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História 1484 - Único


Escrita por: ssespinoza

Capítulo 1 - Único


Itália

11 de junho de 1484

7:20 a.m

Pov: Sakura

- Mãe? - pergunto preocupada. - Está sentindo algo? Quer que... eu chame um curandeiro? - sussurrei a última parte.

 Mebuki odiava curandeiros, principalmente pelo chefe deles ser meu pai. Mesmo quando se machuca ela nunca os chama, ela é uma bruxa e pode cuidar de si mesma. 

- Ora Sakura, não sou um ser humano fraco dependente daqueles imprestáveis, sou uma bruxa e posso cuidar de mim mesma. - responde irritada.

- Então o que aconteceu? - insisto.

- Tive um pequeno vislumbre do futuro.

- E o que viu?

- Vi você morrendo queimada. 

A olho chocada e ela devolve o olhar preocupada com meu destino iminente.

- Não se preocupe querida, eu darei um jeito nisso. Não deixarei que morra antes de brilhar. - ela ergue o braço e estica a mão até alcançar minha bochecha, fazendo carinho.

- Queimada? - pergunto e ela assente. - Então...

- Vai haver uma caçada. - ela concluí meu raciocínio. 


13:45 p.m


- Mas mãe nós nem sabemos quando isso irá acontecer. Pode ser hoje, amanhã ou ano que vem.

- Exato! Pode ser a qualquer momento, preciso arranjar um jeito de te salvar. 

- Precisamos ir mãe, eles sabem onde estamos e vai ter uma caçada. Mesmo com feitiços não podemos nos esconder de milhares de homens do rei.

- Eu... sei que estou perto da resposta. Espere só mais algumas horas e partiremos. 

Eu a olho indignada, como ela podia ficar tão calma sabendo que virão atrás dela e das outras bruxas da vila? Devíamos ir agora mesmo.

- Por favor! Eu não vou suportar perder você. - ela implora e eu suspiro. 

- Tudo bem. - me aproximo dela e beijo sua testa.

- Ti amo.

-  Ti amo anche io. - respondo e logo saio, indo passear na vila.

Aqui é um vilarejo secreto de bruxas e apesar de não precisarem de muito para sobreviver, tínhamos o necessário para nós, filhas de bruxas que não possuem poder algum. É bem comum na verdade pessoas como eu existirem, a maioria é desse jeito. 

Infelizmente os humanos nos temem muito, eles não nos entendem e por isso temos que mudar de cidade constantemente, para evitar nossa morte na fogueira.

Continuo caminhando perdida em meus pensamentos e só saio de meu transe quando encontro Sasuke, meu namorado.

- Hey, doce, tudo bem? - Sasuke me pergunta.

- Sim, sim, tudo ótimo. - respondo meio aérea. 

- Sua mãe teve outra visão. - afirmou.

- Teve. 

- O que foi dessa vez? 

- Ela me viu queimar.

Pov: Mebuki

Eu não posso deixá-la morrer, não posso. Preciso encontrar algo. 

Fechei outro livro de magia decepcionada por não ter encontrado algo que proteja minha filha. 

Pensei no que minha mãe havia me dito certa vez.

Flashback on:

- Este livro, filha, pertenceu a primeira bruxa. Ele foi escrito por ela e contém os mais poderosos feitiços e poções do mundo, use-o com cuidado e apenas faça o que está escrito nele quando for necessário.

Observo o livro, é tão velho que está desgastado na capa, com certeza o livro mais grosso que verei.

- Tudo bem mamma. - assinto em concordância. 

- Proteja-o bem, com sua vida se preciso. Nossa linhagem depende disso.

Flashback off

Fui até meu quarto e movi minha mão para a esquerda fazendo com que o armário se movesse, levitei algumas madeiras que escondiam a caixa em que mantinha meu livro. Retirei-a com cuidado e soprei a poeira que estava ali, era grande feito com uma madeira escura e mágica que impedia qualquer humano e bruxa que não fosse eu de se aproximar, puxei o cordão de meu pescoço e toquei a chave que tinha nele, era pequena e feita de ouro.

Coloquei a chave na fechadura e girei, a caixa abriu instantaneamente e pude ver o livro que herdei de minha falecida mamma.

Peguei-o e me dirigi a cama, sentando-me e o abrindo pela primeira vez.

Havia feitiços maravilhosos e bizarros ali, demorei um bom tempo mas finalmente pude ver algo que salvaria minha pequena Sakura.


Poção da Imortalidade:

Ingredientes:

- 13 trevos de quatro folhas;

- Pó de chifre de unicórnio;

- Raiz de Mandragora;

Losna;

- Raízes de valeriana;

- Raiz de asfódelo em pó;

- Vagem sudorífera;

Casca de Wiggentree;

- Muco de Verme Gosmento;

- Ditamno;

- Moly.

Modo de preparo: 

Picar raízes de valeriana e botar no caldeirão, após isso ela deve apresentar-se lisa e cor de groselha, o ideal. Após feito, deve-se cortar a vagem sudorífera e botar no caldeirão. Agora mexa no sentido anti-horário, que resulta em uma poção violeta. Adicionar a raiz de asfódelo em pó e a infusão de Losna. Adicionar pó de chifre de unicórnio no caldeirão; Cortar raiz de Mandragora e adicionar ao caldeirão. Adicionar os 13 trevos de quatro folhas e deixe tudo ferver por uns 5 minutos. Deve-se esmagar a Moly com o cabo de uma faca. Isso feito, deve-se cortar o Ditamno em pequenas fatias, assim como a casca de Wiggentree. Adicionar ao caldeirão o Muco com a Moly amassada e o Ditamno. Mexer até a solução ferver, e adicionar a casca de Wiggentree. Mexer sempre no sentido horário até atingir a coloração indicada.

Avisos:

-  A poção contém efeitos colaterais irreparáveis e permanentes;

- Está poção salva o indivíduo da morte, para completá-la será feito uma troca: a vida da bruxa que fez pelo indivíduo, agora, imortal;

- É magia negra, portanto, proibida.


É perfeita. A solução que eu procurava. Claro, tem efeitos colaterais mas Sakura pode superar e se for preciso morrer para salvá-la, eu farei sorrindo.

Procurei os ingredientes, tinha todos em casa, e comecei a fazer.

Pov: Sakura

Passei as três horas seguintes com Sasuke. 

- Eu amo esse lugar. - comentei animada.

Estávamos em um campo repleto de lindas e graciosas flores, o céu sem nuvens e o sol fraco deixavam o dia ainda melhor.

- Eu sei. - ele sorri para mim e eu sorrio de volta. 

- Ti amo. - digo e dou um selinho nele.

- Sabe Sakura, às vezes eu penso que nessa eterna guerra contra humanos não conseguimos aproveitar nossa felicidade, mudando constantemente, perdendo gente querida, lutando por nossas vidas. Não conseguimos parar um pouco e ser felizes, não podemos aproveitar e eu acho isso triste. Vivemos em perigo o tempo todo e tudo que mais quero é aproveitar todo meu tempo com você, por isso eu te pergunto: quer casar comigo?

Abri a boca surpresa, algumas lágrimas escorreram e eu me joguei em cima dele.

- Sí! Certo che sí, Sasu. 


19:33 p.m


Passei mais uma hora com ele até que decidi voltar e Sasuke fez questão de me trazer em segurança.

- Ciao il mio sposo. 

- Ciao il mia sposa. - respondeu e me beijou.  

Assim que nos separamos fiquei ali vendo-o se distanciar até desaparecer e finalmente pude entrar. 

- Mãe? - chamei-a.

- Na cozinha. 

Fui até o cômodo e encontrei ela na mesa de jantar com um vidro transparente e um líquido vermelho brilhante dentro.

- Estou noiva! Sasu me pediu em casamento. - contei animada.

- Sério filha? Ah minha meninha! Parabéns. - ela pula da cadeira e me abraça apertado. - Il mio piccolo angelo. 

Nos separamos depoia de uns dez minutos, ao nos afastarmos ela sentou-se em seu lugar novamente e me sentei ao seu lado. Comecei a contar desde quando sai e encontrei Sasu, até seu pedido.

- Que fofo! O Sasuke é um bruxo tão bom, tão bondoso.

- Sim. - concordei sorrindo. - Aliás mãe, o que é isso? 

- Ah! Eu encontrei algo que pode te salvar, este líquido é a poção da imortalidade. 

- Uau mãe, sério? - pergunto surpresa.

- Seríssimo. 

- E vai funcionar em mim? Quer dizer eu não sou bruxa.

- Claro que vai, não sã...

Minha mãe é interrompida por um grito agudo, seguido por vários outros. Nos entreolhamos e assentimos, pego o frasco guardando-o em meu bolso e saimos correndo da casa.

Chegamos até a praça central e encontramos soldados daquele maldito rei pondo fogo em tudo que viam.

- Rápido filha, tome a poção. 

Peguei o vidrinho, tirei a tampa e tomei tudo o mais rápido que pude. Estava de costas para aquela cena e não percebi quando alguém se aproximou, nem minha mãe notou, a pessoa me pegou com força no braço e me arrastou. Nesse mesmo momento vi minha mãe caindo de olhos fechado e um sorriso no rosto.

- MAMMA. - berrei desesperada com lágrimas se formando e escorrendo. - Non mamma, non lasciarmi. Resta con me.

- CALE A BOCA SEU MONSTRO. - o soldado grita comigo e, em seguida, me joga contra um poste me amarrando lá.

Olhei para praça vendo o terror espalhado pela vila, observei tudo em volta até que prendi minha atenção em um homem de cabelos negros e pele pálida, os olhos abertos mostrando as orbes escuras. Era Sasuke. 

Ele lutava contra um soldado mas não podia ver outro se aproximando por trás, quando ia gritar isso para ele o soldado enfia uma mordaça em minha boca.

Meu noivo lutava bem, estava quase matando o homem quando o que estava atrás dele cravou uma faca em seu pescoço. Ele moveu a cabeça tentando ver quem o acertara quando seus olhos se encontraram com os meus e ele caira morto no chão. 

Me debati, chorei, tentei gritar, estava desesperada. Sasuke tinha morrido e pelo que entendi minha mãe também. Era uma dor tão profunda e horrível, como se meu coração estivesse se rasgando, as lágrimas não paravam de descer. 

O homem que matou meu Sasuke se aproximou de mim com um sorriso zombeteiro.

- Aquele era seu namoradinho? Que pena, talvez queira se despedir dele... ou não. - olhou-me dos pés a cabeça e lançou a tocha que segurava na mão esquerda, a mesma que matara Sasu, aos meus pés.


Dia seguinte

 08:52 a.m


Acordei no chão ao lado do poste em ruínas. Sentei-me confusa, pelo jeito poção funciona, não que eu tenha duvidado de minha mãe.

Me levantei e fui andar pela vila para ver o que tinha sobrado e se havia algum sobrevivente.

Quando passei pela casa de Ino, uma amiga minha, ouvi um gemido sôfrego. Adentrei a casa e vi a loira sentada no chão com as mãos, totalmente vermelhas, tentando estancar o sangramento da ferida no pescoço.

- Ino? - chamei e ela abriu os olhos.

- Sakura... me... ajuda. - pediu entre pausas.

Me aproximei dela, o cheiro de seu sangue despertando algo em mim, ajoelhei-me ao seu lado e retirei suas mãos do pescoço sujo, senti minhas gengivas doerem e algo crescer entre meus dentes, senti e percebi que eram presas. 

- O que vai... fazer? - suspirou.

- Ajudar você, Ino.

Abri a boca quando estive próxima o suficiente de seu pescoço e cravei as presas lá. Ino deu um gemido de dor mas ignorei e continuei sugando seu sangue, sentindo seu gosto quente e doce descer por minha garganta. 

Ouvi as batidas do seu coração diminuirem até pararem completamente, me afastei e lambi os lábios aproveitando um pouco mais. Agora não há mais nenhum sobrevivente.

- Addio Italia. 


Inglaterra

11 de junho de 2018

6:54 a.m


Primeiro dia de aula, nem sei direito o porque de ter me matriculado. Porque estou entediada, talvez. O fato é que ser uma vampira é legal, disfarçar, se alimentar, transformar outros no mesmo que eu, matar e etc... Mas isso foi no início quando perdi tudo e fiquei revoltada, matei Ino e me arrependo disso agora. Bem eu tenho 534 anos de diversão nas costas mas chega em um ponto que mesmo sendo imortal você envelhece e para de achar as coisas que gostava legais, é mais ou menos isso que acontece comigo. Apesar de que ainda adoro me alimentar, também amo meus dons novos, ou velhos no caso.

Depois de enrolar no estacionamento vazio, acabei entrando pelas adoráveis portas vermelhas típicas de filmes de colegiais.

Fui até a sala em que, a partir de agora, estudaria e entrei. Ainda era bem cedo e haviam poucos alunos na sala, a maioria deveria estar no pátio ou coisa assim.

Sentei-me em uma cadeira do fundo, tentando passar despercebida apesar de saber que não é facil quando se tem cabelos rosas, pele pálida e olhos vermelhos, meus olhos eram verdes mas depois que me transformei eles mudaram.

Peguei meu celular, deveriam ter inventado isso antes, e conctei meus fones nele, ouvindo uma música qualquer. 

Mais ou menos trinta minutos depois todos os alunos haviam chegado e o professor logo depois. Ele começou a explicar sua matéria, biologia, quando batidas na porta ecoam pela sala.

- Entrem. - resmunga irritado e a porta se abre mostrando um loiro de olhos azuis, seus cabelos eram bagunçados e a pele bronzeada. Era bonito. E tinha alguém atrás dele.

- Desculpe o atraso professor. - o loiro fala.

- Apenas sentem-se.

O loiro vêm em minha direção e se surpreende ao me ver.

- Tomou no cu, tem uma novata no seu lugar. - ele fala baixo mas eu ouço devido minhas habilidades.

- Cale a boca, ela não vai ser louca de continuar no meu lugar. 

O de olhos azuis sentou-se na minha frente e pude ver quem estava atrás, minha boca se abriu e arregalei meus olhos, se eu ainda fosse viva meu coração teria disparado.

- Il mio fidanzato. - falo ainda surpresa. - Sasuke! Sei morto ... come? 

- O quê? - perguntou confuso. - Desculpe não te entendo.

- È morto ... È morto molto tempo fa.

- A senhorita é a aluna nova? - o professor interrompe e lembro-me que estou na escola.

- Sim senhor. - respondo. 

- Bem pessoal, esta é Haruno Sakura, de onde veio, querida?

- Itália.

- Olha aqui novata esquisita, sai do meu lugar ou eu te faço querer voltar para Itália. - Sasuke fala.

Fiz algo impensado e me levantei, aproximei-me dele e o abracei. Ele estranhou e tentou me afastar mas eu sou mais forte que ele e o prendi contra mim, forçando-o a me abraçar.

- Mi ami? - sussurrei em seu ouvido, ignorando a todos.

- E-eu nem te conheço. - gaguejou, vi seu olhar ficar confuso e logo um brilho nostálgico o atingiu. - Mai.

Quando o vi, fiquei chocada e confusa, mas lembrei que os bruxos quando morrem naturalmente se tornam parte da natureza, mas quando são assassinados reencarnam como humanos, tendo uma segunda chance. Minha mãe me disse, quando eu era pequena, que se eu me apaixonasse por um bruxo e o matassem, ele reencarnaria com a mesma aparência e que para fazê-lo lembrar eu deveria fazer uma pergunta com uma resposta especial para nós. Quando Sasuke se declarou para mim eu lhe fiz essa pergunta.

- Mi ami?

- Mai.

Ti amo anche io.

Estávamos no campo naquele dia, por isso amo aquele lugar. 


Notas Finais


Ti amo anche io - Também te amo.

Sí! Certo che sí - Sim! Claro que sim.

 Ciao il mio/a sposo/a - Tchau meu/minha noivo/noiva.

Il mio piccolo angelo - Meu anjinho.

Non mamma, non lasciarmi. Resta con me. - Não mamãe, não me deixe. Fique comigo.

Il mio fidanzato - É meu namorado.

Sei morto ... come - Está morto... como?

È morto ... È morto molto tempo fa. - Ele está morto... Morreu há muito tempo.

Mai - Sempre.

Admito que roubei ingredientes e modo de preparo das poções de Harry Potter, rs
Espero que tenham gostado.


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