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História A base de mentiras - Sumairu



Notas do Autor


Olá galeraaaa! Como vão?!

Sinto muito por não ter postado ontem, meus primos estavam aqui em casa então eu não tive como postar :/

Boa leitura!

Capítulo 294 - Sumairu


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - Sumairu

Autora

 

Uma garotinha se encontra ajoelhada sobre sua cama, olhando pela janela com um olhar entristecido, à beira das lágrimas. O quarto já fora cheio de vida, o indicio disso são as outras camas espalhadas pelo quarto, tão perfeitamente arrumadas que deixa claro o fato de que ninguém deita nelas há tempos.

Ela apoia os braços no peitoral da janela e deita a cabeça sobre eles, sem tirar os olhos do lado de fora. Ao seu lado na cama tem um ursinho, um ursinho que reza o pai nosso, um presente caro e difícil de se ter em um lugar daqueles.

- Não pode ficar o dia inteiro trancada aqui dentro. – Uma mulher diz, entrando no quarto solitário, no momento sem um pingo de vida ou alegria, só um quarto triste e solitário. – Vai brincar lá fora.

- Não quero. – A menina sussurra, a voz saindo ainda mais baixa por conta do braço posicionado na frente de sua boca. – Quero ficar aqui.

Ela não queria ficar ali, queria sair. Mas não sair apenas do quarto, queria sair daquele lugar, queria passear por aí. Queria ir no cinema e depois tomar sorvete, exatamente como fez no passado, queria fazer aquilo de novo.

- Bonito o ursinho. – Ela comenta, tentando puxar assunto com a menina, que nem se vira para vê-la, mantem a cabeça abaixada olhando pela janela para as pessoas que passam. – Foi um presente?

- Foi. – Responde, olhando rapidamente para o ursinho, um olhar que se prolonga. Ela acaba saindo de sua posição e pega o ursinho, encarando-o fixamente. – Eu não gosto de ganhar presentes, eu não queria ter ganhado ele.

Ela taca o ursinho de volta da cama, quase que o mesmo cai da cama, fica pendurado na beirada ameaçando cair. A mulher entra de vez no quarto e se aproxima da garota, pegando o ursinho. Ela percebe que o ursinho tem um botão e o aperta, fazendo-o começar a recitar o pai nosso, a mulher sorri com o brinquedo.

- É a sua cara. – Afirma, mas se cala quando vê o corpo da menina tremendo de leve, ela não consegue ver o rosto da azulada por conta dos braços que escondem seu rosto. Porém é óbvio que está chorando, no silêncio do quarto é possível ouvir claramente seu choro. – Não chora pequena.

- Me a-abandonaram. De no-novo. – A garotinha soluça, querendo arrancar o terço que está no seu pulso, mas ela não consegue, mesmo com todo o esforço do mundo não conseguiria reunir determinação suficiente para jogar fora o terço. – Me de-deram um presente e me de-deixaram. E-Eu não quero pre-presentes, eu que-quero uma fa-família.

- Você vai ter uma família, você vai ser adotada.

- Po-Por que me de-deixaram? – Gagueja, o tremor se intensifica. – E-Eles disseram que me a-amavam, que e-eu po-podia chamar e-eles de ma-mamãe e pa-papai.

A azulada está arrasada, e isso é bem perceptível, cada palavra dela deixa clara a tristeza. Ela só tem seis anos e só quer entender, só quer entender porque as pessoas que lhe prometeram tudo que ela já sonhou na vida a abandonaram. Ela não entende porque as pessoas que prometeram ficar sempre ao seu lado, nunca lhe abandonar, fizeram a mesma coisa que seus verdadeiros pais.

- Eles... – A mulher hesita, ponderando se deve mesmo falar a verdade, porém sabe que a azulada é esperta demais para a idade, ela não acreditaria em uma mentira qualquer, então a verdade é a melhor opção. – Eles desistiram de te adotar porque apareceu um bebê, que era justamente o que eles queriam desde o início... Tentamos convencê-los a não desistirem de você ou então adotarem você e o bebê... Mas eles resolveram que só iam querer o bebê.

A azulada sabe que sempre preferem os mais novos, mas ela é pequena e não entende porque não a adotam. Ela já tinha sido um bebê e não a adotaram. Ela sabe que a cada dia que se passa fica mais difícil que a adotem, porque ela está ficando mais velha.

- Se arruma e vai lá pra fora, um casal marcou de fazer uma visita, vai que você consegue deixá-los encantados com a menina linda e fofa que você é. – A mulher incentiva, mesmo sabendo que não é bem assim.

- E-Eu te-tenho alguma cha-chance? – Indaga, ela também sabe que não é fácil assim, todos os casais vão procurando algo especifico, como se criança fosse uma mercadoria.

- Eles tem preferência por meninos e irmãos... Mas eles podem mudar de ideia quando te virem.

- Quero ficar aqui. – Sussurra, todas as esperanças que tinha de ter uma família foram destruídas, a alegria movida pela esperança desapareceu de dentro dela, deixando apenas a tristeza. – So-Sozinha.

Ela não quer ficar sozinha, o que gostaria mesmo é de estar com suas amigas, suas antigas companheiras de quarto. Mas isso é impossível, suas amigas foram adotadas, todas elas, e a azulada acabou sozinha no quarto.

- Não desanime, eu sei que algum dia alguém irá te adotar. – A mulher afirma e sai do quarto, porém a azulada não acredita nela, talvez nunca mais volte a acreditar em mais nada.

Ela levanta o rosto e abre a janela, o máximo possível. Ela fica em pé na cama e se senta na janela, se encolhendo naquele espaço pequeno e se equilibrando ali. Seria uma queda alta, por isso ela se segura com força onde está sentada, porém o costume também ajuda-a a se equilibrar.

E ela volta a se concentrar nas pessoas passando na rua, com a diferença de vê-las embaçadas agora, um borrão por conta das lágrimas que atrapalham sua visão. A azulada nunca teve nenhuma curiosidade sobre seus pais, mas nesse momento perguntas começam a se formar em sua cabeça.

Sabe pouco, bem pouco, sobre sua verdadeira família. Foi abandonada quando ainda era uma recém-nascida, está há 2.290 dias naquele orfanato. Seu pai que a deixou ali, ninguém sabe sobre sua mãe, acham que a mãe da azulada está morta, a mesma também pensa isso.

Sabe que puxou o cabelo azul do pai, mas lhe contaram que seu cabelo é mais claro que o do pai, seu cabelo possuí o tom mais claro de azul possível, mais um pouco e se transformaria em branco. Mesmo ela nunca tendo pensado muito no assunto, sempre acreditou, quis acreditar, que seu pai a abandonou porque sua mãe morreu e ele não sabia como criá-la sozinho, é melhor do que acreditar que foi simplesmente rejeitada.

Sabe também que foi deixada com um presente, um presente de despedida igual ao do casal que acabara de abandoná-la. Seu pai a deixou no orfanato e, no cobertor onde estava enrolada, tinha um terço escondido. E ela não tira o terço, mesmo não pensando na família verdadeira, ela não se separa da única recordação que tem dos pais.

- Eles me abandonaram porque me trocaram por um bebê. – Ela diz em voz alta, mantendo a voz firme mesmo com a dor que aquelas palavras lhe causam, ela sente uma sensação horrível com esse fato. – E você papai? Por que me abandonou? Por que me fez ser Sumairu sem sobrenome?

 

Raiden

 

Começo a procurar por minha família, abrindo porta por porta, até que consigo encontrá-los. Na verdade, não encontro toda a minha família, e sim uma pequena parte dela que incluí minha irmã, o Naoto, a Kohaku e um cachorro. Percebo que aqui é como se fosse uma antessala, pois tem outra porta que deve levar para a sala de reuniões.

- Mas o que... – Começo a falar, sinceramente sem entender o que está acontecendo, e só então que todos eles notam a minha presença.

- Que bom que chegou, consegui atrasá-los por um tempo, até que fomos expulsos. – O Naoto conta, fico curioso para saber o que ele fez ao ponto de papai o expulsar, porém minha maior curiosidade não é essa. Eu quero saber porque a Kohaku também foi expulsa e porque o cachorro está aqui. – Mas acabamos de ser expulsos, então você ainda tem tempo.

- Por que vocês foram expulsos?

- Eu e a Fuyu fomos expulsos porque estávamos causando uma confusão que não tinha nada a ver com o tema discutido, ou seja, estávamos acusando a minha... Acusando a Miya e papai não quis acreditar em nós dois. – O loiro explica, com o cachorro de porte médio em seu colo, esse é o cachorro dele. – E a Kohaku foi expulsa porque bateu na mãe.

- Você fez o que?! – Exclamo, me voltando para a própria, quero ouvir isso da boca dela, porque é inacreditável demais para ser verdade. – Você bateu na sua mãe?! Isso é mesmo sério?!

- Me deixe em paz Raiden, eu só perdi a cabeça por um momento. – Responde irritada, sem nem olhar para mim, típico dela.

- Tá... E de onde saiu esse cachorro?

- A Kohaku o trouxe. – O Naoto responde, fazendo carinho no cachorro em seu colo, a expressão em seu rosto é estranha. Já reparei que os olhos do Naoto brilham de uma forma inexplicável quando está com o vira-lata que levou para casa anos atrás, não sei o que ele vê nesse bicho para ficar tão... Tão feliz perto dele.

O cachorro é muito chato, incrivelmente irritante, apronta de tudo lá em casa e late para todo mundo que não é o Naoto. Porém, tirando a bruxa desalmada da Miya, ninguém nunca encostou um dedo no cachorro, nem mesmo Hikari que tem mania de maltratar animais de rua que encontra.

Eu, assim como os outros, já tive vontade de matar esse cachorro, principalmente quando entrou no meu quarto e fez a maior bagunça. Mas eu não sei explicar porque não o matei, não sei explicar o que impede todos nós de machucar o cachorro. Talvez seja por causa do brilho nos olhos do Naoto quando está com o bicho, da alegria que ele só manifesta com o cachorro, acho que nenhum de nós é tão cruel ao ponto de arrancar uma das únicas felicidades da vida dele.

- Por que trouxe o pulguento? – Indago, conheço a Kohaku há dezoito anos e até agora tudo que estou ouvindo sobre ela não bate com a garota que eu conheço.

- Porque eu sabia que o Naoto estaria aqui. – Responde, me fazendo erguer a sobrancelha, isso é um motivo bem estranho vindo dela. – Esse cachorro dos infernos estava pior que o costume com a ausência do Naoto, eu só queria que eles se encontrassem logo pro cachorro parar de me azucrinar.

- Como conseguiu quebrar a sua máscara? – Minha irmã se manifesta, balançando a cabeça de um lado ao outro, quase decepcionada.

- Não fui eu que quebrei, foi o Naoto.

- Eu tive um bom motivo. – Ele retruca e eu o ignoro, não vou bater boca com ele.

- Você é muito mais incomodado com a aparência do que eu, então fica com a minha máscara. – Ela diz, tirando a máscara do rosto e me entregando, fico surpreso com seu ato. Somos gêmeos, mas nunca fomos próximos, nossas diferenças nos afastam e a única coisa que nos uni é nosso ódio pelo outro lado da família.

- Obrigado. – Agradeço, cobrindo minha parte queimada com a máscara, ganho uma confiança que eu nem sabia que havia perdido para entrar naquela sala e falar com meu pai. – Vou entrar.

 

Autora

 

Enquanto Nix estava ocupada consolando Izumi, com a sua cabeça explodindo na tentativa de achar uma solução que salvasse suas filhas. Enquanto Hades estava ocupado se preocupando com Nix. Enquanto Artêmis estava vivendo tranquilamente sem ter ciência de nada que acontecia. Enquanto tudo isso acontecia, Afrodite era torturada pelo melhor torturador do inferno, com direito a armas forjadas por Nix capazes de arrancar sangue dos Deuses.

Só que o que ninguém sabia, e estavam todos ocupados demais para perceber, era que a cada gota de sangue perdida Afrodite ficava mais fraca, sua magia ficava mais fraca... Criando uma ruptura, enfraquecendo o feitiço que bloqueava os poderes dos novos Deuses, libertando o poder de cada um dos oito Deuses nascidos na Terra.


Notas Finais


Trechos do próximo capítulo:

- Ele te chutou aí, duas vezes. Está doendo?
- É, um pouco. Mas nada demais.
- Por que seu pai fez aquilo? Por que ele partiu pra cima de você daquela forma?

- Vo-Vocês também po-podem vê-la?
- Santo Deus, eu também estou vendo... Estamos malucos, só podemos estar malucos.
- Não, ela é real. É impossível imaginarmos a mesma coisa ao mesmo tempo, essa garotinha deve ter entrado aqui de algum jeit...

A palavra de hoje é "Wertebil"
Kissus


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