Tempo
Duração relativa das coisas que cria no ser humano a ideia de presente, passado e futuro;
Período contínuo no qual os eventos se sucedem.
Para Choi, o ano agora tinha quatrocentos e cinquenta e cinco dias, tão longos quanto o cair da neve na Cordilheira A¹ nos confins do Polo Sul.
Analepse:
— Qual é a causa do seu mal-estar? — perguntou o psicólogo.
“Não sei”, foi o que eu respondi. “Não sei nem mesmo o motivo de ter dito isso”, foi o que pensei.
— Vou perguntar mais uma vez. Qual é a causa do seu mal-estar?
“Arrependimento”, disse sem o encara-lo.
— Por que se sente arrependido?
— Porque eu não fiz o que eu deveria ter feito.
— O que você deveria ter feito, e não fez?
“Eu deveria ter dito a ela que eu sentia algo diferente perto dela”.
Fim da Analepse.
— Remoer as coisas nunca ajudou. Devo parar com isso.
“21 de maio de 2016. Ainda hoje teremos uma lua azul...”
— Já se passou tanto tempo. Talvez um dia passe.
É outono e as folhas secas caem por mais uma vez. Choi caminha segurando em uma das mãos flores, coloridas — todas de plástico —, e na outra uma pequena sacola com dois pequenos bolos em forma de rosca (donuts). Ele irá visitar sua querida.
[...]
Passaram-se algumas poucas horas. As árvores já pediam que fosse embora, para que não se machucasse mais. Mas ele ignorava os pedidos, ignorava por uma flor. Tão pequena que quando a tocou com a ponta dos dedos não foi capaz de senti la.
E novamente os ventos sopraram em seus ouvidos: "Já é tarde...".
— Sei que sim.
Antes de ir, olhou para trás como sempre faz. Avistou a roseira ao lado do túmulo e se despediu com um: "Voltarei".
[...]
Durante o resto da noite, de um terraço ficou observando com toda sua atenção o fenômeno azul.
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