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História 7 Vidas (Reescrevendo) - Você é Realmente Gentil


Escrita por: PettyYumeChan

Notas do Autor


Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo.
Eu poderia chegar aqui dizendo que a minha ausência é totalmente justificável... Mas seria mentira...
É justificável até certo ponto, eu comecei a fazer faculdade esse ano, então meus primeiros meses foram meio complicados em meio a aulas e surtos, mas eu tive muito tempo para colocar as coisas em ordem e simplesmente não o fiz porque eu tive uma onda de desanimo e falta de vontade. Há pouco dias atras eu meio que voltei a ter vontade de escrever e consegui finalmente terminar esse capitulo, que honestamente é só mais para dizer que o projeto ainda está vivo, uma vez que ele é bem parado.
Bem, então caso ainda exista alguém lendo isso aqui, boa leitura.

Capítulo 7 - Você é Realmente Gentil


Fanfic / Fanfiction 7 Vidas (Reescrevendo) - Você é Realmente Gentil

Quando eu iniciei minha rotina de estudos o meu mal habito de distração foi uma das coisas que mais me atrapalhou uma vez que, em meio as minhas diversas pesquisas, eu sempre acabava divagando por diversos artigos as quais não me acrescentavam qualquer fator acadêmico, mas, ainda assim, muitos deles acabavam por ficar guardados na memória apenas a titulo de curiosidade.

Em meio a esses diversos itens que hora e meia me vinham à mente, estava o assunto a respeito de coincidências e probabilidades estudado pelo matemático Joseph Mazur. Em suma, Joseph explica como não existem coincidências e tudo se resume a probabilidades, até nos casos mais inacreditáveis.

Eu me lembro de que, quando li tal artigo, passei a imaginar como seria se eu pudesse calcular todas as probabilidades da minha vida e assim mapea-las em algum tipo de diagrama semelhante a uma teia de aranha, ou talvez aos galhos de uma arvore, onde todas as minhas possíveis linhas temporais se cruzavam e então, em cada escolha, eu adicionaria um pequeno ponto vermelho com os dizeres: “você está aqui”, isso me dava àquela falsa sensação de estar no controle da minha própria vida.

Mas, obviamente, eu não era Joseph Mazur e nem estava perto de ser, assim eu desisti da ideia antes mesmo de começar, já que logo em seguida eu cheguei à conclusão de que as minhas escolhas iam muito alem do “sim” e do “não” e que o mundo era, na verdade, um enorme novelo de lã emaranhado com a vida de todas as pessoas, passando então a me contentar em fazer parte da grande massa que acreditava em coincidências.

Todavia, eu ainda adoraria saber o que a Lei dos Grandes Números tinha a dizer a respeito do fato de que, em uma sexta à tarde eu visitaria um café, seria cercada por gatos, receberia uma proposta de emprego por conta disso e, em uma segunda de manhã, decidiria fugir para o sossego da sala de aula durante o intervalo, onde acabaria descobrindo que o meu futuro colega de trabalho era também o meu colega de classe.

“Era muito pouco provável que acontecesse, mas não é tão incrível como parece à primeira vista.” Isso é o que Joseph diria, e tem um fundo de verdade quando você analisa friamente, mas não era a resposta que eu queria, principalmente quando a causa das minhas perguntas estava sentada ao meu lado, escrevendo incessantemente de forma tão pacifica.

— Você parece intrigada com alguma coisa.

Ele não se voltou para mim, sua atenção sequer se desviando do caderno em sua frente, ainda assim era mais do que obvio que suas palavras foram direcionas a mim, uma vez que eu era a única a estar o encarando de forma indiscreta nos últimos minutos porque, na minha mente desconexa, aquela parecia uma boa ideia, já que eu não sabia exatamente como puxar um assunto e casualmente sanar as minha duvidas.

— Eu só não esperava te encontrar aqui.

Nossos olhares se encontraram pela primeira vez depois de muito tempo, os orbes heterocromáticos juntamente da sobrancelha levemente erguida não escondiam a onda de confusão que devia estar passando pela sua mente. Não que eu o culpasse, se uma estranha chegasse a mim com aquele mesmo tipo de conversa, eu provavelmente me sentiria incomodada.

—Eu estudo aqui.

Inconscientemente eu deixei um riso soprado escapar. O modo como às palavras foram colocadas poderiam facilmente ser levadas de forma rude pela grande maioria das pessoas, ou mesmo para quem estivesse de fora da conversa. Mas a verdade é que ele tinha aquela aura serena ao seu redor, que exalava calmaria independentemente do que estava acontecendo, fazendo quase com que você se sentisse honrado de ser destratado com tamanha polidez.

— Acho que eu me expressei mal. Quis dizer que não sabia que você estudava aqui.

— Não é um problema. Você chegou aqui há pouco tempo, e não é como se já tivéssemos no falado.

— Não, não realmente, é só que, bem... — Eu ponderava sobre as minhas palavras enquanto mordiscava meu lábio inferior, toda aquela situação parecia ainda mais absurda agora, uma vez que eu não sabia exatamente que tipo de desfecho eu esperava alcançar com tudo aquilo. — Eu vi você aquele dia no café e só conseguia pensar em você como um garçom, e agora eu descobri que nós também somos colegas de turma, só foi meio que uma surpresa.

Ele sorriu para mim. Não qualquer tipo de sorriso, aquele tipo de sorriso que te tira o fôlego e te faz sentir leve no ar, o tipo de sorriso que aguça todos os seus sentidos e faz com que as cores ao redor pareçam mais brilhantes. O mais incrível disso tudo? É que para ele não era um tipo especial de sorriso, era só o sorriso dele porque, no final das contas, ele por si só tinha essa aura que causava esse tipo de sensação nas pessoas.

— Te incomoda trabalhar no mesmo lugar que um colega de classe?

— N-não!  Não é isso, como dizer? Eu só me senti um pouco culpada por assim dizer, eu descobri que nós temos dois ambientes em comum e eu sequer sei o seu nome.

— Não pense muito sobre isso. Você chegou aqui recentemente, é difícil prestar atenção em todos os rostos, mesmo hoje em dia eu ainda tenho dificuldade para lembrar um nome ou outro. Mas se a questão que te incomoda é essa, meu nome é Lysandre.

— É um prazer, Lysandre. Sou Adeline.

— Ah sim, meu irmão me contou sobre você.

— Irmão?

— Sim, você conversou com ele. Leigh é meu irmão.

Embora eu não fosse capaz de ver o meu próprio rosto acredito que a minha expressão deixava claro como as engrenagens rodavam na minha cabeça à medida que eu colocava todos os pontos no lugar. No começo eu não tinha dado atenção a tal detalhe, mas agora era fácil de perceber as semelhanças entre os dois, ainda que ambos fossem muito diferentes, quase como polos opostos.

Era fato que a beleza de ambos era digna de receber o titulo de belas-artes, embora enquanto os olhos e cabelos de Leigh – que eram escuros como a tinta dos tinteiros – carregavam em si a sobriedade e discrição dos poemas, Lysandre era algo mais próximo de uma pintura barroca, refletido no esplendor exuberante de seus cabelos prateados e no misticismo que se espalhava em seus olhos bicolores.

— Esta tudo bem?

A voz serena trouxe à tona a realização do estupor em que eu me encontrava. Por um momento eu quis desaparecer por debaixo da minha mesa, todas as minhas ações e escolhas se tornando cada vez mais nítidas em minha mente, e quanto mais eu pensava sobre elas mais eu me arrependia, afinal de contas eu estava na presença do garoto a qual eu compartilharia boa parte da minha rotina durante um período de tempo considerável, e não tinha certeza se eu estava passando a melhor das impressões.

— Está, está sim. Eu só acabei de perceber como vocês dois são realmente parecidos.

Por um momento eu tive a sensação de ver algo como uma penumbra se alocar sobre as suas íris, roubando o brilho daqueles olhos coloridos e dando lugar a um sentimento vago e sonhador. Mas do mesmo jeito que eu pensei ter vindo, a sensação se foi, retornando o olhar gentil que tivera durante toda a conversa.

— Claro, eu entendo. A maior parte das pessoas diz isso, embora eu não entenda onde elas veem a semelhança.

— Bem, eu não diria fisicamente, mas existe essa aura em torno de vocês que é parecida, ou algo do tipo. Desculpe, eu só estou me perdendo mais.

Ele deixou uma suave risada escapar, não com um tom de deboche, era algo mais próximo da simpatia, mas ainda assim eu começava a me sentir um tanto estúpida comigo mesma. Meu rosto começava a queimar e eu queria encolher meu pescoço entre os ombros – quase como uma tartaruga que entra no casco – enquanto tentava a todo custo evitar o seu olhar que estava tão concentrado em mim, quase como se ele fosse capaz de me ler por completo.

— Você é gentil, Adeline. Não me surpreende que os gatos te escolheram.

— Não, isso não tem nada a ver, foi só uma coincidência. Eu estou acostumada com gatos, minha avó tinha um monte deles, talvez eles só tenham simpatizado comigo por conta disso, nada demais. Você e Leigh devem se dar muito bem com eles também.

— Leigh com certeza faz, eu entretanto. — os olhos deles se desviaram de mim pela primeira vez desde que nossa conversa havia iniciado, e eu pude jurar ter visto algo como dor estampada neles. — Eu e os gatos tivemos um começo complicado.

— Mas você convive diariamente com eles agora, e cuida deles, tenho certeza que eles também te adoram.

Ele não me respondeu. Os olhos concentrados na caneta que deslizava suavemente por entre seus dedos, embora eu não pudesse dizer realmente se ele realmente prestando atenção na mesma ou apenas deixara seus olhos vagarem para seus pensamentos. O fundo da minha mente coçava de curiosidade, mas ao mesmo tempo eu sabia o quanto poderia ser inconveniente forçar as pessoas por entre sentimentos que elas não querem transmitir.

— Você é realmente gentil, Adeline.

Foi a ultima coisa que ele me disse antes das notas de piano anunciarem o fim do intervalo, a sala de aula voltava a ganhar cores e sons conforme os alunos chegavam. Olhei uma ultima vez para Lysandre que voltara a escrever de forma pacifica em seu caderno, resolvi não incomoda-lo novamente, depois de tudo eu já não sabia muito mais o que dizer, e nós nos encontraríamos muito mais de agora em diante, talvez eu encontrasse uma nova oportunidade para resolver as pontas soltas daquela conversa que me deixaram com um nó na garganta.

Com isso em mente, puxei meus próprios materiais de dentro da mochila e fiz de tudo para me concentrar na aula que viria.


Notas Finais


Como eu disse, esse capitulo não teve muito desenvolvimento pra historia em geral, pequenos detalhes de personagens que eu vou trabalhar mais pra frente.
Eu pretendia deixar para postar ele junto com o próximo, mas eu não sei quando eu vou conseguir terminar o próximo e eu devia uma explicação para vocês por conta do sumiço. Bem, acho que é isso.
Obrigada pelo seu comentário.
Até de repente !!
Kissus da Yume.


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