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História A aposta. - A feira de antiguidades.


Escrita por: firefox1

Notas do Autor


Bom dia!
Boa leitura.

Capítulo 4 - A feira de antiguidades.


Fanfic / Fanfiction A aposta. - A feira de antiguidades.

          — Algum problema? — perguntou Boat Crew. Malfoy afastou-se dele.

          — Claro que não. Por que pergunta?

     Boat balançou a cabeça, com seu jeito refinado e discreto.

         — Você parece preocupado, só isso.

         — Tenho várias coisas para resolver.

     Boat segurou a mão de Draco e conduziu-o para o sofá.

         — E exatamente por isso que estou aqui — Ele se sentou e gesticulou para que Draco fizesse o mesmo. — Estou a ca­minho da Pousada, para supervisionar os últimos prepa­rativos para a inauguração da Feira de Antiguidades, esta noite. Pensei que talvez você quisesse ir comigo.

         — Acho que não, Crew.

         — Mas eu providenciei um chá real completo para o comitê! — Ele entrelaçou os dedos com os de Draco e tentou puxá-lo para o sofá. — Tenho certeza de que você vai gostar. Ele será uma replica do chá da rainha Elizabeth.

     Draco desvencilhou-se e voltou para a mesa.

          — Pode ser, mas não posso sair agora.

          — Claro. — Crew levantou-se e aproximou-se dele. Eu gostaria que você fosse comigo, mas compreendo. Como sempre.

    Malfoy reprimiu um sorriso, conforme a imagem de Potter, naquele mesmo lugar, surgia em sua mente. A pose, o ar de desafio, o olhar brilhante... Ele não seria compreensivo, ou previsível; seria, no mínimo, uma expe­riência extenuante. Energia demais, empenho demais, tudo demais. Mas... interessante.

        — Ouviu o que eu disse? — A voz de Boat interrom­peu o devaneio de Draco. Ele olhou para ele, sem expressão no rosto. — Deixarei um convite, para o caso de você decidir ir, mais tarde. Estou atrasado.

          — Muito bem. — Draco acompanhou-o até a porta, sur­preso por se sentir aliviado com a partida dele.

   Ele abriu a porta no momento em que Harry saía do escritório de Luna, balançando um pedaço de papel como se fosse uma espada. Ele se virou e Draco contemplou um sorriso enigmático no rosto afogueado.

    Potter não se desconcertou; ergueu o braço e brandiu o papel para ele, antes de se afastar ao longo do corredor.

          — Que homem petulante, Malfoy! — exclamou Boat, com uma ruga na testa.

    Malfoy segurou-lhe o braço e conduziu-o ao longo do corredor.

           — Ele está convencido de que vai ganhar.

           — Ganhar o quê?

         — Bobagem... deixe para lá. — Draco parou do lado de fora do escritório de Luna. — Boa festa — desejou, apressadamente, antes de desaparecer atrás da divisória.

     Lovegood girou na cadeira, quando Malfoy entrou. Ele tirou o fone da mão dela e colocou-o no gancho. Luna riu e ofereceu-lhe uma caixa de bombons.

          — Por que eu nunca consigo enganar você? Aceita?

          — Não, obrigado. — Ele apoiou as duas mãos na mesa. — O que você deu a Potter?

   Luna escolheu um bombom e colocou-o, inteiro, na boca.

          — Eu? Nada... por quê?

         — O que acha de passar um mês fazendo cobertura sobre agropecuárias? Vendo os bois indo para o abate com o objetivo de tornarem-se um belo Boeuf Bourguignon.

     A mão de Luna paralisou, sobre a caixa de bombons.

          — Você não está falando sério.

     Malfoy não respondeu. Limitou-se a continuar fitando Luna fixamente.

         — Está bem! Eu dei a ele um convite para o baile da Feira de Antiguidades.

         — O que mais?

         — Nada...

         — Podemos incluir também uma cobertura completa dos banquetes dos jogadores de críquete.

    Luna revirou os olhos.

         — O endereço de uma modista que desenha trajes para ambos os sexos... Só isso, juro!

         — Que modista?

         — Queenie Goldstein. Mas...

         — Obrigado, Luna. — Ele deu um tapinha nas costas dela. — Você é uma grande amiga.

         — Não diga a ele que eu contei!

          — Não, desde que você me avise cada vez que der um convite para ele.

    Draco voltou para sua sala, sentindo-se estranhamente aliviado. Sua atenção foi atraída para o disquete que en­tregara a Potter, pouco antes. Ele o segurou na mão e examinou-o, com ar pensativo. Fora propositalmente igno­rado, ou simplesmente esquecido? Com Harry Potter, qualquer coisa era possível. Não que tivesse importância, pensou, enfiando o disquete no bolso. Ele teria oportunidade de entregá-lo, naquela noite.

   A uma hora de distância, ao norte da cidade, a Pousada Corner Green Guesthouse atraía aqueles hóspedes que procuravam tranqüilidade, atendimento especial e um ambiente ao mesmo tempo requintado e sociável. Ga­rotos uniformizados ainda entregavam mensagens em ban­dejas de prata, o chá era servido diariamente às quatro horas da tarde e o jantar normalmente era seguido por uma caminhada nos jardins. Ao mesmo tempo que conservava o visual do passado, a propriedade reformada era equipada com computadores, aparelhos de fax e uma equipe dedicada e atenciosa, ofere­cendo todas as comodidades modernas para turistas, ho­mens de negócios e organizadores de convenções.

     A inauguração da Feira de Antiguidades era, tradicio­nalmente, uma festa de gala com fins beneficentes, e a entrada só era permitida aos portadores de convite. A hora marcada para o início do evento era sete, com uma apresentação prévia especial dos objetos no salão principal, se­guida de jantar e baile na suntuosa Sala Verde e Dourada.

    Às seis e meia, o saguão de entrada fervilhava de vozes e risos. Tafetás, miçangas e lantejoulas refletiam o brilho dos candelabros de cristal. Uma orquestra de câmara com­posta de quatro músicos entoava as Quatro Estações de Vivaldi, e garçons com luvas brancas circulavam com bandejas de champanhe e canapés, enquanto a elite da cidade aguar­dava pacientemente que as portas se abrissem.

    Sozinho, em um canto, Potter observava os convidados, enquanto bebericava uma taça de champanhe. Até então, a única coisa que dera certo, naquele dia, fora o encontro com Queenie Goldstein.

    A modista acatara, sem hesitar, a sugestão de Potter, e ambos passaram a tarde selecionando um guarda-roupa apropriado para a empreitada do solteiro cobiçado, incluindo o traje que Potter escolhera para aquela noite: Um terno preto slim completo com uma blusa branca e uma gravata vinho, que lhe caía com perfeição.

     Potter nunca usara nada parecido e esperava que não fosse sofisticado demais, caso ele decidisse passar em seu clube favorito, mais tarde. Embora, provavelmente, não houvesse lá tantas limusines estacionadas do lado de fora, com certeza haveria mais homens solteiros estacionados do lado de dentro.

          — Mais casais — murmurou, baixinho, antes de colocar o copo na mesa, a seu lado.

          — O que você esperava? Ele se virou abruptamente, ao reconhecer a voz de Draco Malfoy.

          — O que está fazendo aqui?

          — Fui convidado.

          —Ah, sim! Eu havia me esquecido de que Crew é o organizador. Eu devia ter imaginado que você viria.

     Malfoy sorriu.

         — E você?

     — Também recebi um convite — disse Potter, desviando o olhar, tentando ignorar Draco, embora soubesse que isso seria impossível.

    Em meio a todos aqueles homens de smoking e gravata-borboleta, Malfoy ainda conseguia se destacar. O traje formal combinava com ele, realçando-lhe os ombros largos e a postura ereta, a aparência de gente rica acentuando a masculi­nidade que Potter já achava irresistível.

     As portas do salão se abriram e a multidão começou a entrar.

          — Com licença.

    Potter deu um passo à frente, com a intenção de seguir os demais, porém Draco segurou-lhe o braço.

          — Por que não espera a confusão acabar, primeiro?

          — Porque a graça está justamente em acompanhar os outros.

          — Acha graça nesse tipo de festa?

          — Não sei... é a primeira vez que venho.

          — E qual é a sua opinião, até agora?

          — Há um certo fascínio... mas devo confessar que não vejo trajes pretos desde a última reunião de motoqueiros.

      Malfoy ficou surpreso.

          — Você frequenta esse tipo de reuniões?

          — Só fui uma vez. Eu estava fazendo uma pesquisa pre­liminar para a série "Sem Medo". Fiquei sabendo que os motociclistas se reuniam no Caldeirão Furado, todas as sextas-feiras, treze. Então, fui.

         — Sozinho?

         — Claro.

    O tom de voz de Draco tornou-se menos afável.

          — E Pio permitiu?

          — Ele não poderia me impedir.

          — Eu teria impedido.

     Harry não detectou ironia na voz, nem na expressão de Draco, apenas uma genuína preocupação, que o deixou desconcertado.

         — Você poderia ter tentado — murmurou, gentilmente. - Se teria conseguido, é outra história. Caso você ainda não tenha percebido já sou um homem adulto.

     Potter pegou sua taça de champanhe e tomou um gole, sem desviar o olhar do rosto de Malfoy.

          — Vamos entrar? Você ainda não me disse por que veio.

    Ele sorriu.

          — Estou interessado em antiguidades.

          — Ou em encontrar um marido?

          — Também — admitiu ele, com um sorriso discreto.

          — E acha que irá encontrá-lo aqui?

    Harry deu de ombros.

         — Pensei que seria, pelo menos, uma maneira de começar. Mas vejo que me enganei. As possibilidades são escassas.

         — Bem, as coisas podem mudar. Aí vem um solteiro. Ou melhor, livre e desimpedido.


Notas Finais


No próximo capítulo iremos conhecer o primeiro candidato(a).


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