objetivo era o topo.

Após subirmos por escadas rolantes até o ultimo andar, finalmente a visão que queria demonstrar a lutadora. O corredor circular era ao ar livre, fazendo um vento bater contra nossos corpos assim que saímos, tudo que tínhamos a nossa frente era um grade inclinada e nos dando a proteção necessária. 

Observei a reação de Toni, sua boca abrindo e os olhos brilhando com uma das visões, estávamos na parte traseira que mostrava o enorme rio margeando na cidade. Esperei alguns segundos, pegando em sua mão e entrelaçando nossos dedos, a lutadora me olhou, inclinei minha cabeça demonstrando que deveríamos continuar a caminhar. 

Puxei a morena, mantendo o contato de nossas mãos e chegando ao outro lado do local. Agora sim, tínhamos a visão da cidade inteira iluminada, era simplesmente incrível. A lua brilhando como se estivesse abençoando toda Seattle com sua luz e energia. Suspirei, tão encantada quanto Toni.

— Não é ótima a sensação de estar no topo do mundo? 

Sussurrei, o olhar fixo na paisagem.

— Realmente. 

Ouvi sua voz, um toque de leve em nossas mãos entrelaçadas me fizeram olha-la, os castanhos de Toni estavam em mim, por um momento me perguntei a quanto tempo me encarava porque parecia em êxtase. Meu olhar caiu para nossas mãos entrelaçadas, o quão boa era a sensação de tê-la tão perto novamente e me fazendo sentir segura. Vi sua aproximação acontecer, soltei uma risada nasal, voltando a encara-la, já estava perto o suficiente para sentir sua respiração.

— Devíamos evitar esse clima romântico.

Brinquei, Toni negou e sua mão livre tocou meu rosto.

— Prefiro que me deixe te beijar toda vez que esse clima aparecer.

Murmurou, o olhar caindo para meus lábios e no final tocando os seus nos mesmos. Suspirei, desfazendo o contato de nossas mãos e tocando em sua cintura puxando seu corpo para perto. Minha língua se envolveu na sua, fazendo um movimento lento dentro de nossas bocas enquanto sentia a lutadora acariciar meus cabelos. Me entreguei aquele beijo cheio de emoção, aproveitando de seus lábios e tocando sua pele levemente por debaixo da regata. Quando o ar estava prestes a faltar, a morena sugou meu lábio nos separando devagarinho. 

— Viu? Bem melhor. 

Falou, nós rimos. 

Balancei a cabeça em concordância, afastando nossos corpos.

— Podemos combinar um beijo por dia, nada mais do que isso.

Toni revirou os olhos.

— Posso tentar convencer do contrário? – dei de ombros. — Iria tentar de qualquer jeito. 

— Você é impossível.

— E você...

Seu braço rodeou minha cintura, colando nossos corpos.

— É Irresistível.

Sussurrou contra meus lábios, mordi os mesmos ouvindo um suspiro pesado seu e a boca entrar em contato com minha bochecha. Sorri, segurando seu rosto entre minhas mãos e lhe dando um selinho demorado.

— Um beijo e um selinho por dia, nada mais. 

— Uhn... – sua expressão era pensativa. — Sabe que posso iniciar o sexo com apenas um beijo e terminar com um selinho, não sabe? 

Gargalhei, batendo em seu braço. 

— Sem sexo, Topaz. 

Decretei, vendo um beiço formar nos seus lábios, me afastei contendo a vontade de desfaze-lo com o beijo. Ela riu, percebendo o que me causa e posicionando a câmera para tirar mais uma foto minha. 

Ainda ficamos um bom tempo caminhando pela torre, exploramos os outros andares e no final, decidimos ir embora pois estava ficando tarde. Não houve mais beijos, mãos dadas, mas rolou muitos sorrisos, flertes e brincadeiras. Estava me sentindo feliz, mais do que o normal, ter sua presença me levava as nuvens. Toni está conseguindo ganhar meu coração mesmo que aos poucos. 

— Está entregue. 

A morena falou após abrir a porta do carro para que saísse, agradeci com um sorriso, parando a sua frente. Toni fez questão de chamar o carro e dizer que iria pagar por ele, insinuando que o encontro foi todo plano seu.

— Obrigada por hoje, adorei.

Falei, grata por nossos momentos.

— Estava pensando... – murmurou juntando as sobrancelhas. — Seria mais fácil ficar aqui na sua casa já que terei que voltar amanhã para o almoço.

Sorri, negando.

— Bela tentativa. – beijei sua bochecha. — Mas não.

— Você fica sexy me negando, sabia?

Provocou-me mordendo os lábios.

— Boa noite, Topaz!

Falei, encerrando o assunto. 

— Boa noite, Cheryl.

Sorriu fraco, me observando caminhar para dentro da casa. Senti seu olhar em mim até adentrar o local, assim que o fiz fechei a porta. Soltei um suspiro, levando a mão no peito tentando acalmar meu coração acelerado, sorri balançando minha cabeça e tendo certeza que hoje teria sonhos com Toni Topaz.



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