História A Área do Quadrilátero Menos a da Circunferência Inscrita - Único: Amor

Nascemos quadrados, retos, pontudos; presos num quadrilátero, com ângulos agudos ou obtusos; contornados por linhas retas e vértices pontiagudos; mas já nascemos circunscritos a um círculo de ângulos nulos.

Crescemos dentro desse quadrilátero limitado. Tomamos formas e tamanhos que já não se encaixam em seus vértices fechados.

Lenta e constantemente vamos deteriorando o quadrilátero. Corroendo seus bordas, seus ângulos pontudos, seu sufocante mundo enclausurado. Pouco a pouco, somos libertados. Os ângulos retos se acabam.

Resta apenas o que já existia no passado, mas que cresceu junto de nós e se sentiu sufocado; o círculo inscrito no qual nascemos e fomos originados; a forma redonda, sem pontas, sem cantos, sem espinhos; a circunferência antes inscrita no quadrado que nos mantinha sozinhos.

A circunferência que não nos impede de nada, que nos permite sermos o que somos no ponto mais íntimo. Circular forma agora liberta que sempre viveu em nós, essência esférica de perímetro infinito.

Somos intrinsecamente a resultante da área do quadrilátero menos a área da circunferência inscrita. Somos o amor que em nós reside, o amor que nos damos, o amor que entregamos, o amor que recebemos, o amor que desde o início, quando ainda éramos quadriláteros circunscritos, nós trouxemos.