1. Spirit Fanfics >
  2. 180 Days >
  3. Chapter 3

História 180 Days - Chapter 3


Escrita por: TiaClara

Notas do Autor


Tenham uma boa leitura e até breve....
TiaClara

Capítulo 4 - Chapter 3


Fanfic / Fanfiction 180 Days - Chapter 3

Point of view — Emma Heard

Completamente nervosa, esfrego uma mão na outra enquanto o meu salto bate contra o piso laminado, causando um eco na recepção da capela.
Olho mais uma vez para o relógio na parede da frente e constato que estamos aqui há quase vinte minutos, apenas esperando esse tal do juíz. Justin está sentado todo torto na cadeira com as pernas totalmente abertas, seus braços estão cruzados enquanto sua cabeça está repousada na parede e ele está com os olhos fechado. Ele está dormindo? Eu não posso acreditar no que eu vejo! Como ele pode estar tão relaxado com toda essa confusão?

Suspiro tentando manter minha calma. Eu não vou mais chorar. Quando descobri toda essa loucura pela manhã, foi inevitável esconder minhas emoções, porém não voltarei a desabar.

Fecho meus olhos desejando que os minutos passem mais depressa para que esse juiz chegue logo, porém parece que meu desejo não será atendido. Abro meus olhos quando o celular de Justin toca, chamando atenção de qualquer pessoa que possa estar no local, porém ele nem se move mesmo o toque sendo alto e com vibração.

— Porque está me olhando? — ele fala ainda de olhos fechados enquanto se ajeita na cadeira — Olhe mesmo, pois quando sairmos daqui eu quero distância, você só me dá dor de cabeça. Olha onde eu vim parar quando eu deveria estar voltando para San Diego e me preparando para o primeiro dia de aula.

E o caipira está de volta, todo aquele silêncio e tranquilidade estava bom demais para ser verdade.

— Você fala como se eu tivesse te arrastado até esta capela e te obrigado a casar comigo, caipira. E fique sabendo que eu estava incomodada com o toque irritante do seu celular e não admirando a beleza que você acha ter.

Ele ainda continua de olhos fechados e umedece os lábios totalmente convencido. Eu definitivamente odeio esse ser, como ele sequer consegue ficar assim tão calmo?  

— Todas adoram esse loiro aqui! — sua mão desce por seu peitoral até um pouco acima da virilha. Ele está com a camisa social branca toda amarrotada, que se me dissessem que um boi a mastigou, eu acreditaria.

Não consigo evitar a risada que sai de meus lábios quando vejo todo seu amor próprio. Lembro-me de Benjamin com seus olhos castanhos e cabelos escuros, aquele homem sim me agrada e excita.

“Mas você não conseguiu gozar na última transa de vocês.”

Faço com que meu subconsciente se cale, a última vez que estive com Benjamin foi um caso a parte. Não foi culpa dele e sim minha por não estar no clima e preocupada com a Universidade.

— Sinto em decepcioná-lo mas eu não gosto de loiros, para mim são perfeitos bichinhos de goiaba. Sem graça e desnecessários.

Agora sim ele abre os olhos e eu boto o sorriso mais filha da puta que consigo.

— Não foi isso que você disse hoje de madrugada, enquanto gemia em cima do meu pau.

Quase caio da cadeira quando ele termina sua fala e me sinto envergonhada por ele ter falado alto atraindo a atenção da recepcionista que o olha de cima a baixo.

— Você não pode afirmar isso, caipira. Você, assim como eu, não se lembra de nada e está sendo ridículo em admitir algo que eu tenho certeza que não aconteceu.

Levanto-me depressa para não dar chance a ele de me responder, ultimamente tenho feito muito isso. Vou até o bebedouro pegando um copo de água gelada, me encosto na parede e forço minha mente a trazer algo da noite passada, entretanto tenho apenas o branco como resposta. Eu me recuso acreditar que eu abri minhas pernas para Justin. Eu não posso ser hipócrita e falar que ele é feio pois não é, ele pode até ser considerado bonitinho, mas seria o último homem da terra que eu me relacionaria.

Em primeiro lugar eu tenho namorado e jamais enfeitaria sua cabeça com um belo par de chifres. Eu posso ser qualquer coisa mas jamais serei dissimulada. E se eu não tivesse o Benjamin, ainda sim, Justin seria a última opção.

Justin é um caipira que se acha o último homem com um pênis na terra, é mal-educado, grosso e estúpido.

Porque eu, Emma Natalie Heard, iria ficar com um homem que tem tudo que eu odeio em outra pessoa? Eu, com certeza, estava drogada.

Levo o copo até meus lábios virando todo o líquido transparente de uma vez, tendo aquela sensação de conforto, sentindo o gelado em meu peito e barriga, enquanto a água traça seu caminho até seu destino.

— Ele chegou. — me assusto quando Justin aparece em minha frente, eu estou tão distraída que não o vi chegar. Tomo mais um copo de água tentando me acalmar — Vê se não estraga nada, se não tiver certeza o que falar, deixe que eu fale.

— Eu não sou nenhuma burra! — ele revira os olhos e um um sopro sai de seus lábios como se buscasse paciência.

— Por acaso eu te chamei de burra, Emma? Eu vi como ficou esta manhã e se tiver outro ataque daquele na frente do juíz, nossas chances serão menos de zero a favor da anulação.

Agora sou eu que terei que concordar com ele, entretanto não falarei nada, pois serei capaz de morder minha própria língua, então eu apenas assinto.

Justin segue o caminho e eu vou atrás dele sentindo minhas pernas tremendo. Justin para de frente à porta de mogno, dá duas batidas na mesma e alguns segundos depois, um som forte e baixo libera nossa entrada.

Justin abre a porta e eu não acredito no que eu vejo, o homem na minha frente está vestido de Elvis Presley e abre um enorme sorriso, deixando suas linhas de expressão evidentes.

— Meu casal favorito, como foi a noite? Estão felizes com a vida de recém casados? Ontem a cerimônia de vocês foi linda! Eu nunca vi jovens tão apaixonados como vocês dois. Sentem-se, por favor.

Uma tosse se apodera de mim enquanto me sento, de onde ele tirou que somos apaixonados? Nós dois não suportamos nem o ar que o outro respira, eu até agora me pergunto como não matamos um a outro até o momento depois de tantas horas juntos.

— Viemos até o senhor falar sobre isso mesmo, eu não sou um homem de enrolação, então vou direto ao ponto. Emma e eu somos apenas amigos de faculdade e curso, talvez nem isso sejamos. Não sei nem como paramos aqui e tomamos essa decisão de nos casar, sendo que temos apenas vinte anos. Por isso em total acordo pedimos anulação do matrimônio.

Começo a balançar a cabeça positivamente feito louca, o juíz nos olha atentamente e sem reação alguma.

— O casamento foi consumado? — olho para Justin que se mexe desconfortavelmente.

—Não. — ele fala firme, me fazendo olhar para ele no mesmo momento. Ele então mentiu para mim? Não aconteceu nada, ele estava apenas tirando minha paz. Porque então eu não consigo lembrar de nada? Justin me olha e parece que ele quer me dizer algo, mas eu não consigo entender.

— Senhorita? Isso é verdade? Vocês não consumaram o casamento?

Olho para o juiz de paz e começo a tremer ao lembrar-me como meu pai é um homem bravo e como ele estaria dando berros comigo. Tudo piora quando eu consigo ver seu rosto no lugar do homem e seu olhar é acusador.

“Senta vadia”

A frase vem em minha mente e eu olho para o Justin. Benjamin não tem um vocabulário tão chulo.

— Senhorita?

Eu sinto minha boca seca, eu transei com Justin, é oficial.

— Eu preciso saber da resposta, senhorita.

— Eu.. Não me lembro, senhor. — Justin me lança um olhar mortal, por mais que eu tentasse mentir, eu não conseguiria. Eu fui criada assim, sabendo que nunca devemos contar mentiras ou somos presos por calúnia e falso testemunho.

— Todos os jovens pensam que podem vir para Las Vegas, aprontar o que querem e, por mais que aqui seja feito tudo de uma forma mais leve e menos burocrática, vale como se tivessem casado em uma igreja e vocês têm o documento que prova a veracidade do matrimônio. Sem a confirmação que não teve consumação do casamento, não poderei anular o mesmo. Sugiro que procurem um advogado e peçam o divórcio.

Justin se levanta saindo da sala sem ao menos me olhar, batendo a porta com força.

— Ele tem o gênio difícil, percebi desde ontem, mas vocês dois tem uma química forte. Tenha paciência que logo ele cairá ao seu encanto.

Começo a rir, mas é em completo nervoso. Eu estou casada com aquele ogro! Shrek que me perdoe, porém ele é mais príncipe que aquele caipira. Meu pai vai me matar, Benjamin vai terminar comigo e agora sou obrigada ouvir que nós temos química? Nem aqui nem no inferno.

— Você só pode ter enlouquecido, acho que o senhor precisa rever seu conceito de amor.

Saio igualmente puta da sala, porque eu não acordei casada com o Benjamin? Pelo menos não fugiria tanto dos meus planos.

Eu vou ser uma mulher divorciada com apenas vinte anos.

Vou até o lado de fora vendo o Justin que parece uma maria fumaça, pois fuma sem parar e seus ombros estão completamente tensos.

Agora tenho certeza que ou ele me mata ou eu o mato. Aproximo-me devagar dele e ele logo se vira, como se sentisse minha presença.

— Sai da minha frente, caralho! Eu não quero te ver.— fala totalmente bruto.

— Eu estou sem celular e não sei onde os outros estão.

— O que eu tenho a ver com isso, porra? Se vira.

Ele tem as bochechas rosadas e traga mais um pouco de nicotina. Olho minhas unhas que precisam de um esmalte, talvez um vinho.

— Por que está tão puto? — tento fazer a sonsa, pois preciso que ele me diga onde estão todos.

— Eu peço para você ficar com a porra da boca fechada e o que você me faz? Fala que não se lembra de ter consumado a porra desse casamento. Se ele tivesse a certeza que eu não comi essa buceta, já estaríamos livres um do outro. Maldita hora que eu vim para esse lugar, maldita seja você por existir.

Ele cospe e me olha com mais raiva do que antes.

— Eu tive uma lembrança e juntou ao medo, eu travei. Acha mesmo que eu queria estar casada com você? Justo você?

Falo mais alto e sinto meu peito subir e descer devido a minha raiva, porém não tenho vontade de chorar, o que eu quero mesmo é arranhar toda a sua cara.

— Para mim você está gostando desse teatro todo, custava dizer que não? Eu não quero estar casado com ninguém, muito menos com uma menina que se acha a buceta premiada, mimada, frívola e filha de pais ricos, que não batalha para ter nada na vida. Você é insuportável, Emma Heard.

Minha mão levanta na mesma hora para acertar sua face, porém ele a segura com força.

— Não ouse por essa mão em mim, Emma. — ele solta com força a mesma e começa a andar —Você não vem?

Ele percebe que estranho sua atitude.

— Eu não vou te deixar nessa merda para acontecer algo com a princesa do papai e depois eu ficar ainda mais fodido. Eu sei onde todos estão e não dá cinco minutos daqui.

Vamos o caminho todo em silêncio penso em reclamar sobre meus pés estar doendo, mas me calo. Eu ainda estou irritada com tudo o que ele me disse minutos atrás, ele não me conhece para falar comigo daquela maneira, ele não convive comigo, ele deve conhecer apenas um por cento do que eu sou ou provavelmente nem isso.

Quando ele para em frente a um hotel eu já consigo ver o cabelo ruivo de Blair no saguão, então corro para dentro dele e a abraço.


— Onde você estava? Eu fiquei muito preocupada quando acordei de manhã e estava do lado de um desconhecido, sem saber de você. Benjamin está quase tendo um ataque.

Blair começa a falar e eu apenas aperto a minha irmã entre meus braços finos.

— Eu fiz uma burrada, Blair. Papai vai ficar decepcionado, depois irá me matar e Benjamin vai me mandar pastar.

Ela me solta e me encara esperando que eu continue.

— O que houve? — ela me pergunta, então Benjamin atinge minha visão e ele vem em passos rápidos até onde estou, com minha bolsa em sua mão.

— Onde você estava, Em? Eu estava quase ligando para seu pai e relatando seu sumiço.

Ele me aperta em seus braços e me dá um leve e rápido beijo na boca, fazendo com que eu aperte o seu peitoral contra os meus seios pequenos, repouso minha cabeça em seu ombro enquanto respiro o leve aroma âmbar, pois tenho certeza que estamos perto de entrar em uma fase difícil. Aperto meus olhos quando vejo Justin adentrar o saguão com Brandon, que não para de rir enquanto tem em mãos o documento que eu chamo de minha ruína. Justin me olha e juro que posso ver nascer chifres e rabo nele, já que consigo ver a maldade nascer em seus olhos caramelos enquanto ele está cada vez mais próximo.

— Será que pode tirar suas mãos da minha esposa, Rivera? Ou eu vou ter que arrancá-las?


Notas Finais


Então, o que acharam?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...