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História A base de mentiras - No começo - Parte dois



Notas do Autor


Olá pessoal! Como estão?

Alguém aí vê 13 reasons why? Eu terminei a segunda temporada hoje :3

Boa leitura!

Capítulo 264 - No começo - Parte dois


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - No começo - Parte dois

Hiroshi

 

- Esse é outro dia que não consigo esquecer. – Conto, sorrindo ao lembrar-me no dia que conheci a mulher que mudou a minha vida, pena que as circunstancias não foram tão boas. – Conheci ela em uma ponte.

- Uma ponte?

- É, uma ponte. – Concordo, lembrando-me daquele dia há uns quinze anos atrás, nós já estamos juntos há muito tempo.

 

Flashback on:

 

Bato com as mãos no volante e apoio minha cabeça no mesmo, nem sei há quanto tempo estou parado nesse trânsito. Mas o pior nem é isso, já estou imaginando o esporro que vou ouvir da Hiromi, ela não se importa se eu fiquei preso no trânsito ou não, vou ter que ouvir à noite inteira por ter perdido o primeiro dia das mães dela como mãe.

Ligo o rádio, para tentar me distrair com alguma coisa. Olho para frente, vejo alguns motoristas saindo de seus carros, parece que não vamos andar tão cedo. Revolvo sair do carro também, para poder pegar um pouco de ar puro.

Mesmo com todo o estresse, preciso admitir que o panorama é muito bonito, principalmente esse céu. Encaro além das muretas de proteção da ponte, para a enorme quantidade de água, não sei se é o mar, um rio ou uma baía, mas é muita água.

Enquanto olho para essa paisagem, acabo encontrando uma garota sentada na mureta de costas para mim, provavelmente com as pernas pendendo sob o ar. Afasto-me do meu carro e caminho até ela, quanto mais me aproximo, mais percebo que ela é bem mais nova do que eu havia pensado ao olhá-la de longe.

- Deveria sair daí, é perigoso. – Comento, parando ao seu lado. O rosto dela volta-se para mim, é realmente muito nova, não deve ter nem dezoito anos. – Onde estão seus pais?

- Comemorando o dia das mães. – Ela responde, desviando seu olhar do meu, voltando seu rosto para a água novamente. – Lá na casa do meu tio.

- Por que não está com eles?

- Não tenho motivos para comemorar esse dia. – Ela sussurra, sacudindo suas pernas, ela está muito na beirada. Um vento mais forte e ela poderia cair, até mesmo um movimento em falso poderia fazê-la cair.

- Sinto muito por sua mãe. – Digo, presumindo que ela está morta, senão ela estaria com a mãe, e não quase caindo de uma ponte. – Ela morreu há muito tempo?

- Pensava que sim. – Responde, deixando-me confuso por sua resposta. – Mas não, minha vida inteira foi uma mentira, eu coloquei minha vida inteira presentes em um túmulo onde nunca estivera minha mãe.

Resolvo não tocar no assunto, até porque não entendi direito o que disse, estou realmente curioso para saber qual a idade dela.

- Quantos anos você tem?

- 15. – Ela conta, passando a mão rapidamente pela bochecha e nos olhos, limpando lágrimas. – Pode me deixar sozinha? Quero um pouco de paz.

- Entra no meu carro, eu te levo para casa. – Ofereço, vendo alguns motoristas entrarem em seu carro novamente, finalmente parece que vai andar alguma coisa.

- Eu não quero ver meu pai, nem meu tio, nem minha... Não quero ver ninguém.

- Tudo bem. – Falo, o que faz ela me olhar imediatamente, eu não desisti. – Então para onde quer ir?

- Não precisa se sentir responsável por mim, eu não vou pular daqui. – Ela zomba, porém tenho minhas dúvidas. – Eu só gosto de vir aqui para pensar, principalmente no dia das mães.

- E sobre o que pensa?

- Em quem vou matar primeiro, e como. – Ela responde, fazendo-me rir, mesmo triste ela é engraçada. – Do que está rindo?

- Do que você disse.

- Mas eu falei sério. – Ela retruca, estando muito séria para uma brincadeira, mas assassinato é absurdo. – Agora ainda tem mais uma pessoa na minha lista... Pirralha dos infernos.

Termino por dar de ombros e voltar pro meu carro, vendo que logo teria que andar com ele, não posso esperá-la por mais tempo.

- Espera! – Ela exclama, fazendo-me parar exatamente onde estou. – Eu aceito.

Em um piscar de olhos, ela já está dentro do meu carro, sentada no banco de trás, antes mesmo que eu entrasse. Sento-me no banco do motorista, na hora que o carro a minha frente anda, quando todo o trânsito começa a andar.

Pelo retrovisor, consigo vê-la no banco, a todo instante sua cabeça vira para trás, como se procurasse ou olhasse algo.

- Está tudo bem?

- Podemos ir mais rápido? – Ela pede, sua cabeça revezando entre mim e algo lá fora. Observo os espelhos, um carro preto me chama atenção, pois corta todos os outros com uma rapidez impressionante, podendo causar um acidente.

- O carro preto está tentando nos alcançar?

- Sim. – Ela confirma, afundando no assento. – Devem ser os seguranças do meu pai ou do meu tio, estão atrás de mim.

- Seguranças? Você é rica?

- Não fale como se dinheiro resolvesse todos os problemas. – Ela fala, revirando os olhos. – E sim, minha família é rica, infelizmente.

- Infelizmente? – Repito, sem acreditar nas suas palavras. – Sabe o que eu daria para estar no seu lugar? Sabe como dinheiro é importante?

- Se minha família não fosse rica, não teriam seguranças me perseguindo nesse momento. – Ela resmunga, pensei que tivesse algo de diferente nela, porém parece ser apenas mais uma garota mimada. – Eles não podem me pegar.

- Por que? A filhinha de papai irá ficar de castigo?

- Sua definição de castigo e a minha são bem diferentes, aposto que meu pai perderia a cabeça novamente se me visse agora. – Murmura, tão baixo que quase não a ouvi, o ruído do vento está ocupando quase toda minha audição. – E não, eu não ficaria de castigo. Mas seria obrigada a ficar naquela casa vendo todo mundo paparicar aquela bebê intrometida, ao menos meu tio me daria alguma atenção naquele inferno...

- Espera, tudo isso por causa de ciúmes?! – Exclamo, quase rindo com a cara que faz, consigo ver pelo retrovisor.

- Eu não estou com ciúmes.

- Sim, você está. – Retruco, e aposto que sei o motivo. – Você ganhou uma meia-irmã e está com ciúmes dela.

- Eu não estou com ciúmes. – Ela diz, ainda mais baixo que antes.  – Eu não estou com ciúmes...

- É normal, no início, darem mais atenção para um bebê. – Afirmo, tentando lhe acalmar o coração, isso será apenas uma fase. – Mas logo tudo volta ao normal, darão atenção igual para vocês duas.

- Eu não estou com ciúmes... Estou com raiva. – Ela retruca, olhando para mim também através do retrovisor. – E eu não ganhei uma meia-irmã. Eu não tenho mãe, não tenho irmãos, nem mesmo a droga de uma madrasta eu tive.

- Pelo menos tem um pai, poderia não ter ninguém.

- Um pai? Que tipo de pai é esse que mentiu durante dez anos para mim? Que... Que inventou histórias maravilhosas sobre uma mulher que nunca existiu! Que me deixou pedindo a Deus durante dez anos que trouxesse de volta uma mulher que nunca esteve morta! Que... Que... Que era a favor da minha mãe me abortar! Que tipo de pai é esse?!

- Calma. – Peço, porque seu tom de voz aumentou enquanto falava, até quase se tornarem gritos. – Desculpa por tudo que eu disse, vamos recomeçar do começo. Eu sou Shiota Hiroshi, tenho 22 anos. E você?

Ela não responde, porém começa a abrir o vidro da janela de trás, abaixando-o ao máximo. Quase perco o controle do carro quando ela se senta na janela, com metade do seu corpo para fora. Meus olhos se revezam entre a estrada e ela, sem dúvidas assim acabarei provocando um acidente.

O volante vira em minhas mãos quando escuto tiro, quase fazendo-nos bater com o carro do lado, porém consigo desviar a tempo. Com o coração batendo rápido dentro do meu peito, viro todo meu corpo para olhar para trás, encontrando-a com uma arma em mãos, não tenho ideia de onde saiu aquilo

- DIGAM PRO MEU PAI QUE ELE NÃO CONTROLA A DROGA DA MINHA VIDA! – Ela grita, e eu escuto mais disparos. – DESAPAREÇAM ANTES QUE EU MATE CADA UM DE VOCÊS A TIROS!

O carro quica quando ela se joga novamente no banco, com uma expressão muito mais serena que antes, parece até mesmo calma.

- Sou Kaede Jazmin e, como havia dito antes, tenho 15 anos.

 

Flashback off:

 

- Foi bem impactante e traumatizante... Bem, na época, agora já estou acostumado com essas coisas. – Conto-lhe, após descrever como conheci a Jazmin, eu, naquele dia, nunca poderia imaginar que chegaríamos nesse ponto.

- Não posso negar que vocês são interessantes, principalmente minha mãe. – O Yuu comenta, ele tem o costume de fazer alguns comentários estranhos, mas deve fazer parte desse outro lado da personalidade do Yukki. – Como foi descobrir que ela estava grávida?

- Esse foi um dia e tanto. – Digo, a forma dela de agir sempre era surpreendente, tanto para o bom quanto mal sentido. – Ela resolveu contar para a família e para mim em um jantar... Não acabou dando muito certo.

- O que seria não dar muito certo? Ela tomou uma bronca do pai?

- Não exatamente...

 

Flashback on:

 

Odeio jantares em família, principalmente quando são com a família dela, não me sinto confortável sentado numa mesa rodeado por mafiosos. E é incrível que todos são assassinos, tirando apenas sua pequena prima. Tem a tia, que era uma das herdeiras de uma máfia extinta, tem o seu tio, líder da maior máfia do Japão, o seu pai, que não gosta de mim e já deixou isso bem claro, e os avôs dela, os antigos líderes da máfia do tio.

- Espero que tenha um bom motivo para ter me chamado para isso. – Sussurro, discretamente, em seu ouvido, ela apenas sorri de lado. – Sabe que não gosto de estar no mesmo ambiente que a sua família.

- Eu também não, mas juro que valerá a pena. – Ela garante, bebericando o líquido dentro de sua taça. – Esse dia ficará gravado na sua memória.

- Tenho medo quando fala esse tipo de coisa. – Murmuro, fazendo-a rir disfarçadamente, contrastando com o clima tenso da mesa.

- Francamente Noburo. – Escuto uma voz rouca repreender, tanto eu quanto ela olhamos para uma das cabeceiras da mesa, onde se encontram o avô e a avó dela, são tão velhos que parece até que morreram e esqueceram de deitar. – Pare de quebrar as tradições dessa família sem mais nem menos.

- Eu não estou desrespeitando nada papai. – O tio dela retruca, apontando para a cadeira vazia ao seu lado, na outra cabeceira da mesa. Do lado direito da cadeira vazia, se encontra Kaede Noburo, e do lado esquerdo dela se encontra o pai da Jazmin. – Em reuniões de família, o antigo líder se senta em uma cabeceira e o atual na outra.

- Exatamente, e você nunca se senta na cabeceira.

- Sabe muito bem papai que meu irmão não é e nunca será o líder dessa máfia. – Hatsu, o irmão dele, se manifesta, ele não disse uma palavra desde que eu cheguei. – Nem eu nem ele.

- Vocês dois deveriam acabar com essa besteira. – Dessa vez, é a velha que fala, a matriarca da família. – Noburo é o mais velho, ele é o líder, deve se sentar na cabeceira da mesa e ponto final.

- Jazmin, o que está acontecendo?

- Lavação de roupa suja. – Ela responde, parecendo se divertir com a tensão que aumenta a cada segundo. – Tinha algo importante para falar, mas posso esperar, esse jantar vai sair melhor que a encomenda.

- Poderia me explicar? – Peço, finalmente fazendo-a me encarar.

- Eu não deveria saber disso. – Ela fala, voltando seu rosto para a frente, como se falasse com o ar. – Mas, como odeio segredos e sou muito curiosa, descobri algo muito interessante fuçando a casa dos meus avós. E, daqui há pouco, você vai entender do que estão falando.

- Makiko é a líder.

- Makiko está morta.

- Mas esse lugar é dela de direito, não meu. – O atual líder se levanta, encarando o velho pai. – Makiko é a mais velha de nós três.

- Aquela garota nunca poderia estar aí.

- O que?! – Exclama o meu sogro, também se levantando. – A Makiko não poderia ocupar o cargo de líder? Como ainda tem coragem de falar isso sobre ela depois de tantos anos pai?!

- Porque ela não poderia, não tinha capacidade. E mais respeito conosco, somos seus pais. – A velha pediu, nenhum dos dois se levantou diante da exaltação dos dois filhos, eu ainda estou perdido sobre essa tal de Makiko.

- Não tinha capacidade? – O tio da Jazmin repete, tão irritado que uma veia salta de sua testa. – Makiko era a melhor de nós três, sempre foi. Se não fosse por ela, vocês teriam criados dois incompetentes, porque foi a Makiko que nos treinou. Não vocês, vocês queriam que nos virássemos sozinhos e, magicamente, aprendêssemos a sermos assassinos. Vocês debocham da Makiko, mas sempre quiseram que fossemos iguais a ela, que aprendeu tudo sozinha sem ninguém ter lhe ajudado. Foi aquela garota que nos ensinou a atirar, a lutar, a matar, a sobreviver... Estaríamos mortos sem a Makiko!

- O destino dela já estava traçado desde que nasceu.

- Claro que estava. – Hatsu rosnou, acho que nunca vi os dois tão furiosos, e olha que meu sogro sempre perde a cabeça quando nos encontramos, porém nada desse nível. – Ela nasceu para ser a líder dessa máfia, esse era o destino dela. Ser a maior assassina do Japão, não, do mundo. Esse era o destino da onee-chan, e não ser executada por vocês.

- Talvez Hatsu tenha motivos para ter raiva... – A velha falou, inexpressiva diante das palavras anteriores. Meu cérebro travou, nunca soube da existência de uma tia da Jazmin, pensei que fosse apenas seu pai e um irmão. – Mas você Noburo? Nós eliminamos o único obstáculo que existia entre você e o cargo mais respeitado e mais importante de nossa família. Deveria ser eternamente grato a nós por termos eliminado sua rival.

- Obstáculo? Rival? Ela não era nada disso, ela era minha irmã! Vocês passaram nossa infância inteira tentando jogar um contra o outro, querendo que nos odiássemos! Nós só tínhamos um aos outros e vocês ainda tentaram destruir isso! Mas não importou o que vocês falaram, fizeram ou ordenaram, vocês não conseguiram nos separar.

- É mesmo? Você e o Hatsu nem olham para a cara um do outro, nosso esforço não foi em vão.

- Espera aí pai, vocês dois não tem nada a ver com o fato deu e o Noburo não nos darmos bem. – Meu sogro afirma, cutuco a Jazmin e imploro com os olhos que me explique o que está acontecendo.

- Meus avós não foram bons pais. Kaede Makiko era a filha mais velha deles, eles a mataram quando ela tinha catorze anos porque não queriam que uma garota assumisse a máfia... Meu pai e meu tio nunca mencionam sobre ela, mas também nunca perdoaram meus avós por tê-la matado. Descobri sobre a existência dela, primeiramente, em álbuns antigos, depois ao observar meu tio assinando papéis da máfia, ele não usa o nome dele, assina como Kaede Makiko. Por último, encontrei um vídeo da execução dela na casa dos meus avós, eles guardam até hoje.

- Isso é muito macabro. – Murmuro, sem entender como sua família pode ser tão estranha e complexa, pior sou eu que fui me apaixonar por uma garota dessa família.

- Hatsu está certo, não foram vocês que nos afastaram. – Volto a prestar atenção na conversa, bem na hora que seu tio fala. – A culpa é toda desse merda por ter estuprado minha esposa.

- Seu pai estuprou sua tia?! – Exclamo, quase que falo alto demais. Ela confirma, lançando-me um olhar que praticamente grita mandando eu calar a boca. – Não pensou em me contar isso?!

- Eu já pedi desculpas pelo que fiz! Já faz dezessete anos que eu a estuprei e a dezessete anos eu peço desculpas! – O Hatsu quase grita, batendo com as mãos na mesa. – Assim como você, eu preferia que aquele dia nunca tivesse acontecido. Mas as pessoas cometem erros Noburo, e você nem mesmo gosta dela, por que te incomoda tanto o fato deu ter estuprado a Aguri?!

- Já imaginou a merda que você me causaria caso ela tivesse engravidado?! Posso achar que a merecedora de estar aqui é a Makiko, mas isso não muda o fato de que eu sou líder e as malditas aparências importam! O que você acha que eu teria que fazer para conquistar o respeito dos outros depois disso? A cabeça de vocês dois mais a dessa criança iriam rolar, e pode ter certeza que eu não hesitaria.

- Gente, eu tenho um comunicado a fazer. – A Jazmin avisa, levantando-se da cadeira. Definitivamente, ela não poderia ter escolhido momento pior.

- Volta pra sua cadeira e cala a boca Jazmin. – A ordem vem de quem menos espero, a tia dela, uma mulher sempre calada e quieta, nunca vi ela utilizar esse tom de voz, tão ameaçador. Acho que todos também se espantam, porque todos os olhares se voltam para ela, até mesmo os irmãos param de brigar. – Desculpe, acho que exagerei, mas você... Você não quer atrapalhar a conversa deles, certo Jazmin?

- Está certa, eu posso falar depois. – Ela cede, sentando-se ao meu lado novamente, com um sorriso quase perverso no rosto. – Eu deixei-a muito assustada, pena que meu pai não prestou atenção no que eu disse, senão também teria ficado no mesmo estado que ela.

- Vocês realmente me decepcionam. – O velho torna a falar, sem dar brecha para a discussão entre os dois irmãos recomeçar. – Vocês dois só precisavam realizar uma simples tarefa, terem filhos. Aí o Hatsu tem uma filha, perde a esposa e não se casa novamente para tentar ter um filho. Enquanto o Noburo, depois de um século de casamento, também tem uma filha. Para melhorar, a nova primeira herdeira da máfia é uma garota enquanto a outra é uma vagabunda que se mete com caras casados, vocês realmente me decepcionaram!

- Não chame a minha filha de vagabunda. – O pai defende-a, antes que eu fizesse o mesmo. – Ela é a sua neta e é só uma criança, não deve falar assim com ela.

- Desculpa pai se minha esposa tem dificuldade para engravidar e, quando engravida, tem uma menina. Mas a culpa disso tudo é sua, eu nunca quis me casar com ela, vocês que me obrigaram a casar com a Aguri.

- Se não lhe obrigássemos a casar, você nunca se casaria e a máfia acabaria nas mãos dessa meretriz que é a Jazmin.

- Eu me casaria com a mulher que eu amava, uma mulher extremamente fértil que teve mais de dois filhos, sendo o primeiro deles um garoto. Se vocês tivessem me dado o direito de escolha, hoje eu estaria casado e com um filho para assumir toda essa porcaria.

- Está se referindo aquela assassina medíocre? Fênix? Sério Noburo?

- Ela mesma, a única mulher que eu já amei na minha vida e, por culpa de vocês, eu não pude me casar com ela e também nunca poderei, porque ela está morta! Mais uma vez, vocês conseguiram destruir a minha vida! Vocês são os completos culpados da minha infelicidade! Vocês foram, e ainda são, os piores pais do mundo.

- Independente se fomos bons ou maus pais, agora que estamos reunidos precisamos resolver um assunto. – O velho falou, fazendo a velha botar uma arma sobre a mesa. – Mate-a.

- O que?

- Mate a sua filha, assim o próximo a nascer será o herdeiro, e torçamos para que dessa vez venha um garoto. – O velho pediu, como se não tivesse falando sobre assassinar sua própria neta, se bem que isso não deve ser nada comparando que ele matou sua própria filha.

- Por que?

- Por que? Porque ela é completamente inútil, apenas um obstáculo a ser eliminado.

Sem mais nenhuma palavra, o de cabelos verdes deu a volta na mesa e pegou a arma, apontando na direção da pequena criança, deve ter uma idade próxima ao do meu filho.

- Por favor, não faz isso. – A loira, um loiro um pouco mais claro que o da Jazmin, pediu, abraçando a filha. – Ela é apenas uma criança Noburo.

- Meu tio pode ameaçar. – A Jazmin sussurra em meu ouvido, quase recostando-se em mim. – Mas ele não vai fazer, ele não tem coragem o suficiente para puxar o gatilho.

Fico observando, e logo vejo que está certa. A mão dele treme, muito de leve, mas treme, demostrando que não quer prosseguir. Por fim, não é o som de tiro que se escuta, é o som da arma batendo na mesa, de volta ao seu lugar.

- Não vou matá-la.

- Essa opção não existe, eu mesma mato-a se você não quer. – Afirma o velho, tentando pegar a arma, mas o filho dele coloca sua mão sobre ela antes. – Noburo...

- Eu vou colocar um garoto par assumir tudo. – Ele rosna, tacando a arma para longe da mesa. – Mas não irei matar a Kayano para isso.

- Bom gente, acho que agora é minha vez de falar. – A Jazmin se pronuncia novamente, levantando-se. – Eu tenho um comunicado a fazer, e esse comunicado é o motivo de estarmos reunidos aqui em um jantar... Pacífico. Vô, vó, tio, Aguri, pai e meu amor... Eu estou grávida, e é uma menina.

Fico completamente sem reação, sem saber o que fazer. Minha atenção toda se foca nos outros, o pai dela parece prestes a me matar, enquanto a tia parece...

- Ela desmaiou? – Indago, sem saber como consigo perguntar, simplesmente sai da minha boca.

- Onde está a champanhe?! Precisamos comemorar! – Exclama o tio dela, sem dar atenção alguma para a esposa desmaiada na cadeira.

- Minha filha, que só tem dezessete anos, fala que está grávida e você comemora?!

- Calma maninho, não estou comemorando por isso. – Ele retruca a acusação do irmão, passando a mão pelos rostos dos velhos. – Ela os matou do coração! Nossos pais, enfim, estão mortos!

- Acho que eu peguei pesado demais. – Jazmin diz, porém não parece sentir remorsos de ter matado os avós. – Na verdade, é um menino, mas eu queria ver qual seria a reação que teriam caso pensassem que mais uma menina entraria para a família... Nunca pensei que fosse matá-los.

- Jazmin você é, definitivamente, minha sobrinha favorita.

- Claro que eu sou tio, sou a única sobrinha que você tem.

Ainda estou processando a notícia, está sendo muita coisa para uma noite só. A Jazmin está grávida de mim, um garoto. A Hiromi está grávida novamente, e a Jazmin não sabe disso. Definitivamente, não tem como essa situação piorar.

- Hiroshi, seu celular está tocando. – Ela me avisa, pego o celular em modo automático e o atendo.

- Alô.

-  Vem pro hospital. – A Hiromi manda, é só eu pensar nela que ela se faz presente. – Agora.

- Desculpa, mas não posso, estou ocupando revolvendo umas cois...

- Ela nasceu. – Ela me interrompe, percebo algo estranho em sua voz, não sei se está rindo ou chorando. – É uma menina Hiroshi! É uma linda bebezinha!

- O q-que? – Gaguejo, sem entender se ouvi direito. – Isso é impossível, ainda está muito longe.

- Ela teve que nascer antes da hora, os médicos não sabem se ela irá sobreviver... Mas eu tenho fé, e eu preciso muito de você, ela precisa de você.

 

Flashback off:

 

CONTINUA...


Notas Finais


Trechos do próximo capítulo:

- Acredito que isso não será necessário, pode abaixar a arma. Aqui é muito arriscado conversar, alguém pode aparecer. Vamos para o meu consultório. E, para não levantar suspeitas, deixa que eu levo el...
- Não. É melhor eu levar, você não tem jeito com bebês.
- Então deixa o pai levar, é menos arriscado. Se nos depararmos com alguém, não queremos que ela estranhe a situação.

- O que é CCHI? E por que vocês querem minha filha?
- CCHI é a sigla do centro de comercialização humana internacional, sou um dos responsáveis por pegar os produtos com os fornecedores... E o doutor é um dos nossos fornecedores.
- Fornecedores? Fornecedores do que?

A palavra de hoje é "Caminhão"
Kissus


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