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História A Arqueóloga e o Espadachim - Capítulo V


Escrita por: Mirai23

Capítulo 5 - Capítulo V


Fanfic / Fanfiction A Arqueóloga e o Espadachim - Capítulo V

A neve caía sem parar pelo terreno rochoso, as ondas iam e voltavam de encontro com a costa numa dança linda de se ver, enquanto uma raposa das neves passeava pela praia com seu filhote em busca de comida. O inverno chegara mais manso esse ano o que facilitava um pouco as coisas para os animais que ali habitavam. A pequena raposa se distanciava aos poucos da mãe, entretido com um caranguejo que havia sido deixado na praia por uma onda e que agora tentava retornar para o mar. A curiosidade do filhote lhe custou algumas ferradas no nariz do crustáceo que tentava se proteger, mas ele insistia em acompanhar aquele animalzinho curioso, que seguiu por mais alguns segundos até uma onda um pouco mais forte vir e levar embora sua diversão, revelando algo mais interessante. Um homem de cabelos verdes estava em uma das rochas da praia, parecia ter usado o resto de suas forças para se agarrar ali e não ser levado pelas ondas, pois estava inconsciente. O filhote curioso farejou aquilo de longe, mas antes que pudesse se aproximar mais, a mamãe raposa deu um salto em sua direção, o pegando pela nuca e levando embora sua cria teimosa. Zoro acordou num susto, tossindo o restante de água que havia em seus pulmões e procurando por suas espadas. Que alívio, elas estavam ali. Quando desceu da pedra num pulo, sua cabeça girou e doeu, estava sangrando sem parar, lembrou que na confusão quando foi levado pelas ondas ele batera a cabeça nos corais perto da costa e logo depois desmaiara. Estava morrendo de frio e suas roupas estavam encharcadas, a neve não parava de cair, o céu continuava escuro e a noite devia cair rápido naquela região, ele precisava encontrar um lugar para não morrer de hipotermia. A floresta daquela ilha era farta com uma grande variedade de flora, principalmente arbustos frutíferos, os quais ele foi colhendo algumas frutas e galhos secos pelo caminho.

- Pelo menos não vou morrer de fome – resmungou

Depois de uma longa caminhada, Zoro já não sentia mais seus dedos dos pés, seus músculos da perna faziam movimentos involuntários e sua mão estava assumindo um tom acinzentado; “droga!” ele pensou “nesse ritmo não vou aguentar por muito tempo.” Mas antes que pudesse parar onde estava ele avistou um aglomerado de blocos de pedra, eram casas. Apertou o passo e tentou pedir ajuda, mas a voz não saía e a visão embaçava, não desistiu e continuou andando aos tropeços. Quando chegou ao local, se deu conta que se tratavam de ruínas de uma vila, não pensou muito no caso e entrou na primeira ruína em bom estado que viu. O teto ainda estava intacto, o que facilitou pois não havia muita neve lá dentro, Zoro limpou o chão de pedra e logo preparou uma fogueira, havia juntado o máximo de madeira que conseguia carregar pelo caminho e as chamas ficaram consideravelmente grandes e satisfatórias pra situação; tirou suas roupas molhadas ficando apenas de ceroulas e as estendeu de um lado, enquanto tentava se aquecer do outro. A ruína que ele tinha entrado parecia ter sido, um dia, uma casa bem pequena com uma única janela, tal janela que estava agora tampada do lado de fora pelos destroços de uma construção ao lado, impedindo assim o vento de entrar por ali, mas ele ainda sentia frio. Zoro se agarrava à suas espadas com todas as suas forças, fazendo de tudo para ficar acordado e se aquecer, quando ouviu o barulho de galhos quebrando e um rugido. Era um lapahn, igual aos da ilha do Chopper, que passava por ali, e no segundo seguinte a neve ficou vermelha com o sangue da criatura que morreu com um golpe certeiro de espada. Ele arrancou a pele do animal para se aquecer e tirou sua gordura para comer, gordura animal era o que ele precisava naquele momento para não morrer, seus 2 anos de treinamento com Mihawk lhe ensinaram muita coisa. Voltou para dentro da ruína, se aconchegou em frente ao fogo e ali permaneceu.

            Em outro lugar Robin despertava com o forte cheiro de incensos, ela estava deitada em uma cama grande aconchegante, num lugar parecido com uma caverna, o quarto não tinha chão, apenas uma passarela que dava para a saída e o restante era água, ela não conseguiu ver a profundidade do lugar. A presença do mar ali era tão forte como se estivesse submersa, e a deixava levemente tonta, o que forçava a se concentrar para não desmaiar. “Preciso sair daqui e encontrar os outros”, levantou e saiu para um comprido corredor sem saída do lado direito com outros quartos sem porta, ouvia o barulho da água batendo nas pedras, virou a esquerda e subiu uma escada até parar no que parecia ser um salão enorme talhado nas pedras do interior de uma montanha. As pedras eram de um azul brilhante magnífico que refletiam a água no chão molhado, e a fazia se lembrar do fundo do oceano quando se aventuraram pela Ilha dos Tritões. O salão possuía 3 grandes janelas, abriu uma delas e deu de cara numa varanda virada para o mar, ouviu passos e fechou as cortinas e a janela rapidamente, ficando em silêncio do lado de fora. Percebeu que realmente estava dentro de uma montanha, olhou ao redor e viu que se tratava de uma ilha, a floresta estava logo acima mas não via nenhuma escada ou coisa do tipo, provavelmente a saída dali era só por dentro. Ainda nevava e percebeu que logo anoiteceria “droga, deixei meus casacos para trás”.
- Trouxeram todas as mulheres que estavam à bordo?

- Não, irmã. Uma delas parece ser usuária de uma akuma no mi capaz de controlar raios e os lançou em nossa direção, tivemos que recuar.

- E os homens?

- Haviam 5 a bordo, senhora Calíope – respondeu uma 3ª voz - Largamos na costa  das ilhas para iniciar os preparativos.

- Eles tinham um bichinho de estimação que dei de presente para Clio, ela estava me pedindo há muito tempo um novo pra coleção, irmã.

- Tudo bem, Tália – Calíope riu – Europa, diga as meninas para começarem a se preparar para a caçada de inverno.

- Os preparativos já estão em andamento – respondeu Europa – Senhora, você não quer ver a dama que trouxemos?

- Oh, não precisa, ela já está aqui.

E com um estalo, um chicote de água abriu a porta e puxou Robin para dentro, fazendo a ficar frente a frente das 3 mulheres mais lindas que já vira. Calíope possuía cabelos e olhos negros mais escuros que uma noite sem lua e sem estrelas, lábios pequenos e vermelhos que parecia ter acabado de beber uma taça de sangue. Seu rosto com sardas no nariz e bochechas contrastava uma delicadeza feroz, deixando claro que ela era capaz de matar qualquer um sem hesitar. Tália tinha os cabelos azuis da cor do mar, os mesmos olhos da irmã e uma cicatriz que atravessava seus lábios. Europa possuía uma cabeleira cacheada de um laranja da cor de corais marinhos e olhos do mesmo tom, todas vestiam uma túnica branca, menos Calíope, a sua era dourada.


- Por favor não fique com medo, se sente – Calíope a colocou numa cadeira, ainda a segurando com o chicote de água que era uma continuação de seu braço – entenda, eu só não gosto que fiquem espiando sabe? Europa, busque as roupas dela, ela está com frio. Tália feche essa janela, por favor, está nevando muito lá fora e humanos são muito sensíveis.

Quando Europa voltou com seu casaco, Calíope a soltou e se sentou de pernas cruzadas na mesa de frente para ela e ficou a observando. Robin permaneceu em silêncio, sentia que ela estava olhando todo o seu corpo, mas não só por fora, por dentro também. Sentia como se cada lugar de Robin estivesse sendo revirado pela mulher de cabelos negros, como se ela estivesse lendo seus segredos mais profundos e bem guardados.

- Interessante – ela sorriu – Oh, que indiscrição a minha, nem te expliquei o que está acontecendo. Seja bem vinda ao nosso lar, querida, somos musas que habitam essa região do mar.

- Musas? Como as musas das lendas?

- Hihihihi – riu Tália – isso mesmo. E não somos apenas lendas, vivemos no mar muito antes do homem começar a explorá-lo, muito antes do surgimento de sereias ou tritões.

- E você quer entender o que aconteceu – continuou Calíope – bom... Você está num arquipélago composto por 4 ilhas, cada uma muito afastada uma da outra, por isso quando navegantes entram na zona climática do arquipélago se assustam por achar que não tem nenhuma ilha por perto e é apenas mais um fenômeno da Grand Line.

- Onde estão meus amigos?

- Mulheres humanas são tão estranhas... – disse Europa

Calíope não tirava os olhos dela nem por um segundo, esticou uma de suas pernas e começou a acariciar as pernas de Robin, subiu mais um pouco em direção ao seu rosto, Robin virou a cara.

- Os homens nós jogamos pelas ilhas, como você ouviu mais cedo, vamos caçá-los... Sabe, por diversão. Homens são criaturas inferiores que não servem pra nada, apenas reprodução. Uma pena não estarmos em época de acasalamento, até que você tem uns amiguinhos bonitinhos.

As outras duas musas riram, e ela continuou:

- Tenho a intenção de voltar ao seu navio e buscar sua companheira, para que vocês duas possam se juntar a nós – Calíope se levantou e começou a andar em volta de Robin como uma leoa espreitando sua presa – Não posso torná-las musas, é claro. Mas vocês podem se tornarem guerreiras do meu exército – ela passava a mão pelos ombros, pescoço e rosto de Robin – vocês nunca mais seriam sujeitadas a obedecerem nenhum homem, teriam todo o tesouro que desejar, nenhum deles jamais passaria por cima de vocês de novo – ela parou atrás, passando seus dedos delicadamente pelos seios de Robin e descendo para a cintura, enquanto falava no seu ouvido – vocês saberiam o prazer que é ser livre dessa sociedade que sempre as perseguiu e oprimiu. Esses monstros que mataram todos que você amava, que queimara sua ilha, que mataram sua mãe, que...

- CHEGA!!! – Robin se levantou, Europa e Tália ficaram em posições de ataque, mas Calíope levantou a mão para elas em sinal de calma.

- GIGANTESCO MANO!!

Uma mão gigante surgiu e socou a parede ao lado delas que dava pro mar. Outas musas entraram correndo no salão e se deparam com a situação. Robin só tinha uma opção, ela não podia deixar que elas a capturassem com seus poderes aquáticos, seria um caminho sem volta, ela precisava salvar seus amigos e sair de lá o mais rápido possível, então saiu correndo em direção ao buraco e pulou.

- Ela é uma usuária, não a deixem morrer afogada, atrás dela AGORA!!

Mas quando algumas musas pularam atrás dela, Robin formou em plena queda um par de asas enormes e saiu voando para o alto em direção à ilha. Calíope gritou de ódio e jogou uma mesa em direção ao penhasco, seu braço se transformou no chicote d’água e ela batia no chão, furiosa.

- Nee-sama?

Uma garotinha musa de cabelos brancos e olhos negros apareceu na porta, assustada com o barulho e segurando Chopper, que estava desacordado, como um bichinho de pelúcia, fortemente em seus braços.

- Ooh Clio, nos desculpe – Calíope e Tália correram em sua direção – Aconteceu um pequeno acidente, mas já está tudo sobre controle, tudo bem?

- Nee-sama, eu não gosto de gritos...

- Eu sei minha pérola, foi sem querer, pode voltar para o seu quarto, já está tudo sob controle.

Clio saiu saltitando pelos corredores com Chopper em seu colo.

- Aaaaah, onde estou, o que aconteceu, quem é você??

- Ah, tanuki-chan você acordou, que bom! Vamos brincar – disse Clio contente

- Eu não sou um tanuki, eu sou uma rena, me põem no chão...

E as vozes dos dois foram se afastando pelos corredores.

- Irmã, você acha que Clio consegue cuidar daquela coisa sozinha? – perguntou Tália

- Ela é uma musa como nós, não devíamos subestimá-la só por ser criança – disse Europa.

- Tem razão, agora arrumem essa bagunça e preparem o mais rápido possível os preparativos da caçada – ordenou Calíope enquanto se retirava do local – estou ansiosa e quero começar isso o quanto antes.

- Senhora – uma das musas que havia pulado atrás de Robin voltara em forma de água e estava se materializando de novo – o que devemos fazer com essa mulher que fugiu?

Calíope se aproximou dela, segurando seu queixo com delicadeza e puxando-lhe para um beijo fervoroso, a musa retribuiu na mesma intensidade, a soberana mordeu os lábios inferiores de sua semelhante, que gemeu de prazer, e a afastou.

- Já que ela não quis se juntar a nós, ela será minha caça especial essa temporada.

O restante das musas se curvaram em sinal de compreensão

- E alguém leve minhas concubinas para o meu quarto, por favor – disse ela enquanto se retirava do salão – essa confusão me deixou estressada.

 

            Robin voou mais um pouco e pousou numa clareira no meio da floresta, ela não conseguia manter aquela forma das asas por muito tempo, então teria que caminhar de agora em diante. Seu voo curto deu pra analisar rapidamente a ilha (que não era muito grande) do alto, consistia num terreno íngreme com florestas, de um lado um penhasco e do outro uma praia rochosa. Realmente não dava pra ver as outras 3 ilhas mencionadas por Calíope, e seus amigos estavam espalhados por aí, nem o Sunny ela conseguiu avistar. “Nami é inteligente, vai dar um jeito de nos encontrar, mas não posso ficar parada esperando as coisas acontecerem”, pensou, “está anoitecendo, preciso procurar um lugar para me proteger.”, e assim ela começou a descer o morro mata a dentro “se todos os livros que li estiverem certos, estamos correndo grande perigo..."



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