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História A base de mentiras - Fênix



Notas do Autor


Primeiramente: Desculpa, eu sei que estou atrasada. Eu sinto muitíssimo por não ter postado ontem, só que eu não pude mesmo postar, porque me proibiram de postar o capítulo. Por sorte, a proibição só valia para ontem :3

Agora, vamos para a nota inicial normal.

Oiii people!! Como estão?
Demorou, mas estamos aqui com o último capítulo da trilogia que conta sobre a mãe do Karma :D

P.S: Um detalhe muito importante, apesar da história se passar no mesmo ano que o nosso, digamos que não se passa no mesmo mundo... Por exemplo, no mundo deles, não existe Coreia do sul e Coreia do norte, existe apenas a Coreia.

Quase ia me esquecendo! A mulher na foto deveria ter olhos cinzas, só que eu não encontrei nenhuma ruiva com olhos cinzas.

Boa leitura ^-^

Capítulo 165 - Fênix


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - Fênix

Karasuma

 

Hoje é o pior dia do ano. E, por sorte, também é minha folga. Eu não aguentaria ficar olhando para a cara da Irina, na mesma hora me lembraria dela.

Mesmo nos dias comuns, eu sempre me lembro dela. Eu odiei a ideia de ter uma parceira novamente, é impossível eu não recordar-me da última.

Se me arrependo do que fiz? Todo santo dia da minha vida...

Na data de aniversário da sua morte, a única coisa que consigo pensar é na última vez que nos vimos.

 

Flashback on:

 

- O que é isso? – Ela pergunta, depois de passar os olhos, rapidamente, sobre a folha.

- É uma nova proposta. – Respondo, desconfortável com a quantidade de pessoas nessa sala, preferiria que fosse apenas eu e ela. Honestamente, ela não é tão perigosa há ponto de terem dez armas apontadas na direção dela, isso é exagero.

- Nova proposta? – Ela indaga, levantando uma de suas sobrancelhas ruivas. – Vocês não mudaram nada, continuam querendo a mesma coisa.

- Está enganada. – Rebato, trazendo o papel para perto de mim. – Nesse acordo, você ganha uma recompensa.

- Tem uma coisa que eu nunca te perguntei... – Ela diz, batucando seus dedos na mesa. – Você é pai Karasuma? Tem filhos?

- Já tive. – Informo, sem deixar nada transparecer pelo meu rosto. – Dois meninos.

- O que você não daria para tê-los de volta? – Sussurra, sem olhar para mim. Seus dedos tiram o papel de perto de mim e levam para perto de si novamente, os olhos dela se demoram mais no papel. – O que não daria para ter protegido eles?

- O que isso tem a ver com o que estamos discutindo? – Questiono, sem entender para onde ela está querendo levar essa conversa, mas a Fênix não está falando tudo isso em vão.

- Tem tudo a ver. – Ela confirma, me encarando com seus olhos cinzas. – Eu já perdi dois filhos, não vou deixar vocês matarem os que ainda me restam.

- E se eu te disser que eles estão vivos? – Pergunto, procurando algum ponto fraco. Seus olhos mudam, assim como sua expressão. Essa informação era confidencial, porém tenho ordens de usar todos os métodos ao alcance para resolver essa situação sem mais derramamento de sangue.

- Aí eu digo que está blefando. – Ela retruca, pensando rápido. Levanto da minha cadeira e ando na direção da porta mais próxima, em pouco tempo escuto os passos dela.

Destravo a porta para passarmos, mas paro quando noto que os outros nos seguem.

- Vocês não têm autorização para passar por aqui. – Conto, me virando para os novos recrutas que tem, como única função, intimidar a Fênix com suas armas e, em último caso, atirar nela.

- Mas recebemos ordens para não sairmos de pert...

- Isso não é problema meu. – Falo, fechando a porta atrás de nós, separando eu e a Fênix deles.

Começo a andar pelo corredor, levando-a até eles. Ela não anda atrás de mim, eu e ela andamos lado a lado. Tenho consciência de que a Fênix sabe para onde estamos indo, já percorremos esses corredores inúmeras vezes.

Paro ao lado de um vidro escuro e vou até um comunicador na parede, aperto o botão e espero uma resposta.

- Ligue a luz da cela 6. – Ordeno, observando, pelo canto do olho, a ruiva parada ao meu lado, com os olhos fixos no vidro. A luz é acessa, permitindo que enxerguemos seu interior.

Não olho pro interior da cela, apenas encaro seu rosto. Sua expressão, lentamente, muda, ela está se dando conta da verdade.

- Não pode ser... – Ela murmura, apoiando uma mão no vidro. A Fênix aproxima o rosto do vidro, sua respiração começa a embaçar o mesmo.

- Eles são a cara do seu marido. – Comento, mesmo sabendo que é um pouco cruel, preciso fazê-la entender que esses são, realmente, os seus filhos.  

- Vocês disseram que iriam matá-los. – Ela afirma, fechando sua mão e a tirando do vidro. – Eu sofri, durante cinco anos, pela morte deles. Eu me culpei, todo santo dia, durante cinco anos. Eu chorei quase todas as noites depois que vocês arrancaram eles de mim.

Enquanto ela fala, sinto um nó se formar na minha garganta. A Fênix nunca foi uma mulher sentimental, mas, pelo visto, ela mudou.

- Você pode ter eles de volta. – Digo, me mantendo firme e impassível, acho que devia ter deixado outra pessoa negociar com ela. – Podemos fazer um novo acordo, onde nós devolvemos eles dois. É só nos dar o que queremos.

- Há cinco anos... – Ela murmura, com o cabelo cobrindo, parcialmente, seu rosto. – Vocês sequestraram meus recém-nascidos, enquanto eu ainda estava sobre o efeito da anestesia do parto, e fizeram a mesma proposta. Caso eu não aceitasse, vocês os matariam.

A Fênix tira o cabelo do rosto e, pela primeira vez, enxergo seus olhos como cinzas. Seus olhos transmitem determinação e firmeza, porém, em destaque, está a tristeza e o desespero.

- Minha resposta continua sendo a mesma daquela época. – Ela fala, me surpreendendo, não acredito que a Kasai fará a mesma escolha. – Minha resposta é não.

- Vai abandonar seus filhos novamente?

- Como eu disse... – Ela range os dentes, olhando para as crianças, através do vidro. – É não. Eu não vou fazer essa troca.

A Fênix está mais determinada do que eu pensava, acho que vou ter que recorrer a medidas mais duras. Penso no que posso fazer, saio de meus pensamentos quando alguém tromba em mim.

- Perdoe-me Karasuma. – Ela pede, ajeitando os óculos. – Estava distraída.

- Tudo bem Mari. – Tranquilizo-a, tendo uma ideia. – Você pode me fazer um favor?

- Por que está sussurrando? – Ela indaga, no mesmo tom que usei para falar com ela antes. Pego em seu braço e nos afasto um pouco da Fênix, que está tão distraída com as crianças que nem nota meu distanciamento.

- Eu estou no meio de uma negociação com a Fênix. – Conto, falando um pouco mais alto. – E eu preciso fazê-la aceitar o acordo.

- O que quer que eu faça?

- Preciso que você faça algo com aquelas crianças. – Respondo, não entrando em detalhes.

- Você está falando de...

- Sim. – A corto, percebendo que ela já entendeu, mas parece se recusar a acreditar. – Preciso que você torture aquelas crianças. Manami, isso é muito importante.

- C-Certo. – Ela gagueja, tecnicamente o que nós estamos planejando é crime. – A-Acho que tenho uma i-ideia.

Dito isso, a Manami se vira e volta por onde veio. Volto para o lado da Fênix, como se nada tivesse acontecido.

- Desistiu das negociações? – Ela questiona, sem olhar para mim.

- Não. – Limito-me a dizer, até porque não sei bem o que a Mari irá fazer.

Ficamos em silêncio que, para mim, é agradável. Esse clima de paz se esvai completamente quando a Manami entra no quarto, puxando uma mesa com rodinhas.

Sobre a mesa, tem uma espécie de caixa, com dois fios saindo dela.

- O que ela está fazendo lá?! – Exclama a ruiva, se voltando, rapidamente, para mim. – RESPONDA KARASUMA! POR QUE ELA ESTÁ COM UMA MÁQUINA DE CHOQUES?!

É uma máquina de choques, por isso a Fênix reconheceu tão rápido. Quando ela ainda trabalhava como assassina, e antes de ser minha parceira, tenho certeza que ela já deve ter torturado alguém com um desses.

O primeiro choque é dado na menina, que acorda em um pulo. Não dá para ouvir nada, já que o vidro é a prova de som, mas, apenas pelas expressões da menina, dá para perceber o quanto aquilo deve doer.

O segundo choque foi no menino, que não estava mais dormindo. Ele não fez caras e bocas como a irmã, apenas se contorceu e fechou os olhos, começando a chorar.

- KIYOKO! AKIRA! – Ela grita, batendo com o punho contra o vidro. A Fênix repete o nome deles sem parar, esmurrando o vidro, sem fazer nenhum arranhão.

Seus punhos começam a ficar vermelhos e, numa hora, uma mancha vermelha surge no vidro, no exato local em que ela fica batendo.

Quando a sessão de tortura acaba e a Mari sai do quarto, as luzes da cela são apagadas. Ela continua com as mãos sobre o vidro, se apoiando no mesmo.

- Eu acredito no carma. – Ela sussurra, com a cabeça abaixa. – Por isso que o nome dele é Karma, para me lembrar de que, tudo que eu já fiz, terá uma consequência.

- Foi um bom nome. – Falo, vendo o quão irônico é isso.

- O que meus filhos fizeram para serem sequestrados, torturados e perseguidos? – Questiona, virando a cabeça na minha direção, vejo, rapidamente, algumas lágrimas.

- Eles estão pagando por sua traição. – Respondo, e, só quando digo isso em voz alta, percebo o quão errado é isso tudo.

- Minha traição? – Ela repete, como se não acreditasse. – Eu falhei. Eu não consegui matar. Onde que isso me torna uma traidora?! Quantos assassinos não fracassaram em suas missões?

- Seu caso é diferente, você nos deixou a um passo de uma guerra. – Argumento, tentando justificar, para mim e para ela, tudo o que fizemos nos últimos seis anos.

- O governo que ousou ir longe demais. – Ela afirma, tirando a culpa de si. – Eu era apenas um peão, um peão que cansou de jogar. Se outra pessoa estivesse no meu lugar naquela missão e, diferente de mim, tivesse cumprido ela, nós estaríamos perto de uma guerra do mesmo jeito.

- Você não é burra Fênix. – Digo, começando a me irritar com o seu jeito de vítima. – Você sabe muito bem que não é por isso. Se não tinha coragem de cumprir a missão, era só não ter mexido em nada.

- Eu vim aqui para implorar. – Ela revela, dando um sorriso trêmulo e triste. – Eu vim implorar para vocês nos deixarem em paz. Eu poderia desaparecer do mapa, poderia me esconder no fim do mundo com o Karma e a Akiko. Vocês nunca mais ouviriam falar de nós três.

- Não podemos correr o risco. – Informo, acho que, nesse momento, acabo com todas as suas esperanças.

- Então, a única coisa que me resta é protegê-los com tudo que tenho.

- Você pode fazer o acordo. – Lembro-a, o acordo é muito vantajoso. – Nós te deixamos em paz e devolvemos seus filhos. Poderá ter uma vida normal e tranquila.

- Eu nunca vou fazer essa troca. – Ela diz, suspirando. – Eu nunca vou entregar para vocês. Não importa o que ofereçam ou o quanto me ameassem.

Ela anda até a porta por onde entramos, onde é forçada a parar.

- Abra a porta, porque eu já vou embora. – Ela pede, com a voz, estranhamente, calma.

- Assim que você sair, as tentativas de assassinatos vão começar. – Alerto-a, mas ela nem se vira para me ver.

- Você só encostará um dedo no Karma e na Akiko sobre o meu cadáver.

- Como queira... – Digo, fingindo não me importar. – Mas eu só vou deixá-la sair depois de responder uma pergunta.

- O quê?! – Ela exclama, agora se virando.

- Como você quer ser morta?

Ela fica surpresa com a pergunta, afinal a Fênix já usou muito essa frase. Ela sempre perguntava para suas vítimas com eles queriam morrer, ela sempre atendia os pedidos de morte.

- Queimada. – Ela responde, o que me faz sorrir. Isso é bem a cara dela, matar a Fênix com fogo, é quase poético.

- Morrer queimada é uma morte muito sofrida, quer que as crianças morreram de maneira diferente? – Me digno a perguntar, qualquer outro não faria essas perguntas.

- As coisas não vão chegar nesse ponto.

- E se chegarem? Como quer que eles sejam mortos? – Torno a perguntar, pois sei que esse dia vai chegar.

- Matem o Karma e a Akiko com um tiro na cabeça. – Ela pede, com a voz trêmula. – E os gêmeos? Também pretendem matá-los?

- Provavelmente.

- Então, quero que matem a Kiyoko e o Akira afogados. – Ela conta, só que essa forma de morte não é rápida, diferente de um tiro na cabeça. – Mas não quero que façam isso em uma banheira ou algo do tipo. Quero que os mate em um lago de verdade, quero que eles tenham a chance de ver o mundo exterior, pelo menos, uma vez.

- Vou pedir para matarem seus filhos assim. – Aviso, sacando a minha arma. – Mas você vai morrer agora.

- Achou mesmo que eu não pensei na possibilidade disso ser uma emboscada? – Ela pergunta, começando a sorrir. – Vamos, puxe o gatilho! Puxe o gatilho e comece a guerra que vocês tanto temem!

- Sua morte evitará a guerra. – Conserto-a, só aumentando seu sorriso.

- Sabia que uma criança de seis anos é muito inteligente? – Ela indaga, se referindo, provavelmente, ao Karma. – Se, daqui há uma hora, eu não estiver no portão da escola para pegar meus filhos, o Karma vai fazer o que eu mandei.

- O que você mandou? – Interrogo, a arma vacilando na minha mão.

- Eu deixei ele com um número e um celular. – Ela responde, se aproximando de mim. – Eu treinei, várias vezes, o discurso que ele iria fazer. Repeti até que ele decorasse.

- O que ele vai falar e para quem?

- Bom... Ele vai falar... – Ela pronuncia, com olhos de predador. – Sou Akabane Karma, um menino de seis anos, ruivo e de olhos dourados. Nasci dia 25 de dezembro, na Coréia, mas cresci no Japão, minha mãe me trouxe para cá quando eu era um bebê ainda. Você conhece ela pelo nome Moon Minah, a melhor amiga da sua falecida esposa.

- Ele vai ligar par...

- Eu e minha irmã mais nova estamos na escolinha. – Ela me interrompe, continuando com o discurso. – Minha mãe disse que, se ela não aparecesse, eu deveria ligar para você, falar tudo isso e pedisse que nos buscasse. Nós queremos ir para casa.

- Você está disposta a começar uma guerra para proteger duas crianças?! – Exclamo, nunca pensei que a Fênix iria tão longe.

- São meus filhos. Eu faço qualquer coisa para protegê-los. – Ela responde, empurrando minha arma para baixo. – Então, para o bem desse país, é melhor que eu esteja no portão da escola na hora da saída, não concorda?!

 

Flashback off:

 

Só uma coisa me trás paz nessa memória. Sei que ela, ao menos, morreu da forma que desejava.

Durante anos, eu e ela trabalhamos juntos. A Fênix foi uma das poucas amigas que tive,e ter ordenado o assassinato dela e dos filhos me assombra até hoje.

Como ela insinuou no nosso último encontro, eram apenas crianças, que não faziam ideia do que estava acontecendo. Por minha culpa, Akabane Kasai, Akabane Akiko e Akabane Karma estão mortos.


Notas Finais


Hoje eu estou sem um pingo de inspiração e a co-autora sumiu... Se ela mandar as notas finais mais tarde, prometo que edito.
Kissus -3-


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