Park Jimin
Vi que ficou incomodada com os meus questionamentos, não deveria ter me metido em sua vida, apesar que eu sinto que ela precisa de mim, há uma conexão que me faz ouvir um leve sussurro, como se dissesse " Por favor, cuide da moça dos olhos castanhos mel. " , eu prometo cuidar! Não irá se livrar tão rápido de mim Melorie, obrigado por aparecer.
Melorie Taylor
Cheguei em frente à minha casa e abri a porta devagar, na esperança de que ninguém tivesse me aguardando na sala, e por sorte, não havia ninguém, subi os degraus da escada lentamente, e fui para o meu quarto, até aí tudo bem, meu corpo se jogou em cima da cama e relaxou, até sentir que havia deitado em cima de algo, um...um envelope?
" Máurio & Melorie "
"O sonho se realiza. "
Era um convite de casamento, minhas mãos tremiam, e meu coração parecia querer rasgar meu peito e sair, estava agitado demais, não era possível, esse maldito dia estava cada vez mais próximo, era o convite do meu casamento com o Máurio, eu só sabia chorar e deixar a tristeza me consumir pedaço por pedaço. Não queria de forma alguma ao menos imaginar que esse seria de fato o meu destino, acabar nas mãos de Máurio, em outras palavras, na mãos da infelicidade.
A partir do momento em que tive aquele convite em mãos, eu já não controlava mais minhas emoções, as lágrimas caiam como nunca, enquanto eu depositava tudo em um choro desesperado, por que eu? Por que eu não poderia ser como as outras garotas que simplesmente vivem em paz? Eu já tenho 24 anos, não sou uma criancinha, eu deveria ao menos ter a minha vontade própria, e ter a vida que eu mesma tivesse a liberdade da escolha, do que queria ser, do que queria fazer.
Como já era do cotidiano, cheguei a adormeci de exaustão, devido ao inchaço dos meus olhos, eles pesaram, e me deram sono o bastante para adormecer imediatamente.
Ao amanhecer fui acordada por Regina, minha mãe, segundo ela tinha algo muito importante para me dizer, quando desci as escadas, estavam lá, Ricardo, meu pai e Máurio, sentados no sofá; minha mãe, por sua vez, vinha trazendo uma bandeja com copos cheios de sumo de frutas vermelhas.
ㅡ O que tem a me dizer? ㅡ respirei fundo, pois tinha a impressão que coisa boa não era.
ㅡ É algo sério demais.
ㅡ Falem logo por favor!
ㅡ Bom... ㅡ Máurio tomou a palavra. ㅡ Eu e os seus pais vamos à Paris, iremos escolher os mais finos e caros detalhes para o nosso casamento, com muito cuidado, então iremos ficar por lá cerca de dois meses.
ㅡ Meu Deus, sério? ㅡ tentei ao máximo esconder minha felicidade.
ㅡ Sim, será necessário para que o casamento de vocês seja um momento inesquecível
ㅡ Boa viagem! ㅡ sorri.
ㅡ Sentiremos a sua falta! ㅡ ditou meu pai.
ㅡ Boa viagem... ㅡ cantarolei. ㅡ Mas no momento tenho que me aprontar sabe? Tenho aula daqui a vinte e um minutos. ㅡ fingi olhar em um relógio imaginário, e subi novamente para o quarto.
Ouvi alguns resmungos da parte de Máurio, o que pouco me importa, apenas me aprontei para aula e fui, desta vez saltitante, ao menos tinha me despedido com beijos e abraços, isso me dava alegria, me senti livre, farei desses dois meses, os melhores meses da minha vida.
Quando cheguei, não havia ninguém na escola, nem mesmo o professor Park, para me distrair, liguei para Giovanni, o meu melhor amigo, e ele em um instante, atendeu.
ㅡ Giovanni, advinha....
ㅡ Ah não, o que você fez desta vez?
ㅡ Eu não fiz nada, mas, tenho uma ótima notícia.
ㅡ O Máurio morreu?
ㅡ Não! Ainda não... ㅡ caio na risada. ㅡ Ele e os meus "adoráveis" país, irão viajar durante dois meses, sabe o que isso significa?
ㅡ .... não, eu não sei o que isso significa.
ㅡ QUE EU ESTOU SIMPLESMENTE LIVRE DURANTE ESSES DOIS MESES! ㅡ gritamos juntos, enquanto eu dava alguns pulinhos.
ㅡ Está tudo bem? ㅡ a voz um pouco rouca do professor Park ecoou pela sala me causando arrepios.
ㅡ E-está sim...eu só...
ㅡ Mel, o que está acontecendo? ㅡ Giovanni questionou.
ㅡ Meu professor de balé acabou de chegar, e eu tenho que desligar agora, te amo! ㅡ desliguei a ligação e guardei meu celular na bolsa.
ㅡ Me perdoe a indelicadeza, mas, quem estava contigo ao celular?
ㅡ Meu melhor amigo, Giovanni...
ㅡ Compreendo.... Vejo que estavam muito entusiasmados, aconteceu algo legal?
ㅡ Sim, legal ao bastante para me fazer livremente! ㅡ minha fala soou brincalhona, feito a fala de um personagem infantil, que luta para combater o mal, isso o fez sorri.
ㅡ Fico extremamente feliz por ter ver desta forma...
Sua mão acariciou meu rosto, que logo automaticamente ganhou um tom avermelhado, quando sentiu pela primeira vez, seu toque suave. Quando levantei minha face para encará-lo, ele estava com um sorriso tão largo e radiante, que fizeram seus pequenos olhos sumirem, e formarem um fino e pequeno risquinho, céus! Ele estava adorável! Senti uma imensa vontade de abraçá-lo, mas me contive, pois seria desrespeitoso de minha parte, então, apenas sorri também, um tanto tímida, mas muito feliz.
ㅡ Ah Melorie.... ㅡ ele me abraçou com delicadeza. ㅡ Sei que precisa disso...
ㅡ Professor...obrigada... ㅡ suspirei, retribuindo o abraço.
Me perdi em seus braços, encontrei segurança, me senti completamente acolhida, então fechei meus olhos e aproveitei o máximo, até ele se desfazer do abraço e me encarar, ele era como um anjo, tão lindo e bondoso, em momento algum expressava maldade ou desprezo, havia apenas amor em seus olhos, amor em sua alma. Assim que me desfiz do seu abraço, meus olhos se abriram, vi atrás dele cerca de cinco garotas, todos elas com cara de tacho, com fogo nos olhos, como se quisessem me...me matar?
ㅡ Bom dia professor... ㅡ uma delas falou, então o professor Park se virou e as cumprimentou, uma a uma.
ㅡ Vamos esperar mais um pouco, hoje o treino será mais puxado...
Nos submetemos a esperar a maior parte dos alunos chegarem, e ensaiamos até o fim do dia, voltei para casa feliz e saltitante, mas para o meu azar, os três ainda habitavam na casa.
Máurio, me agarrava como se eu fosse sua vida, Regina dizia a todo momento que iria morrer de saudades, já Ricardo, dizia-me para ter cuidado e que era muito perigoso ficar sozinha, uau me senti um tesouro... Mas óbvio que eles me tratariam assim, para eles sou a fonte de renda, a vendida, a insignificante, a Melorie presa, em outras palavras, a coisa que ninguém se importa.
Depois de muito mi mi mi, consegui ir para o meu quarto, e me isolei por lá, me banhei e me deitei na cama macia, enquanto cantarolava, em todos esses anos, este dia estava sendo um dia bom.
ㅡ Finalmente... ㅡ respirei fundo. ㅡ Enfim um pouco do gosto da liberdade que tive há anos atrás...
Pensei em tantas coisas que pretendia fazer durante esse tempo, que acabei adormecendo largada na cama.
"Sonhe Melorie, mas não esqueça de respirar."
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.