História 300 Primaveras - Capitulo 37

Alguns dias se passaram desde a tentativa fracassada do jantar. E tudo parecia pior do que antes.

Primeiro eu tinha o fato de estar noiva e eu não tinha ninguém para quem contar. Bem sim, eu tinha, mas eu e Edward decidimos contar pessoalmente aos meus pais. Já quanto a Rose e Alice, bom... Eu sentia que era errado contar a elas enquanto as duas estavam assim, então tudo que eu fazia era suspirar e olhar para meu maravilhoso anel de diamante.

Eu estava começando a pensar que esse jantar não foi uma ideia tão boa assim.

Tinha Rose e Alice que pareciam duas estranhas, e depois tinha a família Cullen que parecia ter piorado a relação mais ainda, tirando o fato de que Edward e o pai pareciam estar mais amigáveis nos últimos dias.

 E então era isso, além de ser uma péssima amiga, eu também sou uma destruidoras de lares. Que fantástico.

Para concluir tudo eu e Edward estávamos brigados. Bom, eu não chamaria de briga mesmo, mas tivemos uma pequena discursão quando eu anunciei que iria me demitir e fazer uma entrevista para designer de jogos.

O motivo da briga? Ele.

Edward havia insistido em me ajudar, disse que eu não precisava fazer essa entrevista, pois eu poderia trabalhar na sua empresa a qualquer hora. Era uma proposta irrecusável, qualquer um morreria por uma proposta dessa, mas eu não.

Eu queria começar de baixo, por isso minha entrevista era em uma pequena empresa ainda pouco conhecida.

Era quase 15:00 horas, eu estava sozinha na casa enorme que Edward comprou, me depreciando e tentando desenhar algo para minha entrevista, mas sem muito sucesso. Eu estava sem ideias para criar personagens e além de tudo eu não conseguia tirar Alice e Rose da minha cabeça.

Foi quando eu tive uma brilhante ideia.

Se eu as uni uma vez, por que não fazer novamente?

Abri um enorme sorriso e levantei imediatamente, indo em direção a cozinha. Eu precisava preparar algo antes.

Quase três horas depois Edward chegou do trabalho. Assim que ele me viu abriu um sorriso e veio em minha direção.

– Isso é um jantar de desculpas? – perguntou me abraçando por trás e me desvencilhei dos seus braços.

– Claro que não – reclamei colocando a panela em cima do balcão e o olhei. – Além disso, eu não lhe devo nenhuma desculpa, ao contrario de você.

Ele fez uma careta e espiou o que eu cozinhava.

– O que é isso então?

– Noite das garotas – sorri observando meu trabalho final e o escutei suspirar contrariado.

– De novo isso? – reclamou e depois sorriu me envolvendo em seus braços. – Não podemos fazer as nossas pazes? Jantamos a luz de velas, declaramos nosso amor um pelo outro e depois temos um sexo incrível na mesa de jantar. O que acha?

– Hum... Eu adoraria – levei minhas mãos aos seus ombros e me inclinei para beijar rapidamente seus lábios. – Mas não vai rolar – e então me soltei dele.

Ele gemeu contrariado e eu ri.

– E você vai dormir em algum dos vários quartos dessa casa hoje – o avisei, ganhando uma careta em troca. – Mas... – apoiei minha mão em seu peito e me inclinei para fica a centímetros do seu rosto. – Se tudo der certo hoje, eu prometo que amanhã vou te recompensar. De todas as maneiras possíveis.

Ele fechou os olhos e colocou as mãos na minha cintura, trazendo-me para mais perto do seu corpo.

– De todas as formas? – perguntou com a voz rouca e baixa, trazendo arrepios a minha espinha.

– Todas as formas e posições possíveis... – murmurei e ele gemeu. – Aonde sua imaginação levar, eu vou fazer questão de cumprir todas as suas fantasias.

Ele abriu os olhos e seus lábios se repuxaram para cima.

– Onde estão suas amigas? Precisamos planejar sua noite das meninas – disse animado e ri.

O que um homem não faz por sexo?

– Você vai ligar para Alice – disse-lhe e nem isso foi capaz de tirar o sorriso do seu rosto. – Eu vou cuidar de Rose.

Alice provavelmente iria estranhar se eu ligasse novamente, era melhor trocar os papeis.

– Ok.

Edward pegou o celular para ligar pra Alice, enquanto eu pegava o meu para ligar pra Rose.

Era hora de atuar novamente.

– Bella? – ela perguntou assim que atendeu.

– Rose... É Alice, ela... Ela... – solucei e Edward me olhou estranho. – Ela está aqui em casa, ela está dizendo que vai se matar Rose. – escutei seu ofegar de surpresa. – Ela se trancou no banheiro, eu não sei o que fazer...

– Eu... Eu vou ai agora! – disse e desligou.

Sorri me sentindo satisfeita por minha missão comprida.

Edward ainda me olhava ainda com o cenho franzido e com o olhar incrédulo.

– Sabe... – ele começou depois de um tempo. – Você deveria parar de fazer isso.

Revirei os olhos e dei de ombros, sem dar importância.

Edward bobo, você não sabe que isso é a graça da coisa.

 

 

– Bella! – Alice e Rose falaram ao mesmo tempo e sorri inocentemente puxando as duas pelo braço para sentarem.

– Supresa? – elas me olharam em choque e sorri amarelo. – Tudo bem, precisamos conversar e vocês duas não estavam se falando. O que mais eu poderia fazer?

– O que qualquer outra pessoa normal faria, chamar nos duas de forma natural e espontânea – Rose apontou o obvio e rolei os olhos cruzando os braços.

– E vocês viriam? – as duas ficaram em silencio e suspirei. – Por isso tive que fazer isso. Além disso, tenho novidades – disse animada e as duas me olharam desconfiadas.

– E o que seria?

Sorri inocentemente.

– Primeiro vocês duas tem que me prometer que nunca mais vão brigar – elas ficaram em silencio e desviaram o olhar. – Vamos, ou eu preciso pegar a minha garrafa de tequila novamente?

Olhei para Rose e lhe indiquei Alice com os olhos movendo meus lábios em um “Essa é a sua chance” enquanto Alice não olhava e ela suspirou. Olhou para Alice e abriu a boca, mas não consegui falar nada, então me olhou e moveu os lábios em “Eu não consigo” e balançou a cabeça.

Soltei o ar pesadamente e me aproximei de Alice, me agachando a sua frente.

– Alice... – toquei em seu ombro e ela se se virou para me olhar. – Se eu sofresse um acidente hoje e precisasse de um transplante de rim, e se só o seu rim fosse compatível com o meu, você me daria ele? – ela me olhou em choque.

Rose me olhava como se dissesse “Quer merda você está falando?”, mas apenas a ignorei.

– Mas é claro que sim – respondeu prontamente e sorri.

– E se Rose precisasse do seu rim, você o doaria? – ela hesitou e cabeça, mas logo em seguida respirou fundo e voltou seus olhos para Rose.

– É claro que sim.

Rose aumentou os olhos surpresa e abri um enorme sorriso.

– Então vocês veem isso? – perguntei e ambas pareciam confusas. – Não importa a circunstancia, seja um órgão, um ombro amigo ou uma companheira de bebida a noite – as duas riram. – Eu sempre irei até vocês quando precisarem de mim – ambas sorriram e segurei a mão de cada uma em minhas mãos. – Porque... Porque vocês fazem parte da minha família. Vocês são a minha família. E eu sempre, sempre vou ajuda-las.

Rose tinha lágrimas nos olhos, assim como Alice.

– Agora... – pigarrei quando minha voz embargou. – Eu gostaria de saber se vocês acham que podem ser uma família outra vez. Eu vou entender se disserem que não querem, mas eu tenho que saber. – as olhei em expectativa e as duas se entreolharam.

– Bella, mesmo que Rose estivesse precisando de algum órgão, ou de um ombro amigo ou companhia pra beber... – Alice sorriu e olhou pra Rose que a essa hora já não passava de uma bagunça de lagrimas. – Eu sempre vou ajuda-la, porque Rose sempre vai ser minha irmã – sorriu e deixou algumas lagrimas caírem. – E eu espero que ela ainda me considere uma.

– Oh Alice – se jogou nos braços de Alice chorando. – Você nunca deixou de ser minha irmã.

Então rimos, choramos, nos abraçamos...

Vivemos aquele momento como há muito tempo não fazíamos.

Éramos família novamente.

 

Quase uma hora depois, depois daquela declaração melosa e de muitas lagrimas, estávamos bebendo animadamente no meu quarto.

Rose e Alice ainda falaram sobre os seus problemas, sobre o relacionamento de Rose com Jasper e de como Alice se sentia sobre isso. E elas resolveram tentar nos reunirmos novamente, Alicie ainda não se sentia preparada pra encontrar e falar com Jasper, mas estava disposta a tentar.

– De alguma forma eu sabia – Alice confessou. – Percebi que o modo que Jasper te olhava mudou, pensei que era algum instinto protetor dele, mas eu já desconfiava. – Ela suspirou e levantou os olhos pra Rose. – Não fiquei tão surpresa quando os vi junto. Acho... Acho que não estava preparada pra enfrentar a realidade, mas agora vejo como vocês ficam bem juntos.

Rose teve mais uma sessão de choro depois disso.

Mas logo depois estávamos rindo enquanto bebíamos uma garrafa de whisky que achei de Edward e falávamos sobre os garotos que pegamos.

– Você lembra daquele nerd da faculdade? – Alice perguntou e assenti. – Deus, ele cresceu e virou o maior gato! Vi ele semana passada no shopping, eu simplesmente não acreditei, como ele mudou – ela suspirou sonhadoramente e me olhou. – E pensar que ele era afim de você Bella. Pena que nunca ficou com ele.

– Eww Alice – fiz uma careta. – Ele era cheio de espinhas.

– Certo, ele não era um gatinho antes, mas agora quem sabe... – moveu as sobrancelhas sugestivamente e ri.

– Sorte sua que Edward não está aqui pra ouvir isso.

Ela bufou e fez uma careta.

– Edward é um chato.  É um gato e muito gostoso, mas muito chato.

– Er Alice? – tentei prender o riso. – Você lembra que é do meu noivo que está falando?

– É claro que... – ela parou e arregalou os olhos. – Noivo?

– Errr... Eu não disse? – sorri amarelo. – Ele me pediu em casamento.

E então aconteceu.

Um grito forte, muito, muito alto e insuportável. Eu tentei tampar meus ouvidos com minhas mãos, mas logo braços estavam me levantando e me fazendo pular como uma louca.

E não, não foi Alice.

– Oh meu Deus – Rose gritou novamente e parou de me sacudir como uma louca. – Você vai se casar?

– Sim? – respondi, mas saiu mais como uma pergunta. Sinceramente Rose estava me assustando.

– Você tem que me chamar pra ser a madrinha – ela disse animadamente, mas saiu mais como uma ameaça e sorri forçado.

Alice me olhou e sorriu escolhendo os ombros como se dissesse “Se vira” e a fulminei com o olhar.

Então para minha sorte alguém bateu na porta.

– Bella? – era Edward e suspirei aliviada me soltando de Rose e indo em direção a porta.

Sai rapidamente do quarto fechando a porta atrás de mim e Edward me encarava confuso.

– Você me salvou. – ele franziu o cenho e sorri colocando minhas mãos em seu peito.

Ele estava tentador naquele terno, havia acabado de chegar do trabalho e parecia cansado, mas malditamente sexy.

– Bella? – perguntou e percebi que ainda o olhava como se ele fosse um pedaço de carne.

– Desculpe, o que disse?

Ele abriu um sorriso lento e fatal que me causou vários arrepios.

– Assim você não me ajuda gatinha, já tenho que passar a noite sem você – reclamou enquanto depositava pequenos beijos no meus pescoço e suspirei.

– Não... posso... Alice e Rose estão... Edward – gemi quando ele mordeu a pele sensível do meu pescoço e ele soltou uma risada diabólica.

– O que dizia Gatinha?

Estreitei os olhos para ele, o que fez apenas seu sorriso aumentar.

– Você é mau – acusei.

– Você não faz ideia do quanto, gatinha... – se inclinou para depositar um pequeno beijo nos meus lábios. – Vem dormir comigo.

Fechei os olhos quando ele aprofundou o beijo e quase, quase me deixava levar, mas resisti.

– Amanhã – me afastei e ele fez uma carinha de decepcionado. Sorri e lhe dei um selinho. – Lembra da minha promessa?

– Como iria esquecer? – suspirou. – Ela tem ocupado meus pensamentos o dia todo.

– E é? – sorri subindo minhas mãos para seus ombros.

– Como acha que vou dormir hoje Bella? – pressionou seu corpo no meu e senti uma parte muito acordada dele. – Vai me deixar assim? – sorri assentindo e ele fez um lindo bico. – Isso não se faz, gatinha.

Beijei seus lábios e subi minha boca para a sua orelha.

– Amanhã – prometi em um sussurro e suas mãos apertaram a minha cintura.

– Amanhã vou te foder tão duro e tão forte que você não vai poder sair da cama por dias – prometeu e tremi em excitação.

– Bom... Vou esperar ansiosa. Espero que cumpra sua promessa.

Ele rosnou e ri.

– Bella, acho melhor não me provocar, você não sabe onde está se metendo.

– Ah querido... – sorri descendo minha mão pelo seu corpo e parando em cima do seu “amiguinho” dando-lhe um leva aperto. – Eu sei muito bem onde estou me metendo. A questão é: você sabe?

– Bella... – seus olhos pareciam mais escuros e podia perceber o quão excitado ele estava.

Por isso resolvi não provoca-lo mais. Mais uma provocação e ele estava me levando em seu ombro para o quarto como um verdadeiro homem das cavernas

– Até amanhã querido – disse-lhe antes de abrir a porta e entrar.

Encostei-me na porta com um sorriso atraindo a atenção de Alice e Rose.

– Que sorriso diabólico é esse? – Alice perguntou e sorriu. – O que você aprontou?

– Nada – disse apenas e fui sentar na cama com elas. – Então, o que faziam?

– Estávamos combinando de ir ao shopping amanhã. O que acha? – perguntou Rose.

– Amanhã não posso. Tenho que fazer o almoço – o almoço, o café da manha, o jantar...

– Que almoço? É algo especial? – Rose perguntou confusa.

– Claro, Bella vai ser servida amanha, o prato principal – sorri diabolicamente e ela me olhou surpresa enquanto Alice começou a rir.

– Bella, sua safada! – Alice ainda ria e eu a acompanhei.

 Bom, amanhã era domingo, Edward não tinha que trabalhar e muito menos eu, tínhamos o dia todo, meus pais não moram aqui para visitar-nos e seus pais tampouco vem aqui. Eramos só nós, o dia todo. Deveria fazer disso um feriado? Todos os meses?

– Qual a data de amanhã? – perguntei pensativa. Aposto que Edward iria amar a ideia, um feriado só nosso, podia chama-lo de “O dia de fazer a Bella feliz”.

– 29.

Parei de pensar ao escutar Alice falar.

29?

Como assim 29?

Isso não podia estar acontecendo.

Oh Deus...

Fiz as contas mentalmente e pude sentir meu chão desabar quando me dei conta.

– Oh céus... – sussurrei em choque. Alice e Rose me olharam confusas. – Eu estou atrasada.

Engoli em seco e as duas me olharam surpresas.

– Tem certeza? – Alice perguntou e assenti. – Mas você e Edward se protegem, não é? – a olhei e balancei a cabeça lentamente, negando. Na maioria das vezes, quase todas, estávamos muito err... Animados para nos lembrar de algo. – E com que frequência vocês tem feito sexo ultimamente?

A olhei incrédula.

– Preciso mesmo responder isso? – perguntei. Pelo amor de Deus, acabei de lhe dizer que amanhã iriamos transar o dia todo. Precisa de resposta mais obvia?

– Oh bom querido Deus... – Alice murmurou e me olhou com medo. – Bella, você está gravida?