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História 300 Primaveras - Capitulo 39


Escrita por: Nahy06

Capítulo 41 - Capitulo 39


Hoje o céu estava aberto.

Eu não me lembrava quando foi há ultima vez que isso aconteceu. Forks era uma cidade pequena que constantemente chovia, não que eu não gostasse da chuva, eu amava o barulho que ela fazia quando eu ia dormir, adorava o cheiro de terra molhada no inicio da manhã e adorava me enrolar e assistir alguns filmes em um dia frio.

Mas quando o sol saia em Forks... Era lindo e algo muito raro, então nesses dias eu saia pra aproveitar o clima mais quente.

Abro os olhos e vejo as ondas quebrarem no mar a minha frente.

Não lembrava como vim parar aqui, mas estava tão bom ficar nesse lugar que eu não me importava em sair ou com qualquer outra coisa.

– Você vai ficar ai o dia todo? – perguntou uma voz doce e infantil atrás de mim e me virei.

Havia um garoto pequeno, não deveria ter mais que 5 ou 6 anos. Ele tinha cabelo castanho e olhos verdes estranhamente familiares.

– Quem é você? – perguntei confusa e ele sorriu.

– Você deveria voltar para casa – ele disse e franzi o cenho. Casa? Eu já não estava nela?

E então o cenário mudou.

Eu não estava mais na praia, agora estávamos em casa, na minha antiga casa em Forks.

– Como viemos parar aqui? – perguntei ao garoto e ele deu de ombros.

– Você que nos trouxe até aqui.

O olhei confusa e ele olhou ao redor, fiz o mesmo e sorri ao ver várias fotos em cima da estante.

Aproximei-me e peguei um retrato antigo. Foi da primeira vez que Charlie e Renée me trouxeram para casa, eu deveria ter uns 7 anos.

“– Pode me chamar de mamãe – Renée falou colocando um sorriso em meu rosto. – Você é nossa filha agora.

Eu não sabia o motivo, tantas vezes já havia sido adotada e já havia sofrido tantas decepções...

Mas ao escutar essas palavras, tudo que eu sentia pareceu desaparecer, toda a angustia e raiva que eu sentia desapareceu e eu finalmente me senti em paz.

– O que...? – Renée engastou e olhou assustada para Charlie que parecia tão ou mais assustado que ela. – Oh querida... Não chore... – ela correu para ficar a minha frente e apanhou as lágrimas que caiam dos meus olhos. – Não chore querida. Vai ficar tudo bem... – ela me abraçou apertado e isso só me fez chorar mais. – Vai ficar tudo bem. Nós somos uma família agora.

Então Charlie se juntou ao nosso abraço e eu os abracei com força.

Não sabia o que fazer ou o que iria acontecer dali em diante, mas finalmente eu me sentia em paz.

Me sentia em casa”

– O que foi isso? – perguntei com os olhos arregalados encarando a foto a minha frente. Parecia como se eu tivesse visto tudo agora a pouco.

– São suas lembranças – o garoto disse com um sorriso. – Você está aqui por isso.

Eu abri a boca para falar, mas nada saiu.

Se eu estava aqui para rever minhas memórias, então isso significa que...

– Eu morri? – perguntei com medo da resposta e o garoto balançou a cabeça.

– Não, pelo menos ainda – disse e franzi o cenho. – Você tem que fazer uma escolha. Voltar ou seguir em frente.

O encarei por alguns segundos sem dizer nada.

– E o que acontece se eu seguir em frente? – perguntei com medo da resposta e ele sorriu.

– Você descobrirá.

Suspirei e voltei a encarar a foto.

Como será que eu vim parar aqui? Eu não lembrava de nada, exceto algumas coisas relacionadas a minha infância e adolescência.

– Vamos, você precisa continuar. – o garoto sorriu e então, antes que eu pudesse dizer algo, o cenário novamente mudou e eu estava dentro de um carro.

“– Eu sinto muito Bells – meu pai abriu um sorriso triste. – Você tem que abandonar sua vida aqui por causa de mim.

– Pai! – reclamei e cruzei os braços. – Vai ser bom sair de Forks, não tem nada de bom aqui e nós vamos para Seattle! – joguei os braços para cima e ele riu. – Sabe o quanto eu queria morar lá? Vai ser fantástico!

– É Charlie, deixe de reclamar – minha mãe bufou. – Você pode adorar Forks, mas sinceramente querido? – ela tirou os olhos da estrada por um segundo para olhar para nós. – Essa cidade é um inferno.

– Renée! – papai riu e balançou a cabeça.

Mamãe olhou para mim, piscou um olho e ri baixinho.

Eu sabia o que ela estava fazendo.

Papai estava tão chateado por sair de Forks. Nós estávamos indo para Seattle por causa do seu tratamento. Lá havia um oncologista muito famoso que podia ajudar no caso do meu pai, além do hospital de lá ter mais tecnologia do que o de Forks.

Eu só esperava que desse tudo certo.”

– Eu me mudei? – perguntei a mim mesma, mas o garoto respondeu.

– Seu pai tinha câncer no fígado – ofeguei. – Vocês se mudaram em busca de um melhor tratamento para ele.

– Ele... Ele está bem? – perguntei com medo da resposta e ele sorriu.

– Sim.

Suspirei aliviada.

– Agora vamos voltar as suas lembranças.

“– Alice! – reclamei enquanto ela me arrastava. – Eu não quero ir.

– Bella – bufou. – Você só precisa sentar lá e me ver. Quero que você escreva minhas musicas, eu disse que você tem um dom.

Revirei os olhos e sentei em um banco qualquer do bar.

Alice logo desapareceu entre as pessoas e eu suspirei deixando minha cabeça descansar entre minhas mãos.

Eu não conseguia acreditar em como nos dávamos bem. Parecia que nos conhecíamos há anos e não há apenas cinco dias.

Meus pais e eu estávamos ficando na casa da irmã de mamãe. Era temporário, enquanto não tínhamos uma casa, e foi onde conheci Alice. Apesar de sermos primas, nunca havíamos nos visto, tirando quando erámos pequenas, mas como nem eu, nem Alice lembrava, isso não constava. Mas desde que fomos apresentadas viramos amigas.

Isso era bom.

Ter uma amiga nessa cidade enorme.

Uma pena que não estudaríamos na mesma escola.

– Com licença... – disse uma voz masculina atrás de mim e me virei. – Posso sentar aqui?

Ele era um homem alto e jovem, deveria ter a mesma idade que a minha. Tinha cabelo de uma cor diferente, parecia ruivo, mas se assemelhava mais a um tom acobreado, eu nunca tinha visto um cabelo dessa cor antes. Seus olhos eram verdes e me encaravam com interesse.

Ele era bonito.

– Claro – disse-lhe com um sorriso amigável.

– Edward Cullen, muito prazer – disse e me ofereceu a mão.

– Isabella Swan.”

Então eu estava de volta na sala de casa.

O garoto ainda estava lá e me observava com um sorriso secreto.

– Quem é ele? – perguntei.

– Ele foi e ainda é uma parte importante da sua vida.

O encarei confusa.

Edward Cullen... O nome me parecia estranhamente familiar.

E então aconteceu.

Não foi como as outras lembranças, essas vieram uma atrás da outra como uma avalanche.

Nós nos reencontramos na minha nova escola, ele era o típico garoto popular, vinha de uma família rica, mas não era um babaca por isso. Virou meu amigo e me apresentou a todos que conhecia. Conheci Emmett, seu irmão cabeça dura, ele era legal e apesar de não se dar bem com Edward, virou um ótimo amigo meu.

Pensei que as coisas sempre seriam assim, mas mesmo depois de viramos amigos, aquela atração que sentia por Edward não diminuiu. E um dia, quando ficamos sozinhos em um acampamento da escola, acabamos nos beijando.

Por um tempo foi bom, viramos namorados e apenas aproveitamos o momento. Íamos a escola juntos, saiamos depois e a noite costumávamos ir aos shows de Alice. Ele me ajudava a compor as musicas dela e foi quando compomos aquela musica, 300 Primaveras, que ele me disse aquelas três palavras.

Eu era a garota mais feliz do mundo e pensei que nada me abalaria, por isso não liguei quando algumas garotas na escola passaram a me olhar estranho toda vez que eu passava, também não me importei quando elas passaram a me importunar, colocando o pé para me fazer cair, roubando minhas coisas e me mandando mensagens irritantes.

Para mim estava tudo bem, elas deveriam estar apenas com inveja. Mas foi quando me trancaram no banheiro da escola e roubaram meu celular, que percebi que isso não era normal.

Só que eu não queria incomodar Edward com essas coisas, então não falei nada para ele.

Mas quando Emmett passou a me ignorar tudo pareceu piorar. Ele era sempre a pessoa que me ajudava, a pessoa que me defendia e sempre vinha ao meu socorro. Porém, quando ele me ignorou, o limite que tinha foi ultrapassado. E quando uma delas me machucou pela primeira vez, eu tive medo e passei a me esconder.

Fiquei em casa alguns dias, evitando a escola, disse aos meus pais e a Edward que estava doente, mas a verdade era que eu estava com medo de ir à escola e na próxima vez ser empurrada da escada ou de algum lugar pior. Eu não aguentava mais aquilo, resolvi falar com Edward, mas no dia que fui à escola encontrei a mãe dele.

Ela me ameaçou e me disse que ofereceria qualquer quantia para eu ir embora. As coisas com papai não iam bem no hospital, e de alguma forma ela sabia disso, me disse que poderia ajudar a encontrar um tratamento inovador em algum canto do país, então me ofereceu duas opções, ou eu ia embora e ela ajudaria minha família, ou eu ficava e talvez meu pai perdesse o plano de saúde.

Como não tive escolha, terminei com Edward.

Terminei da pior maneira que consegui imaginar, lhe disse coisas horríveis e desejei do fundo do meu coração que ele me odiasse, que não me procurasse e seguisse em frente.

Me afastei de todos que ele conhecia e de todos os lugares que conhecíamos. Elisabeth cumpriu com a promessa dela, papai foi selecionado para fazer um tratamento inovador em Nevada e nós íamos para lá o mais breve possível.

Mas então aconteceu.

Não estava me sentindo bem e depois de um comentário de Alice comprei um teste de gravidez. Nunca havia ficado tão assustada na minha vida, estava gravida, mas ao mesmo tempo estava feliz, um filho, meu e de Edward.

Mas então a ficha caiu. O que eu iria fazer? Nós havíamos terminado, sua mãe era contra, todos eram. Como essa criança poderia ser feliz?

Eu pensei em varias maneiras, poderia ir embora com a criança e cria-la, talvez um dia nós voltaríamos e o apresentaria a ele. Mas Edward não merecia isso, ele merecia saber e foi o que fiz.

Sai de casa correndo, estava chovendo, mas não me importei e apenas corri em sua direção. Iria contar a verdade, tudo que eu estava escondendo, tudo que sofri, todas as mentiras que falei a ele... Eu iria concertar tudo.

E então vi um carro vindo em alta velocidade na minha direção. Eu sabia que não iria dar tempo.

Tentei correr.

O motorista tentou desviar.

Mas era tarde demais.

Minha próxima memoria eu estava no hospital. Podia escutar o barulho irritante de monitores e o cheiro insuportável de hospital.

Meu corpo inteiro parecia doer, e por mais que eu tentasse, eu não conseguia me lembrar de nada.

– Edward Cullen era a pessoa mais importante da minha vida... – murmurei sentindo as lagrimas caírem e o garoto assentiu com um semblante triste. – Ele foi meu tudo, mas o que tínhamos acabou.

– Isso não é tudo – o garoto disse e então se aproximou, pegou minha mão entre as suas e a apertou levemente me olhando. – Olhe mais para dentro, isso não é o fim.

Fiz o que ele pediu e fechei os olhos.

Novamente as lembranças me dominaram.

Elisabeth mandou meu pai a mim para outro estado. Papai e eu ficamos bem, tivemos alta do hospital depois de algum tempo. Terminei a escola e consegui entrar em uma universidade, sentia que algo estava errado, perdi minhas lembranças e meus pais estavam estranhos, mas decidi não insisti e apenas deixei de lado.

Eles tinham passado por tanta coisa comigo, com a doença do meu pai... Era hora de seguir em frente.

Passei a estudar, conheci Rose e reencontrei Alice. Tudo estava bem e cinco anos se passaram, então Rose me ofereceu um emprego.

Nos reencontramos, como desejei, ele me odiava, tinha seguido em frente, mas eu não lembrava dele, mesmo assim nós apaixonamos de novo, mas dessa vez ele me protegeu da sua mãe, eu não era mais a mesmo garota tola de antes e conseguimos ficar juntos, estávamos noivos e eu estava gravida?

– Eu tenho que voltar – disse determinada e o garoto assentiu com um sorriso.

– Você tem, ele te espera.

Ele apontou para porta e olhei para trás. Podia escutar uma voz me chamando, me dizendo para voltar e reconhecia aquela voz. Como poderia não reconhecer?

– Como é o seu nome?  – perguntei ao garoto antes de ir.

Ele sorriu e sussurrou seu nome antes de tudo desaparecer.

“Davi”


Notas Finais


Bella finalmente lembrou!


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