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História A aposta. - A filantropa.


Escrita por: firefox1

Notas do Autor


Boa tarde!
Boa leitura.

Capítulo 11 - A filantropa.


Fanfic / Fanfiction A aposta. - A filantropa.

          — Psiu... Ei! Tenho uma coisa para lhe mostrar. Acho que você vai gostar.

   Harry virou-se na direção do sussurro. Luna estava pa­rada no vão da porta, as pernas separadas, e segurando as abas de uma volumosa jaqueta cor-de-rosa à frente do peito. Harry sorriu.

         — Tenho até medo de ver, mas tudo bem. O que é? Lovegood abriu a jaqueta com um floreio.

       — Tchã, tchã, tchã, tchããã!!! — Gravadas na frente de uma camiseta azul-turquesa, em gigantescas letras brancas, estavam às palavras: Que amor, que nada! Ele é rico e quero me casar com ele.

          — Que tal?

    Potter recostou-se, boquiaberto.

         — Vou querer uma.

       — E quem é que conhece você melhor do que eu? — Luna enfiou a mão em um dos bolsos da jaqueta, retirou de dentro uma segunda camiseta, na cor vermelha, com a mesma inscrição, e jogou-a no colo de Potter.

        — Pelo que vejo, se o solteiro cobiçado continuar no ritmo em que está, em pouco tempo estas fofuras valerão uma fortuna.

       — Esperemos que sim! — Harry levantou-se, retirou a sua camisa e enfiou a camiseta pela cabeça e esticou-a sobre a calça. — Que tal?

         — Fabuloso! — Luna sentou-se na cadeira de Harry. — E então, o que você está tramando para esta semana?

         — A coluna chegou na minha parte favorita. "Adquirindo Há­bitos Dispendiosos".

         — Ah, é? — Luna voltou o texto, no monitor de Harry, e examinou a lista de itens. — Caviar. Você esqueceu o caviar.

         — Não esqueci. É que detesto caviar, por isso o deixei de fora.

         — Não pode! Comer caviar é o hábito dispendioso mais importante. Tanto quanto conhecer vinhos e montar a cavalo.

         — Não, cavalos, não!

      Luna revirou os olhos e balançou a cabeça.

          — E então, agora que Nott viajou, o que está plane­jando fazer?

          — Terminar a coluna e devastar seu arquivo de even­tos sociais.

    Potter consultou o relógio. Com um pouco de sorte, con­seguiria fazer ambas as coisas e ir embora antes que Draco concluísse as entrevistas daquela manhã. Assim, não seria obrigado a vê-lo.

        — Temos a inauguração de uma galeria de arte, esta semana — anunciou Luna. — Mas não sei se serviria para você.

      — Vale a pena tentar tudo. Desde que não haja ligação com Boat Crew ou qualquer outra pessoa que Malfoy conheça. Eu lhe contei que ele apareceu no restaurante?

        — Sim.

      — É incrível como ele sempre consegue aparecer nas horas erradas! Não que haja uma hora certa para ele aparecer. — Harry começou a andar de um lado para outro. — Que homem impossível!

        — Concordo. E o que aconteceu, depois que Nott foi embora, para o aeroporto?

     Harry começou a arrumar os papéis sobre a mesa.

         — Fui para casa.

         — Sozinho?

         — Sim.

     Luna retorceu os lábios.

          — Admira-me que Malfoy não tenha se oferecido para levar você.

          — Ele se ofereceu, mas eu recusei.

          — Por quê?

          — Porque eu não queria que ele me levasse.

          — Ou, talvez, porque você quisesse demais.

          — Vamos mudar de assunto, Luna? Eu já disse, Draco está fora da lista.

     Luna suspirou, resignada, e levantou-se.

       — Tudo bem, tudo bem! Eu já vou indo. Quando quiser, passe por lá para dar uma olhada no arquivo de eventos. Ficarei no escritório até às cinco.

     Depois que Lovegood saiu, Harry releu a lista uma última vez, digitou "caviar" e salvou o texto.

          — Mas cavalos, não — murmurou, retirando o disquete do drive.

     Potter estava a poucos passos da sala de Draco, quando avistou Luna correndo em sua direção. Ele parou, surpre­so.

          — Venha comigo — disse ela, apoiando uma mão na parede, enquanto recuperava o fôlego.

     Potter mostrou o disquete.

          — Só vou entregar isto.

          — Não, deixe para depois. Você precisa vir, antes que ela vá embora.

     Intrigado, Harry guardou o disquete no bolso.

         — Quem?

         — Cho Chang. — Luna fez um sinal para que Harry a seguisse e voltou para a recepção, apressada. — Reconhece o nome?

         — Claro! Sócia de uma companhia aérea, da empresa de fibra ótica...

         — Isso mesmo! E é ela quem administra a Fundação Animais Fantásticos, que os pais começaram anos atrás.

         — Ah...

        — Ninguém promove mais eventos beneficentes do que ela, por isso está a caminho de ser considerada a mais no­tável filantropa do país.

         — O que ela está fazendo aqui?

       — Não sei, ainda não falei com ela. Vim correndo chamar você, primeiro. A mulher é milionária, Potter! — Ao chegar no fim do corredor, Luna virou-se para o amigo. — Não se esqueça de mostrar um sorriso bem charmoso... e tire essa camiseta, por todos os santos!

   Potter, sobressaltado, e arrancou rapi­damente a camiseta e vestiu a sua que por sorte ainda estava segurando para em seguida esconder a camiseta atrás de um vaso de samambaias. A mulher encostada ao balcão virou-se. Trajava um vestido versace. Os cabelos escuros lisos pen­teados em um coque deixavam à mostra um rosto de descendência asiática, onde se destacavam olhos escuros e atentos.

     Ela olhou para Luna e Potter, por um momento, e em seguida desmanchou-se num sorriso. A transformação foi de tirar o fôlego. A expressão sisuda de apenas um ins­tante antes tornou-se simpática e afável.

         — Luna! — exclamou ela, num tom de voz ligeira­mente rouca.

     Potter esperou, enquanto as duas se abraçavam, já sen­tindo a mente aberta e o pensamento positivo. Potter sorriu, quando Luna os apresentou.

         — Chang, esta é um de nossos escritores, Harry Potter. Harry, Cho Chang.

     Harry pegou a mão da asiática e a beijo.

          — É um prazer conhecê-la.

          — Será que já li algum artigo seu, na revista? — per­guntou ela, o olhar fixo em Potter.

       — Espero que não! — Luna riu, divertida. — Cho, importa-se se Harry ficar conosco? Ele está fazendo uma pesquisa sobre organizações filantrópicas, e nossa conversa poderia ajudar.

          — Por favor, será um prazer!

          — Ótimo! — exclamou Luna, entrelaçando o braço no dela e conduzindo-a para a sala de reuniões.

       — Agora, me diga que você não fez nenhuma arte para me deixar com o coração partido — continuou Luna, fingindo-se ressentida. — Como casar-se, por exemplo.

        — Não tenho tempo para pensar nisso. — O olhar escuro de Cho deteve-se em Potter, quando os três se sentaram. — Mas sempre há a possibilidade de as coisas mudarem.

     Luna lançou um olhar tão significativo para Harry, e este teve medo que Chang percebesse.

        — Luna me disse que você é uma das filantropas mais notáveis do país — apressou-se ele a dizer. — Um... Madre Teresa de... versace.

     Cho riu, entre divertida e embaraçada.

         — Lovegood tem a mania de me pôr no pedestal. Eu faço o que posso, só isso.

       — Não é verdade — protestou Luna, olhando para Harry. — Esta mulher já realizou mais eventos beneficentes do que qualquer outra pessoa que conheço.

          — Mas desta vez estou trabalhando um pouco mais perto de casa — disse Cho, com ar solene. — E é por isso que vim falar com você. Há um centro de reabilitação de jovens, na Escócia, que está com falta de recursos, e estou promo­vendo um evento em prol dessa instituição.

           — Um baile de gala no gelo? — perguntou Harry. Chang riu, baixinho.

           — Na verdade, minha preferência é por coisas mais simples — explicou ela. — Estou programando um retiro na fazenda.

           — Fazenda?

           — Sim — interveio Luna. — Com cavalos, e coisas assim.

           — Temos alguns cavalos, mas nosso forte são os novi­lhos. Haverá muito lazer, boa comida e boa com­panhia, também.

           — Parece que será divertido.

          — Bem, nem tudo será diversão. Teremos palestras e debates com especialistas e pesquisadores sobre dependên­cia de drogas. Será uma oportunidade de aprender, para aqueles que estiverem interessados, claro.

     Potter arqueou as sobrancelhas, seu próprio interesse despertado.

           — Nunca ouvi falar de algo parecido.

          — E porque gosto de fazer as coisas discretamente. — Cho sorriu para Luna. — Se tudo correr bem, será qual­quer coisa como o Fim de Semana na Floresta Tropical, que promovemos, anos atrás, lembra-se?

         — E como eu poderia esquecer? Meu vizinho de mesa foi um bicho-preguiça de três dedos, o tempo inteiro querendo deitar a cabeça em meu colo. Ou foi o senador?... Não sei, sempre confundo os dois.

     Chang soltou uma gargalhada.

        — Prometo que, desta vez, não haverá animais. Nem políticos, nem de qualquer outra espécie, a não ser nos cur­rais. Apenas amigos e pessoas interessadas. E é por isso que estou aqui. Preciso de sua ajuda.

         — Diga.

     — Vou precisar de uma discreta cobertura da imprensa, depois que o evento terminar. Não quero publicidade prévia, nem fotografias não autorizadas. Sempre pude contar com você, Luna, e espero poder, agora, também.

         — Quando será?

        — No próximo fim de semana. De sexta a domingo. Sei que estou avisando em cima da hora, mas só há poucos dias tivemos a confirmação.

     Luna recostou-se na cadeira, a expressão consternada.

         — Oh, Chang, já tenho um compromisso! Lamento tanto, mas... — O olhar dela se iluminou, como se a ideia tivesse lhe ocorrido naquele instante. — Talvez Harry possa ir!

     Ela olhou para Potter, que baixou o olhar e sorriu. Sua amiga era realmente muito esperta, pensava ele.

          — Seria uma honra.

          — Maravilha! — exclamou Cho Chang, com seu timbre de voz suave. — Providenciarei transporte para você.

          — Não quero dar trabalho.

          — Não será trabalho algum. Só preciso do número de seu telefone.

     Eles pararam na sala de Harry, a caminho do elevador, e ele entregou a Chang um cartão de visita.

        — Será um prazer revê-lo — disse ela, fitando-o com evidente admiração, porém de uma maneira franca e direta.

    Uma qualidade rara, Harry reconhecia.

        — Para mim, também — respondeu ele, com sinceridade. Cho era inteligente, dedicado à causa na qual acreditava, e livre. Apesar de preferir homens a mulheres não custava nada tentar. Ela era o tipo de mulher que ele sempre quisera conhecer. O fato de ser milionária só a tornava um partido ainda mais conveniente, naquele momento.

   A porta do elevador abriu e Chang entrou enquanto um entregador com expressão de enfado saía em direção à recepção, carregando uma nuvem de balões de gás verme­lhos, verdes, azuis, amarelos e brancos. Cho sorriu antes da porta se fechar.

        — Vejo você daqui a uma semana.

        — E aí, que tal? — perguntou Luna, depois que a porta do elevador se fechou.

        — Acho que terei de acrescentar cavalos à minha lista — disse Harry.

        — Harry Potter? — chamou o entregador.

        — Sou eu...

        — O rapaz encaixou o nó de cordões na mão dele.

        — Pode assinar aqui, por favor? — pediu ele, estendendo um pequeno envelope quadrado.

    Lovegood espiou por sobre o ombro de Potter, enquanto este abria o envelope e tirava um cartão branco com uma única linha escrita: "As dúvidas acabaram. Obrigado, Newt e Theo".

      Potter sorriu e guardou o cartão dentro do envelope, e abriu um belo sorriso.

         — Eu tinha razão.

       — Que maravilha! — Luna bateu palmas. — Mas o importante, agora, é armar uma estratégia. Quer almoçar no Caldeirão Furado?

       — Sim. — Harry engoliu em seco. — Só vou deixar isto no escritório.



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