História 30 Days - Beijo

Beijo

Substantivo masculino

ato ou efeito de tocar, pressionando, os lábios sobre pessoa, animal ou objeto querido ou com valor simbólico, ger. para demonstrar carinho, afeto etc.

Todos ali presentes gritaram afrontosos, Felix e Changbin se encaravam e nada diziam. Changbin aproximou-se de mim e segurou as minhas mãos, acabei por o olhar e ele apenas me ignorou ainda encarando Felix.

– Caso você não saiba, eu e _____ estamos namorando, e eu não gosto da ideia de te ver dando em cima dela! – Changbin comentou.

– Eu não estava dando em cima dela, nem sequer passou isso em minha mente… Changbin, acha mesmo que eu ia dar em cima de uma menina comprometida, e logo ela? – apontou para mim.

– Diz que não daria em cima dela, mas foi dela que você já recebeu vários foras! – Changbin retrucou fazendo todos rirem de Félix. O ruivo estava ficando vermelho de raiva, e Changbin apenas ria do Sei.

– Cada um com seu gosto – Félix falou manso – sinto muito se ela preferiu um menino estúpido e burro como você, que tipo de futuro você vai dar pra ela, sem nem saber quais a capital do seu país? – Felix finalizou fazendo agora, todo rirem de Changbin.

Ok, agora você está indo longe demais Felix. Você não sabe o quanto Changbin está se esforçando.

– Parem vocês dois! – bati o pé. Os dois meninos me olharam e prestaram atenção no meu drama. – vocês são duas crianças, essas briguinhas idiotas não vão resolver esse “mal relacionamento” de vocês. Não me usem como motivos das suas discussões. Se quiserem se matar, se matem bem longe da minha pessoa! – finalizei dando as costas e saindo dali, sem ver a reação de nenhum aluno, apenas voltei a minha sala.

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Depois de tantas ligações recebidas de Changbin, acabei cedendo e indo o encontrar na biblioteca, ele queria falar comigo, e dizia que era algo muito sério. Assim que cheguei à biblioteca, vi que Changbin já se encontrava ali, ele me viu e deu um curto sorriso se aproximando.

– O que quer? – perguntei cruzando o braço.

– Me desculpar. – sorriu nervoso – acho que fui longe demais hoje cedo.

– E porque eu deveria te desculpar por me fazer passar aquele vexame? – perguntei colocando minhas mãos na cintura.

– Porque eu sou seu namorado? – ele perguntou meio óbvio.

– Não namoramos de verdade! – retruquei.

– Tanto faz... Estou desculpado ou não? – revirou os olhos.

– Hum... – pensei – Está!

– Então até logo! – deu as costas.

– Opa, calma ai rapaz! – sorri o puxando de volta. – primeiro você vai me contar o porquê quer matar Felix!

– Não quero matar ele!

– Você me entendeu, não se faça de tonto!

– Certo! – Changbin tomou fôlego – Eu e Félix éramos amigos desde pequenos, no fundamental, Felix teve que voltar para a Austrália, e depois disso não mantemos mais nenhum contato, até que teve um dia, há um ano, eu fui convidado para uma festa de um dos meus amigos, e lá eu acabei ficando bêbado, eu conheci um menino e acabamos ficando, ambos estavam bêbados, só depois de uns dias, eu fui descobrir que esse menino era Felix, eu nunca teria beijado ele se estivesse sã, depois disso, nossa amizade nem existia mais, foi algo automático, sempre nos encaramos e brigávamos por tudo. – Changbin pareceu enojado.

– Wow – sorri surpresa – você e Félix se odeiam porque se beijaram? – gargalhei. Isso é um máximo. Changbin é mesmo gay.

– Então você é mesmo gay? – perguntei triste... Eu perdi minha aposta. Adeus maleta de maquiagem.

– É lógico que não!

– Não precisa mentir, Changbin, somos amigos, você pode me contar!

– Eu não sou gay, garota, acha mesmo que se eu fosse gay estaria namorando você? – perguntou um pouco bravo.

– Nós nem namoramos de verdade Changbin, para de mentir, diz logo, é gay não é?

– Já disse que não, e vou repetir... Não sou gay! 

– Você está muito nervoso em minha opinião... Isso quer dizer que você está mentindo.

– Porque acha que eu sou gay? – perguntou desviando os olhos de mim.

– Porque você acabou de dizer que beijou o Felix? – respondi.

– Mas você ouviu a parte em que eu disse que se não estivesse bêbado, isso nunca teria acontecido? – aumentou o tom de voz.

– Vai com essa pra lá! – gargalhei – tenho muitos amigos gays, Binnie... Eles fizeram o mesmo drama que você quando tentavam esconder algo de mim!

– Eu já disse que não sou gay! – Changbin apertou meus ombros e me deitou na mesa acinzentada da biblioteca, arregalei os olhos e prendi a respiração. Deixei Changbin tão nervoso, não duvido nada que ele irá me bater.

– M-me desculpa Chang… – Fui interrompida quando Changbin se inclinou contra meu corpo deitado sobre a mesa e se alinhou com meu rosto. Seus lábios rosadinhos e quentinhos tocaram os meus me fazendo estremecer. Já fazia tanto tempo que não beijava nenhum menino, e receber isso de Changbin repentinamente não é uma coisa comum.

A mão destra do moreno passou a acariciar meu ombro enquanto sua língua explorava aos poucos cada canto da minha boca. Sem hesitar, acabei por ir retribuindo o beijo, e a cada segundo a intensidade em que nos beijamos, era o suficiente para deixar ambos ofegantes, mas nenhum tinha coragem para parar.

Depois de tanto relutar, Changbin foi se distanciando lentamente. O garoto mordeu meu lábio inferior e o puxou com o dente e se distanciou. Levantei-me da mesa e me apoiei na mesma enquanto Changbin me encarava.

Certo Changbin, se você queria me provar que não era gay... Você conseguiu.