Os ensaios estavam sendo cada vez mais cansativo, com a proximidade do dia da apresentação, todos estavam sendo mais exigentes, e mesmo que Nico odiasse tudo aquilo, apenas se acostumou, embora ainda questionasse a necessidade do figurino de Arthur, seu personagem. E o pior, para ele, um semideus, é muito difícil ter que decorar todo o texto.
Bufou cansado, Will tocou sua mão e sorriu, os dois e toda a turma, estavam sentado no chão na aula de psicologia, a professora, uma mulher magra e muito gentil, chamada Amanda, pediu que todos fizessem isso, pois ela tem um assunto importante para falar. Quando todos terminaram de se ajeitar no chão, ela começou a falar.
— Como já disse, bom dia a todos, — Ela também estava sentado na chão no círculo — Sei que ainda falta um ano e meio para que vocês escolham uma universidade para entrar e depois entrar no mercado de trabalho, mas estava conversando com o diretor e achamos bom que vocês tenham alguma profissão em mente. — Ela pegou um baldinho e o balançou — Aqui tem o nome de todos vocês, vou tirar um e quero que o sorteado conto o em o que quer trabalhar e o por que e sobre o que sabe da profissão. — Ela tirou um papel. — Alie Jordan.
Alie, que estava ao lado de Nico, começou a falar sobre o que queria ser e varias outras coisas. O baldinho com os papéis foi passado para ela que tirou mais um nome.
Di Angelo continuou pensando naquilo, ele nunca tinha parado para pensar nisso, antes sempre pensava que ia morrer antes de alcançar a maioridade, então para ele sempre foi o agora, o já! Nunca pensou muito no futuro e agora tem tantas opções...
Os alunos continuaram falando, alguns não tinham certeza e mostravam algumas opções. Ao chegar a vez de Will:
— Não é segredo para ninguém que quero ser médico...— Ele prosseguiu, mas di Angelo não estava mais prestando atenção em nada, ele queria pensar logo em alguma coisa.
Pergunta número 1: por que escolher uma profissão é tão difícil?
Depois das aulas, Nico e Will foram ao McLanche, não haverá ensaios hoje, então eles tiraram um tempo para os dois. Di Angelo comia tudo que tem direito e Will dava um de mais saudável.
— Você esta tão pensativo...— Solace fala ao ver seu namorado tão calado, — Ainda esta pensando na aula?
— Não consigo tirar isso da cabeça, por que...o que eu posso fazer? Não sou bom em nada, e sequer pensei, nem mesmo quando criança, pensei em trabalhar em algo. — Ele mexia com o canudo dentro da latinha de Coca-Cola — E eu não sei o que quero fazer.
— Não fale assim, Nico, você é bom em muitas coisa. Não posso dizer que sei como é difícil escolher uma carreira para seguir o resto da visa, pois sempre quis ser médico — sorrir de lado — Mas podemos pensar em algo que possa querer.
— Nunca me imaginei trabalhando. — Fez careta, nem consegue aturar professores imagine um chefe gritando?
— Se você não quiser, nem precisa — Will pegou sua mão apertando com carinho — Posso cuidar de nós dois, mas eu prefiro que tenha algo a mais, amigos, que tenha alguém para desejar feliz natal, que possa sair em um quarta-feira a noite.
Nico não sabia se beijava o namorado ou...
— Por que não fazemos uma lista? — Will sugeriu — Colocamos os nomes de varias profissões e fazemos uma eliminatória? — Nico concordou, Solace pegou um bloquinho de anotação da mochila junto com uma caneta. Ele começou a escrever vários nomes. — São as que consigo lembrar agora. — Mostrou ao namorado — Vamos começar com Professor de alguma coisa. — Nico fez careta, não quer passar o resto da sua vida com alunos como ele próprio — Próximo...
Solace falou várias profissões, mas nada parecia sequer bom aos ouvidos de Di Angelo e a cada palavra que era riscada só o deixava mais e mais frustrado.
— Delegado? — Will testou a penúltima chance.
— Delegado?
Pergunta número 2: Delegado?
— É sabe...cuidar de uma delegacia, da cidade...sei lá o que mais faz um delegado. — Bateu a caneta na mesa — o que acha? Delegado di Angelo?
— Mas para isso eu iria precisar cursar direito? Ler muito? — Se ele mal consegue ler um roteiro (texto teatral) imagina constituições e mais e mais... — Não me vejo como um delegado.
— Se você ficar pensando assim, nunca irá encontrar algo que goste, tem que fazer algum esforço. — Will sorriu paciente como se falasse com uma criança — Mas não se preocupe muito, ainda tem tempo para se decidir.
— Vamos, Arthur, ande. Ande. — Lewis que no momento é Pandora, sua personagem na peça teatral referindo-se ao personagem de Nico — Não podemos nos atrasar.
— OOo, como se eu quisesse isso. — Revirou os olhos, não por ser parte do papel, mas por que odeia ter que fazer aquele papel — Eu estou indo animado. Pulando. — Isso era o que ele devia fazer e não falar.
— Di Angelo! — Lewis gritou saindo do papel — Você devia ao menos mostrar um pingo de emoção, este já é o ensaio geral. Professor! — Bateu o pé e virou-se para o professor sentado na primeira fila da plateia ao lado de Alie e a figurinista. — Não poderia mandar ele reagir melhor?
— Sinceramente, Senhorita Lewis, eu já desisti do Sr Di Angelo. — Cruza as pernas, ele está com uma expressão tão horrível que deve estar imaginando o mico que vai passar perante os pais dos alunos.
O moreno ainda tem esperanças de ser dispensado da apresentação.
— Eu gosto. — Alie falou se ponde em pé — Essa falta de “emoção” — faz aspas — de Nico é o que deixa o personagem dele tão diferente e marcante. Nós não achamos engraçado, por que já ouvimos um milhão de vezes. Além disso, duvido que conseguimos convence-lo a ter mais “emoção” até o final de semana se não conseguimos nesses meses...
— Se for assim, nem precisamos ensaiar mais. — Ed, o pai de Lewis na peça, falou, além de Nico ele é o que mais quer sair dali — Já está tudo terminado, podemos sair?
— Okay, — O professor se levanta — Todos estão dispensados e quero que estejam aqui três horas antes da hora marcada para a inicio da programação.
Nico recolheu suas coisas e foi o primeiro a sair, seguiu sozinho, pois Alie teve que ver algumas coisas com o professor e Lewis.
— Ei, Nico. — Ed o chamou — Cara, espera. — O moreno parou e observou o ruivo se aproximar tentando tirar todo o pó branco do cabelo — Você vem amanhã?
— Não! Por que eu viria se não temos ensaios? — Os dois já tinham saído do auditório e caminhavam pelos corredores da escola, Nico olhava para os lados procurando o seu namorado. Mas ele ainda não tinha chegado.
— Não para os ensaios, di Angelo, mas para o “Alivio”. — Faz com aspas.
— “Alivio”? — Nico repete os gestos do outro.
— É, sempre, no dia anterior a apresentação, a gente faz algum programa junto, para relaxar, tirar todo esse estresse. Você até pode levar o Will se quiser. — Ed indica para o loiro que se aproxima com um olhar estranho. — Já estou indo, te mando uma mensagem de que horas vamos e onde vamos nos encontrar. — E ele saiu.
— Oi. — Will abraça o moreno beijando pescoço seu pescoço. — Você parece confuso.
— Acabaram de me convidar para um “Alivio”.
— Não gostei desse nome, o que é? — Nico ficou de frente para o namorado. O moreno contou para ele, Will sorriu ainda mais animado — É claro que você vai.
— E você vai comigo? — Tentou fazer seus olhos mais suplicantes que pode.
— Não! — Pegou a mão do namorado e começaram a andar para fora da escola — É uma ótima oportunidade de você fazer novos amigos.
— Não quero ir sozinho. — Chegaram no estacionamento — Não vou se for sozinho. — Chegam na moto do moreno.
— Vai. — Will pega os dois capacetes entrega um ao namorado e coloca o outro. — Você tem que ir.
Di Angelo sobe na moto, não adianta retrucar com Will Solace.
Pergunta número 3: Ele terá que ir mesmo?
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