Wicca sorriu maliciosa e aparatou para o lado de fora, onde seus irmãos a esperavam. Rose emitiu um sorriso debochado para ele e com apenas um movimento das mãos, ele foi lançado pela parede da janela que dava a vista para o que ocorria em frente à casa, abrindo um enorme buraco.
Alvo gritou e caiu de costas na areira dura e molhada. Os olhares dos familiares eram de surpresa, a força em que o garoto fora jogado era brutal. O garoto sentia a cabeça rodar, respirou fundo e se engasgou, o nariz sangrava aos montes.
Rose pulou da sacada da janela, deixando Wicca orgulhosa pelo trabalho bem sucedido. Rose se apeoximou como se deslizasse pela areia, silenciosa, quando levantou a mão para terminar o serviço, uma luz passou sobre seus olhos e ela olhou para Wicca e abriu um sorriso de escárnio, a mulher não entendeu.
— Vadia — falou Rose erguendo as mãos e uma ventania começou, Wicca levitou e parecia ficar sem ar a cada segundo. — Por que todo mundo pensa que os doentes são mais facéis de pegar, deveria checar, sua vaca, que alguém que já esteve sobre controle uma vez, aprendeu a superar essas coisinhas superficiais. Deveria quebrar o seu pescoço, mas eu já matei gente demais, não acha?
Alvo estava de boca aberta, ainda tentando não ser levado pela ventania feita por Rose. Ele não estaba acreditando. A ruiva arrancou o colar do peito e com uma mão, amassou-o, sem problemas e soltou, enquanto o acessório se tornava em cinzas e se misturava na areia.
— Mais forte do que parece, bonita, estou louca para acabar com seu rostinho de princesa. — comentou Dricca, a irmã da bruxa metamorfoga — O que acha? Ou será que vou ter que fazer uma chantagem mínima?
Ela olhou ao redor e sorriu maliciosa. Sumiu por fumaça negra e em segundos depois, estava no alto de um monte de areia, com uma faca no pescoço de um garotinho de cabelos negros e olhos azuis, Harry. Rose perdeu o foco, Dominique a olhava como se suplicasse para que ela fizesse o certo.
Rose soltou Wicca e Dricca riu, apertando a faca contra pescoço do garoto.
— Agora, por ordens de Tom, a princesinha vem com a gente e a bastarda também. — disse Dricca.
Rose foi devagar até o morro de areia e Bella estava prestes a se aproximar, quando Dricca pegou a faca e com a máxima habilidade, cortou a garganta do menino, o sangue jorrou sangue para todo lado e Rose gritou, Dominique e James estavam paralisados, a aliança nos dedos... Rose jogara tudo fora. Bella aparatou junto de Carlinhos, e Silas, irmão de Wicca berrou indignado, enquanto Wicca pegava a mão de Scorpius, que tentava matar Dricca que ria estrondosamente para todo mundo ouvir e aparatava com Rose, paralisada demais para acreditar.
Scorpius e Rose haviam sido levados, e Morganna acrodava suada em sua cama no Chalé das Conchas. James lançou uma faca no momento em que Wicca e Scorpius aparatavam, com as lágrimas borrando sua visão. Quando Rose e Scorpius perderam os sentidos e acabaram na escuridão.
Scorpius sentiu sua cabeça doer. Abriu os olhos e piscou diversas vezes tentando se acostumar com a luz fraca do lugar. Seus braços estavam presos em correntes enferrujadas e uma parede esverdeada atrás deles. O lugar cheirava a mofo e sangue. Seu pescoço estava bastante dolorido e duro. Olhou para o lado e viu Rose desacordada, a melhor amiga estava apenas com um top de malha e shorts curtos.
Ele olhou para si com os lábios secos, usava apenas uma bermuda de corrida e sem camisa. Os cabelos de Rose estavam molhados, como se tivessem dado um banho há pouco tempo na ruiva. Ele tentou se soltar, Rose se mexeu ao seu lado, estavam bem no meio de um saguão, gigantesco por sinal. Ele parecia reconhecer o lugar de alguma maneira.
A luz era de um verde típico da Sala Comunal da Sonserina. Havia uma lareira bem a frente uma enorme mesa há alguns metros a sua frente. O piso era de madeira rica, ele sabia disso porque se parecia com o de sua casa.
— O que aconteceu? — perguntou Rose com a voz rouca, tentou usar seus poderes para se soltar, mas apenas teve uma baita dor de cabeça e uma tontura. — Aprova de magia... Raras, as correntes.
— Fomos sequestrados por aquela mulher, argh, está tudo tão confuso. — resmungou Scorpius tentando explicar. Suas pernas estavam bambas. — Acho que sei onde estamos, na antiga casa do meu pai, a Mansão dos Malfoy.
Um grupo de pessoas saíram pela porta preta bem a frente deles, um pouco longe da longa mesa de madeira. Tom estava no meio, liderando o grupo. A mulher que os sequestrara estava com um sorriso de escárnio e malícia ao olhar para Scorpius. Um monte de comensais riram da careta que Scorpius fez. Rose estava de cabeça baixa.
— Bem Vindos, Fundadores. — saudou Tom rindo em seguida. Ele estava do mesmo jeito, cabelos castanhos ensebados, olhos castanhos de loucura que só se encontravam nele e na mãe, alto e de terno, a não ser pela nova cicatriz em seu rosto. — Sabe, me sinto honrado em recebê-los em nossa casa. Wicca fez questão de recolher suas varinhas, em caso de precaução, é claro.
Tom notou a indiferença de Rose, que continuava de cabeça baixa. Ele foi até ela e com brutalidade, puxou seu rosto, o queixo estava sendo bem apertado pelos dedos ossudos de Tom, que fazia questão de olhá-la nos olhos. Sentiu alguns gemidos de dor da parte da ruiva e pediu com gentileza:
— Olhe para mim quando falar com você. Sim?
Rose apenas cuspiu em sua face, com repugnância. Tom riu malicioso, limpou a face e fez com sua varinha negra aparecer um chicote de couro, Scorpius sentiu o calor que a arma emanava, se fosse para torturar, era melhor que matasse logo.
Tom enrolou uma parte em sua mão e quando se virou para frente, lançou o chicote negro na direção de Rose, que soltou um grito e sangue caiu no chão. Scorpius tentou sair das algemas, ela era sua melhor amiga, iria querer vingança. Rose estava com o rosto cheio de sangue, ela ainda sentia o impacto do chicote contra seu rosto. Um grande ferimento se abrira e apenas um de seus olhos estavam abertos, o outro estava fechado, com um grande ferimento passando por ele, terminando do outro lado de seu queixo. Ela cuspiu o sangue de sua boca e respirou fundo, gemendo.
— Isso vai deixar a fera quieta, coloque-se no seu lugar, mestiça nojenta! — bradou Tom com uma voz irritada e debochada. Ele ergueu o chicote e bateu no abdômen de Scorpius que gritou. Um enorme ferimento se abriu. — Antes de começarmos o jogo, Cratos, Portus, façam o trabalho sujo. Matem-nos. Não quero eles com seus poderes nojentos, agora.
Os dois Cavaleiros das Trevas, em suas formas humanas, ergueram a palma da mão e Rose apenas ergueu o queixo e Scorpius percebeu que a garota emanava uma onde de certeza. Foi aí que ele percebeu, que os Cavaleiros não eram nada. Olhou para frente e ergueu um queixo como um Malfoy.
"Avada Kedavra!" Disseram os dois Cavaleiros juntos, primeiro, Rose e Scorpius sentiram tudo parar, como se o peso de seus ombros tivesse sido levado. Sentiram que estavam mais fortes, mas que não pudessem ter mais algum poder do que lhes fora dado ao nascimento. Eles sentiam que voltaram a ser apenas bruxos normais.
Um branco os levou até uma estação bem iluminada. Era KingCross, os dois estavam deitados no banco que dividiam, Scorpius olhou para Rose, com a recente cicatriz no rosto, mas Scorpius não ficou surpreso ou abriu a boca para comentar. Scorpius estava sem camisa, como antes de morrer, usava apenas uma calça leve, de seda. Rose estava com um vestido branco do mesmo tecido. Ele as vezes tinha que levantar os olhos para olhar para a ruiva. Ela era poucos centímetros mais alta que ele.
— Nós morremos? — perguntou Rose, com sua voz fraca. Viram um casal se aproximando, a mulher era alta e esguia, cabelos bem pretos e olhos violetas. Usava um vestido longo e roxo, o homem era bem velho, tinha cabelos brancos até os joelhos, a barba descia no mesmo comprimento. Usava vestes verdes vivas. Os olhos azuis prontos para dar o bote.
— Como previsto. — comentou Rowena com seu sorriso intelectual. — Nunca tive tanto orgulho de você, Rose. Sei que foi a garota certa para o cargo, sabe, na época da guerra contra os Cavaleiros, me senti pressionada, todos queriam a morte da sabedoria, não restava nada se não ouvesse inteligência...
— Vocês mentiram, disseram que se nós os matassémos estaria tudo resolvido. — interrompeu Scorpius irritado, seus olhos cinzas combinavam com sua pele branca. — Vocês sabiam. Vocês puseram essa maldição neles. Sabiam no que ia dar. Tom é o Lord das Trevas.
— Está certo disso? — perguntou Salazar com sua voz calma e persuasiva. Suas sombrancelhas se arquearam e ele soltou um riso. — Está certo de que Tom realmente tem tanto poder assim? Ou será que existe mais alguém com tanta potencialidade para derrotar qualquer um? Alguém que não acredita em seu potencial... Alguém em mente?
— Bella — disse Rose com uma voz de certeza, finalmente um plano bolava em sua cabeça, ela era finalmente uma mente limpa. Porém dúvidas ainda existiam em sua cabeça. Rowena e Salazar sorriram. — Eu posso ver tudo que está acontecendo, até mesmo o futuro, porque não posso ver o final da guerra? Por que isso é incerto?
— Porque depende apenas da família da Srta. Riddle sobre como ela deve agir, Minerva estava certa, a Marca Negra não é algo sombrio, é para se ter medo, pois uma autêntica, quer dizer que os Riddle tem de manter respeito. — explicou Rowena — Tem dois caminhos, o que a Bella se alia ao irmão e juntos dominam todo o mundo, poderosos, vitoriosos, e outro em que ela pisa em cima de tudo que ela pensava sobre a sua família e segue pelo caminho certo, o caminho que ela no final, vai para casa, com os pais e entra em um altar vestida de branco.
— Então é isso? No final, tudo depende da família? Da união? — perguntou Scorpius com um olhar meio perdido e brilhoso. — Sempre fomos os protetores?
— Sempre foi relacionado a isso — disse Salazar compreesivo — Quanto ao estado de vocês... Juntem suas mentes, bolem um plano. Não é necessário poderes extraordinários para se livrar de um problema. Depois, passem uns dias afastados, relaxem a cabeça. Suas espadas e mascáras devem desaparecer, precisam por a cabeça no lugar.
— Então é isso, voltamos a ser normais. Mas isso muda alguma coisa? A nossa aparência? — perguntou Rose, ela não estava nem aí para a cicatriz na verdade.
— Na verdade, algumas coisas sim. Por exemplo, como eu tenho cabelos lisos e ondulados, o seu fora assim, agora, tem o cabelo da cor do seu pai, sardas, olhos azuis e os cabelos armados da sua mãe. — explicou Rowena — Scorpius tem um loiro escuro, o que na época era a cor dourada, mas agora seus cabelos vão ficar mais brancos que o normal, mas pálidos, sua face vai estreitar. Só isso.
Os dois iam se afastando, mas Scorpius olhava para os lados.
— Como saímos daqui? — perguntou Scorpius um pouco confuso.
— Ora, estamos numa estação. Basta pegar o trem. — respondeu Salazar sumindo por uma névoa branca. — Boa Sorte, meus jovens.
Alvo estava sentado em uma cadeira da Sala Precisa e bolava estratégias de guerra com a família. Tentavam de tudo saber onde Scorpius e Rose haviam parado, mas não havia rastro nenhum. Claire Darkness falou que vindo de Wicca e seus irmãos, esperassem o pior.
Alvo ergueu o olhar e viu algo desaparecendo do pedestal, a espada de Scorpius e Rose estavam desaparecendo, todos olharam para onde ele fitava e ele tentou agarrar o cabo das espadas junto de Morganna, mas parecia que nem tinham existido um dia, junto das mascáras.
— Meu Merlin — falou Morganna sentando no pedestal, James e Dominique haviam enterrado o filho no Chalé das Conchas e iriam ficar lá por uns dias para se acostumarem com a dor. — Isso não significa que estão mortos, não é?
— Não sei, Morganna, não faço ideia do que está acontecendo. — disse Alvo sentando ao lado dela, os dois estavam indo de lugar em lugar, mas não encontravam nada. — Fomos na Mansão dos Malfoy, não encontramos nada, fomos nas Florestas, na Casa dos Gritos e na Casa dos Riddle... Eles sumiram, é melhor fazermos como a Darkness, fingir que estão realmente mortos.
Minutos se passaram, Hermione não escutava, olhava para o Mapa de Hogwarts sobre a mesa, ela marcava os potos de ataque e saída. Era como um jogo de RPG que jogava com seu pai. Há quanto tempo não os via? Nunca mais levara Rose e Hugo para visitá-los, da última vez, Hugo tinha dez e Rose tinha onze, um dia antes da filha embarcar, seis anos de esquecimento. Eles podiam estar sofrendo exatamente agora.
— Bolou alguma coisa? — perguntou Rony ao seu lado, desviando da conversa dos outros. — Temos que fazer alguma coisa...
— Eu sei, mas parece que tudo está fora do lugar, as espadas desapareceram, Bella está treinando com os pais, parece um gelo quando fala com eles, Alvo e Morganna ainda estão ligados à... É isso! Amor, faça uma reunião, eu sei porque as espadas desapareceram.
— Por quê?
— Rose e Scorpius não são mais horcruxes! Não estão ligados nem à Tom, nem aos Cavaleiros! É isso, brilhante! — respondeu Hermione o beijando e depois pulando — Isso significa que eles podem estar em perigo, sem poderes, mas estão nos deixando pistas! Mas é isso, eles vão fugir e depois virão ao nosso encontro, temos que focar na guerra, vamos, me ajude a encontrar um lugar em que possamos encurralá-los, pegue o compasso.
— E a reunião? — perguntou Ron sorrindo e beijando o topo da cabeça da esposa, ele pegava o lápis e o compasso e olhava o mapa. — Hogwarts é grande.
— Esqueça a reunião, deixe eles pensarem que os dois estão mortos.
Rose e Scorpius acordaram e viram a sala vazia, Rose ainda sangrava e com o olho cheio de ferimentos e inchado, os cabelos estavam mais cutors e bem encaracolados, os olhos azuis elétricos e cheia de sardas, isso era novo para ela. Olhou para Scorpius, os cabelos bem esbranquiçados e sua pele pálida, que tinha o queixo pontudo e o sorriso brilhante.
— Gostei do novo visual, Rose, está tudo bem? — perguntou Scorpius vendo o sangue se espalhando por toda a face. A ruiva assentiu, não podia responder por conta da ferida que passava por sua boca. — Certo, você pode me passar, ali, no canto, as nossa varinhas, consegue pegar?
A ruiva estivou o braço e o corpo, sentindo seus ossos doerem, ela pôs os dedos nas varinhas e as puxava lentamente para sua mão, no chão atrás deles. Scorpius pegou a sua varinha e olhou para ela, percebeu que enquanto estavam de passagem ao mundo dos mortos, haviam recebido mais castigos. Scorpius tinha a orelha emsanguentada, uma na bochecha e várias pelo corpo todo, Rose havia ganhado uma acima da sobrancelha, e várias outras nas costas.
Ele pegou a ponta da varinha e colocou na corrente do braço esquerdo, ele girou a varinha algumas vezes e a algema se soltou, mas a varinha recebera vários estragos. Não dava mais para ser usada. Ele soltou o braço com a mesma varinha que ao soltar a corrente se partiu ao meio.
Ele esfregou os pulsos e partiu para Rose que tentava cuspir o sangue que ainda insistia em sair de sua boca. Scorpius pegou a varinha de Rose e abriu as correntes, a varinha acabou se partindo. Estavam apenas com uma opção, não podiam aparatar nem ir ao combate, tinham que sair sem ninguém saber.
Rose mal conseguia andar, ele a pôs no colo e abriu uma das janelas da Mansão Malfoy, ele passou o corpo de Rose para o telhado e pediu para que ela Se segurasse na borda, ele passou pela janela com dificuldade por conta dos machucados. Ele fechou a janela e escorregou pelas telhas até Rose, se esconderam quando viram o grupo de Comensais da Morte passando.
— Acho que conseguimos aparatar daqui. Estamos feridos, então, vamos estrunchar, vou aparatar para um lugar afastado, e cuidamos disso depois, ok? — falou Scorpius, ele pôs os braços ao redor de Rose, cono se estivesse carregando-a no colo, se levantou, ficando de pé sobre o telhado e aparatou.
Pensou em um lugar que não ia desde os seus treze anos, a Casa de Férias de seus pais, era no campo, afastado de tudo. Tinha a grama verde e uma cabana da cor marrom madeira. Fazia frio.
Sentiu o vento passar por seus cabelos, sentiu suas pernas bambearem, os ferimentos pioraram por conta da aparatação e ele se forçou a segurar Rose e seguir andando até a cabana. Ele pegou a chave embaixo do tapete, Rose tossia sangue e se mantinha de olhos semi-abertos.
Ele a colocou no sofã de couro preto e foi até o criado-mudo perto da sala das escadas para os quartos e abriu as gavetas desesperado, sabia que tinha Ditamino em algum lugar. Agarrou o frasco e foi até Rose, manchando o tapete e o sofá de sangue.
— Aguente firme. — disse Scorpius sentindo o sangue escorrere das feridas, suas costas ardiam. Ele pingou ditamino sobre o rosto de Rose que se contorceu de dor, ela agarrou o pulso de sua outra mão e ele fechou os olhos tentando não sentir culpa por aquele machucado.
Quando terminou, Rose fez nele, ela agora abria o olho direito e estava com uma fina e comprida cicatriz que atravessava todo o seu rosto e Scorpius tinha a orelha toda multilada, Rose duvidava se a audição do garoto fosse a mesma. E Scorpius duvidava da visão de Rose. Resumindo: estavam os dois acabados.
— Pronto — falou Rose com a boca seca, tinha uma longa cicatriz que passava pelo seu lábio. — Duvido que consiga ouvir alguma coisa com essa orelha estruchada.
— Não consigo ouvir muito bem, mesmo. — afirmou Scorpius tentando escultar pela orleha esquerda. — E sua visão?
Rose cobriu o olho esquerdo e tentou enxergar com o direito, apenas pontos pretos e mais nada. Era como se tentasse cobrir a paisagem que ela queria ver. Negou e sentou no sofá ao lado dele.
— Parece que somos dois aleijados. — falou Rose rindo. Os pais do garoto tinham bom gosto. — Será que vamos vencer, Scorp?
— Ei, não pense nisso, precisamos de duas semanas para relaxar a mente, vamos resolver coisas sem importância... Somos dois fudidos na vida...
— Por que?
— Nos apaixonamos pelas pessoas que não merecem nosso amor, nos machucamos para descobrir a verdade e apostamos tudo na fé. — repsondeu Scorpius suspirando.
— Tem razão, somos dois fudidos. Mas como eu não esqueço aquele idiota... — falou Rose encostando a cabeça no ombro dele. Scorpius também não conseguia esquercer Morganna de jeito nenhum. — O que fazemos, Scor?
— Tentamos esquecer. — respondeu Scorpius pondo o braço ao redor da cintura da garota e a puxou para fora do sofá, ligou o rádio e estava passando uma música animada e bem emgraçada.
Ele a puxou para o meio da enorme sala e com a perna meio doente, Rose dançou uma música com ele, apesar de ser mais alta, Rose não se importou. Ele sabia fazer as perguntas certas, ele não dizia que ela não iria conseguir, ele fazia perguntas, perguntava se ela podia fazer isso, com aquele olhar de que ela podia sim.
— Bem que meu estilo são as mais baixinhas. — sussurrou Scorpius, ele tinha 1,75 e Rose 1,80. Diferença grande da garota para o garoto. Rose riu, como se soubesse de quem se tratava. — Então, poste, o que diz desse anãozinho?
— Sabe dançar, mas eu prefiro os gigantes. — falou Rose com um sorriso de dentes brancos. — Mas diria que ele precisa urgentemente de um banho.
Os dois riram e Scorpius foi pegar umas roupas da mãe no andar de cima. Ele vestiu uma camiseta azul lisa e pegou algumas roupas da adolescência da mãe, que não se livrara de nada. Apesar de serem pequenas, eram as únicas.
Ele foi até ela e entregou as roupas e uma toalha. Os dois se olharam, perdidos, tinham que esquecer os problemas... Por que não... Ele se aproximou com a cabeça um pouco erguida e sem encostar nela, depositou um beijo em seus lábios, o que depois de algum tempo, foi correspondido.
Era isso, cheios de cicatrizes, cheios de amor, mas não gostavam dessa maneira. Poderiam ter dado certo, poderiam ter tido um futuro, seriam um belo casal de acordo com uns, mas outras pessoas fisgaram seus corações primeiro, a única coisa com isso era um amor fraterno: de amigos, parabatai, quase irmãos.
Ela colocou as mãos em seu pescoço, não sentia nada, ele também não, mas por que não? Ele a pegou pela cintura a puxando para perto. Quando o ar lhes faltou, respiraram fundo e olharam um para o outro, depois riram.
— Vai lá, Rose, vou ver se tem algo para comer. Depois, hoje, será sua derrota no xadrez!
— Nos seus sonhos! — respondeu Rose subindo as escadas e rindo.
Depois daquele beijo, cotninuavam sendo amigos. Apenas isso.
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