Cruel
“Sem amor por si mesmo, o amor pelos outros também não é possível.
O ódio por si mesmo é exatamente idêntico ao flagrante egoísmo e, no final, conduz ao mesmo
isolamento cruel e ao mesmo desespero”.
- Hermann Hesse
O relógio parou para ela, as memórias que apenas ela tinha, sumiram no escuro. O tempo não vai voltar, infelizmente. E então, como será morrer?
“Foi um erro não ter dito o quão grande era o meu afeto por ela”.
Como diz a frase: “O amanhã pode ser tarde demais”. Tão clichê, mas é a pura e bela verdade que só agora se deu conta.
— E ela se foi sem ouvir um “eu te amo” vindo de mim — suspira, já cansado. — Desculpe-me Amélie.
Amélie, esse era seu nome, o nome que Choi mais gostava de ouvir. O nome de uma musicista magnifica, amante da arte que é a vida, alguém que não queria o bem apenas para si, mas para o mundo. Era o que achava.
“Ainda ouço sua voz, e...”
— Algo me diz que vou te amar para sempre. — cantarolou.
Cantarolou ternuras que apenas velhos viúvos conheciam. Sua voz soava perfeita, e ao fim do último "eu te amo", deitado lágrimas correm em pé.
“É como uma espada, perfurando e rasgando meu peito”.
Aos poucos elas paravam — as lágrimas.
— Algo em seus olhos era tão convidativo — cantarolou por mais uma vez. — Algo em seu sorriso era tão cativante, algo em meu coração – em uma breve pausa, fecha os olhos. — Dizia-me que eu precisava tê-la...
O ruído da porta se abrindo foi o suficiente para acabar com o momento melancólico.
— Frank Sinatra? Bom um pouco de Frank Sinatra não faz mal a ninguém — disse Ji Yong, já próximo a Seung-hyun.
— Como entrou aqui? — perguntou Choi ainda com os olhos fechados.
— Eu tenho a chave desde de que você e a Amé... — sente-se culpado. — Amélie... Você e a Amélie foram à Paris.
— Entendo. Mas o que veio fazer aqui?
— Está tudo bem, irmão? — Ji Yong fala com receio.
— Eu estou bem. Braços de ferro, pernas de ferro — ainda no sofá, senta-se esfregando os olhos como uma criança que acabou de acordar. — Aconteceu a menos de vinte e quatro horas, então eu não sei se essa dor vai passar, porém, mesmo que não passe, eu aprenderei a conviver com ela de forma amigável — observa ao seu redor. — Vai me responder, ou não?
— Caso não se lembre, você ainda faz parte do "BIGBANG" — enfatiza. — E nós, integrantes, temos que ir a um programa de variedades, hoje. Boboca.
— Não me esqueci — levanta-se do sofá. — O que eu não lembro e de você ser tão desrespeitoso com os mais velhos — ambos riem. — O Ji Yong que eu conheço não é assim.
— Fique quieto, e vá se arrumar, senhor!
[...]
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