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História 1732 - O Ano do Vampiro - Conhecendo mais o "Upir"


Escrita por: Tenjin

Notas do Autor


Boa Leitura!

Capítulo 3 - Conhecendo mais o "Upir"


Gai trouxe todos os livros, anotações e até mesmo pergaminhos que encontrou sobre os upir ou vampiros, como eram popularmente conhecidos naquela região. Iruka olhou aquela montanha de informações que tinha, o que o surpreendeu de certa forma, não esperava ter tantas coisas.

— Vocês gostam mesmo dessas lendas — Iruka falou indicando a quantidade de material à sua frente.

— Nem vou tentar te convencer que não é uma lenda, pois você descobrirá por conta própria — respondeu Gai com desânimo.

E assim começaram a longa noite, com direito a um jantar e café forte feito por Lee, Tenten e Neji que estavam preocupados com o Gai que não havia voltado para casa, mas que ficaram mais calmos quando souberam que estava mostrados a Iruka todas as lendas e histórias sobre os upir.

— Você verá, doutor, os upir realmente existem — falou Neji sentando numa das cadeiras enquanto folheava um dos livros

— Está certo, Neji. Acreditarei quando eu ver — afirmou a mesma coisa pela milésima vez.

— Porque o senhor não acredita? — questionou Lee.

— Lee eu fui criado para acreditar naquilo que vejo e tocar, acreditar que tudo tem uma explicação lógica e não apenas informações que são passadas de boca a boca. Como posso explicar, às pessoas criam teorias sobre o que não entendem como quando há pessoas que estão definhando sem causa aparente e que vão, dia a dia, perdendo as suas forças, procuram explicar a causa desse mal como sendo ataque de demônios ou de espíritos maléficos que, pouco a pouco, vão devorando a alma da vítima ou o seu coração, ou ainda chupavam o seu sangue até lhe causar a morte, quando a explicação na verdade é apenas alguma doença que recaiu sobre a pessoa — o Umino tentou explicar sua opinião, que ainda era vista como cética.

— Então não acredita no amor? — perguntou Tenten ignorando totalmente a fala do médico.

— Acredito no amor dos pais que sempre nos protegem, amor de irmãos…— começou a falar mas foi interrompido pela jovem.

— Não falo desse tipo de amor, falo de amor igual o Lee sente pelo Gaara — explicou a moça de coques deixando tanto Lee quanto Iruka corados.

— Bem, eu… 

— O senhor nunca se apaixonou? — perguntou Tenten, novamente não deixando Iruka completar sua fala.

— Na realidade sim, mas não fui correspondido e quase perdi a vida — respondeu nervoso.

— E porque? A mulher era comprometida já? — quis saber Neji.

— Não, era um homem e não aceitou muito bem, apesar dos seus sinais indicarem outra coisa. Mas é passado — Iruka estava um pouco envergonhado, mesmo sabendo que os jovens e Gai não o julgariam por suas escolhas.

— Acho que está na hora dos três irem para casa. Se não forem para a aula da Kurenai amanhã ela vai vir atrás de mim e não tô afim de escutar outra bronca por causa dos três. Vão — Gai mandou e os três à custa de muitas reclamações e resmungos foram para casa.

— Peço desculpas por eles, às vezes esquecem da educação — se desculpou o delegado.

— Não tem problema.

— Então o doutor Umino é cético para as lendas e não para o amor, que é algo que não se pode ver nem tocar. Interessante — falou Gai mais para si mesmo.

Iruka fingiu não ouvir e voltou sua atenção aos livros. A cada página que lia, a cada nova informação que encontrava, o Umino pensava que ou as pessoas eram loucas ou se ele realmente existisse era um verdadeiro monstro e pela primeira vez desde que chegou a Belgrado, Iruka sentiu um arrepio de medo percorrer a espinha e outro sentimento que não sabia dizer mas pensava que era algo como pena, até mesmo compadecimento.

O doutor anotava as questões que conversaria com o Hatake, as dúvidas e conforme fosse as respostas poderia dizer que, finalmente, começava acreditar em upir ou vampiros.

Os dois ficaram na pequena delegacia até de madrugada, quando finalmente Iruka terminou de ler os livros enquanto Gai já havia apagado em cima da mesa a horas atrás. Para Iruka virar a noite estudante era algo normal. Na hora de sair até tentou acordar Gai mas ele dormia feito uma pedra, por isso escreveu um bilhete e deixou na mesa do delegado, indo finalmente para sua casa.

Iruka andava pelas ruas desertas de Belgrado naquela madrugada e por um momento se sentiu vigiado, da mesma maneira que se sentia na floresta que cercava a propriedade de Kakashi e por um momento pensou que ele estaria ali, mas logo afastou aquele pensamento, afinal porque um vampiro estaria atrás de si, o observando? O médico riu ao se referir, mesmo em pensamento, a Kakashi como vampiro.

 

[...]

 

No dia seguinte, Iruka se preparou para ir de novo conversar com Kakashi, estava quase se tornando uma atividade diária, mas pensava que o quanto mais rápido entendesse o que realmente se passava em Belgrado, mais rápido poderia voltar a Londres, se bem que sua vida ali não era ruim e também não tinha mais nada na Capital. Não havia dito a ninguém, mas um dos motivos que o levaram a aceitar com facilidade a proposta para ir até aquela cidade foi o fato dos pais terem falecido alguns meses atrás e ele não queria mais ficar em Londres sem ninguém.

Naquele dia se precaveu e arrumou um cantil com água, alguns sanduíches e algumas frutas, pois sabia que não seria convidado a ir até o castelo, mas quem sabe não pediria, tudo dependerá das respostas que obter, se conseguir alguma.

Agora o Umino se encontrava na entrada da floresta de novo, nem havia falado com Gai que iria para lá, afinal não precisava informar a ele todos os seus passos. A floresta naquela manhã estava viva, indicativos que Kakashi não estava por perto. Iruka o esperou por um bom tempo, podia dizer que ficou algumas horas ali sentado entre as árvores. Estava prestes a ir embora quando a floresta ficou em completo silêncio e aquele frio familiar percorreu o corpo de Iruka.

— Pensei que não apareceria, já estava indo embora — provocou Iruka.

— Estava… dormindo — respondeu Kakashi e era perceptível que estava mentindo.

— Dentro de um caixão? — perguntou Iruka com divertimento.

— Andou pesquisando, doutor Umino?

— Sim, fiz o que me pediu e mais alguns estudos e queria fazer algumas perguntas, se não se importar — apesar de não acreditar que Kakashi era de fato vampiro, ainda tinha certos receios sobre o homem.

— Você é bastante curioso, não é? Mas já que estamos aqui — a voz do Hatake soou com indiferença.

— Poderia me convidar para ir até sua casa, estou cansado de ficar sentado no chão. E também poderia aparecer, ficar falando com uma voz sem ver a pessoa, é desconfortável — reclamou Iruka.

— Não acho que seja uma boa ideia — afirmou Kakashi.

— Porque? — pediu mesmo que soubesse a resposta.

— Não descobriu com suas pesquisas com o tal delegado ontem? Pois ficaram até de madrugada juntos...

— Como sabe? Você estava me vigiando? — perguntou num misto de vergonha e raiva — Ah como queria ver tua cara para te dar uns tapas por ficar me perseguindo… 

— Não respondeu à minha pergunta… não faz ideia porque não posso aparecer para ti?

— Até faço, mas agora quero saber porque estava me vigiando.

— Você me intriga, Iruka. É diferente das pessoas que conheci. Até me lembra um pouco do… — Kakashi deixou a frase morrer.

— Te lembro o Obito? — perguntou Iruka com certo receio.

— Me diga, Iruka, porque não apareço para você?

O Umino percebeu que ele desviou do assunto propositalmente, e pelo que Hiruzen lhe contou, imagina que aquele ainda era um assunto delicado e resolveu não insistir naquilo, pelo menos por enquanto.

— Se você for um vampiro tem a capacidade de hipnotizar as pessoas, fazer com elas façam tudo o que quer sem questionar, sem hesitar — explicou o médico.

— “Se”? Ainda não acredita que eu seja realmente um vampiro??

— Não é isso, é só que ainda é tudo novo para mim, sempre acreditei que as coisas tem uma explicação lógica.

— Mas está certo, se olhar para mim, não poderá evitar a hipnose, nem eu poderei evitar de fazê-la, por isso não apareço para ti, não quero que isso ocorra.

— Porque? Assim poderia fazer com que nunca mais voltasse aqui.

— Não é assim que funciona, Iruka. Se cair na hipnose, você irá querer ficar ao meu lado, não irá se afastar.

— E se eu não olhar para você?

— Como assim?

— Tipo deixar meus olhos fechados ou vendados..

— Mesmo se fechar os olhos não resistirá ao impulso de abri-los, talvez vedá-los dê certo, mas não testaremos hoje.

— Ainda ficaremos nessa… poderia me dizer como você é?

— Pensei que gostaria de saber sobre como me tornei um vampiro, não sobre minha aparência.

— Porque sempre sai pela tangente das minhas perguntas?

— Se não for falar sobre “upir” irei embora — advertiu o Hatake sem paciência.

— Tudo bem, não vá. Prometo que não farei perguntas indiscretas de novo — pediu um pouco envergonhado.

— Assim espero.

Iruka respirou profundamente, se ajeitou no chão, pegou sua mochila, pegou seu caderno e sua caneta tinteiro para poder anotar as respostas que receberia

— O que você é Kakashi?

— Um upir, o mais temido dos seres sobrenaturais, tenho sede de sangue. Alguns dizem que gostamos de brincar com as pessoas antes de devorá-las, mas não é verdade, não se deve brincar com a comida — Kakashi usava do sarcasmo que não passou despercebido por Iruka.

— Está brincando comigo?

— Acabei de falar que não brinco com comida…

— Você é um idiota… você ataca durante a noite apenas?

— A noite é mais tranquila, por isso. Mas tenho hábitos tanto noturnos quanto diurnos.

— Dorme num caixão? — perguntou Iruka se esforçando para segurar o riso.

— Vou colocar você para dormir em um.

— Desculpa a brincadeira, não resisti. Você muda de aparências? Pode se transformar em outra pessoa?

— Tem algo que realmente queira saber? Alguma pergunta que seja original? Algo que não queira apenas confirmação daquilo que leu nos livros. Pois se for isso não precisa perguntar. Não mudo de aparência, mas posso fazer com que as pessoas pensem que sim. Eu posso transformar as pessoas em vampiros, mas nunca fiz. Mas não faço isso mordendo os outros como pensam, se fosse assim teriam um bando de upirs psicopatas soltos em Belgrado, é preciso que bebam o sangue e jamais condenaria alguém a essa vida. Eu mantenho as vítimas vivas por dias, sugando seu sangue pouco a pouco até morrerem por inanição e…

— Cale a boca, Kakashi — mandou Iruka irritado — Me desculpe se pareceu que estava querendo confirmação daquilo que li, até pode ser verdade, mas não assim. Posso dar minha opinião sobre um dos fatos e você pode me confirmar se é assim mesmo. 

Um silêncio se formou e para qualquer outra pessoa que visse Iruka ali, achariam que ele estava sozinho, mas Iruka sabia que o Hatake ainda estava ali e pela primeira sentiu uma aproximação do outro, sentiu ele sentar do lado oposto da árvore que estava escorado.

— Não olhe para trás — advertiu Kakashi com seriedade — Diga a sua opinião.

— Pensei que ia me matar quando te mandei ficar quieto — Iruka sentia que Kakashi era capaz de ouvir seu coração bater em seu peito devido ao medo que sentiu, o que era verdade mas não apenas por isso, o Hatake era capaz de ouvir o coração de Iruka do outro lado da floresta

— Não nego que pensei nisso, então não abuse da sorte, Umino.

— Entendido, senhor Hatake. Pelo que entendi, o vampiro é alguém que morreu prematuramente ou cuja existência foi malfadada ou ainda que alguém considerada funesta a sociedade. Assim, sua alma voltava a este medo que não deseja abandonar, não quer deixar a humanidade. Penso que talvez o upir sinta que ainda tenha coisas para resolver e para que consiga alcançar esse objetivo e  sua vitalidade ele precisa do sangue de outras pessoas, pois para muitos é considerado universalmente como a verdadeira ligação da alma e da vida. 

— Poético Iruka, mas quase ninguém pensa assim, nem eu mesmo acredito nisso, porque na verdade nem sei porque estou aqui, pois não posso me matar, se pudesse já teria feito isso — a fala saiu com certo decepção com esse fato.

— Como não? — perguntou e quase se virou para o lado em que Kakashi estava.

— Iruka, não vire — ordenou Kakashi e o doutor voltou a sua posição anterior — E o que quis dizer com isso?

— Bem, é que eu li que para um upir para alcançar seu poder máximo e todas suas habilidades, ele precisa cometer um ato contra si mesmo, ele precisa cometer suicidio. Mas você disse que não pode se matar — a voz do doutor saiu quase como um sussurro, estava preocupado em falar o que não deveria e nunca mais conversa com o outro.

Novamente um silêncio se instaurou e Iruka podia jurar que sentia Kakashi segurar uma fúria gigantesca, o que fez Iruka se encolher e pela primeira vez desde que conheceu Kakashi, sentiu medo da morte realmente. 

Iruka sentiu uma lufada de vento que bagunçou seu cabelo fazendo alguns fios soltarem do seu rabo de cavalo e pode sentir Kakashi se aproximar e instintivamente fechou os olhos, lembrando do que o outro havia dito.

— Isso é um assunto para outro dia, Iruka — foi a única coisa que ouviu.

O médico sentiu a respiração de Kakashi bem perto do seu ouvido o fazendo arrepiar por completo e naquele momento sentiu uma vontade imensa de o olhar, como se ele o atraísse e quando cedeu ao desejo, Kakashi já não estava mais ali. A floresta tinha vida novamente e Iruka estava sozinho e seguro.

 

[...]

 

No castelo, Kakashi tentava controlar o desejo de ir atrás do Umino, mas não para matá-lo, longe disso. Jamais machucaria alguém como ele, alguém de coração tão puro. Mas era algo além disso, o Umino havia despertado algo no vampiro centenário, algo que pensou estar morto como seu coração que já não pulsava mais, mas que apesar de todas as probabilidades ainda era capaz de sentir.

— Iruka você fez despertar algo em mim que já havia dado como morto, mas que agora se tornou meu objetivo nessa minha malfadada condição e eu farei o possível para conseguir cumprir, mesmo sabendo ser impossível.

 


Notas Finais


E ai amores...

Gostaram?

Isso tá me cheirando a amor e senti um certo ciumes de Kakashi com Gai e Gai tá interessado no Iruka ou é impressão?

Pretendo atualizar em breve amores..Bjus


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