História 4 corações juntos formam um...O seu! - Eu me importo com você!

                    p.o.v narradora

-Kakuzu....-ronronou Hidan

-hm?-o moreno perguntou,parando de caminhar e olhando para seu parceiro

-eu quero parar.Minhas pernas tão doendo porra!-reclamou,exausto e morto de sono

-eu creio que você ainda consiga,só está com preguiça,como sempre.-Kakuzu disse,revirando os olhos,achando infantil o biquinho de Hidan ao ouvi-lo chamar de preguiçoso 

poderia dizer que foi fofo,realmente foi,mas era mais confortável dizer infantil,o fofo poderia ficar guardado bem lá no fundo do seu subconsciente.

-eu não sou preguiçoso!-reclamou-eu estou cansada e com sono inferno,você me acordou 6 FODIDAS HORAS DA MANHÃ!

-eu acordei mais cedo que você,e não estou reclamando.-constatou,tentando não demonstrar que a reação dele o divertiu bastante,já fazia uns dias que essas birras dele não o irritavam mais,apenas o divertiam

tudo ocasionado pelo despertar dos seus sentimentos,agora que já havia admitido para ele mesmo o que sentia era estranho tentar reprimir,então apenas aceitava e tentava ao máximo lidar para não enlouquecer

e também,pelo fato de que agora,nesse momento,Hidan poderia não estar com ele,nunca mais,então deveria aproveitar e agradecer por ter ele ali.Mas isso o outro não poderia saber,não agora.

-claro,você é um velho que faz tudo por alguns trocados,nem que tenha que passar fome pra conseguir.Eu faria isso tudo só por uma pessoa,Jashin-sama!

mas lá no fundo ele sabia que também faria por Kakuzu,mas isso ele não precisaria admitir em voz alta,tudo ao seu tempo.Precisaria conquistar o outro,aos poucos

-alguns trocados?-Kakuzu perguntou estupefato-são 14 mil ryos!e ganhados facilmente.Uma parte vai pra mim,e só pra mim já que você é afim do seu Deus,o resto vai pras finanças da Akatsuki que sou eu que gerencio.Dinheiro é importante Hidan!

-pra mim só o que me importa é Jashin.Se ele quiser que eu tenha algo,ele me agraciará com isso porra.Porque o meu Deus é foda!-ele sorriu como um perfeito maníaco,e mesmo assim Kakuzu continuou achando ainda perfeito.

-não ligo para seu Deus de bosta.-ele respondeu,voltando a caminhar,mas ainda dando atenção a Hidan,era algo que ultimamente ele não conseguia evitar,e Hidan também percebeu,mas guardou essa observação a si,talvez estivesse vendo demais

-foda-se você,Kakuzu!Jashin sama não liga!

-se é que ele existe.

Hidan o olhou emburrado,e Kakuzu soltou um risinho baixo,em divertimento e lá no fundo por achar fofo a cara dele.Realmente esses sentimentos haviam o mudado,a uns meses atrás com certeza ele estaria extremamente irritado

odiava perder tempo com Hidan quando o poderia com dinheiro,mas agora digamos que ele havia crescido em importância,então tinha um pouco de crédito.

ou talvez muito,mas isso ele só perceberia depois.Tudo no seu tempo

já Hidan teve seus pensamentos voltados para o acontecimento de ontem,no final do dia,ele ainda estava com a pulga atrás da orelha sobre aquele beijo.Não teve coragem de perguntar ao outro,se é que ele o responderia,porque mais parecia que para Kakuzu não havia sido nada,e que já havia esquecido.

ainda era vívido em sua mente a sensação dos lábios frios encostando em sua testa quente,assim como a erupção que se deu pelo simples ato de afeto,um afeto tão raro quanto o cometa Harlley.Kakuzu nunca havia demonstrado algo assim,e se perguntou o que diabos havia se passado na cabeça do outro pra ter feito aquilo.

ou então o que ele fez para desencadear aquela reação?Kakuzu o amava?esteve a brincar com sua pessoa só para o fazer ficar constrangido?e porque?

eram várias perguntas que ele imaginava que tão cedo teriam suas respostas,mas o destino assim não quis.

Kakuzu fazia um esforço para não demonstrar que ainda se sentia incomodado com o que havia ocorrido ontem,nem transparecer o que sentia,deslizes como aqueles seriam fatais,ainda não estava preparado para se confessar,se é que se confessaria.

era mais fácil fazer com que Hidan sentisse o mesmo por ele,era estourado então rapidamente daria com a língua nos dentes se sentisse algo,então até lá se manteria firme fingindo que havia esquecido.Mas cérebros humanos infelizmente adoram se lembrar de coisas que não devem ser recordadas!

o trajeto que eles estavam pegando os levaria a uma vila um tanto antiga,que aos poucos estava a vista,era tão pequena quando a de Kotetsu pelo o que parecia,e para alegria de Hidan 20 minutos de caminhada foram suficientes para que chegassem.

Kakuzu foi rápido em entrar pelos portões acompanhado de Hidan e se dirigir a uma das casaa do centro.Despejou o corpo no chão de tapume da casa do seu pagador e logo depois do ancião verificar que era quem ele queria,entregou a quantia.

saindo da casa a passos apressados para não perderem tempo,se designaram a sair da vila,Kakuzu estava fazendo um cálculo mental de todas as despesas da Akatsuki e se realmente sobraria a metade para ele,e ao constatar que sim,esboçou um leve sorriso.

-Hidan,esqueci de te falar mas Konan disse que assim que chegarmos vá ao quarto dela.Você esqueceu seu remédio lá hoje mais cedo.

mas nenhuma resposta veio

-Hidan?-Kakuzu chamou,parando

olhou ao seu lado e não viu ninguém,muito menos atrás,seu coração apertou mesmo que um pouco

onde diabos ele havia se metido?

Hidan não tinha o costume de ficar turistando em cada vila nova que ele conhecia.Refreou a sensação de perigo,afinal,ali ninguém tinha motivos para fazer mal a ele,talvez ele só tivesse se distraído!

um pouco assustado,parou um homem que havia acabado de passar ao seu lado e perguntou se havia visto seu amigo,lhe dando informações sobre suas características,o rapaz respondeu que o havia visto parado numa casa bem velha,que pertenceu a pessoas muito importantes e que havia sido mantida como lembrança.

agradecendo,Kakuzu se perguntou o que diabos uma casa como aquela teria para chamar a atenção do outro?havia enlouquecido?

numa calma que ele pouco conhecia,afinal estava preocupado,foi seguindo os passos que o rapaz havia mencionado para chegar la,o que não demorou muito,mas Hidan não estava lá,não em frente.

resolveu então entrar,a sala principal estava devidamente arrumada,como se nunca tivesse sido tocado por alguma alma viva,passeou pela cozinha e então subiu uma escada que estava num corredor a sua direita,na parte de cima em sua diagonal esquerda havia duas portas,e ele escolheu a primeira.

e lá estava ele

não precisou nem abrir a porta,ja estava escancarada,Hidan estava de costas para si,a foice apoiada num guarda roupa

-Hidan?

não obteve resposta,parecia que o outro não o ouviu,ou se recusou a responder.Se aproximou do parceiro e tocou seus ombros,numa forma de o acordar,o que realmente aconteceu,sentiu seus ombros estremecerem em susto e então o outro se virou

-Kakuzu...-ele sussurrou,a voz fraca

ele segurava um retrato pequeno em mãos,Kakuzu ficou ao seu lado para ver melhor,e viu uma figura que ele poderia associar sem nenhum problema a um anjo

ela era extremamente parecida com Hidan,mas era delicada quanto uma pluma,a pele alva que mais parecia porcelana,os fios cinzas e extremamente lisos e longos como os dele.

os olhos então  pareciam cópias perfeitas,o mesmo brilho jovial de Hidan,calorosos,parecia emanar toda a vida que ela possuía

-eu vim atrás de você quando sumiu,não havia percebido na hora.-Kakuzu comentou,como que para quebrar o silêncio 

-eu sei,baka.Nem eu percebi quando entrei aqui,eu estava em frente a essa casa a alguns minutos e quando vejo...-a voz dele parecia estranha,não tinha a mesma entonação alegre e debochada que ele possuía,estava mais....triste.

-quem é ela?-ele perguntou,olhando profundamente nos olhos do albino,numa forma de captar qualquer sentimento que ele expressasse,como se quisesse sentir o que outro sentia para o confortar.

Hidan demorou alguns minutos para responder,mas quando o fez,seus olhos tiveram o brilho ofuscado

-minha okasa(mãe)..

Kakuzu ficou em silêncio,não tinha o que falar,o outro nunca falou sobre sua família,e ele não era bom em continuar um diálogo como aquele,mas tentou segurar o contato visual de forma inconsciente e introspectiva de conforto.

não era difícil de perceber que o que quer que tinha sido havia mexido com ele de forma negativa,e isso o incomodava,e o incomodava mais ainda o fato de não saber como expressar isso nem lidar.

-preciso ir a um lugar.-ele falou,sério e contido,e Kakuzu se sentiu desconfortável com essa mudança de atmosfera

queria sair dali,nunca foi bom em lidar col essas situações,muito menos confortar alguém,mas não poderia,mesmo que fosse pouco ele iria pelo menos oferecer a sua presença numa não tão clara forma de demonstrar que iria o confortar do jeito que poderia,mesmo sem perceber se ele queria ou se era suficiente.

ele apenas não conseguiria o deixar ali sozinho,não quando o outro parecia desestabilizado desse jeito.Se queria ter o afeto do albino teria que fazer por onde!

Kakuzu o acompanhou até o outro quarto que ficava ao lado,Hidan achou estranho a presença do parceiro ali,geralmente ele deixava Hidan sozinho nessas situações,mas ele não tinha cabeça para se focar nisso,de qualquer forma a presença do outro trazia uma espécie de conforto,uma sensação de que ele não estava sozinho.

mas queria crer que isso era coisa da sua cabeça,não é como se Kakuzu fosse se importar com ele da noite pro dia.

Hidan abriu a porta e foi logo em direção a um criado mudo,e Kakuzu teve a impressão de que Hidan parecia saber exatamente onde deveria ir,era quase óbvio,se aquela era a mãe dele então essa casa um dia foi sua.

em umas das gavetas o albino tirou um caderno de capa dura amarronzada que mais parecia uma agenda,Hidan se sentou na cama e Kakuzu ficou em pé,olhando para o outro,não queria atrapalhar aquele momento.

o nukenin abriu o caderno,e na folha principal numa letra organizada e extremamente arredondada,parecida com letras vistas em livros,viu o nome do Hidan.

ali ele já não teve mais dúvidas,era seu diário,aquela letra tao bem feita jamais poderia ser confundida em outro lugar,era dele,mesmo depois de sei lá quantos anos não havia mudado.

o albino folheou até o meio,de vez em quando parando para ler as passagens,até que uma chamou a atenção dos dois:

"papai novamente brigou comigo,aquele puto,nojento,esclerozado.Eu odeio ele!eu queria que ele morresse,e da pior forma possível pelas minhas próprias mãos.Eu queria ter outra família,uma normal,com uma okasa pra mim e um pai diferente,que me amasse como sou.Ele me chama de aberração todos os dias e diz que odeio ter um filho como eu.

as vezes eu choro escondido abraçando a foto da mamãe,eu sinto falta dela todos os dias porque eu sei o quanto ela me amava de verdade,e como eu sou.O velho escroto sempre usa a mesma palavra pra me ofender,me fazer sentir um lixo e alguém estranho,nojento.

Bichinha!"

Kakuzu estremeceu ao ouvir essa palavra,sentiu cada nervo dele gelar,ele entendeu exatamente o que aquilo significava.Olhou para Hidan e viu que o mesmo havia ficado pálido,o lábio inferior tremeu levemente

Kakuzu voltou a ler novamente para ver se não habia visto demais

"é isso que ele sempre fala de forma asqueroso só pra me ver completamente exposto.Bichinha,bichinha,bichinha...Nem posso contar quantas vezes ele repete isso,me olhando com desgosto.

eu queria que ele me entendesse me amasse como Yutai me ama,mas Yu talvez só sinta isso porque ele é que nem eu ou então tem o coração grandão.Eu gosto dele,daquele idiota,mesmo que ele tire uma com minha cara.

eu não sei o que eu faria se não tivesse o Yu na minha vida.Eu não suportaria sozinho aquele velho desgraçado sempre me chamando de bichinha,tendo Yu na minha vida eu posso suportar isso.

eu sempre ficarei com Yu até o dia que nós morrermos juntos.Pra sempre!

e ai eu serei uma bichinha feliz."

uma foto do que Kakuzu presumiu ser o pai do Hidan estava atrás da folha que agora Hidan segurava.Ele era bastante diferente dele,os olhos cinzas e frios,cabelos negros e tinha uma marca de nascença na bochecha,uma pétala bem pequena e que parecia ter sido feita a mão,marrom escura

era pardo,e tinha cara de quem não amava nem a própria sombra.Kakuzu ao terminar de analisar o homem tentou olhar para o rosto do parceiro,numa forma de saber como se sentia,de o confortar.

mas não conseguiu,o outro continuava com a cabeça abaixada,e quando levantou,Kakuzu sentiu seu coração se transformar em pedaços .Hidan parecia pior do que quando o encontrou no cativeiro

seus olhos estavam cheios d'água,mas nenhuma lágrima caia,a boca tremia levemente e o mesmo estava extremamente pálido,parecia sem vida.O brilho ocular que ele tanto conhecia estava totalmente apagado,vazio,Hidan parecia encarar um ponto vazio.

Kakuzu encarou aqueles olhos com bastante esforço,porque a visão era esmagadora,a atmosfera estava densa,e sentia as mãos assim como os pés frios,um embrulho no estômago e os pés pareciam ter dificuldades em fincar no chão.Ele realmente conseguia agorar sentir a dor que o outro sentia

                       p.o.v Hidan

eu me lembro agora.

como infernos eu pude esquecer disso?pude esquecer da minha mãe?ela que foi tão importante pra mim...eu não me lembrava de merda nenhuma!quando eu vi essa casa enquanto tava com o Kakuzu meu cérebro deu um click,eu tinha a sensação de que eu não deveria ir sem vir aqui e quando eu vi já tinha entrado.

bichinha era como ele me chamava,por ser "diferente",eu odiava,doía demais e eu me sentia realmente uma aberração,alguém que alguem deveria se enojar.

deve ser por isso que eu esqueci.Eu bloqueei essa porra toda por ser doloroso,é mais fácil esquecer do que suportar.

ler agora isso me faz querer não ser o que eu sou,mas não posso fazer nada,ele não está mais vivo,então eu tenho que lidar com isso.

-você é uma aberração,sua bichinha de merda!

eu posso ouvir claramente meu pai gritando isso para mim,e cada vez que isso fica mais alto mais eu tenho vontade de chorar

-filho meu não  é a porra duma bichinha,filho meu é homem,HOMEM!-ele gritava-você é filho do maior general dessa vila,então haja como um.Não vou deixar você manchar a reputação que eu tanto lutei pra ter por causa dessa sua doença.VOCÊ NÃO É UM VIADINHO,SEU BOSTA!

porque meu pai se importava com reputação e o que isso tinha a ver a comigo?porque ele não conseguia me amar como eu era?porque ele me agredia desse jeito?porque ele tirava minha liberdade de ser o que eu era e me reprimia?

eu não mereço ser feliz?

minha felicidade foi embora quando minha mãe morreu de câncer,nessa mesma cama que eu estou sentado,enquanto fingia estar tudo bem,cantando para mim,eu só fui no banheiro e quando eu voltei...

ele sempre me amou como eu fui,Yuitai também,e eles....

"eu sempre ficarei com Yu até o dia que nos morremos juntos.Pra sempre!"

...

nunca existiu esse pra sempre.

você morreu Yu,e eu fiquei...

                      p.o.v narradora

-Hidan?-Kakuzo chamou o outro assustado

quando Hidan voltou a si percebeu que estava chorando,ele não tinha forças para controlar aquilo,seu emocional estava abalado,e Kakuzu percebeu isso,então ficou calado,o coração na mão vendo a pessoa que se importava se desmanchar em lágrimas silenciosas,sofrendo. 

ele não sabia o que fazer,o que falar,pela primeira vez se sentiu inútil,por não saber como confortar algo,o campo sentimental era realmente seu calcanhar de Aquiles ,e ele acreditou que tão cedo isso mudaria.

-sabe.-Hidan sibilou,a voz embargada e grossa-eu nem me lembrava da minha mãe até hoje,do meu pai eu tô pouco me fudendo,merece ser esquecido mesmo.Como eu pude me esquecer dela porra?que tipo de filho eu sou?

Hidan contou com muito esforço,entre soluços e outros,tudo que se lembrou do seu pai,cada frase dita em voz alta parecia rasgar seu peito,diferente de Kakuzu que agradeceu o fato dele ser um cadáver,porque não seria nenhum pouco bonito o que faria com ele.

podia admitir com total certeza que sentia mais ódio dele do que o homem que quase matou o seu parceiro de fome,tudo pelo fato de ter traumatizado alguém que ele queria tão bem.

Hidan não sabia porque contou aquelas coisas a ele,alguém que não possuía sentimentos e nem tinha pena da dor do próximo,mas naquele momento fragilizado ele sentiu que poderia confiar no outro,não é como se ele não tivesse o vendo chorar agora,infelizmente ele não sabia que Kakuzu estava ali simplesmente para não o deixar só,para passar conforto,mesmo que indiretamente.

-o que tem de errado comigo?-Hidan perguntou,fitando o moreno com olhos vermelhos e lacrimejantes,uma visão tortuosa para o outro que sentiu a língua pesar dentro da boca,os olhos que ele tanto amava sem vida alguma

-porque ele não podia me amar?eu realmente sou uma aberração?um péssimo filho?eu realmente não posso ser amado por alguém?

Hidan estava cheio de negatividade,Kakuzu se sentiu esmorecer ao ouvir alguém que ele amava se desmoralizar por pessoas malditas como o pai dele,Hidan jamais seria o tipo de pessoa que ele achava que era agora nesse momento,não aceitaria jamais alguém o fazer se sentir menos do que ele era,nem ele mesmo.

mas como ele conseguiria expor isso?agora mesmo ele se sentia frágil e exposto por ter sentimentos que antes ele tanto abominava indo e vindo dentro de si,mas que seja,Hidan era a prioridade,ele estava ferido,e ele tinha que cicatrizar aquilo.

mas por onde começar?ele não tem a menor noção de como expor esses sentimentos,só a presença dele não adianta,Hidan o fez uma pergunta,e ele deve responder de maneira correta,Hidan não pode achar que é isso de maneira nenhuma.

Kakuzu continuava fitando aquelea olhos que continham um olhar que só transmitia dor e desespero,uma necessidade de aceitação gigantesca e isso despertou nele sentimentos tão intensos que o ar acabou por faltar

sua mente nublou e seus pés pesaram,ele definitivamente sentia que o outro se sentia desprotegido e isso não podia acontecer,ele sentiu uma vontade enorme de o abraçar,e de dizer que tudo ficaria bem,queria transmitir conforto ao outro.

a intensidade do sentimento foi tão grande que quando Kakuzu voltou a si ele já havia feito.

Tinha puxado Hidan para seus braços e o prendeu ali,num abraço aconchegante,e não teria mais volta.Hidan foi pego de surpresa,soltando um "o que?" quando se sentiu ser puxado,sendo envolvido pelos braços frios e confortáveis do outro.

pensou que estava sonhando,por um momento parou de chorar,sentindo Kakuzu o apertar mais ainda nos braços,e então ele olhou pra cima,se certificando de que era mesmo quem ele pensava que era

seus dois olhos se encontraram,Kakuzu mesmo faltando cair ali tamanha vergonha do seu ato impensado,afinal,não era acostumado a dar afetos por aí gratuitamente,se forçou a olhar nos olhos do albino,que agora estavam arregalados,numa forma de mostrar controle e nenhum abalo

e Hidan agora tinha certeza de que era Kakuzu

-a culpa não é sua.-Kakuzu sussurrou,tentando não gaguejar-você é normal,não é uma aberração e...

Kakuzu lambeu os lábios,dando tempo para arrumar coragem

-você é importante.-ele soltou,baixo,o suficiente para o outro ouvir-pra mim,você é importante pra mim baka!

Kakuzu não sabia onde enfiar a cara,se sentia exposto,extremamente exposto,nem sabia como havia conseguido se manter firme colocando em palavras algumas coisas que sentia.

mas era um sacrifício a ser feito se fosse para tirar toda aquela negatividade do outro.E deu certo,Hidan sentiu seu coração se aquecer,batendo como louco contra seu peito,uma alegria imensa tomou conta de si.

o outro realmente se importava consigo,então aquele beijo foi pra demonstrar que se importava consigo!agora ele havia entendido como Kakuzu funcionava.

não sabia como ou quando isso havia acontecido,mas que seja,era tudo que ele queria e agora não era o momento para se preocupar com isso.Kakuzu viu aos poucos o brilho intenso e fugaz do outro retornar,e isso o relaxou,lhe dando uma sensação de alívio. 

finalmente o outro estava relativamente melhor,e ficou feliz consigo por ter conseguido seu objetivo.

ele agora tinha certeza que faria de tudo para ver o outro feliz,e que não deixaria ninguém acabar com a felicidade daquele que se importava,e se conseguisse,ele faria retornar de novo

sempre!