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História 180 Days - Chapter 4


Escrita por: TiaClara

Notas do Autor


Vocês são incríveis!
Apenas três capítulos postados e já estamos em 257 favoritos e 187 comentários.
Obrigada por todo carinho.
Espero que gostem deste capítulo.
Até logo!

Capítulo 5 - Chapter 4


Fanfic / Fanfiction 180 Days - Chapter 4

 

Point of view— Emma Heard 

Todos estão olhando espantosamente para o Justin, que tem o rosto calmo, apesar de um fundo de malícia em seus olhos. Quando ele decide me olhar, consegue ver que eu estou assustada, sabendo que conseguiu causar o caos que queria. 

Seus olhos marrons também estão indiferentes, não se importando com o que vai acontecer daqui pra frente, e agora eu tenho certeza absoluta que ele quer se vingar de mim.

— O que ele quer dizer com isso, Emma? — Benjamin segura meus ombros enquanto seus olhos castanhos prendem os meus, abro a boca tentando explicar como as últimas duas horas foram confusas, mas som algum sai de meus lábios. Eu não sei como dizer isso a ele e ainda na frente de todos.

— Não ouviu, Benjamin? Você vai ou não tirar suas mãos da cintura da minha doce e adorável esposa? —  sua voz sai carregada com veneno.

— Cala a boca, Justin. — grito dentro do saguão, atraindo alguns olhares. Eu estou cansada de suas brincadeiras e palavras cruéis — Eu não quero mais ouvir sua voz, você não passa de um idiota que tem a vida frustrada e quer que todos sejam tão miseráveis como você. — eu estou a ponto de explodir de tanta raiva que eu sinto, eu nunca fiz nada para ele. Na verdade, nem sei dizer o porquê de sempre vivermos implicando um com o outro, o que eu lembro com exatidão é que foi ele que começou com tudo, sem mais nem menos, sendo que antes ele me dava o total silêncio quando estávamos entre amigos.

Escuto o suspiro do meu namorado e me viro para ele, que agora tem as mãos fechadas em punho. Levo a minha mão até a sua e faço com que ele relaxe seus longos e finos dedos.

— Vamos conversar somente nós dois, eu vou te explicar tudo e já adianto que eu vou dar um jeito. Só vamos ficar sozinhos, por favor.

Aliso seu rosto tentando tornar menos difícil esse momento, eu não vou suportar perder o Benjamin por causa desse caipira que não significa nada para mim. 

Direciono meu olhar para ele que se diverte me encarando enquanto fuma mais um rolinho branco. Seria pecado eu desejar que ele morra por causa dessa merda de cigarro aqui e agora? Provavelmente sim, as não me importo de ir para o inferno se eu me livrar desse embuste que nasceu só para me irritar e desgraçar a minha vida.

— Vamos fechar a conta então, quero conversar logo com você. — acordo do meu sonho de ver o pulmão do Justin explodindo em milhares de pedacinhos e olho para Benjamin que espera minha resposta.

—Tudo bem. — vou com ele até o balcão da recepção a passos lentos, ele tem as mãos nos bolsos do seu jeans escuro e uma t-shirt branca com a arlequina estampada na frente. Onde ele sequer arrumou essa blusa? Contenho minha curiosidade por ele estar calado e de cabeça baixa. Ele está magoado e eu sou a culpada.

— Emma, você pode me emprestar seu cartão? Eu não sei onde deixei minha carteira.

Posso vê-lo completamente sem graça por me pedir dinheiro, seguro seu pulso para que o mesmo pare de andar e ele me olha dentro dos olhos.

— Não precisa ficar envergonhado, Benjamin. Somos um casal e não importo de cobrir seus gastos.

— Eu sei. — ele se curva um pouco e me dá apenas um beijo na testa. Merda, está pior do que eu pensei. Ele volta a caminhar e eu olho para trás podendo ver Justin conversando com Brandon, que ainda não parou de rir. Ele traga um pouco de nicotina para dentro de seus pulmões e presta atenção em o que Blair fala, porém, seu rosto continua impassível como sempre e é nítido que a conversa não o interessa. 

Eu não sei se é verdade, mas uma vez eu ouvi que quando estamos sendo observados podemos sentir e agora Justin olha na direção que estou, me deixando assustada por ter um fundo de verdade nessa teoria. 

Entretanto eu não o olho por curiosidade ou desejo, como metade daquela universidade ou população feminina, eu olho querendo que sua cabeça exploda. Ele cruza os braços em frente ao seu peitoral e me olha da mesma maneira que eu, com a raiva evidente e eu tenho que conter minha vontade de mostrar o dedo do meio.

— Emma? — viro-me para Benjamin que tem sua testa com dois vincos formados entre as sobrancelhas — O que foi?

— Nada. — volto a andar e, quando me aproximo dele, pego minha bolsa que está em suas mãos, tirando o cartão roxo de dentro da mesma. 

— Bom dia, gostaria que fechasse as contas dos quartos Benjamin Rivera e Blair Williams, por favor.

A recepcionista morena, que possui cachos super definidos, assente com a cabeça, sem tirar os olhos da tela de seu computador.

— Só tenho registro do senhor Rivera no sistema, senhorita. — estranho na hora por Blair não ter pedido um quarto, olho para Benjamin que está calado e sério, além de não fazer questão de olhar para mim ou para a recepcionista. Ele mantém a expressão séria em seu rosto e vez ou outra posso escutar um ranger de dentes.

— Tudo bem, quanto é?

— Cento e oitenta e cinco dólares.

— No débito. — entrego-lhe meu cartão e a linda morena começa a fazer todo procedimento. Benjamin ainda continua em silêncio e eu não posso cobrar nada, porque seu gelo e sua distância são por minha causa. 

— Ela dormiu com o tal desconhecido, esqueceu? — assusto-me com sua fala e tento entender o que Benjamin quer dizer, até que lembro o que Blair me disse assim que cheguei.

— Tinha me esquecido. — não dou importância para a vida sexual super ativa da minha melhor amiga — Você está chateado? — levo a unha do dedo indicador até minha boca tentando acabar com o nervosismo.

— Digite a senha por favor, senhorita Heard. — a recepcionista nos interrompe e eu digito os seis dígitos, rapidamente recebendo meu cartão, a guia de confirmação do pagamento e mais alguns papéis que jogo dentro da bolsa sem me interessar por eles — Muito obrigada! Espero que tenham tido uma boa estadia e tenham se divertido.

Posso ver que a recepcionista fala no automático e não respondo, apenas me afasto um pouco esperando que Benjamin me responda. 

— Como quer que eu esteja bem, Emma? Você sumiu e aparece hoje cedo com a cara totalmente lavada e aquele cara cismado a galo de briga dizendo que você é esposa dele. Você quer que eu esteja como? Deus, eu nem quero criar teorias do que pode estar acontecendo.

Ele desabafa de vez enquanto posso ver ira em seus olhos castanhos escuros. Benjamin não é bobo e sei que está apenas se segurando para explodir comigo no momento certo.

—Benjamin, eu…

—Vamos ou não ir comer? Estamos com fome e temos cinco horas de estrada pela frente ainda. — Brandon chega pulando nas costas de Benjamin atrapalhado nossa conversa.

Benjamin anda na frente com Brandon, que reclama de não ter dormido um minuto se quer e que não sabe como vai para a faculdade hoje à noite, mas que não perderá por nada deste mundo por causa das novas calouras.

Ricardo aparece ao lado de Blair com a cara toda amarrotada e ela o abraça enquanto abre a boca devido ao sono. Essa vagabunda deve ter dado a noite toda, eu seria uma péssima amiga se eu desejar ter sido ela acordar casada e não eu? As coisas seriam bem mais fáceis. 

Paramos na primeira lanchonete que encontramos, o lugar é todo quadriculado em preto e branco, com as mesas todas brancas. O lugar está relativamente cheio, mas encontramos uma mesa mais ao fundo com seis cadeiras e vamos até ela. Benjamin se senta ao meu lado, porém não me olha ou pega na minha coxa como de costume, enchendo meu coração de tristeza.

— Quero somente um café, estou podre! — Ricardo leva a mão em seu rosto e se deita na mesa.

— Eu vou comer e muito! Estou desde ontem sem comer algo decente. — Blair sentencia enquanto repousa a cabeça no ombro do Bieber, que arreda fazendo com que ela quase caia.

— Está escrito na minha testa “burro de carga” por acaso? — Blair mostra o dedo do meio com raiva para ele e começa a ler o menu, quando percebe a garçonete vir até nós de patins. Eu sempre quis ir a um local assim, porém em San Diego não tem.

— Bom dia, o que vão querer? — Ricardo levanta o rosto na mesma hora e eu não sei dizer se é por estar com fome ou ser o safado que é, e poder analisar a sua nova vítima. Todos pedem seu café, e eu peço waffles banhado com muito mel e suco de laranja. A conversa rola solta, porém me abstenho de participar, me mantendo em silêncio e de cabeça baixa tentando pensar em alguma solução, o que eu vou fazer? 

O café é posto na mesa, meus amigos e Justin começam a comer e eu apenas pego meu copo enorme do suco natural tomando um pequeno gole, sentindo minha garganta fechada. Levo mais uma vez o copo transparente até os meus lábios, porém dessa vez tomando um gole generoso.

— Como foi a noite, pombinhos? — cuspo o suco de volta para dentro do copo ao ouvir a voz de Ricardo. Justin olha para ele e eu também.

—Você sabia, caralho? E como permitiu que essa porra acontecesse? Você mais do que ninguém deveria saber que eu jamais iria querer alguma coisa assim, nem parece ser meu amigo. — o maxilar do loiro trava enquanto espera pela resposta.

— Não me olha assim, Justin. Assim como vocês, eu estava bêbado para caralho e achei tudo divertido. — Ricardo morde um enorme pedaço de seu croissant, não se importando com o mal-estar que causou na mesa ou ele é realmente alheio a tudo. Posso sentir os olhos de Benjamin em mim e juro que eu tenho a sensação de estar sendo queimada, pois minha pele está cada vez mais com a temperatura elevada.

— Divertido? Eu estou casado com essa bonequinha de plástico e não consegui a merda da anulação! Tudo por causa da burrice dessa daí! — Justin aponta seu dedo para mim e não tenho nem tempo de rebater, pois o suspiro que sai do moreno ao meu lado me deixa congelada.

O copo é colocado sobre a mesa com força e o guardanapo é jogado em cima das rosquinhas de canela. Eu não tenho nem sequer coragem de olhar para Benjamin, que se levanta depois de mostrar toda sua irritação diante a todos e sai da cafeteria.

— Boa sorte, querida esposa. — Justin se encosta ainda mais em sua cadeira. Eu poderia pegar seu café com leite e jogar em sua cara irritante, ou gritar enquanto o espanco até a morte. Todavia, eu tenho que ir acalmar Benjamin e tentar explicar o que não tem explicação.

Saio da cafeteria depois que me levanto, torcendo o pé no trajeto até a porta dupla de vidro, meu pé dói um pouco devido ao salto e eu cogito tirá-lo, porém deixo essa ideia de lado quando abro a porta de vidro e sinto o vento de Las Vegas atingir a minha face. 

—Benjamin? — chamo seu nome um pouco hesitante e ele não se vira, não se move e não fala nada — Ben, amor, conversa comigo! Podemos resolver qualquer coisa, lembra?

Me aproximo dele usando o que sempre falamos um ao outro sempre que nos desentendemos.

— Me conta o que aconteceu? — sua voz sai cortante e tudo que eu posso visualizar é suas costas largas, já que ele não se vira. 

— Eu não sei... Depois que nos despedimos dentro da boate, apenas me lembro de quando comecei a beber alguns shots de tequila com a Blair. Então eu acordei ao lado do Justin e com a documentação de casada.

Resumo tudo o que eu me lembro e, mesmo sabendo que estou errada, escondo algumas partes porque prefiro manter assim. Ele se vira para mim e segura meus ombros, enquanto me olha dentro dos olhos. O verde dentro do castanho escuro.

— Vocês dois transaram? Por favor, me diga a verdade!

Minha boca fica seca e o coração acelera. Eu odeio o fato de nunca saber mentir e culpo meu pai por sempre exigir de mim a verdade.

— Eu… — respiro fundo — Eu não me lembro, mas eu acordei nua e ele também.

Benjamin me solta de uma vez e se vira para parede, esmurrando a mesma com leveza, apenas descontando sua frustração.

— Eu não sei se posso lidar com isso, Emma. Eu jamais pensei que algo assim poderia acontecer conosco, sabe o que significa para mim saber que outro homem tocou em você? Eu sempre pensei que seria o único na sua vida e agora tem a possibilidade de você ter transado com outro.

As lágrimas descem por minha bochecha. Eu não quero perder meu namorado, eu nem saberia o que fazer se isso acontecesse, por acaso existe vida sem ser com ele? 

Meu subconsciente me avisa que estou dependente desse relacionamento e que estou criando um drama desnecessário. No entanto o calo, pois eu sei o que é o melhor para mim.

— Você está sendo machista, Benjamin. Está pensando somente no fato de eu ter ou não transado com aquele caipira.

— Não, eu penso também que você se casou com ele sem pestanejar... Justo você que sempre me disse que quer casar com um casamento todo pomposo e quando tivesse vinte nove anos. Eu não consigo entender você, Emma.

Passo a mão na minha bochecha tirando todo vestígio de lágrimas. Eu tenho medo de perder o Benjamin sim, mas não posso ser tão fraca e devo encontrar uma solução.

— Nem eu mesma entendo, Benjamin. Eu vou resolver isso de alguma forma e juro que me caso com você quando quiser! Só não me deixa, por favor.

Tento abraçar seu corpo alto, porém, ele se afasta sutilmente, me deixando pior do estou.

— Eu não estou com raiva de você... Quando estamos alcoolizados cometemos idiotices e você cometeu a pior delas. — sua voz sai calma e o castanho que tanto gosto de seus olhos não se encontra aos meus — Contudo, eu não posso agir como se nada tivesse acontecido. Me procure quando resolver toda essa confusão e então iremos decidir o que faremos; Vou usar essa pausa para pensar, acalmar a raiva que estou sentido e não matar aquele desgraçado.

Seus lábios tocam minha testa e ele sai de perto de mim, indo para o estacionamento pegar o carro para que todos nós possamos ir embora. Fico o observando caminhando ao longe, ainda estática por ele ter me deixado no momento mais difícil da minha vida. Eu estou sendo egoísta por pensar assim? 

— Nós vamos voltar agora para San Diego. — me assusto com a voz do imbecil atrás de mim, posso sentir ele cada vez mais próximo de mim e suas mãos brincam com a alça do meu vestido, me causando náuseas — Vamos até o seu pai, ele não é o grande Juiz Heard? Portanto ele pode resolver essa merda toda e me deixar livre novamente.

Dou-lhe um tapa na mão na intenção que ele pare de me tocar e fico de frente para ele, que coça levemente o queixo de maneira preguiçosa.

— Eu não vou atrás do meu pai, ele vai me matar quando souber.

Só de pensar que ele pode me deixar sem meus cartões e carro novamente eu estremeço, isso depois de gritar comigo como se eu fosse um réu em julgamento. Justin se aproxima ainda mais de mim, se curvando apenas um pouco por não ser tão mais alto que eu.

— Não é problema meu.

Ele deixa seu tronco ereto e pega outro cigarro, levando aos lábios para acendê-lo e começa a ir em direção a sua moto quando os outros saem de dentro da cafeteria. Me abaixo tirando um dos meus sapatos e me preparo para jogar o mesmo em sua cabeça, então me lembro que é um Louboutin e aquele caipira não vale tanto.

 


Notas Finais


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