História 3 Years (Jikook, Kookmin) - One from the somethings

Anteriormente..

Jimin: Eu vou embora. - Suspirou fraquinho.

Agora..

- Que? - A primeira reação a qual eu tive, e a única coisa que eu consegui dizer foi isso. Meu corpo foi apertado pelos braços pequenos do menor, cujo insistia em tentar se afundar naquele abraço que, por mais apertado que fosse, me deixava ter um sentimento muito vazio.

Jimin: Não, não é isso..

- Como assim você vai ir embora? - Não consegui e nem tentei o afastar, ele já parecia inquieto o suficiente em falar sobre isso.

Jimin: Eu não vou ir embora.. eu só vou.. - Tentou achar a palavra certa. - Viajar.

- Viajar? E porque você pareceu tão certo em dizer que iria embora? - Tudo bem, isso não é um interrogatório.

Jimin: Você não entenderia.. - Falou mais baixo. - Eu não quero que você entenda errado, e é isso que você está fazendo..

- Jimin.. - Fechei os olhos, fazendo um leve carinho no couro cabeludo do outro. - Eu acho que eu não sou a pessoa certa para fazer você ficar, então.. vá. - Uma pontada fraca atingiu parte de meu peito, por mais que cada decisão que eu tomasse fosse a correta, iria doer. - Eu acho que se você tem planos e expectativas, corre atrás, faça o que é melhor para você e não olhe para trás. Não desista de algo por conta da opinião dos outros. - Suspirei. - Você sempre terá meu apoio, sempre mesmo, e agora não é diferente.

Jimin: Quando eu e você terminamos nosso relacionamento, eu não tinha em mente o que eu faria, mas já tinha passaporte comprado para ir à Busan. Eu não tinha planos, eu não tinha certeza de nada: eu só queria ir, e eu iria. - Começou a falar. - Agora, hoje em dia, eu acho que consigo me adaptar melhor em outro lugar. Eu acho que consigo ficar bem apenas longe de tudo, começar uma nova vida, em um novo lugar. Já fazem meses que eu não vejo minha mãe, e eu acho que preciso de um tempo com ela, então, eu vou fazer isso. Eu vou passar alguns dias em Busan para adaptação, e se tudo ocorrer bem, eu vou me mudar daqui a duas semanas.

- Anjo, você não precisa se explicar para mim, muito..

Jimin: Você também não precisava se explicar e mesmo assim fez isso, então.. não me peça para deixar de te dizer, eu quero que você saiba, eu quero que você esteja ciente e eu quero que você entenda. Eu quero explicar..

- Você lembra que eu te disse sobre você ser um motivo por eu ter ido embora? - Mudei, talvez completamente de assunto. Eu queria falar sobre aquilo, e agora parecia o melhor momento. - Você lembra que eu disse sobre ser impossível ficar com você, porque se eu ficasse, não conseguiria te esquecer?

Jimin: Você deixou bem claro..

- Era tudo mentira, eu menti desde o começo até o fim. Na verdade, você foi um motivo mas foi um motivo diferente. Eu não fui embora para te esquecer, e eu não fui embora porque eu precisava de distância para poder seguir em frente. - Jimin se soltou lentamente daquele abraço, ficando afastado de meu corpo apenas para me encarar confuso. Suas mãos seguravam com certa força o tecido de sua camiseta.

Jimin: Você mentiu? Por que fez isso? Não tinha motivos, você não..

- Jimin, eu fui embora porque eu precisava ir. - Falei da forma mais simples. - Eu fui embora porque, após nós dois termos terminado, eu não tinha nada me prendendo em Seul. Por mais errado que isso seja, o nosso relacionamento não deixava eu seguir um caminho diferente, porque meu foco era você, e sempre seria você. Eu nunca conseguiria seguir um rumo que seria distante de você, porque eu pensava que tudo deveria girar ao seu redor.

Jimin: E o nosso término foi algo bom? - Jimin perguntou sem entender, tendo uma expressão confusa no rosto. - Eu não estou entendendo o seu ponto de vista.

- Parte de minha mente parou de pensar apenas em você, parou de pensar no nosso relacionamento, no nosso futuro e em nós. Parte de mim apagou isso, e tendo esse espaço em vazio, eu pude, talvez finalmente, seguir em frente. Eu sumi do mapa porque minha vida deveria ser outra, porque eu me conheço, e eu sei que a decisão por mais que precipitada, havia sido certa. Sumir não foi um erro, o erro foi eu ter mentido para isso. Eu não me despedi porque era o correto naquele tempo, vocês iriam tentar me impedir, e se tentassem, parte de meus planos iriam se fundir e eu teria parte de mim querendo desistir de meus sonhos; e eu não poderia deixar isso acontecer. Eu não avisei ninguém porque vocês iriam falar e falar, e eu menti para você porque você era a única pessoa que conseguia me impedir. Eu menti que não iria embora, porque te ver chorando naquele momento, me fez dar dez passos para trás. Eu quase desisti, mas pensar que nosso relacionamento tinha acabado, contanto os pensamentos haviam se esvaído também, eu consegui seguir outra vez em frente. Você não conseguiria contar nos dedos quantas vezes eu tive de seguir em frente, quantas vezes eu olhei para trás e pensei em desistir.. você não conseguiria entender o porquê de tudo ter ocorrido assim, e você não conseguiria entender que se eu fui embora, não foi por você, mas sim foi porque nada me prendia. - Ditei tudo tão calmamente, que jurei não ver Jimin mais ali: mas ele estava, e continua parado bem em minha frente, me olhando sem expressão.

Jimin: Foi algo libertador? - Perguntou curioso, parecia envergonhado.

- Eu segui minha vida, Jimin, eu apenas vivi o que eu tinha de viver, e eu consegui seguir em frente e começar uma nova vida. Era isso que eu queria, e com foco eu consegui. - Ditei normalmente, sorrindo pequeno em seguida. - O que eu quero dizer, é que se você quer ir, você precisa ir. Você disse que nada te prende, então vá, Jimin, vá enquanto nada te prende, vá enquanto essa liberdade continua consigo. Você precisa viver, e se para viver você precisa fazer mudanças, as faça. Eu acredito que conforme o tempo você entenderá o que é melhor para você, e eu fico muito feliz que você consiga aceitar fazer mudanças.

Jimin: Então eu preciso levar todas as coisas ruins para um lado bom de minha mente? - Assenti meio confuso, talvez não era exatamente isso que eu tenha dito, mas ainda assim, seja. - Mas.. muitas coisas são impossíveis de levar em uma boa.

- Me diz.

Jimin: Dizer o que?

- O que são as coisas cujo não tem como você levar para um lado bom? - Perguntei normalmente. - Você pensa muito, e pensamentos são ruins quando você está de cabeça cheia.

Jimin: Eu não consigo tocar e nem ser tocado por ninguém, agora me diz, o que tem de bom nisso? - Perguntou me encarando.

- Ah, isso é mentira. Você consegue me abraçar, encostar em mim e assim por diante, assim como eu também consigo fazer isso em você. Não é como se fosse impossível de tocar todos, Jimin. - Suspirei quando o menor esperou eu continuar falando. - O Taehyung é outro, ele também tem passe livre para encostar em você. O seu.. não sei, professor, algo assim também consegue.

Jimin: Calma, não é bem assim que as coisas funcionam. - Juntou suas mãos, pensando. - O Tae conseguiu me tocar em um momento difícil, em um momento o qual eu estive desesperado. O Jae, meu professor, assim como você disse, ele me tocou quando eu estava mal, bem mal mesmo.. e você, não é diferente, eu acho. O que eu quero dizer, é que eu não posso ter uma vida normal assim como pessoas normais, porque para alguém encostar em mim, eu preciso querer e meu psicológico precisa querer. Conquanto, meu psicológico só quer um toque quando eu estou na beira de um abismo, e o problema é que estar na beira de um abismo não é algo bom. - Suspirou. - Não poder demonstrar afeto e recebê-los, não é algo bom, e eu nunca vou lidar isso como se fosse algo que possa me beneficiar, enquanto minha mente precisa entrar em transe horas ou outras apenas para eu não enlouquecer.

- Toques continuam te trazendo problemas mesmo que sejam de pessoas que você quer, correto? - Jimin assentiu atordoado, não sabia onde isso daria. - E porque você não muda isso?

Jimin: No primeiro mês eu fiz isso, eu tentei permitir e eu tentei tocar o máximo de pessoas possíveis. Eu consegui, na verdade, eu consegui tocar as pessoas sem que, no momento, eu me desesperasse. Porém após algumas horas, quando eu estive sozinho e afins, veio um choque de realidade enorme e então eu percebi: é impossível eu tentar algo impossível. Você ainda não entendeu, não é?

- Na verdade eu entendi, Jimin, e talvez eu tenha entendido mais do que o devido. - Murmurei as últimas palavras.

Jimin: Então se você entendeu, você deveria saber que não sou eu que mando nisso, seja lá o que isso seja. É uma doença que, nem mesmo médicos vão saber como resolver, e sabe a única solução? - Jimin parou de falar por alguns segundos. - Eles vão me internar, me colocar em uma ala psiquiátrica porque vão achar que eu sou louco. Eu não tenho sintomas de uma doença, mas eu tenho ela e não tenho ela ao mesmo tempo. Você sabe como que lida com isso? - Fez uma pergunta retórica, me olhando bem no fundo dos olhos. - Com remédios, e esses remédios vão fazer eu ficar cada vez mais louco, porque adivinha, eu estou louco, e eu estou enlouquecendo cada vez mais que essa merda me deixa fraco.

- Jimin.. - Murmurei, não o deixando falar mais nada. - A única loucura que você tem, é de pensar isso. Você não é louco, anjo, você não está ficando louco por lidar com coisas difíceis de um jeito mais difícil ainda. Você que criou isso no seu psicológico, mas criou isso para se defender de algo que te deixaria mal. E adivinha? Eu não preciso ser médico para saber disso, porque, você querendo ou não, eu te conheço, e eu conheço muito bem o que se passa na sua mente para...

Jimin: Então diz, o que se passa na mente do cara que sequer consegue dizer seu nome, porque se não, começa a ter um turbilhão de pensamentos ruins? - Oh.. - Uh? Me diz, o que eu tanto penso, já que você me conhece sem ter me visto por dois meses e meio?

- Você está brigando comigo? Por quê? - Questionei sem entender a reviravolta daquela conversa. - Você percebe que só está se prejudicando com isso? - Perguntei e Jimin suspirou, dando alguns passos para trás enquanto não parecia ter um pingo de calma. - Eu não estou brigando com você, Jimin, eu estou apenas tentando te ajudar.

Jimin: Você não consegue me ajudar, ninguém consegue, nem mesmo eu consigo e isso não vai mudar. Nada vai mudar, e nada consegue melhorar apenas porque você voltou.

- Eu não disse isso.. - Joguei a cabeça levemente para o lado, não queria me aproximar e receber um tapa na cara ou talvez um soco. - Você está tentando ver um lado bom na minha vinda? Porra, anjo, eu ter vindo não é para ser algo que solucione problemas. Eu só voltei porque não tinha mais o que fazer lá.. eu voltei porque aquela não era minha vida, não porque eu tinha alguma obrigação aqui. Eu não tenho nada aqui em Seul, Jimin, eu só preciso recomeçar e recomeçar, talvez seja assim a minha vida daqui para frente. Talvez daqui a uma semana eu tenha de recomeçar de novo, e assim por diante. - Fechei os olhos, passando a mão no cabelo levemente. - O que te leva a ficar tão irritado? Estávamos tão bem há alguns minutos..

Jimin: Eu não estou irritado. - Ditou ríspido, me fazendo segurar um riso pela cara de ódio que o menor lançou em minha direção. Isso é não estar irritado?

- Respire fundo, se acalme, podemos terminar essa conversa se necessário.

Jimin: Essa conversa já terminou faz tempo. - Falou mais baixo, dando alguns passos pequenos pelo local, parecia querer se decidir do que fazer. - Eu te devolvo a roupa quando eu voltar de viagem. - E assim, foi até a porta do quarto e saiu por ela.

Mas gente? Eu fiz algo de errado?

Não esperei muito tempo até sair pelo quarto também, e seguir Jimin até o andar de baixo. Eu não iria o impedir, sei o quão ruim é tentar impedir algo o qual você já está decidido de fazer. Então vou deixá-lo ir.

Jimin: Não faça merda.. - Se parou de costas na porta principal, me olhando enquanto não sabia se ia embora ou falava mais alguma coisa.

Os garotos não tardaram a aparecer, já que eu e Jimin passamos reto por eles e fomos até o local onde se encontrava a saída.

Taehyung: O que está acontecendo? - Taehyung foi quem quebrou o breve silêncio, fazendo Jimin umidecer os lábios e olhar para os garotos.

Jimin: Eu vou ir viajar por um tempo.. - Explicou resumidamente. - Então caso vocês não me vejam na próxima semana, já sabem o porquê.

Jin: Você o quê?

Jimin: Ele pode explicar isso para vocês.. - Apontou para mim, e assim, todos me olharam. - Ele sabe bastante sobre mim. - E foi assim que Jimin se virou e abriu a porta.

- Mas que droga, não foi isso que eu quis dizer, Jimin! - Falei meio que alto, o vendo ficar parado alí. - Eu ainda conhecer você, te assusta? Porque até agora você só disse ter mudado e mudado, conquanto eu ainda vejo o mesmo garoto de dois meses atrás bem na minha frente. Se isso te machuca, se você continuar sendo o mesmo garoto daquele tempo te machuca, então tente mudar, Jimin, mas mudar sua vida não vai mudar merda nenhuma de você. Nada vai mudar, nada. Sua personalidade não vai mudar, sua aparência, seu jeito de ser, nada vai mudar, apenas a sua vida. E com a sua vida não tem nada de errado, o único erro é você pensar que continuar sendo o garoto perfeito de meses atrás, é um erro. - Falei tudo de uma só vez, ouvi um suspirar baixo antes que Jimin se virasse outra vez.

Típico clichê..

Jimin: Você sabe o porquê de eu estar tão puto com você? - Perguntou ríspido, quase que batendo o pé no chão para demonstrar fúria.

- Não, eu não sei, e sabe o porquê de eu não saber disso? Porque ao invés de você esclarecer as coisas, você está complicando mais ainda. Eu não quero te machucar ou magoar, eu não estou aqui para brigar com ninguém, eu estou apenas parado e deixando de falar um milhão de coisas apenas porque tais coisas vão deixar você mal. Você pensa no que está falando e fazendo? - Perguntas atrás de perguntas, e confusão atrás de confusão. Nenhum dos meninos estavam entendendo nada, e só Jimin parecia entender.

Jimin: Eu vou ir viajar daqui a dois dias, e você não se importa. Eu não falo seu nome e você não se importa. Você não se importa em eu pensar ser outra pessoa no seu lugar, enquanto é você que está comigo. Você não se importa que enquanto você está bem ao meu lado, eu me seguro para não surtar, eu cuido para não ficar mal e eu fico toralmente em transe após muito tempo. Você não se importa em ser usado feito um idiota por um louco, e você não se importa, porque sou eu. Por que você não se importa, uh? Você simplesmente ganhou fetiche em ser feito de otário enquanto esteve fora? Você utilizou isso como hobbie?

- Por que isso te deixa bravo? Eu querer o seu bem é algo ruim por acaso? Que porra, Jimin, você está realmente endoidando assim como insiste tanto em dizer? - Uau, Jungkook, parabéns..

Jimin: Isso, isso mesmo, fala tudo o que você quer falar, porque o que me deixa realmente puto é saber o tanto de merda que você está segurando apenas para não me machucar. Me diz tudo, fala na minha cara o tanto de coisa que você pensa, e fala tudo o que se passa na sua mente. Não é porque eu estou doente que eu estou mais sensível a palavras. Eu continuo não gostando de falsidade, e a única coisa que eu vejo em você é isso. A única e vazia mentira.

- Sim, exato, é exatamente isso. Sou feito de mentira, e eu menti quando tentei te ajudar ontem, eu menti quando te tirei da faculdade e principalmente menti quando cuidei de você. Na verdade eu não gosto de estar com você e eu faço isso tudo apenas para ser falso. É difícil, sabe? É difícil fingir gostar de você, mas eu consigo atuar bem. - Ironizei, Jimin ficou parado, apenas me encarando com uma cara não muito pacífica. - Você pretende que aconteça o que agora? Quer que eu exploda com você? Quer que eu te dê motivos para ir embora ou algo assim? Não, eu não vou fazer isso, porque se tem algo que eu fiz desde que fui embora, foi amadurecer. Eu sei o quão infantil isso daqui está sendo, então boa sorte e boa viagem. Que você seja muito bem acolhido lá e que consiga se adaptar. - Não falei com tanta paciência quanto eu gostaria de ter, mas ainda assim, falei. Logo em seguida dei de ombros e fui até a sala, estava realmente cansado.

Jimin: Tchau. - Falou após alguns segundos, a voz sendo um pouco abafada pela distância.

Yoongi: Eu vou te levar. - Yoongi disse meio perdido na situação.

Jimin: Não, eu vou sozinho, mas obri..

Yoongi: Eu vou te levar. - Insistiu, interrompendo o outro. - Eu não vou deixar você andar sozinho até sua casa, por mais perto que seja. - Ditou e assim, não ouvi mais a voz de Jimin ou de Yoongi na minha casa.

Respirei fundo, logo cobrindo o rosto com ambas as mãos. O que foi que aconteceu? Era isso que Jimin queria? Ele queria brigar comigo sem motivos?

Tudo bem, está tudo bem, tudo ótimo e em perfeito estado. Correto, correto!

Taehyung: Que merda foi que aconteceu aqui, Jeon Jungkook? - Taehyung apareceu quase que gritando, se parando com os braços cruzados em minha frente no sofá.

- Oi? - Tirei minhas mãos do rosto, observando a cara nada boa do Taehyung. - Ele surtou, você queria que eu fizesse o que?

Jin: Sei lá, talvez conversar?! - Perguntou retóricamente, soando que aquilo estava óbvio demais.

- E você acha que eu tentei fazer o que lá em cima? - Olhei dessa vez para Jin. - Eu não falei nada demais, e eu nem mesmo falei algo para o deixar nesse estado.

Namjoon: "Você está endoidando assim mesmo como diz?" - Namjoon fez uma voz estranha para me imitar, me fazendo sorrir levemente.

- Ele está ficando louco por pensar em estar louco, e enquanto vocês estão aqui me enchendo de perguntas sem noção, ele está lá, piorando cada vez mais. - J-Hope deu alguns passos, não sabia o que falar. - Ele vai ir embora.

J-Hope: Ele vai fazer o que?

- Ele vai viajar assim como informou e logo após vai se mudar para Busan. Ele vai ficar uma semana em fase de adaptação, e então se der tudo certo, ele vai vir para Seul arrumar as suas coisas. - Expliquei quase que resumidamente.

Jin: E você brigou com ele por conta disso? Você sabe que fez bem pior, não é?

Taehyung: Não, não, não, de novo nesse assunto não. Isso está fazendo minha cabeça explodir, e olha que não é nem comigo. - Taehyung rapidamente respondeu. - Tudo bem, porque o Jimin vai ir embora? Ele te falou?

- Vamos falar sobre outra coisa, sim? Eu explico tudo, prometo, mas agora eu só preciso entender o que foi que aconteceu, e colocar todos os meus pensamentos no lugar correto. - Me levantei, fazendo Taehyung sair de minha frente e ir até o lado de J-Hope.

Namjoon: Vocês discutiram, foi isso que aconteceu. - Namjoon disse meio baixo. - E eu possivelmente sei o que aconteceu e o porquê disso.

Jin: E então..?

Namjoon: Você não ouviu? O garoto não quer falar sobre isso. - Namjoon respondeu meio ríspido, logo mandando um beijo no ar para Jin. - Vamos almoçar e tentar fazer algo de bom nessa vida, esse dia está me cansando e olha que nem está tarde.

Jin: Vai se arrumar, Jungkook, vamos almoçar em um restaurante e é você quem vai pagar.

- Tudo bem, eu pago. - Sorri pequeno, fazendo Jin arregalar brevemente os olhos. Talvez surpreso?

Jin: Eu estava brincando, minha nossa..

- Não, tudo bem, dessa vez eu pago. Deixe-me compensar ao menos um pouco depois de tudo o que eu causei e afins. - Me virei, indo em direção às escadas. Precisaria me trocar, afinal.

Namjoon: Acho que precisamos saber tudo o que ocorreu com você, mocinho. Dois meses não é pouca coisa.

Taehyung: E vocês estão preparados para saber sobre isso? Não era hoje de manhã quando vocês ainda estavam putos porque precisavam vir até aqui? - Taehyung questionou, fui subindo as escadas degrau por degrau. Se eles querem saber, tudo bem, irei contar.

J-Hope: O que mudará se sabermos? Não é como se fosse piorar. Precisamos entender, ou se não essa intriga chata ficará para sempre entre nós e eu aposto que não é o que queremos. - Sorri com a resposta de J-Hope, e assim, subi as escadas por completo.

[...]

Já se passaram quatro dias.

Quatro dias os quais eu estou considerando minha vinda uma boa coisa.

Hoje é terça feira, e desde sábado, o dia do almoço e a discussão entre eu e Jimin, está tudo ocorrendo muito bem.

Jimin possivelmente viajou, não sei ao certo, não fiquei sabendo de mais nada. A única coisa que eu sei, é que o vôo era ontem pela manhã, e que Yoongi e Taehyung o acompanharam até o aeroporto. E segundo o Taehyung, Jimin não foi apenas para Busan. Ele precisava visitar seu pai, e então foi primeiramente para algum canto cujo eu não sei onde é.

J-Hope: Você definitivamente não prestou atenção na aula de hoje, Jungkook. - J-Hope me tirou de meus pensamentos, possivelmente falando pelo fato de que eu errei metade dos passos. - Você odeia muito o professor Jaemin, ou não estava errando de propósito?

- Hoje não é um bom dia, estou um pouco cansado.. - Ditei, ouvindo um suspirar baixo de Hoseok. Ah, praga que me conhece bem.

J-Hope: Você está aflito por causa do Jimin, não é? - Perguntou, tocando uma das mãos em meu ombro enquanto me guiava até o estacionamento. - Só faz um dia o qual ele viajou, Jeon.

- Eu quero entender o porquê de ele ter ficado tão bravo por algo tão fútil, J-Hope, apenas isso. - Comecei a dar passos mais curtos quando notei meu carro parado em um canto do estacionamento. - Isso não me deixa aflito, me deixa preocupado, eu jamais vou querer o mal do Jimin.

J-Hope: Eu sei disso, na verdade até mesmo ele deve saber.. mas quem sabe isso ter acontecido não tenha sido o melhor?

- Por que seria melhor nós dois estarmos em um clima desconfortável quando ele foi viajar? Para o outro lado da Coréia, se consta. - Bufei, parando de caminhar ao que meu carro estava logo a minha frente. - Nem amigos nós somos, isso é ridiculamente absurdo.

J-Hope: E porque é tão errado? - Hoseok fechou levemente os olhos, parecendo desconfiado de algo. - Vocês não voltaram, voltaram?

- Eu odeio o fato de você ter ficado de bem comigo tão rapidamente. - Revirei os olhos. - Não, eu e Jimin não voltamos, porque eu e ele não estamos de bem um com o outro.

J-Hope: Então você voltaria com ele se estivesse tudo bem? - Perguntou ainda me olhando daquela forma, me fazendo revirar os olhos outra vez. - Meu Deus, você ainda está afim dele? Jungkook! - Soltou um riso que parecia eterno, me fazendo bufar.

- Eu não estou afim dele, J-Hope, eu só.. - Tentei encontrar a palavra correta, mas não vinha nada em mente a não ser a verdade: e a verdade não pode ser dita para Hoseok, não para ele. - Eu só quero o bem dele.

J-Hope: Tá, você já disse isso. - Foi cessando os risos. - Se você está afim dele..

- Eu não estou afim dele.

J-Hope: Tudo bem, mas se você estiver..

- Eu difinitivamente não estou, você quer parar com isso? - Falei mais bravo, ouvindo outro riso de J-Hope.

Hoseok deu alguns passos e se escorou em meu carro, enquanto me encarava profundamente. Parecia que iria arrancar todos os meus pensamentos apenas com aquele olhar.

J-Hope: MAS SE VOCÊ ESTIVER.. - Falou mais alto. - Ele já tem alguém, então é basicamente impossível de acontecer algo entre vocês.

- Quem é? - Tentei não soar tanta ignorância, mas o que deu de entender é que aquilo havia me afetado: e eu não me senti afetado.

J-Hope: Ah, agora está com ciúmes?

- J-Hope, isso não é ciúmes, isso é curiosidade. - Falei rude.

J-Hope: Me pareceu ciúmes..

- Mas você está errado, completamente pirado e parece que bateu a cabeça na parede diversas vezes. Você é sonâmbulo?

J-Hope: Está querendo trocar de assunto porque, anjão? Está nervoso? - A vontade de dar um soco é grande, mas a de manter a amizade é maior.

- Você cansa a minha paciência. - Me escorei ao seu lado, observando as pessoas passarem por nós, outras seguiram seus caminhos. - Quem é o cara que Jimin esta fazendo de corno?

J-Hope: Por que ele seria corno?

- Para de mudar de assunto, que droga, J-Hope. - Falei bravo, vendo-o rir mais uma vez. - Você está insuportável, minha nossa.

J-Hope: Eu não sei o nome dele direito, mas sei que tem algo com Nam, porque eu chamei o Namjoon e o cara passou por lá e sorriu. - J-Hope começou a falar. - Ele é ruivo, alto e um pouco menor que você, mas bem pouco. É bonitinho, mas Jimin merece mais, na minha opinião. - Arqueei uma sobrancelha, olhando para J-Hope.

- Por algum acaso esse garoto tem uma voz grossa? Sorriso cínico? Parece que é hétero?

J-Hope: É, sim, a voz é um pouco grossa, mas eu não sei ao certo porque nunca falei com ele. O sorrisinho cínico dele é bem comum, ele sempre anda assim por aqui.. e não, ele não parece hétero até porque ele tem um caso com o Jimin. - Ditou meio confuso. - Por que as perguntas? Todas as pessoas são assim no seu ponto de vista?

- Eu sei quem é e eu vou quebrar a cara daquele infeliz. - Dei um leve soco na porta do carro, mas não foi forte, nem mesmo chegou perto disso. Eu estou de costas para a porta, então é meio que difícil ter um momento de raiva.

J-Hope: Você me assustou, pelo amor de Deus. - Dramatizou enquanto colocava a mão em seu próprio peito. - Você precisa mesmo amassar a porta do seu carro apenas para demonstrar que está com raiva? - Fechei os olhos, estava pronto para matar alguém, e esse alguém tinha nome.

- É sério que o Jimin está namorando com aquele infeliz? - J-Hope não estava entendendo nada, ainda mais agora que eu o encarava com uma carranca que só Deus na causa.

J-Hope: Você o conhece?

- Eu vou encontrar ele. - Não esperei mais sequer um segundo em sair caminhando pelo estacionamento, afinal ontem mesmo o vi saindo de carro.

Um carro prata, era apenas encontrá-lo e simples, já saberia e encontraria o infeliz.

Ah, sim, ele é..

J-Hope: Você está ficando maluco? - Veio correndo atrás de mim, falando com certa euforia. - Jeon, se você arrumar brigas você..

- Oh, olha só o que eu encontrei por aqui.. - Observei o carro do outro logo a minha frente, sorrindo cínico ao que ele ainda não havia chegado.

J-Hope: Como você sabe que esse é o carro dele? Você está me assustando.. - Hoseok tocou meu ombro, me puxando para trás para olhá-lo. - Você sumiu por dois meses, como está sabendo dessas coisas? Você endoidou, é isso?

Namchu: Olá, olá, olá. - Surgiu das trevas, aparecendo logo atrás de mim e de J-Hope. Obviamente nossa atenção foi parar no garoto ruivo dali.

- Namchu, é um prazer revê-lo. - Sorri sacana, sendo solto por Hoseok aos poucos, notando sua confusão.

Namchu: Irmão do Jimin, correto? - Me analisou e analisou J-Hope. - Você é o que queria me bater?

J-Hope: Tá, por qual razão alguém em sã consciência acharia que o Jungkook é irmão do Jimin? - J-Hope interrompeu, se intrometendo na conversa. - Sério, cara, eu nem te conheço e já estou confuso.

Namchu: Você é o J-Hope, certo? Jimin costumava falar bastante sobre você há alguns meses atrás. - Namchu encarou J-Hope, logo voltando a me olhar. Ah, aquele sorrisinho cínico.

- Costumava? Não mantém contato? - Questionei, encarando no fundo daqueles olhos ridiculamente bonitos. Que ódio.

J-Hope: Tudo bem, Namchu? Então, meu amigo meio que é louco, sabe? Não liga não, ele tem problemas mentais. - J-Hope soltou um riso nervoso, logo o cessando com algumas tosses falsas.

Namchu: Eu e Jimin terminamos, Jeon, e isso já tem mais de um mês. - Namchu me olhou, me fazendo respirar fundo para não atacar ninguém. - E J-Hope, não é um problema ele me fazer perguntas, eu entendo.

- Por que você está sendo legal?

J-Hope: É, por qual motivo você está sendo legal sendo que esse idiota está sendo um intrometido? - Hoseok me deu um leve tapa no ombro, disfarçando com um riso.

Namchu: Ah, Jeon, sei lá, talvez você apenas não me conheça? - Namchu colocou ambas as mãos em seu bolso do moletom. Ridiculamente estiloso. - Você tirou algumas decisões precipitadas minhas enquanto eu brincava com seu irmão.

J-Hope: Repito, por qual motivo alguém pensaria que Jungkook e Jimin são irmãos? - Hoseok fez uma cara enojada, me fazendo revirar os olhos.

Namchu: Se não são irmãos, são o que? Primos? Pai e filho?

- Pai e filho? Eu tenho a sua idade, otário, não força. - Franzi o cenho, o vendo jogar a cabeça levemente para o lado.

Namchu: E como você sabe a minha idade?

- Eu que te pergunto, como você sabe meu sobrenome sendo que J-Hope apenas falou meu nome? - Namchu respirou um pouco pesado nesse momento, mas parecia querer me intimidar, algo assim.

Namchu: Você é meio "famosinho" no Japão, e eu sou japonês. É só ligar os pontinhos.. - Retirou uma das mãos do bolso. - É bom viver as custas do pai? - Fechei os punhos, não queria avançar em ninguém, mas só de olhar para aquele rostinho..

- Você deveria saber, afinal experiência própria deve arrecadar bastante informações. - Tudo bem, eu nem conheço esse filho da puta.

Namchu: Você não sabe nada sobre mim, definitivamente nada. Porque se soubesse, não falaria uma merda dessas. - Deu alguns passos em direção a porta do carro, fazendo tanto eu quanto J-Hope nos virarmos para olhá-lo. - Vocês queriam algo ou era só isso?

- Sobre não saber nada sobre você.. - Dei alguns passos para frente, sentindo a mão de J-Hope em meu braço.

J-Hope: Eu não sei brigar, Jungkook, não me arrume confusões porque eu sou todo cagado pra' essas coisas. - Falou meio baixo, me fazendo olhá-lo de canto.

- Ele estava abusando do Jimin sexta, foi por isso que eu busquei o Jimin e o levei para minha casa. - Ditei, vendo Hoseok me soltar e dessa vez caminhar até Namchu, o empurrando contra o carro com força.

J-Hope: Olha só que ironia, aprendi a brigar. - Falou meio cínico, segurando a gola da camiseta do ruivo. É, eu não tenho amigos pacíficos.

- Hoseok, não, não faça nada.

Namchu: Gracinha, é melhor você me soltar.. - Tocou ambos os pulsos de J-Hope. - Você sabe o tanto de câmeras que tem aqui? Sabe, não sabe? - Olhou para uma delas, essa que apontava exatamente para nós.

- J-Hope, por favor.. - Não me aproximei, se fosse para acontecer algo, aconteceria. Não vou impedir.

J-Hope: Por que você não fez nada com ele? - J-Hope o soltou, e a única coisa que eu reparei foi Namchu, esse arrumou a gola da camiseta e sorriu totalmente provocador enquanto me encarava. - Me diz, Jungkook, se você não quer o mal de Jimin, porque deixou ele escapar tão facilmente? Por que ele não tem nenhum arranhão?

- O Yoongi atrapalhou. - Respondi simples, vendo J-Hope suspirar pesado.

Namchu: Ele não fez nada, inclusive, ele me ajudou. Ótimo amigo o de vocês, não serve nem para defender alguém. Tsc! - Ele não tem medo não? Tem duas pessoas querendo ele morto aqui, será que ele não notou?

J-Hope: Sabe o porquê de ele não ter feito nada? - J-Hope se virou para o ruivo, era até engraçado o fato de Namchu ser um pouquinho maior e Hoseok conseguir o intimidar facilmente. - Porque ele tem senso, porque ele é um adulto e não uma criança, e ainda mais, porque ele não precisa te bater para saber o quão lixo você é. - Tocou o indicador no peito alheio, se aproximando cada vez mais. - Ele não fez merda nenhuma, porque lixos como você se queimam sozinhos.

- Não, o Yoongi não fez nada com ele porque eu devo fazer. - Caminhei até J-Hope, o empurrando para o lado sem hesito algum. Assim que Namchu estava a minha frente, dei um soco em seu nariz e não hesitei em dar outro, atrás de outro. Não parei e nem pensei em parar, minha mente estava a turbilhão, e a única coisa que estava me relaxando era ver o nariz dele sangrando e as mãos tentando me parar enquanto o rosto ia para trás a cada soco.

Graciosamente prazeroso, uma pena que Hoseok me puxou para trás e foi me puxando até que eu não estivesse mais perto do corpo de Namchu. Sem graça..

[...]

J-Hope: Você precisava mesmo quebrar o nariz dele? - Falou dentro do carro, não havia se passado nem dez minutos, mas J-Hope insistia em querer fazer massagem em minha mão.

- Eu não quebrei o nariz dele, cara, eu só.. me deixei tomar pela raiva.

J-Hope: É, e a sua raiva quebrou o nariz de um cara ruivo o qual estava se relacionando com seu ex namorado. Isso é psicótico, Jungkook.

- Eu não quebrei nada, Hoseok, e o fato de eles terem tido um caso não me incomoda, o único problema é ele ter abusado de Jimin. - Respondi sem paciência, puxando minha mão e a pousando no volante. - É provável que ele tenha o tocado dessa forma outras vezes, você já pensou nisso? Nossa, eu fiz pouco devido ao que ele merece..

J-Hope: Você não aprendeu a lutar para quebrar o nariz de pessoas inofensivas.

- Eu não quebrei osso algum daquele rosto ridículo daquele cara que de inofensivo não tem nada, porque se fosse inofensivo, ele não teria tocado em alguém que não consegue com toques. Ah, nem me lembre, eu vou quebrar o braço daquele infeliz. - Fechei os olhos, querendo relaxar.

J-Hope: Você definitivamente quebrou o na..

- Você não esquece disso não? Que saco, o próximo nariz vai ser o seu se você não calar a porra da boca.

J-Hope: Já tentou fazer tratamento para essa sua raiva acumulada? - Puxou meu pulso, rindo baixo em seguida. - Isso não faz bem, ter excesso de ódio e descontar em outras pessoas faz mal. Você não ouviu isso do seu treinador quando fazia box?

- J-Hope, você é insuportavelmente chato. - Revirei os olhos, olhando para o mesmo que estava no banco do passageiro ao meu lado. - O que eu faço em questão as câmeras?

J-Hope: Sei lá, talvez se você ameaçar e quebrar o nariz do segurança, ajude em algo. - Caçoou, me fazendo fechar a cara. - Estou brincando, bobinho, é só você quebrar outra coisa do Namchu, sei lá, o ameace para não contar nada a ninguém.

- Eu vou quebrar a sua cara, Jung Hoseok.

J-Hope: Calma, viado, é só você não comentar nada, e se o Namchu fazer alguém da faculdade ver as câmeras de segurança, é só você fingir a sonsa, corno.

- Por que eu seria corno? - Franzi o cenho. - E viado até você é, por qual motivo tentou me insultar com isso? Nem indulto isso é..

J-Hope: É sério que você só focou nos insultos? Você merece mesmo é se foder.

- Vou pedir para o Yoongi fazer algo a respeito, ele tem mais senso e é mais amigo que você. - Fiz birra, fingindo estar zangado.

J-Hope: Você não fica fofo fazendo isso, fica ridículo, um corno manso.

- Por que você insiste em me chamar de corno, seu corno?

J-Hope: Você é infantil assim mesmo?

[...]

Me deitei na cama, prontinho para dormir quando, por desgraça do destino, meu celular começou a tocar. Não é possível que seja J-Hope outra vez.

Ah sim, a praga foi para casa após muita insistência, e então prometeu me ligar várias vezes apenas para me afirmar de que eu sou corno. Uma droga, eu sei.

- Alô? - Atendi a ligação que não parecia que insistiria tanto em ser chamada, nem me dei ao luxo de destravar o celular e ver o nome.

Jimin: Alô? Sério? - Ouvi a voz suave do outro lado da linha, me fazendo processar cada palavra por vez. - Oi.

- É.. oi. - Falei outra vez, confuso. - Por que está me ligando?

Jimin: Minha nossa.. - Ditou baixo. - Me desculpe, ok? Me desculpe por sábado, me desculpe por ter surtado e brigado com você sem nenhum motivo, me desculpe por tudo. Eu não queria, mas eu precisava, e você me disse que era para apenas pensar em mim, enfim fiz isso. Me desculpe. - Ditou rapidamente, atropelando algumas palavras.

- Tá, o que você quer?

Jimin: Eu quero que você me desculpe, apenas. - Simples assim, nossa.

- Você me ligou do nada, e começou a pedir um milhão e meio de desculpas?

Jimin: Sim.

- Não dá, sabe, você me ajudou a perceber muitas coisas. Você pensa que é outra pessoa no meu lugar, não fala meu nome, não se sente bem perto de mim e afins. Não quero estar perto de você, não posso te desculpar. - Ironizei, é claro que eu blefei e continuo blefando. Mas pelo barulho zangado que Jimin emitiu, notei que ele não levou no deboche.

Jimin: Ok, você quer dizer então que..

- Eu quero dizer que você é idiota, Jimin, eu quero dizer que você não presta atenção em tudo o que eu tentei fazer por você. Você não prestou atenção quando eu disse que você tinha o seu tempo, e que com isso, eu quis dizer que eu não me importo quanto tempo demore para você saber que sou eu. Eu não me importo se você não fala meu nome, não me importo se você não quer ficar perto de mim. A única coisa que me incomoda é o fato de você precisar jogar na minha cara que isso é ruim e o quanto isso pode me prejudicar se eu ficar pensando. Então não, eu não quero muita coisa, eu quero dizer apenas que fui irônico e que se eu não quisesse estar perto de você, eu não estaria. Você quer que eu aceite suas desculpas? Ótimo, eu aceito suas desculpas. Mais alguma coisa?

Jimin: Você continua bravo, e você não é para estar bravo, não comigo.

- Não? Não mesmo? Porque era exatamente isso que você queria sábado, não é? - Perguntei, já sabendo a resposta. - Por que, Jimin? Por que você queria que eu brigasse com você?

Jimin: Dois meses atrás, quando você foi embora, estávamos tão bem..

- Então você achou que se estivéssemos brigados na sua ida, seria diferente? - Respirei fundo ao que eu não tive respostas. - Mas que droga se passa na sua cabeça?

Jimin: Dois meses atrás eu pensei que você voltaria, eu coloquei isso a princípio e eu fiquei doente quando você não apareceu. Eu não quero que você passe pelo mesmo, então.. ah, sei lá, algo me diz que muita coisa vai mudar se eu ficar por aqui.

- Então por qual motivo fútil você me ligou? - Perguntei sem paciência alguma. - Estava tudo muito bem enquanto você continuava quieto no seu canto, do outro lado do mundo.

Jimin: Estou em Busan, não do outro lado do mundo. - Aí, me desculpe não sou adivinha.. infantil, eu sei que sou. - Eu sei que isso não mudou em nada, eu sei que surtar não iria mudar nada. Você não tem cabeça fraca como eu, e você não sentiria a mesma falta que eu senti por você. É diferente, são casos diferentes e eu demorei um pouco para entender. Por isso estou te ligando, para pedir desculpas e te explicar. - Ditou apressadamente.

- Jimin, entenda, não é questão de sentir falta, não é questão de ter um psicológico diferente e de qualquer outra coisa. É questão de saber lidar, é questão de você saber se adaptar com a situação e principalmente saber entender e superar. Você me disse tudo, você falou que iria embora e não mentiu. Você não sumiu, você não desapareceu, eu tenho seu número e eu sei onde você está. São casos diferentes, bem normais e comuns. - Expliquei sem pressa, não queria brigar, mas era inevitável não ser rude em momentos assim.

Jimin: Eu fico bem em saber que você entende, mesmo que não aceite e não entenda o porquê de eu ter feito isso. - Esperei com que o mesmo continuasse. - O que rolou por aí?

- Conversa normal agora, jura? - Perguntei meio sem ânimo, levando o silêncio como sim. - Tudo bem, só faz um dia que você foi, afinal.

Jimin: Fiquei sabendo que você quebrou o nariz de um garoto.. - Falou meio apreensivo, mas parecia que iria rir.

- De onde você ficou sabendo disso? - Perguntei rapidamente. - E eu não quebrei o nariz de ninguém não, nem venha com histórias.

Jimin: Você quebrou o nariz dele, com certeza quebrou o nariz dele e eu não tenho dúvidas disso. Sobre isso.. bem, os garotos me deixam por dentro de muita coisa. - Explicou, me fazendo bufar e ouvir o risinho baixo do outro lado da linha. Faz um dia e eu sinto falta da risada de Jimin, bem, na verdade alguns dias já se passaram desde que eu não o vi.

- Eu não quebrei nada, anjo, sério, não quebrei. - Insisti, um pouco irritado porém adoravelmente encantado pela risada de Jimin. - Eu só dei alguns socos naquele merdinha..

Jimin: Quem era o azarado?

- Por que azarado? Sou bem fraco para essas coisas, não fiz nem cócegas nele. - Blefei, afinal é mentira e eu não sou o único a pensar isso.

Jimin: Você perdeu a briga, por algum acaso? Não, né? Pois é, você é bem fortinho, eu acho. - Que incerteza toda é essa? Eu em! - Você é bom de luta, só não melhor que eu, claro.

- Ata, você acha isso mesmo ou está zoando? - Brinquei, ouvindo a risada baixa de Jimin do outro lado da linha.

Jimin: Eu realmente sou bem melhor que você, pode apostar, você não chega nem aos meus pés.

- E você não acertaria nem a minha barriga, anjo. - Jimin grunhiu levemente, eu sei o quão bravo ele fica quando insinuam que ele é baixo: mas ele é.

Jimin: Eu vou te dar uma voadora, garoto. - Ameaçou. - Vamos lutar quando eu voltar? Que tal?

- Nossa mas não era você que não queria ficar de mal comigo? Agora quer brigar? - Soltei um riso, ouvindo Jimin negar com alguns murmúrios.

Jimin: Não exatamente lutar, é apenas um treino para ver quem ganha. Nada de golpes realmente letais, apenas o básico e simples. Não acha uma boa ideia? - Perguntou, parecia animado com a sugestão.

- Tudo bem, vamos, eu topo essa luta que aposto ser bem errada. - E lá vem o drama. - Você só vai ganhar de mim por..

Jimin: Ué, cadê toda a confiança de que você é melhor do que eu? Já sabe que vai perder? Que espírito de derrota é essa? - Questionou, rindo maléfico em seguida.

- Você sabe que eu jamais vou machucar você. - Concluí, ouvindo o silêncio tomar conta de Jimin. - Eu não utilizaria força com você, e eu vou perder por isso. Vou perder porque não daria para lutar com você de forma violenta.

Jimin: Não vai utilizar força comigo? - Isso saiu completamente errado, mas tudo bem, não foi isso que queremos dizer. - Tudo bem, eu posso pegar leve com você também. Mas já vou falando, se você me acertar forte demais, eu me vingarei. - O que foi para parecer uma ameaça, pareceu uma coisinha preciosa falando com voz de bebê.

- Na verdade, um dos algos é que eu jamais vou machucar você. Eu sempre vou te proteger, e eu sempre vou dar meu máximo para te ver bem: mesmo que eu fique mal para isso. Você pode não ser meu ponto fixo, mas ainda sim, você está próximo do meu ponto de segurança. Eu vou cuidar de você, mesmo que longe. - Isso soou fofo demais, droga.

Jimin: Eu queria te abraçar. - Acabou admitindo, a voz sonolenta se fazendo presente.

- Eu queria te dar um soco, mas tudo bem, um abraço é totalmente bem vindo. - Brinquei, ouvindo a risada fofa do outro soar diante do celular.

[...]