Escrita por: Akihiko-chan
Kageyama Tobio
Eu não sei como reagir quando escuto os comentários sobre o Shouyou. Percebo quando ele começa a chorar e sai correndo do palco até o banheiro. Yachi corre atrás dele, enquanto eu ando até a mesa daqueles adolescentes morrendo de raiva.
- E aí, bonitão? - diz uma garota loira. - Quer largar aquele careca e dar uma volta comigo?
- Você tem muita sorte por eu não bater em mulheres, sua vaca. - Agora olho para o garoto que fez os comentários. O puxo pelo colarinho da camiseta. - Você quer que eu quebre quantos ossos seu?
- Calma aí, cara! - tenta se soltar. - Era só uma piada!
- Você acha legal zoar alguém com câncer? - nega balançando a cabeça. - Acho ir vou me divertir quebrando o seu osso.
- Socorro! - Ele grita. Um outro garoto tenta nos afastar, mas eu não o solto. Começo a apertar seu pescoço, com tanta raiva que se eu não me controlar, vou matá-lo sufocado.
- Ninguém mexe com o meu marido. - antes que eu dê o primeiro soco, sinto a mão pequena do Shouyou tocar meu ombro. - Shouyou?
- Vamos para casa. - ele está chorando. - Por favor.
Arregalo os olhos. Nunca vi Shouyou chorar desse jeito, é de partir o coração.
- Na próxima, moleque, eu te bato tanto que você nunca mais vai querer zoar alguém doente. Ouviu bem? - fica em silêncio. - Eu perguntei se ouviu! - grito.
- Sim! - O solto. Pego a mão de Shouyou e vamos embora. Chegando na casa dele, ele entra correndo e vai para seu quarto. Eu e Yachi o observamos deitar na cama, começando a chorar. Meu coração está esmigalhado por vê-lo chorar dessa maneira. Queria poder ajudá-lo.
- Hinata, calma. - Yachi abre um armário e pega uma caixa de calmantes. Força Shouyou a tomar. - Você vai se sentir mais calmo em alguns minutos.
- Calmo?! Eu só vou ter paz nessa vida quando estiver a sete palmos de baixo da terra! - me assusto com suas palavras. - Por que eu tenho que ser doente? Eu não aguento mais isso! Eu não posso nem sair na rua sem alguém me olhar estranho. Eu quero morrer logo!
- Hinata… - a loira começa a chorar. - Você não pode desejar a sua morte.
- Eu posso sim! E vou! - Não temos tempo para segura-lo quando ele entra no banheiro e tranca a porta.
- Shouyou! - bato na porta. - Yachi, tem alguma coisa cortante no banheiro?
- Eu acho que não... espera! As giletes, Kageyama-kun! - arregalo os olhos. - Hinata, por favor, abra a porta!
- Shouyou, por favor! - tento arrombar a porta, mas ela é muito forte. - Shouyou, não faça nada! Eu morro se você morrer!
- Eu vou chamar os seguranças! - ao dizer, sai correndo do quarto. Continuo gritando para ele não fazer nada, mas não obtenho resposta. Talvez por causa do gesso ele não consiga fazer nada, mas mesmo assim, é um risco que não quero correr.
- Shouyou!
Os seguranças da mansão entram no quarto. Com um pouco de dificuldade, os dois conseguem abrir a porta. Meu coração falha uma batida quando vejo Shouyou desmaiado no chão, com o braço cortado e com o nariz sangrando.
- A ambulância! Alguém chama a ambulância! - grito desesperado.
…
Estou do lado de fora do hospital, sem saber o que fazer. Estou desesperado, faz mais de meia hora que não recebo notícias de Shouyou. Eu choro, sem saber o que fazer.
- Tobio! - Miwa aparece correndo até mim. - O que foi que aconteceu?
- Miwa… - ela me abraça. Conto tudo que aconteceu enquanto choro. Quando termino de contar, ela está chorando como eu. - O que eu faço, Miwa?
- Só nos resta ter esperanças. - acaricia meus cabelos. - Ele vai ficar bem, tenho certeza.
- Era muito sangue. Muito mesmo. Isso é horrível.
Antes que ela diga mais alguma coisa, Yachi aparece com cara de choro.
- Kageyama-kun…
- O que foi? - a seguro pelos ombros. - O Shouyou está bem, né?
- Ele perdeu muito sangue, vai ter que fazer uma transfusão. E também... ele não quer ver ninguém. Diz que está com vergonha que qualquer pessoa o veja como está. Não quis nem que eu entrasse no quarto dele.
- Mas eu preciso vê-lo! É meu marido!
- Tudo depende dele, Kageyama-kun. Se houvesse um jeito de fazer ele se sentir como as outras pessoas…
Nesse momento, tenho uma ideia incrível.
- Eu volto daqui a pouco! - antes que eu saia correndo, Miwa segura meu braço. - Eu preciso ir.
- O que você vai fazer? - pergunta preocupada. - Não faça nenhuma loucura, por favor.
- Não vou. Irei fazer algo bom. Agora, me deixe ir.
- Ok. - suspira. - Boa sorte, maninho. - faz um joia. Corro até meu carro e dirijo até o cabeleireiro mais perto que conheço. Assim que chego lá, falo para o cabeleireiro: - Pode passar a máquina, no zero.
Eu vou fazer o Shouyou perder a vergonha da sua aparência.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.