Luan: Eu não queria te deixar assim... – ele sussurrou enquanto me abraçava. -
Giovana: Tudo bem... – sussurrei. – É que depois de tudo o que aconteceu eu nunca contei isso pra ninguém. – suspirei. -
Luan: Você tem medo de se envolver com outro cara de novo né? Não é que você não quer.
Cruzei minhas pernas novamente e me sentei corretamente no banco.
Giovana: Talvez... – suspirei. – Eu não tenho sorte pra essas coisas. – olhei para minhas mãos. -
Luan: Você não sabe. Não custa nada tentar de novo.
Giovana: Quem sabe amanha na festa da sua irmã eu não encontre um príncipe encantado. – sorri fracamente. -
Olhei pro Luan que estava com uma das sobrancelhas levantada.
Luan: Sério isso?
Giovana: Não... – revirei os olhos e ri. – Melhor a gente ir, ta ficando tarde.
Luan concordou e então nos levantamos do banco. Fomos caminhando calmamente pela calçada.
Giovana: Luan?
Ele parou e me olhou.
Giovana: Não conta pra ninguém sobre isso que eu te falei ta? Eu não quero ninguém sentindo pena de mim. – mordi o lábio. -
Luan: Sim senhora. – ele sorriu e continuou a caminhar. -
Entramos na caminhonete e logo seguimos para a casa.
Já havia anoitecido, mal vi as horas passar mais antes de estacionar o carro olhei para o painel novamente e o relógio já marcava sete e cinquenta e três.
Confesso que estava morrendo de medo dos pontos estourarem que mal consegui mexer a mão, mesmo sabendo que isso era bem difícil de acontecer.
Com a mão esquerda abri a porta da caminhonete e quando fui sair Luan segurou meu braço. Olhei assustada para ele.
Luan: espera um pouco.
Fechei a porta.
Luan: Eu juro que não sei o que ta acontecendo comigo, sei lá ta tudo mundo confuso... – disse ele rapidamente atropelando as palavras. -
Encarei-o na tentativa de entender o que ele estava falando.
Luan: Se pode me bater sei lá, mais eu antes preciso saber, descobrir se o que eu tô sentindo é só um negocinho que me incomoda ou se é de verdade mesmo.
Giovana: Não tô entendendo.
Ele fechou os olhos e respirou profundamente.
Uma de suas mãos segurou meu rosto e me puxou para mais perto, quando dei conta seus lábios estavam colados aos meus, seus dedos haviam entrado em meu cabelo me puxando cada vez mais para perto.
Seus lábios macios estavam colados aos meus novamente. Nossas línguas mais uma vez entraram em sintonia. Com uma mordida no meu lábio inferior e com um longo selinho ele finalizou o beijo. Permanecemos com as testas coladas e sua mão ainda estava afundada em meus cabelos. O único barulho que eu conseguira ouvir era de nossas respirações.
UAU!
Meu coração acelerado faltava sair pela boca, minhas mãos estavam suando frio, e mais uma vez senti um leve arrepio percorrer pela minha espinha.
Eu nunca imaginei ficar tão confusa com um beijo, acho que o meu maior medo mesmo era me envolver ainda mais nessa história, eu realmente não tinha pra onde correr e não tinha desculpas há dar. Mal havia percebido mais eu chego a contar coisas para ele que jamais conseguiria contar para outra pessoa... Por que ele? Tantos homens no mundo e isso foram acontecer justo com ele?
Aquele momento que eu posso descrever ser perfeito foi interrompido por socos no vidro do carro que nos fez pular de susto no banco. Rapidamente o Luan destrancou as portas. A porta do carro se abriu bruscamente, era Bruna.
Bruna: Meu Deus porque demoraram tanto?
Giovana: Porque tinha duas pessoas na nossa frente. – disse ao descer e fechar a porta do carro. -
Olhei para o Luan que estava sério.
Bruna: Deu tudo certo?
Giovana: Sim, sim. – sorri. -
Entramos na casa e logo fui recebida por dona Marizete que estava um pouco preocupada. Depois resolvi ir para o quarto tomar um banho. Fiquei embaixo do chuveiro por alguns minutos tentando processar tudo que havia acontecido no carro. Desliguei o chuveiro antes que eu acabasse com a água de toda a rua. Sequei-me e me vesti ali no banheiro mesmo. Ao abrir a porta levei um susto ao ver a Bruna sentada na cama sorrindo feito uma boba.
Giovana: Oi. – disse ao colocar minha nécessaire dentro da mala. -
Bruna: Me conta...
Olhei confusa para ela que ainda insistia em ficar me mostrando os dentes.
Giovana: Conta o que?
Ela bufou.
Bruna: O que aconteceu no carro na hora que vocês chegaram?
FODEU!
Giovana: N-Nada ué. – peguei a toalha e comecei a secar meu cabelo. -
Ela riu.
Bruna: Continua mentindo, eu sei que rolou alguma coisa lá, vocês demoraram tanto pra descer.
Giovana: E-Eu tava no telefone com a Tathi era isso.
Bruna: Mentira. – ela gritou e começou a rir. – Eu tava no telefone com a Tathi, só desliguei quando fui bater no vidro do carro.
MERDA!
Bruna: Cara se não sabe mentir... – ela ria. – Agora me conta o que aconteceu?
Giovana: Bruna, para não aconteceu nada.
Bruna: Giovana para de ser chata e fala logo que vocês estavam ficando, poxa deu pra ver um pouquinho. – ela ria. -
PUTA MERDA!
Giovana: Então pronto... – dei de ombros e comecei a pentear meu cabelo. -
Bruna: Ai então vocês ficaram. – ela dizia toda empolgada. -
Giovana: Chega! – Disse num tom de autoridade. -
Ela revirou os olhos.
Bruna: Ah amanhã cedo vamos ir comigo pegar meu vestido no ateliê?
Giovana: Vamos sim!
Ela sorriu.
Bruna: Vem vamos descer, meu pai ta fazendo churrasco e eu to ficando com fome já.
Peguei meu celular em cima da cômoda e desci com a Bruna.
Fomos direto para a churrasqueira. Todos estavam ali comendo e conversando. Sentei-me junto com as primas da Bruna na beira da piscina. Ficamos ali conversando durante um bom tempo. Logo avistei o Luan passar pela porta da cozinha e seguir para a churrasqueira, ele me olhou rapidamente e pude notar a seus olhos inchados, devia estar dormindo.
Camila: Então fechado a Giovana leva a gente amanhã... Né Giovana? – ela me cutucou fazendo com que eu pulasse de susto -
Giovana: O que tem eu?
Todas riram.
Bruna: A gente ta combinando de você amanha ir com a gente no salão... Ai como você tem carro ajuda bastante.
Giovana: Motorista particular então? – risos. -
Camila: Pode ser... – risos. -
Giovana: Tudo bem... E que horas vai ser?
Bruna: Eu marquei umas quatro e meia, porque ai da tempo de atender todas...
Giovana: Ok. – sorri. -
Senti meu celular vibrar e logo o peguei em meu bolso. Era uma mensagem de um numero desconhecido.
*Numero novo, salva ai ta bão? =x*
A muito legal, a pessoa disse como se eu realmente soubesse quem era.
*Se disser o nome acho que iria facilitar meu trabalho ;)*
Apertei enviar.
* kkkk esqueci desse detalhe... Luan =x*
Ah sim, típico dele... Olhei para ele que estava sentado em uma cadeira do outro lado da piscina.
*Ok, ok haha. Ta salvo!*
Coloquei meu celular em cima da mesa e continuei a conversar com as meninas, mesmo sabendo que meus pensamentos não estavam ali e sim do outro lado da piscina.
Peguei meu fone de ouvido que estava dentro do bolso da minha mala e voltei para a cama com todo cuidado para não tropeçar em nada e cair em cima de uma das meninas.
Já eram duas e vinte e seis da manhã e o sono não havia dado um sinal de vida.
Ajeitei-me na cama e logo coloquei o fone de ouvido.
O play list já estava pronto, pressionei o visor do celular e logo a musica começou. Ao som de Artic Monkeys e Marisa Monte viajei literamente em meus pensamentos.
Eu confesso, estou confusa comigo mesma, quando eu penso que tudo irá tomar um rumo certo eu vejo que estou com o mapa virado de cabeça para baixo. Acho que eu não deveria arriscar colocar mais lenha na fogueira. Mas parece que não tenho mais volta, eu estou acorrentada á algo, ou melhor, uma pessoa que por mais que eu a “odeie” ela é a única que no momento me faz bem. Eu só quero chegar ao final de toda essa maratona e ver se realmente valeu a pena, ver se realmente tudo oque eu mais temia não acontecer. Não vai ser fácil, nunca é. Qualquer coisa que valha a pena tem um esforço a ser pago, tudo que é bom, é difícil, tudo o que queremos, nunca é de graça. Afinal, o que vem fácil, vai fácil. E sinceramente, eu quero algo, algo que, independente de quanto tempo passe, permaneça.
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