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História 30 days to save a love. (Newtmas) - A break in time III.


Escrita por: ByALady_

Notas do Autor


Psiiiiu 😍

Nhaaaaaaaaa meus amores, aqui estou, muito obg pelo carinho imenso e as msg felizes pelo meu retorno! Eu fiquei explodindo de amor, como smp 💕
Dylan O'Brien nos deu um tiro essa semana e eu vou dar um tiro em vocês hoje! Que delícia hein!

Boa leitura 🤓💙

Capítulo 6 - A break in time III.


Fanfic / Fanfiction 30 days to save a love. (Newtmas) - A break in time III.

New Hampshire, EUA

June, 12 2019


P. O. V. Newt


- Vamos embora!

- Mas você nem conversou direito com seus amigos...

- Allison, vamos embora, por favor! – reparo no quanto meu tom é rude ao perceber os olhinhos castanhos dela se encherem de lágrimas. Respiro fundo e fecho meus olhos, controlando minha raiva impulsiva, sei o quanto tenho que trabalhar isso em mim. Tento me tranquilizar e então diminuo o tom de voz – Eu... só não me sinto muito bem... podemos ir embora, sim?

- O que está sentindo, Newt? Quer ir ao hospital? – ela se levanta da poltrona na varanda, deixando seu livro ali, e começa a colocar as mãos na minha testa, tentando sentir a temperatura.

Se existisse um termômetro para medir a temperatura emocional, o meu resultado seria “uma prova grátis do quinto dos infernos.”

- Não, eu só preciso descansar... – coloco minhas mãos nas suas tentando parecer o mais agradecido e gentil possível, mas por dentro ainda estou inquieto e impaciente – Está sendo uma noite cheia pra mim...

- Tudo bem, amor, foram muitas emoções, não é? – porra, você não faz ideia do quanto! – Vamos nos despedir, então...

Saímos da varanda de mãos dadas e eu já estava prestes a dar o fora quase que na moita, mesmo com alguns protestos silenciosos de Allison, que ficava barrando os pés e me puxando para me despedir educadamente dos meus velhos amigos. Puxo-a devolta com dificuldade, me encaminhando até a porta, mas sou logo barrado pela voz do demoninho em carne e osso:

- Você tem lindos cabelos de raio de sol, como se fosse filho do próprio deus Apolo, mas nesse momento você está sendo um grande filho da puta se pensa que vai embora desse jeito! – ah, Perseu Jackson... – Qual é, Newt, não acredito que está saindo na moita!

Fico sem saber o que dizer, paralisado com as mãos firmes em Allison, pronto pra sair pela porta e dar às costas. Não sei na real do que é que estou fugindo, mas nesse momento eu penso que só preciso de um tempo em silêncio, chega de emoções por hoje!

- E-eu...

- Percy, deixe ele... – meu anjo da guarda, Annabeth, surge atrás de Percy, depositando suas mãos em seus ombros e percebo a aliança dourada de casamento em seu dedo. Isso me faz lembrar da minha própria aliança, e tudo o que vivenciei naquele quarto com Thomas começa a me embrulhar o estômago e apertar minha garganta... – Sei que não está sendo fácil para o Newt, assim como não está sendo para o Minho... – ela alisa os ombros do marido, tranquilizando-o e eu não posso deixar de reparar na sua última frase.

Minho.

Inferno! Como posso ser tão egoísta?

Estou aqui preocupado com meus próprios sentimentos, angustiado e decepcionado, apenas absorto em minhas lamentações e lamúrias, enquanto obviamente não fui apenas eu o frustrado com os planos aqui: Minho também teve um azar de merda!

Eu me lembro vagarosamente do que Minho comentou comigo, poucos dias antes de escondermos a cápsula. Foi durante o jogo de lacrosse da nossa escola contra uma outra local e nós estávamos na arquibancada nos empanturrando de salgadinhos assistindo as líderes de torcida darem seu show.


- Sei que você disse “nada de comentários”, tipo spoilers, né? – ele me dizia animado, enfiando a mão no saco de Doritos e enchendo a boca – Nada de spoilers sobre o que vamos colocar na caixa e blábláblá, mas eu te digo uma coisa, Newton Reed! – dizia cuspindo farelos de Doritos por toda parte, apontando descaradamente para a bela morena da equipe, a líder de torcida mais incrivelmente linda – Aquela garota ali, tá vendo?

- Pare de apontar, mértila, não sou cego, vai chamar atenção! – lhe repreendia risonho, abaixando seu braço com força – Harriet Emmanuel? O que tem ela?

- Além de ser a garota mais linda que eu já vi em toda a minha vida e de que eu estou apaixonado por ela? Nada demais, Newt, nada demais... – disse sarcástico, virando os farelos de Doritos na boca.

- Oh, sério? – eu disse nada surpreso, como se Minho não demonstrasse o bundão que era com as garotas, principalmente quando Harriet desfilava por nós na sala de aula – O que isso tem a ver com a nossa cápsula?

- Daqui a dez anos, meu amigo, aquela garota vai ser minha esposa! E esse é o spoiler! Eu vou fazer planos loucos, vou viver muita coisa incrível nos próximos anos, mas uma coisa você pode ter certeza: Harriet estará conosco no dia de abrir aquela badarosca e estaremos casados! Ou noivos, pelo menos, sei lá como essas coisas funcionam. Vou ter uma bela mansão devido ao meu incrível trabalho como médico cirurgião, vamos morar na cidade grande e eu serei muito rico por ter aquela beldade como mãe dos meus filhos!

- Desse jeito você até pode se passar por um cara romântico!

- E o que tá esperando que ainda não escreveu nada do que eu disse? Escreve aí, seu trolho, escreve porque vai acontecer!


O som das nossas risadas ecoam pelos meus ouvidos enquanto desaparecem de repente, como o tempo que levou embora muitos sonhos. E eu volto ao momento atual depois desse breve flasback, o coração machucado por estar compadecido da dor do meu amigo, que em nada pude ajudá-lo ao longo desses anos, fui um ausente de merda. Imagino o quanto Minho não deve ter precisado de apoio, assim como eu precisei demais, tendo Thomas único e exclusivamente como um amigo de confiança. Mas é óbvio que Thomas não teve seu tempo dedicado cem por cento em amparar Minho nas necessidades. As pessoas precisam viver suas vidas. E quando Thomas não estava presente... basicamente, eu não estava aqui para ajudá-lo também.

“Minho está ali rindo, mas no fundo está só adiando o máximo possível entrar em contato com o que escreveu. Sei que logo vai pedir um lugar reservado pra ficar...” me dissera Thomas, ao me oferecer o quarto de hóspedes. Ou seja, não preciso ter passado esses anos com Minho pra ter a certeza de que a última década também não foi generosa com ele.

Aliás, acho que não foi generosa com ninguém.

Já ia logo perguntar onde Minho estava, quando ouço uma porta se abrir, cortando o silêncio. Imediatamente olhamos para cima, em direção aos quartos, e vimos a imagem deplorável do nosso amigo asiático saindo do banheiro, a face úmida e os cabelos bagunçados, os olhos vermelhos. Aparentemente ele havia chorado tanto que se enfiou no banheiro para jogar uma água no rosto, mas não antes de ficar em silêncio em algum canto lamentando-se com a vida, como eu fiz.

E como Thomas provavelmente ainda está fazendo, trancado no quarto.

Trato logo de me encontrar com ele enquanto desce as escadas até nós, nem prestando atenção nas expressões de Allison e do casal vinte. Só quero abraçar meu amigo e dar a ele o conforto e a amizade que não fui capaz de lhe oferecer por todos esses anos.

Antes mesmo dele me empurrar e protestar por estar fazendo isso, coisa que sempre odiou, eu me adianto e o abraço forte, firme em meus braços, mesmo que ele tenha o dobro ou o triplo da minha força. Minho resmunga baixinho, mas me retribuiu o abraço com a mesma pressão, quase quebrando meus ossos. Acho que ele realmente estava precisando disso.

- Eu te odeio por ter tido essa ideia, Newt... – funga baixinho pra que apenas eu escutasse, sinto sua fúria misturar-se com sua angústia - Eu te odeio muito, seu mértila, filho da puta...

- Foi uma péssima ideia, eu sinto muito... – é tudo o que consigo lhe dizer, sussurrando ressentido, ainda amarrado em seu corpo.

- A vida foi tão merda pra você quanto foi pra mim?

- Talvez tenha sido um pouco pior, meu amigo... – lhe jogo a verdade, mesmo que de forma alguma eu pretenda lhe contar de fato o que aconteceu esta noite, muito menos dizer agora todas as enrascadas que me meti por aí – Mas agora vai ser diferente, ok? Vamos superar tudo isso juntos. Eu prometo - aperto Minho com mais força, tentando firmar ali que eu não mais lhe deixaria só.

Depois de cometer tantos erros, devia ter aprendido a nunca mais fazer promessas.


P. O. V. Thomas


Fiquei maquinando as ideias, trancado no quarto. Maquinando muitas coisas, refletindo sobre outras mais, e decidindo mais algumas! Obviamente a primeira de todas era que eu precisava levantar a cabeça, dar a cara à tapa e parar de me lamentar pelo leite derramado. O que aconteceu (ou não aconteceu) nos últimos anos, é passado e agora eu preciso organizar meu presente... mas ser muito obstinado com o meu futuro. Ah, sim! Com certeza agarrarei esses meus planos com unhas e dentes, mesmo com o banho de água fria que tomei desde o momento que meu querido e para sempre amado Newt, chegou a New Hampshire, esta noite. Não sou homem de naufrágios. Às vezes eu penso em desistir, mas simplesmente não consigo.

Isso não está no meu sangue!

Encho os pulmões de coragem e tomo as rédeas da minha vida, pronto para encarar a realidade na qual me encontro e tentar bolar uma maneira de resolver essa situação de desencontros amorosos. Dou uns pulinhos meio que me chacoalhando pra me livrar da poeira densa de tristeza que me cobriu o ser e expiro alto indo em direção a porta.

Quando saio do meu abrigo carregado de sentimentos, me deparo com Newt e Minho abraçados ao pé da escada.

Oh, céus... Minho!

Desço devagar, as pernas ainda endurecidas pela tensão que vivenciei com Newt, nem presto atenção em Percy, Annabeth ou... Allison. Apenas estou focado nos meus amigos que compartilham conforto um com o outro.

E eu faço o mesmo. Não me importo se também terei que abraçar Newt, eu não posso deixar meu asiático sofrer sem o meu apoio. Não mesmo! Foram muitos anos de acalento mútuo entre nós dois, uma parceria inquebrável e eu não posso deixar que o egoísmo me tome o peito, pois se eu estou sofrendo, Minho também está. E eu estou aqui por ele.

Me junto ao abraço dos dois. Pensei que Newt fosse se afastar. Mas ele continuou ali, firme. E naquele momento eu percebi que, independente de tudo o que havia acontecido, a amizade é um amor que nunca morre.

...


Já era praticamente madrugada quando as coisas finalmente se acalmaram. A sensação era de que eu havia estado a bordo do Titanic. Toda aquela angústia terrível durante o naufrágio, destruindo tudo dentro de mim, causando uma euforia desconfortável e aniquilando minhas chances de me salvar e sobreviver. Mas aos poucos, tudo foi se aquietando, tirando forças de onde não acreditava ainda existir. E agora estou tentando manter-me vivo encima daquela maldita porta de madeira à deriva no mar.

Assim também parece ter acontecido com o clima tenso e sufocante no qual nos encontrávamos. Foi devastador e impiedoso. Mas agora parece estar baixando a maré, o choro aliviou o peito, e o consolo dos amigos fortaleceu o mínimo necessário para pelo menos tentarmos conversar devidamente depois de tanto tempo separados.

Percy, Annabeth e... Allison, eram os únicos que estavam completamente íntegros aqui, então se ocuparam em tentar acalmar os nossos nervos, seguindo para a minha cozinha, onde eu havia dito que podiam mexer onde quisessem. Prepararam então alguns petiscos e trouxeram algumas garrafas de cerveja, e só quando o cheiro incrível da comida atiçou meu olfato, foi que eu percebi o quanto estava morto e desvairado de fome!

Foi um longo tempo trocando palavras, comendo e bebendo. Todos nós estávamos mais interessados em saber da vida de Newt, já que foi o único que definitivamente havia desaparecido por completo na última década. E eu estava fervilhando para ouvir sua história, com certeza mais do que qualquer um ali! Mas Newt foi sucinto. Apenas comentou sobre a faculdade, que havia se formado em jornalismo e que agora escrevia sobre política nos periódicos de Londres, mas que estava atualmente de férias. Contou que morava com... Allison, e que se conheceram na faculdade, apenas. Não falou muito mais do que isso.

Porém... Allison achou necessário completar:

- Bem, já que ficaram separados por tanto tempo, acho que ficarão felizes em irem ao nosso casamento! – ela diz animada, aninhada em Newt, os olhos brilhando. Sinto uma náusea que me faz engolir tudo a seco, então bebo mais - Posso encomendar mais convites e está pertinho, será daqui trinta e um dias e...

O QUE?

Cuspo a cerveja que estava bebendo, engasgo e começo a tossir. Percy, que estava do meu lado, começa a bater nas minhas costas e dizer coisas estranhas em grego. Annabeth, Minho e... Allison ficam me olhando meio surpresos, sai cerveja até pelo meu nariz. Mas Newt fez uma cara curiosa, não sou capaz de decifrar sua expressão, mas isso não vem ao caso, afinal...

TRINTA E UM DIAS? PELO AMOR DE DEUS, EU PRECISO DE MAIS TEMPO DO QUE ISSO!

Começo a limpar a garganta, tentando me recompor, por dentro eu estou uma verdadeira avalanche, tento controlar minha tremedeira repentina. Estanco o sangue da facada que levei agora no meu coração e tento me estabilizar. Não sou de falar palavrões, mas puta que pariu, trinta e um dias? Sério? Não me fode desse jeito!

- Vai com calma aí, Dioniso, não queremos ninguém alcoolizado aqui! – Percy brinca e eu dou um aceno de cabeça forçando um sorriso, transparecendo o quanto sou um ator digno de um oscar.

- Bem... – Allison sorri... simpática, admito – Então vai ser incrível ter vocês conosco neste grande dia!

É, grande dia de merda.

Enquanto todos conversam mais um pouco, inteirando-se da vida alheia, eu fico aqui comigo e volto a maquinar. Finjo estar prestando atenção em tudo, e por vezes até comento algo, que na verdade nem me dou conta de fato do que eu digo. Estou bebendo e olhando Newt, o loirinho se mexendo desconfortável com o grude da noiva. Ele pouco fala, mas parece ouvir a todos com atenção, pois não desvia os olhos dos amigos nem por reza! Talvez já tenha percebido que está sendo observado e simplesmente não quer que nossos olhos se encontrem tão cedo.

Azar o meu, já que seus olhos me inebriam por completo e eu daria tudo para misturar nossos tons de castanho mais uma vez.

Vamos, Thomas, continue pensando, a ideia hei de vir!

Disperso minha atenção por cinco segundos e ouço a palavra “viagem”. Estão falando de viagens, certo. Espera aí... viagem? Parece que tem uma luzinha querendo se ascender na minha cabeça!

- ...foi basicamente a primeira coisa que consegui realizar do que coloquei na cápsula, sempre quis conhecer a Itália, a arquitetura é fantástica! – Annabeth comenta.

- Eu planejei uma lua de mel super romântica e Annie só queria ficar reparando na arquitetura. Pelos deuses romanos, viu... – Percy diz e todos riram, exceto eu que estou quase parindo uma ideia.

- Casou-se com uma arquiteta, o que queria? – Annabeth se defende risonha.

- Que inveja boa, Annie! – exclama Minho, mas não parece muito feliz – Eu não consegui realizar mértila nenhuma do que coloquei na cápsula, nem mesmo as coisas mais idiotas! – vira mais um gole de cerveja pela garganta – Fiz uma lista com algumas coisas simples e escrotas que eu gostaria de fazer e nem isso eu fiz. Viajar por aí com os amigos, sair carregado de uma noitada, pular de paraquedas... nada! Minha vida foi um plong e uma enorme perda de tempo com estudos de medicina que de nada me adiantaram até agora...

PLIM! É o som da lâmpada se acendendo na minha cabeça!

- Então eu proponho uma viagem! – digo confiante levantando-me do sofá, o peito batendo ansioso, um sorriso nervoso, sinceramente não consigo acreditar que estou fazendo isso! – Uma viagem entre velhos amigos. Coisas simples e loucuras que não conseguimos cumprir... nós vamos fazer acontecer nessa viagem em trinta dias!

Fez-se silêncio. Tenho cinco pares de olhos perplexos me encarando sem reação alguma. E eu estou feito um mané em pé, com a garrafa de cerveja estendida num brinde solitário e o sorriso trêmulo, envergonhado.

Maquinei tanto pra tomar mais um banho de água fria publicamente. Genial. Já estava quase pra dar uma de “pegadinha do malandro” e dizer que eu estava brincando, quando uma voz cortou o silêncio:

- Eu topo.

Todos voltaram-se para Percy Jackson de olhos arregalados, inclusive eu.

- Percy! – Annabeth lhe chamou atenção.

- O que foi? Vai ser incrível! – eu sempre amei o meu querido amigo... – Provavelmente será a maior loucura que cometeremos na vida. Me sinto mais travesso do que os semideuses de Hermes, eu estou dentro e você também está, Sabidinha!

- Claro que não! Isso é completamente irracional!

- Estou dentro também! – olho para Minho com o rosto quase radiante, meu peito se enche de esperança. Percy dá uns tapinhas animados nas costas do asiático e Annabeth parece que vai cair dura no chão.

- Vocês enlouqueceram? São trinta dias longe de nossas vidas, dos nossos empregos! – ela pontua, já bancando a mãe que sempre foi.

- Eu não trabalho e meus estudos estão indo de mal a pior, sinceramente não tenho nada a perder... – declara Minho despreocupado, dando de ombros.

Não consigo evitar um sorriso, agora sincero.

- Eu estou de férias do meu trabalho e a Sabidinha é uma arquiteta autônoma, pode muito bem tirar uns dias de folga, Hipnos mandou lembranças! – Percy dispara já decidido.

Annabeth está encurralada. Definitivamente não há motivos para que ela não concorde com a minha proposta insana. Percy começa a fazer biquinho de pidão e dar beijinhos no rosto da esposa. Sei que o jeitão despreocupado e despojado de Percy é seu ponto fraco. Ele era o equilíbrio para a dose exagerada dela de disciplina. Logo o jogo parece estar quase ganho quando sua expressão começa a se suavizar com a brincadeira meiga do marido, que agora fica dando pulinhos e dizendo “por favor” como uma criança mimada.

- Certo, Cabeça de Alga, chega... – ela se dá por vencida e cruza os braços olhando para nós três com reprovação, embora o esboço de um sorriso esteja tentando firmar-se em seu rosto – Vocês são insanos... querem fazer em trinta dias o que não conseguimos fazer em dez anos?

- Sim! – respondemos juntos.

- Atena, dai-me paciência, eu vou me arrepender... – comenta consigo mesma, balançando a cabeça e escondendo o rosto nas mãos.

Então sua atenção se voltou-se para... bem, ele.

- E você, mudinho? – ela brinca, dando um toquinho de leve com os pés, no pé direito de Newt – Não vai entrar na brincadeira?

Meu coração para. O sorriso saiu do meu rosto imediatamente, fico pálido e a boca seca. Se Newt não concordar, então tudo foi por água abaixo e eu rapidamente começo a pensar em alguma boa desculpa para desistir da viagem caso Newt decida não ir. Afinal, estava sendo tudo por ele.

- Ah... – ele começa meio desconfortável, olhando para... Allison.

- Acho que Newt e eu precisamos conversar, mas... – mas? – Se ele voltar a tempo para o casamento...

- Ele voltará! – me adianto desesperado, nem tomo nota do que estou dizendo – Trinta e um dias, não é? Viajamos amanhã mesmo e ele ainda volta com um dia de folga... – se voltar.

Allison e Newt permanecem conversando com os olhos entre si. Não posso negar o quanto isso me faz enlouquecer de raiva, ciúmes e tristeza... Aqueles olhos tão lindos deviam estar conversando assim comigo, apenas trocando juras de amor eterno em silêncio.

- Allison e eu vamos conversar a sós no hotel onde estamos hospedados... – a voz de Newt soa um tanto quanto autoritária e eu quase já havia declarado derrota – Mas... é, acho que sim. Acho que posso ir.

PRECISO ME CONTROLAR PARA NÃO SAIR PELA CASA GRITANDO, COMEMORANDO E SOLTANDO FOGOS DE ARTIFICIO!

- Dez horas da manhã! – me adianto com a voz quase esganiçada – Nos encontramos aqui às dez da manhã de malas prontas!

- E que tipo de roupa exatamente devemos levar? – Annabeth já tenta deixar as coisas sob controle.

- Hey, nada de planos! – Minho se adianta, fico impressionado com a sua empolgação repentina. Ele definitivamente estava precisando disso – Vamos pegar qualquer peça de roupa que sirva e enfiar tudo dentro de uma mala, cair na estrada e deixar as coisas acontecerem!

- É, isso aí! – comemorou Percy pulando ao redor de Minho.

- Santo Deus... – lamentou-se Annabeth.

- Combinado? – pedi a confirmação de todos, ansioso.

Todos assentiram. Minho e Percy estavam que não se aguentavam, infernizavam Annabeth mexendo em seus cabelos loiros e dando vivas, enquanto... Allison deixava um sorrisinho escapar vendo os dois, e Newt, como sempre, estava indecifrável

...


Minho saiu logo depois de Newt e... ela. Saiu daqui empolgado e eu fiquei muito feliz por conseguir proporcionar isso a ele depois de todo o sofrimento dos últimos dias. Acho que essa viagem não poderia acontecer em momento melhor.

Percy e Annabeth ficaram e me ajudaram a limpar as coisas. O relógio já marcava três da madrugada quando subi para o meu quarto, tentando me adiantar com as malas. Estava ansioso demais para dormir, estava nervoso, estava aflito, estava empolgado, eu estava a ponto de explodir de sentimentos! Sinceramente não sei como pude sentir tantas coisas, administrar tantas emoções em uma única noite.

A vida é mesmo uma aventura por si só.

Abri a primeira gaveta do meu guarda-roupa, e então Annabeth me dá um susto ao entrar no quarto de supetão.

- Desembucha, Stilinski – já me acua, os braços cruzados e um sorriso travesso no rosto.

- O-o que? – digo confuso.

- É, qual é o plano? – Percy surge atrás da esposa, o mesmo sorriso ludibriado.

Sinceramente não entendo nada.

Fico com o olhar desorientado e largo as roupas encima da cama, tentando ler as expressões dos dois, perguntando-me o que foi que eu perdi.

- Perdão? – insisto num pandemônio interno.

- Ah, por favor! – Annabeth desentrelaça os braços impaciente e começa a caminhar pelo quarto um tanto quanto analítica – Toda aquela pose de homem romântico e sonhador durante dez anos e de repente você reencontra Newt com uma garota e seu mundo desaba? Uma viagem desesperada demais pro meu gosto e que vai durar exatos trinta dias? Que calendário mais sincronizado com certos matrimônios...

Ai, não.

- E-eu... – tento me explicar.

- Não precisa explicar nada, a gente ta dentro! – Percy se adianta e cruza os braços como a esposa, mas seu sorriso consegue ser do próprio capetinha em carne e osso – Você ama o loirinho e o loirinho ama você, e agora ele vai cometer o maior erro da vida dele se casando com quem não ama, você quer impedir... Certo, a gente ajuda.

Oi?

- Mas... – ainda estou desnorteado - C-Como sabem...?

- Pelo amor de Deus, Thomas, não nascemos ontem, era impossível não notar os olhares apaixonados de vocês no colégio, Percy e eu falávamos sobre isso sempre, só ficávamos nos perguntando quando é que esse amor de vocês ia finalmente se assumir!

- Pois é! – Percy concorda ainda me olhando maroto – Vai, fala qual é o plano.

- Bem... – estou abalado com mais uma revelação bombástica, mas não tenho tempo para maiores esclarecimentos. Esperava fazer tudo sozinho, mas sinceramente, toda a ajuda agora é bem-vinda – Antes de tudo, gostaria de dizer que sei o quanto isso que estou fazendo é injusto com aquela linda garota. Mas acreditem no que eu digo... existe alguém aí fora que vai oferecer a ela um amor de verdade, coisa que o Newt não pode oferecer a ninguém além de mim...

- Deuses do Olimpo, meu pau tá duro!

Annabeth dá uma cotovelada em Percy.

- Então... – continuo segurando a risada - Alguma coisa muito ruim aconteceu com o Newt ao longo desses anos e ele está completamente desacreditado do amor e das coisas bonitas da vida...

- Escrever sobre política também não ajuda muito... – comenta Annabeth irônica.

- É, com certeza não... – pondero – Enfim, o que eu quero é que ele se lembre de quem realmente é. O garoto aventureiro, romântico e alegre pelo o qual me apaixonei ainda está lá. Está implorando pra se lembrar de como a vida é incrível, mas Newt está resistente demais, está machucado por muitas coisas e eu vou fazê-lo superar isso. O plano inicial é esse: trazer devolta o verdadeiro Newton Reed!

- Certo, é uma causa nobre – Annabeth pondera – Já estou tendo algumas ideias aqui...

- E digamos que a gente consiga... – Percy cogita com um olhar pensativo – Qual é seu verdadeiro objetivo com tudo isso?

Os dois olham para mim aguardando uma resposta que na verdade eu sei que eles já sabem.

- Bem... – respiro fundo, tendo a certeza de que essa viagem é a maior loucura de amor que eu poderia ter inventado na minha vida – Basicamente, tenho trinta dias para salvar um amor!



Na minha cabeça, aciono a contagem regressiva.


Notas Finais


Vamos fazer as malas? 🎒👜 Não se esqueçam daquela playlist incrível pra viajar! 🎶🎧

Até logoooo! 😘


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