História A Alma do Faraó - Tom Riddle - Vigésimo Quarto

Ramsés estava findando suas ordens quando avistara na saída do bosque a pequena figura ruiva caminhando com duas coisas em seus braços, eram tão grandes que mal se conseguia ver o rostinho amável de sua Nefertite...o que ela estava aprontando? 

Dispensando os nobres e sacerdotes, todos o reverenciam antes de se retirarem em suas bigas,

Hope caminhava a ele como uma pequena criança que iria mostrar sua nova arte aos adultos.

Olhando mais de perto, eram dois...gatos? O faraó tinha a certeza de que não eram simples gatos, mas, ele a daria a oportunidade de explicar aquela proeza.

- Olha Ramsés, nossos filhotinhos - Hope os mostra sorridente e o faraó sorri de volta - são nossos filhos agora - Nefertite o encara séria e ele entende de que ela não estava pedindo o estava comunicando de que ele tinha novos filhos.

- E qual seriam os nomes dos nossos filhos, concubina? - Ramsés a segura em seus braços, Nefertite parece surpresa ao ver que ele a levantou mesmo estando segurando dois gatinhos em seus braços.

O faraó caminhava de volta para sua biga com a mulher em seus braços, enquanto a rosa parecia pensar em nomes prováveis para aquelas duas coisinhas lindas.

- O machinho pode ser Scar - Nefertite sorria ao beijar o seu bebê com pelugem preta - ele tem os seus olhos, meu faraó - ela mostra o rostinho do gato que ele tinha sérias dúvidas...não era um gato comum - e...você escolhe o da nossa menininha - ela deixa a sua filha como escolha do seu faraó, ele a encara com seriedade, vendo que as duas tinham algo em comum...olhos verdes brilhantes.

- Você será Jade, a pedra preciosa - o homem a nomeia ganhando uma lambida de sua nova filha - meiga como sua mãe - ele comenta vendo um sorriso largo surgir nos lábios de sua Nefertite, era tão largo que ele nunca havia visto um sorriso tão feliz.

- E o Scar, ele será nosso guerreiro - a mulher mostra o pequeno gatinho que o cheira, ainda se acostumando com o homem em questão - fala oi pro papai, pitico - o gatinho ainda o olhava desconfiado quando se lançou no faraó o lambendo e ronronando.

- Vamos embora, esposa - o faraó sussurra a colocando em pé, segurando Scar e Hope segurava Jade, eram uma família.

Enquanto voltavam para o palácio de Mênfis, Nefertite sorria ao admirar a paisagem, o faraó admirava sua concubina...filhos, desde quando uma pantera e um leopardo eram gatinhos? Sua rosa mal sabia o quanto os deuses os estavam abençoando com um presente como aquele, eram raros e apenas os casais reais mais importantes cuidavam de animais divinos.

Chegando dentro dos limites do palácio, os dois caminhavam em direção a sua residência enquanto passavam pelo jardim frontal, parecia cena de cinema para Hope, tudo tão perfeito, séculos à frente era tudo ruínas que esboçam a perfeição.

- Temos que educá-los para serem fortes e protegerem você acima de tudo - Ramsés comentava ao brincar com Scar.

- À nós dois, nós somos os pais e você precisa ser protegido também faraó - Nefertite deixa um beijinho no braço forte de seu faraó, Ramsés sorri para ela quando ambos pararam em frente à entrada principal do castelo - vou para os seus aposentos, quero tomar outro banho com vossa majestade - a ruiva sorria feliz e Ramsés sorria para ela dando um beijo em sua testa.

- Leve-os com você, Ayuni, tenho que fazer minhas orações e oferendas à Seth, tome seu banho e eu logo estarei junto à ti - o faraó a avisa pois ele tinha um rito de oferta diário à ser feito, ele faria todas de uma vez, visando estar junto de sua rainha o mais rápido possível.

- Certo, habibi - a ruiva se despede sorrindo, Yunet a seguia e Abraxas se aproxima do faraó, pronto para que pudessem dar início nos rituais juntos aos sacerdotes.

- Faraó, peço sua permissão para cancelar meu compromisso matrimonial com Druella - seu vizir o pede e os olhos do homem com mais de um e noventa se voltam para ele.

- Vizir, sabe o tamanho do problema em que está me comprometendo - Ramsés o observando buscando possíveis probabilidades de sua mudança tão repentina - nunca entendi seus motivos em se casar com aquela megera, você é um homem de princípios e ficar com ela era como ser pisado por todos eles - o faraó estava o dando um sermão e Abraxas compreendia suas palavras.

- Minha Nefertite, seus gatinhos são lindos, você já escolheu seus nomes? - Yunet segura a fêmea em seus braços, ela ainda a cheirava desconfiada, mas, aceitava as carícias.

- Sim, Yune, esse é o filhote Scar e essa é a Jade - A ruiva sorria ao adentrar os cômodos do faraó, era ainda maior do que o dela e tinha uma visão incrível de Mênfis.

- Jade...seria por causa dos olhos da concubina e da filhote que são exatamente iguais? - Yunet liga os pontos em que Hope não tinha nem pensado em ligar em sua cabeça.

- Oh...céus, ele é tão incrível - a ruiva suspira apaixonada ao beijar os seus dois filhos, os deixando na cama de Ramsés.

- Vou preparar o seu banho, majestade - a mulher se vai para onde uma espécie de banheira da qual ela não se recordava do nome naquela época, tinha panos para que a madeira não entrasse em contato com a pele de quem adentrasse na mesma.

- Meu pai, agradeço seus bondosos presentes à minha rainha, que sua benção permaneça em nossa união e a permita se tornar minha rainha - ele sussurrava sua prece em meio aos incensos.

- E se eu não vier a dar-lhe minha permissão, filho legítimo? E se eu não a achar digna de seu império? E se eu a aniquilar de forma tão dolorosa que ela gritara até em sua alma por libertação? - a voz suave como um vento gelado em meio aos incensos de sua oferenda, um sorriso sádico surge lentamente ao rosto de seu filho.

- Eu destruirei o império egípcio de tal forma que não sobrará provas de que um dia o mesmo existiu, meu pai, não queira me desafiar com minha rainha, sabe que nunca vencerá essa guerra, eu massacrarei com as minhas próprias mãos cada ser vivente nesse lugar, destruirei todos os templos e estátuas e rogarei uma praga eterna às suas terras, não ouse me contrariar em relação à minha Nefertite, eu já sei de quem ela veio...sua Deusa não ficará satisfeita com suas palavras, meu pai...ela sim, o aniquilaria - ele apaga os incensos, sobrando apenas as cinzas do que um dia fora sua oferta.