Caso mais alguém nunca tenha visto o vídeo deles com as versões miniaturas: https://www.youtube.com/watch?v=cl1Ce5Lnne4
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“Um brinde a um desfile de muito sucesso.” Comemorou Miguel, e todos os presentes ergueram seus copos de suco.
“Vocês realmente estão saudáveis, meninos. Agora é só suco, sempre.” Elogiou Lilian, e os mais novos trocaram um olhar silencioso.
“É por minha causa, dona Lilian. Eu estou tendo problemas com álcool, e para me apoiar, eles não estão bebendo nada.” Explicou Daniel, sem graça.
“E como o Leo ouviu uma conversa, nós inventamos que o problema era com refrigerante. Então estamos sem beber refrigerante também.” Completou Jaime. “O que não é de todo ruim para a saúde.”
“Desculpa, Dani, eu não sabia.” A senhora Guerra pediu, envergonhada.
“Quase ninguém sabe, Lilian, não se preocupe.” Inês sorriu para a amiga.
“É, só nossos pais e o Jaime sabiam até alguns dias atrás. E agora, nossos amigos também sabem, e vocês. Mas é só a gente mesmo.” Contou Carmen, sorrindo para o marido. “É bom ter quem apoie, sabe?”
“Assim vocês fazem bem, não só ao Daniel, mas a vocês também.” Concordou Miguel.
“É lindo de ver isso de novo, sabe? Vocês todos juntos, se apoiando e se unindo contra tudo e todos. Lembra quando vocês eram crianças.” Confessou Rosa, vendo os jovens casais sorrirem. “Quem diria que os santos diabinhos iam terminar nisso, hein?”
“Nem a professora Helena podia imaginar.” Riu Marcelina.
“E ela, onde está? Não a temos visto ultimamente, em nenhum dos eventos.” Observou Eloisa.
“O menino mais novo dela está acamado há semanas. Pegou o que parecia uma virose e não melhorou, e agora está com catapora. Ela e o Renê não sabem mais para onde pegam, até porque tem as duas meninas mais velhas para cuidar também.” Explicou Valéria. “E como nenhuma das crianças teve catapora ainda, não podemos nem ir visitá-los.”
“E qual o próximo plano? Falta metade do dinheiro ainda, não é?” Perguntou Paula, animada.
“Bom, temos as vendas do resto da semana ainda para contabilizar. E as outras ações que estão sendo movidas, como a venda de bolos. Mas acho que precisaremos fazer outro evento grande, com ingressos.” Deduziu Maria Joaquina, mas Rafael interrompeu.
“Gente, pelo amor de Deus, sem pensar em trabalho e dinheiro hoje. Vamos aproveitar e comemorar. Vocês, seus molengas, façam algo de útil e tirem essas meninas para dançar. Quando eram moleques nem isso conseguiam fazer.”
“Seu Rafael, com todo o respeito, mas só nas últimas semanas nós já as tiramos para dançar muitas vezes.” Riu Paulo.
“Então tirem mais uma vez. Agora o Jaime finalmente tem alguém além de um sanduíche para dançar, quero aproveitar isso.”
“Isso porque dizem que ele é meu pai e me ama, sabem?” Suspirou o homem, abraçando a namorada.
“Como era aquela música que eles gostavam? Aquela do rapaz de cabelo esquisito?” Perguntou Roberto.
“Todos eles tinham cabelo esquisito.” Riu Alberto.
“O sobrenome dele lembrava aquela marca de pipoca. Yoki, Yori... Ah, Iorc!” Germano foi forçando a memória.
“Tiago Iorc?” Riu Mário e o pai concordou.
“Vocês estão falando de Dia Especial?” Perguntou Davi.
“Realmente, a gente ouvia muito essa música.” Concordou Bibi, enquanto os mais velhos mexiam no aparelho de som. “Nossa, faz muito tempo que eu não ouvia mais...”
“Vai, meu gordinho, tira a Duda para dançar.” Pediu Eloisa e os amigos riram da cara de Jaime.
“Meus pais andam shippando mais que a Valéria na adolescência, sabe?” Resmungou o homem, encarando a namorada. “Quer dançar, linda?”
“Claro, gato.” Ela riu, o abraçando e começando a se balançar.
“Estamos virando experts nisso de dança.” Comentou Paulo, abraçando Alicia, mas alguém o interrompeu.
“Nem vem, papai, eu que vou dançar com a mamãe.” Lucas apareceu, puxando a mulher pela mão, deixando Paulo com uma cara de vento enquanto Alicia gargalhava.
“Não estou valendo mais nada mesmo.” Ele gritou, enquanto Isis sorria para ele. “Ou melhor, estou valendo sim. Vem aqui, princesa... Papai vai te ensinar como um homem deve te tratar.”
“Nem ouse, Mário Ayala.” Marcelina começou a bronquear o marido, mas ele já havia saído rodopiando com Olívia no colo. “Fui trocada.”
“Te faço companhia, Marce... Fui trocado também.” Riu Jorge, indicando Margarida, que tinha Jack sob seus pés, os dois rindo.
“Larga de frescura e dança com ela, cara.” Riu Mário, e os dois amigos começaram a dançar.
“Posso dançar com a minha princesa?” Perguntou Davi para Sara, que confirmou, sorrindo.
“Quer dançar, Rafinha?” Perguntou Valéria, trocando uma piscadela com Bernardo.
“Quero sim, tia Val.” O pequeno sorriu, imitando Jack e subindo nos pés dela.
“Vem dançar com o tio Dan, Antônia.” O dono da ONG chamou a criança, enquanto Carmen rodava com Leo no colo.
“Pode ir, Antônia. Eu danço um pouquinho com a Paula e depois a gente troca.” Avisou Cirilo, segurando a pequena espoleta em seu colo.
“Maria, você me empresta algum dos seus charmosos acompanhantes?” Pediu Hannah, vendo que Guilherme e Henrique discutiam entre si.
“Claro, Hannah. Gui, você dança com a tia Hannah primeiro, e depois a gente troca, pode ser?”
“Pode sim, tia Majo.” O menino correu até a judia, começando a dançar com ela.
Laura e Adriano dançavam em silêncio, assim como Bibi e Koki, apenas admirando aquela bagunça adorável que havia se tornado uma dança “romântica”.
E os “velhos” apenas admiravam aquilo com o costumeiro brilho no olhar, encantados. Às vezes era difícil acreditar que suas crias haviam crescido tanto assim e se tornado adultos, pais, responsáveis. E em momentos assim, com um sorriso de orelha a orelha, aceitavam esse fato com orgulho.
“É bonito de ver, não é?” Perguntou Ricardo, vendo Sara sorrir sem parar nos braços de Davi. “Ver tudo o que eles conseguiram.”
“É, faz a gente sentir orgulho.” Concordou José.
“Mas o mérito disso tudo está bem longe de ser nosso.” Suspirou Lilian.
“Como longe, mulher? Nós que criamos eles.” Riu Roberto.
“Não, Roberto, ela está certíssima. Eles fizeram tudo isso, com as escolhas deles, com o esforço deles.” Miguel confessou, admirando a cena.
A música repetia e os pares se “desfizeram”. Lucas cansou de ficar só com a mãe e correu com ela até o pai, começando uma dança que mais parecia uma roda, o que divertia muito sua irmãzinha. Marcelina e Jorge foram atrás das respectivas famílias, e agora Jack agarrava o pescoço dos pais e dançava, enquanto Olívia era bem amassada por um abraço cheio de beijos.
Leo acabou na mesma que o novo melhor amigo, e agora se divertia sendo rodopiado pelos pais, feliz da vida por estar entre eles. Sara insistiu que queria dançar com Davi, Valéria, Hannah e Bernardo, assim como Rafael, e aquilo ali sim virou uma bela de uma ciranda, com as duas crianças gargalhando animadas.
E foi o que Majo e Cirilo fizeram também, para poder dançar com as quatro crianças agitadas. Uma pequena roda do que seria uma grande família, muito em breve.
“Faz uma roda todo mundo!” Gritou Sara, depois de um tempo.
“É, as vovós e os vovôs também!” Completou Lucas. “Vai ser legal.”
“Ah, não.” Negou Isaac, prontamente.
“Criançada, vão buscar esses velhos reclamões.” Mandou Paulo, colocando Isis no chão.
Aos poucos os pais foram vindos, alguns de boa vontade e outros nem tanto. Jaime foi até o aparelho e som e colocou uma melodia conhecida, fazendo os amigos rirem.
“Francamente, estamos voltando para vinte anos atrás.” Riu Valentim, com Leo agarrado em sua mão.
“Essa é a música do Carrossel, não é? A que vocês cantavam na escola?” Perguntou Lucas, animado.
“É sim, carinha. Você conhece ela?” Perguntou Daniel.
“Conheço, o papai e a mamãe cantavam para mim quando eu era pequeno.”
“Ele fala como se fosse grande.” Riu Alicia.
“Hey, eu já tenho namorada, tá mamãe?”
“Você o quê?” Gritou a mulher, e Paulo se encolheu.
“Vamos cantar antes que a Anne nasça fora do tempo, pelo amor de Deus.” Pediu Marcelina.
“Entre duendes e fadas, a terra encantada, espera por nós...” Jaime começou a puxar a música, enquanto os amigos iam o acompanhando. Começaram a rodar devagar, enquanto as crianças menores iam conhecendo a música.
Um a um os mais velhos entraram na cantoria, até os mais ranzinzas, envoltos pela aura de alegria daquele momento. Jack, Isis, Leo, Sara, Rafa, Antônia, Guilherme e Henrique foram aprendendo a letra do refrão, e no final conseguiam cantarolar ela com todos, fazendo a música ecoar por todo o bairro, enquanto aquele carrossel de amor continuava a girar pela sala, sem previsão de acabar, mesmo quando a melodia se encerrou.
Porque no coração, a música não para nunca.
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