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História A base de mentiras - Bonequinha de porcelana - Parte um



Notas do Autor


Olá galeraaaa! Como vão?!

A garota da capa não é a Nagasaki, é a Annelise :3

Boa leitura!

P.S: Sei que ainda restarão muitas dúvidas depois desse capítulo, mas, como deu para perceber pelo título, darei continuação a esse assunto nos próximos capítulos. As peças irão se encaixar ^-^

Capítulo 227 - Bonequinha de porcelana - Parte um


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - Bonequinha de porcelana - Parte um

Kamiko

 

Dou as costas pro Yukki, preciso sair do quarto para processar essa informação. Apoio-me na parede, tentando manter minha pressão estável, coisa que está parecendo ser impossível.

O celular toca, o celular do Raiden, que está comigo, começa a tocar. Essa ligação supera todas as outras ligações inconvenientes, minha vontade era ignorar completamente e não atender, só que o toque dele é extremamente irritante.

Tiro o celular do bolso, disposta a desligar, até que vejo o nome da pessoa que está ligando. Leio o nome três vezes e, mesmo assim, ainda acho que tem alguma coisa errada.

Por mais que eu esteja brava com o Raiden, eu preciso passar o celular para ele. Me aproximo do corpo caído, olhando de longe até parece que está morto, porém eu sei que não está, então cutuco-o com o pé, na esperança de acordá-lo.

Não acontece nada, a única coisa que ele faz é soltar um grunhido de dor, me deixando com a responsabilidade de atender.

- Alô?

- Você não é o Raiden. – Ela responde, parece que delicadeza não é algo importante para essa família. – Onde ele está?

Posso perdoar sua falta de educação, pois sua segunda pergunta é assustada, preocupada com ele. Responder como ele está, provavelmente, fará ela surtar, e explicar o motivo a deixará decepcionada.

- Ele está inconsciente, mas vivo! – Apresso-me a dizer, porém não tenho certeza do que eu falo. – Eu acho.

- Você acha?! – Ela exclama, pensei que não ouviria. – O que aconteceu?!

- Foi... Um assalto. – Minto, esse é um assunto pro Raiden resolver com ela, não vou me meter. – Ele foi espancado, estou levando ele pro hospital.

- Quem é você?

- Prima dele. – Falo, tenho certeza que não nos conhecemos, mal ouvi falar dela. – Quer vir para cá?

- Tem mais alguém além de você?

- Não. – Nego, mentindo novamente, tem um quarto de hospital cheio de pessoas.

- Vai contar para a sua família que me viu?

- Não tenho nenhum motivo para isso. – Afirmo, não tenho um relacionamento tão bom assim com meus tios, a pessoa com que tenho mais intimidade é o Raiden.

- Me passa o endereço. – Ela pede e eu conto, espero não errar. – Já estou indo.

- Por que eu nunca ouvi o Raiden falar sobre você? – Indago, nem sabia que ela estava viva.

- Porque eu não vejo meu filho há quinze anos.

 

Raiden

 

Num certo ponto, minha visão começa a escurecer, ao mesmo tempo que meu cérebro e corpo gritam que chegaram ao limite, é então que minha consciência vai embora, sem nenhuma resistência de minha parte.

 

Sonho on:

 

Saio de uma escuridão para outra, mas essa é ainda mais intensa, nem mesmo o chão consigo ver. Apesar disso, eu consigo andar, mesmo não sentindo ou vendo o chão. Isso também vale para o céu, é apenas uma imensidão preta sem qualquer distinção.

Começo a andar, procurando por algo que não sei o que é, não é possível que tudo seja apenas escuridão, deve existir uma parte diferente.

- Raiden. – A delicada voz dela me chama, significa que esse é mais um de meus pesadelos. Isso é quase uma tortura psicológica, preciso me afastar o mais rápido possível. – Ra-Raiden! Você está me ouvindo, ce-certo?

Não importa o esforço que eu faça, nenhum músculo meu consegue se mover para longe dela, até parece que existe uma corda invisível nos ligando. Eu sei que não é ela, é totalmente impossível ser, mas meu coração teimoso cisma em criar esperanças.

- Você não é ela. – Afirmo, sem me virar, acabarei desmoronando se olhar pro seu rosto. – Ela está... Está... Você não é ela.

- Por favor, por favor Raiden, olha para mim. – Ela implora, esses pesadelos tinham parado, eu conseguia controlá-los com remédios. Tomo tantos remédios antes de ir dormir que, simplesmente, não sonho, não sonho há muito tempo. – Eu sou real, eu estou aqui!

- Não. – Nego, terei que passar por mais meses de terapia, pois sinto que vou enlouquecer se escutar mais uma palavra saindo da boca dela. – Só pare! Por que me tortura dessa maneira?! Droga cérebro, eu não quero ver uma ilusão dela!

Não sei de onde tiro forças, só dou o primeiro passo, seguido por outros que nos distanciam. Preciso fugir, achar um jeito de sair desse tormento.

- VOCÊ NUNCA ME DEU AS COSTAS! – Ela grita, o que é estranho para uma ilusão, elas apenas repetiam o comum comportamento dela, e não era comum ela gritar. – EU SOU REAL, SOU A SUA BONEQUINHA DE PORCELANA!

Ela me desmonta, suas palavras quase me fazem cair. Nunca, nunca mesmo, uma ilusão usou essas palavras. Mesmo sabendo que não conseguirei evitar as lágrimas, cometo o erro de virar-me na sua direção.

São tão parecidas e, ao mesmo tempo, tão diferentes. Poderiam botar uma ao lado da outra que, mesmo assim, eu conseguiria distingui-las, porque minha bonequinha de porcelana é única.

- Como você pode ser ela?

- Consegui sair do meu mundo e vir pros seus sonhos através de um portal. – Ela responde, posso até parecer louco com esse pensamento, mas sua explicação faz muito sentido. – Mas eu não posso ficar aqui para sempre.

- Você é ela. – Murmuro, deixando-me levar pelo meu coração e minhas esperanças. – Estou muito feliz por você.

- Por que?

- Agora, você pode fazer tudo que sempre sonhou. – Digo, só que, no fundo, isso é mentira, não consigo ficar feliz com sua ausência. – Você não possui mais um corpo frágil, é finalmente livre para fazer o que quiser. Você pode correr, nadar, dançar balé, andar a cavalo, andar sozinha... Isso era tudo que você queria, não é?

- Não. – Ela nega, levantando a cabeça para me encarar, pois ela está ajoelhada no chão. – Não nessas circunstâncias, não sem você. Se existisse algum jeito deu voltar, eu abriria mão de qualquer coisa, pagaria qualquer preço. Prefiro até voltar a viver como vivíamos, ou até em um estado pior, porque nada se compara a falta que sinto de você.

- Consegue ficar de pé sozinha? – Pergunto, o fato dela estar ajoelhada não me passa despercebido. Presumi que conseguia fazer tudo sozinha, afinal suas limitações eram devido ao corpo.

- Consigo. – Ela garante, porém não parece feliz. – Mas só levanto se fizermos igual antigamente, como nos velhos tempos.

- Por que veio até aqui?

- Porque não tive a chance de me despedir. – Ela confirma, fazendo-me perceber as lágrimas presas em seus incomparáveis olhos azuis escuros. – Eu quero dançar uma última vez com você.

Não consigo negar nada que me peça, principalmente uma última dança. Na verdade, na última vez que dançamos nenhum de nós dois fazia ideia de que seria a última vez. Agora, temos a chance de consertar isso, podemos aproveitar o momento com a consciência de que é o último.

Ando até ela e ajoelho-me na sua frente, como fazia antigamente. Passo meu braço por sua cintura e levanto, levando-a junto comigo. Era assim que ela ficava de pé, comigo segurando-a pela cintura e seu braço segurando firmemente meu ombro. Se eu a soltasse, ela cairia pela falta de apoio, nunca conseguiu se manter de pé sozinha.

Suas mãos vão parar atrás do meu pescoço, enquanto continuo segurando firmemente sua cintura, como se ela ainda precisasse disso para não cair. Lentamente, começamos a dançar, mesmo sem música.

- Lembra da primeira vez que dançamos? – Ela sussurra, colando nossos corpos e apoiando sua cabeça em meu peito. – Eu te convenci a me levar lá fora, nós tivemos que sair escondidos. Você me levou para a beira de um lago, ao pôr do sol, e nós dançamos até o anoitecer, sob o canto dos passarinhos.

- Você gostou?

- Sim. – Ela confirma e, com o rosto molhado pelas lágrimas, sorri. – Aquela foi a primeira vez que eu dancei, e eu nunca vou me esquecer, não importa quanto tempo se passe.

- Eu também não. – Conto, aquele foi um dos melhores dias da minha vida, ela era a única pessoa que conseguia me fazer feliz depois que minha mãe foi embora. – Tivemos o nosso primeiro beijo naquele dia.

- É mesmo. – Seu sorriso se alarga, como se isso fosse possível. – Aquele dia foi mágico.

- Sinto a sua falta. – Confesso, as lágrimas que eu prendi até esse momento se soltam, deslizando pelo meu rosto e caindo sobre o seu cabelo azul escuro. – Todo dia, quando não estou viajando, eu acordo cedo e coloco flores no seu túmulo.

- Que tipo de flores? – Ela indaga, no momento que a giro.

- Margaridas, suas favoritas. – Respondo, eu sempre levava margaridas para ela. – Esse vestido...

- Sim, foi você que fez. – Ela afirma, interrompendo-me antes de terminar. – Eu amo esse vestido.

- É o vestido de noiva que eu desenhei e costurei para você. – Digo, entre todos os vestidos que fiz para ela, esse é o único que possui um verdadeiro significado. – Você usou no dia que brincamos de casamento.

- Eu disse que nós nunca poderíamos nos casar de verdade, que era impossível. – Ela relembra, suas lágrimas diminuem quando fala sobre nosso passado, já as minhas aumentam. – Mas você disse que eu não podia ser tão pessimista e, para me provar isso, você organizou um casamento de mentirinha... Você conseguiu, a partir daquele dia você me deu esperança de que as coisas poderiam dar certo!

- Mas não deu. – Rebato, criei esperanças para nós dois atoa, só piorei tudo. – Você estava certa, deveria ter ti ouvido.

- Não, eu que deveria ter ti ouvido. – Ela me conserta, voltando a apoiar sua cabeça em mim. – Você sempre me trouxe uma felicidade tão grande... Não conseguia crer que eu poderia ser feliz, tudo que eu já tinha conhecido antes de você era tristeza, solidão e abandono.

- Seu sorriso não tem preço. – Afirmo, eu era, ainda sou, capaz de fazer qualquer coisa para ver um sorriso seu.

- O seu também não. – Ela diz, deixando um soluço escapar. – Eu te amo Raiden.

- Também lhe amo Annelise. – Falo, queria ter tido a chance de dizer mais vezes isso para ela. – Minha linda bonequinha de porcelana.

- Meu príncipe encantado.

Dançamos em silêncio, apenas o som de nossas lágrimas são ouvidos, ecoando pelo vazio que nos cerca. Se eu pudesse voltar no tempo... Faria tudo diferente, teria vivido intensamente cada segundo ao lado dela.

Annelise está morta, e nada do que eu faça a trará de volta a vida, mas isso não significa que precisamos continuar separados.

- Hoje completam dez anos da sua morte. – Revelo, as palavras travaram em minha garganta, odeio referir-me a ela de tal maneira. – Dez anos é muito tempo, eu já suportei tudo que conseguia e já vivi todo o necessário. Está mais do que na hora de ficarmos juntos novamente, e tenho certeza que todos preferem-me morto do que vivo, até mesmo eu.

- Não, não quero ser a culpada pelo fim de sua vida. – Ela nega, Annelise não entende, ela não sabe como é viver num mundo exatamente igual a antes, com a exceção de que ela não está lá. – Você é novo, tem uma vida inteira pela frente, uma vida perfeita. Você ainda vai começar a faculdade de...

- Medicina. – Completo, e é visível sua surpresa. – Quero abrir um hospital infantil, para ajudar crianças como você, e como já tenho o dinheiro... Só preciso me formar em medicina.

- Isso é incrível! – Ela exclama, se jogando em cima de mim, abraçando-me com muita força. – Você não pode se matar, precisa se formar e abrir esse hospital! Raiden, você não tem noção como alguns hospitais tratam crianças como eu. Todas as pessoas merecem ser tratadas com respeito, e eu tenho certeza que você irá fornecer o melhor tratamento possível!

- Claro que vou. – Garanto, eu, realmente, quero ajudar as crianças, pois ela poderia estar viva se tivesse recebido um tratamento melhor. – Cuidarei de cada criança... Como se fosse você.

- Quando for dar o diagnóstico, cuidado com as palavras. – Ela pede, sua voz sai abafada por conta de seu rosto estar prensado contra meu tronco. – Se o médico tivesse sido mais delicado ao contar que eu tinha paralisia cerebral... Talvez meus pais não tivessem me abandonado naquele hospital.

- A culpa não foi do médico nem sua. – Afirmo, levantando seu rosto, para poder encarar seus lindos olhos escuros. – Seus pais são dois monstros por abandonarem uma garota tão incrível quanto você.

Depois de passar dez anos desejando esse momento, beijo-a. Como todos os outros, esse é delicado, mas não se compara nem um pouco com os outros. Esse beijo é o mais real que já demos, o mais repleto de sentimentos. Nesse beijo doce, não poderia faltar o salgado de nossas lágrimas, criando um trágico contraste.

- Eu disse que você ficou ainda mais linda com o passar dos anos? – Sussurro, assim que o beijo termina, mas nossos lábios ainda estão quase roçando um no outro.

- Aos seus olhos, eu sou linda de qualquer maneira.

- O hospital. Darei seu nome a ele. – Respondo, por mais que Annelise não esteja mais viva, ela foi uma guerreira. – Hospital memorial... Qual seu nome completo?

- Eu não tenho certeza, era difícil escutar o que os médicos falavam, eu era um pouco surda. – Ela me relembra de sua surdez, parecendo tentar se lembrar. – Deixa eu ver... Acho que é Shiota Annelise.

 

CONTINUA...


Notas Finais


Nagisa: KARMAAA! VAI VIM MORAR MAIS GENTE AQUI!

Karma: Tá de sacanagem, né? ;-;

Nagisa: Não, eu tenho outra irmã :')

Karma: Eu só aceitei me casar com você porque pensei que não teria nenhuma cunhada, aí você me aparece com duas irmãs '-'

Nagisa: Isso é justiça, por que eu tenho que ter duas cunhadas e você não? -3-

Karma: Porque a casa é minha e eu posso ter quantas irmãs quiser!

Nagisa: A casa é NOSSA!

Karma: Sua outra irmã não entra aqui de jeito nenhum

Nagisa: É mesmo? Está bem :)

Karma: ... Está?

Nagisa: Claro, só iremos fazer algumas mudanças ^-^

Karma: Que tipo de mudanças?

Nagisa: Se eu só posso ter uma irmã aqui dentro, você tem que seguir a mesma regra. Então, quem saí, a Akiko ou a Kayano? :3

Karma: Te-Teria coragem de expulsar uma criança ou sua melhor amiga?

Nagisa: Escolhe uma Karma

Karma: Não

Nagisa: PESSOAL! VEM TODO MUNDO PRA SALA! VAMOS FAZER UM PAREDÃO PRA VER QUEM SAI DA CASA! AS OPÇÕES DE VOTO SÃO A KAYANO E A AKIKO, JÁ VÃO PENSANDO NAS SUAS JUSTIFICATIVAS!

Karma: Você tá vendo BBB demais '-'

Autora: Espero que tenham gostado <3
A palavra de hoje é "Doca"
Kissus


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