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História A base de mentiras - Decisão do coração



Notas do Autor


Olá galeraaa! Como estão?!

Hj eu fui ver a adaptação de um livro que eu li e eu amei o filme! Agora só falta sair a adaptação de A seleção e A rainha vermelha ^-^

Boa leitura!

Capítulo 305 - Decisão do coração


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - Decisão do coração

Naoto

 

Não consigo nem verbalizar o quão difícil foi tomar essa decisão, até porque eu nunca pensei que teria que decidir algo do tipo. Decidir entre viver com uma família que pode me amar muito e uma família que nunca deu a mínima para mim deveria ser uma decisão fácil, mas não é.

- Onii-san... – Chamo-o, respirando fundo antes de anunciar de vez minha decisão. – Eu... Eu nunca tive uma família, não uma de verdade, e eu queria muito, muito mesmo, morar com vocês. Mas... Mas eu não posso.

Olho para meus próprios pés quando digo isso, não quero ver a cara de mágoa dele, decepção. Eu sei que sou um fracassado, nem mesmo consigo deixar as pessoas que gostam de mim felizes, e olha que são bem poucas.

- Não entendo. – Ele diz e... Não parece com raiva, nem decepcionado, apenas confuso. – Você mesmo me disse que eles não se importam com você, então... Por que não vir morar com a gente?

- Sabe o que é... – Começo, sem saber direito como explicar isso, e o Yudi não ajuda lambendo minha perna. – Vocês moram em outro país, eu até sei falar francês, mas a França fica muito longe e... E tem uma garota aqui... E-Essa garota...

- Já entendi. – Meu irmão me corta e, diante do seu tom de voz, ergo meu rosto. Ele está sorrindo, confesso que não entendo porque está sorrindo. – Você gosta dessa garota, não gosta?

- Be-Bem... – Gaguejo e desvio o rosto para o lado, devo estar vermelho. – A-Acho que si-sim, um po-pouco.

- Garota de sorte. – A esposa do meu irmão comenta, porém eu conheço ela como a herdeira da maior máfia europeia, por isso sempre a tratei com formalidade e é estranho saber que fazemos parte da mesma família. – Você ama ela de verdade para tomar essa decisão.

- Ela precisa de mim. – Falo bem baixinho, eu nunca mais conseguiria dormir se a deixasse grávida e sozinha com o Raiden. Agora, mais do que nunca, eu preciso estar lá, nem que seja para apenas dizer palavras de conforto. – Não posso deixá-la sozinha nesse... Nesse momento difícil.

- Pelo que ela está passando?

- Ela está grávida de... De um garoto. – Respondo, sem mencionar o Raiden, mas também deixando claro que o filho não é meu. Os dois se calam, acho que não existe nada para falar numa situação dessas. – E eu quero cuidar dela.

- Sangue nobre é de família. – A loira comenta, e eu acho que isso é um elogio pra mim e para o meu irmão.

- Falando na nossa família... E nossos pais? – Interrogo, sem saber se faço isso para mudar de assunto ou porque quero realmente saber, meu irmão não tocou no nome dos nossos pais. – Eles também moram na França? Eles... Eles gostariam de me conhecer? 

- Eu vou deixar vocês sozinhos. – Ela afirma e, sem esperar uma resposta, sai da sala com o carrinho duplo de bebê. Curiosamente, até meu cachorro vai atrás dela, seguindo para fora da sala e deixando-nos sozinhos, apenas eu e meu irmão.

- Sinto muito te contar isso assim, mas... Mas nossos pais estão mortos. – Ele responde minha pergunta, e eu sou pego de surpresa quando minha visão fica embaçada, meus olhos marejados. Eu já tinha me acostumado com a ideia dos meus pais me odiarem, chorei muito por pensar isso, mas mortos... Eu nunca imaginei a possibilidade de estarem mortos. – Eles morreram anos atrás, quando... Quando você nasceu, no mesmo dia.

- Eu matei nossa mãe?! – Exclamo, sem saber como reagir e lidar com essa informação. Eu não quero ter matado minha mãe, eu não posso ter feito isso.

- Não Naoto, você não matou nossa mãe. – Ele afirma com firmeza, ainda abalado dou um aceno positivo, indicando que eu entendi. – Foi um tiroteio, um ataque terrorista... E mamãe e papai foram mortos, eu me escondi com você, por isso... Por isso estamos vivos.

- E o que aconteceu com você? – Questiono, tentando me manter firme diante dessas informações, estou lutando contra a vontade instintiva de chorar. E essa minha vontade de chorar só aumenta quando percebo que ele não pode ser muito mais velho que eu, ele era uma criança e ficou sozinho, sem meus pais e sem mim. – Pra onde você foi depois que ficou órfão?

- Eu deveria ter ido para um abrigo, mas acontece que pessoas ruins me encontraram primeiro.

- Eu não sou uma criancinha, não precisa amenizar falando pessoas ruins, eu conheço muitas pessoas ruins. – Retruco, cresci na família Arai, uma família que se envolve em todo tipo de negócios obscuros. Isso significa que já conheci assassinos, mafiosos, traficantes, sequestradores, estupradores, espiões, psicopatas... Todo tipo de pessoas ruins eu já conheci. – Que tipos de pessoas ruins?

- Um traficante, aparentemente nossos pais morreram e... E a dívida deles passou para mim. – Ele explica, me abraçando de repente enquanto processo o que meu irmão disse. – Eu odeio aquela mulher, mas... Se você tivesse ficado comigo, também acabaria na casa daqueles caras, com aqueles viciados... Pelo menos Arai Miya te poupou de passar por aquilo.

- Onii-san, como você pagou a dívida?

- Não precisamos falar disso. – Ele murmura, quase separo o abraço para poder olhar em seus olhos, mas sinto que é meu irmão que precisa desse abraço no momento.

- Precisamos falar sim, eu... Eu quero saber pelo que você passou.

- Foram os piores meses da minha vida. – Ele conta, ainda nem sei pelo que ele passou e uma lágrima já me escapa. – Eu tinha que fazer tudo que eles mandavam, e eles fizeram um pouco de tudo comigo... Mas acabaram em alguns meses, foram só alguns meses há muito tempo atrás.

- Eu queria ter estado ao seu lado.

- Não, nunca diga isso, a última coisa que eu gostaria é que você também passasse por aquilo. – Ele nega, é tão estranho alguém ser tão zeloso comigo, carinhoso. O mais próximo disso, de uma família, que eu tive foi a Monique. Ela era tão boa pra mim, sempre me tratou tão bem... Até que mataram ela. – Você vai me visitar nas férias?

- Vou. – Confirmo na mesma hora, posso ter recusado morar com o meu irmão, mas isso não significa que vamos nos afastar. Se eu pudesse, visitaria ele todo fim de semana, mas infelizmente isso não é possível. – Assim que possível eu vou conhecer sua casa e...

- E?

- Tem uma coisa que eu preciso falar com a senhor... Com a Kimi. – Me corrijo a tempo, será difícil me acostumar a chamá-la pelo primeiro nome.

- Tá, vou chamá-la. – Ele concorda, separando o abraço e limpando algo rapidamente em seu rosto, logo em seguida sai pela porta onde sua esposa e seus filhos passaram antes.

- O que quer falar? – Ela indaga, aparecendo na minha frente mais rápido do que eu esperava. Enquanto ouvia sobre o passado do meu irmão, eu cheguei a conclusão que eu preciso ser honesto com ela sobre uma coisa.

- Eu conheci sua irmã. – Respondo, seria coincidência demais a garota que ela descreveu não ser a que eu conheci. – Ela morreu há três anos, enforcada.

Prefiro não comentar que, depois dela ter sido dada como morta, eu vi magicamente a irmã dela. A Tomiko deveria estar morta, eu não sei explicar o que eu vi, mas ela está morta.

- Obrigada. – Ela agradece, mesmo sendo horrível o que aconteceu com a irmã dela, no lugar dela eu ia querer saber, nem que fosse para apenas por um ponto final.

- Ela tinha suas... Peculiaridades, mas era uma amiga incrível. – Comento, a Tomiko podia até ter uma pitada de loucura que a fez tomar algumas ações impulsas, mas, tirando esses escassos eventos, não posso negar que ela era uma boa amiga. Não para mim, ela nunca foi com a minha cara, mas sim com a azulada. – Digamos que eu sou muito grato à sua irmã por algumas coisas que ela fez.

 

Jazmin

 

Ele não acordou, não recuperou a consciência desde que chegou ao hospital, simplesmente continua apagado. Isso não é bom, é terrível, significa que o sangue pode não estar circulando direito no seu cérebro.

Ser mãe não foi algo que eu planejei, que eu quis. O Yukki foi uma surpresa que virou minha vida de cabeça para baixo e tornou as coisas complicadas, difíceis e complicadas. Nada nunca foi fácil, nem a gravidez, nem seu nascimento, nem cuidar dele logo no início e nem lidar com as mudanças repentinas de personalidade dele. Mas eu superei cada obstáculo posto no nosso caminho, eu aprendi a amá-lo de uma forma que eu duvidava ser possível... Para que? Para agora eu ter que vê-lo morrer diante dos meus olhos?

- Yukki... Yuu... Como você quiser que eu o chame... – Digo, falando com ele enquanto seguro sua mão fria, muito fria. – Por favor filho, por favor, não vá embora. Você é a única pessoa que presta na droga da nossa família, você é tão radiante, carinhoso... Você sabe amar, você é sincero, você é bom... É o ser mais puro que eu já conheci na minha vida, às vezes até duvido que você faz realmente parte dessa família louca, você merece tanto mais... E eu sei que não sou uma mãe perfeita, eu dou o meu melhor para me entender com você, saber lidar com o Yukki e o Yuu... Não sei se estou fazendo um bom trabalho, mas, se não estiver fazendo, prometo que vou melhorar, está bem? Só me dê uma última chance filho, não me deixe sozinha.

É tão irritante chorar, porém eu não consigo parar de chorar, essa é basicamente a única coisa que faço desde que ele foi internado. Minha vida parou e, se ele morrer, sinto que vou ficar congelada no tempo, eternamente presa nesse sofrimento indescritível. Nem mesmo saber a verdade sobre minha mãe foi tão doloroso.

- Senhora Kaede. – O médico me chama, limpo o rosto e me viro para ele. Se ele soubesse a vontade que tenho de sujar sua roupa branca de vermelho, ele não seria o primeiro médico incompetente a encontrar um fim nada agradável nas minhas mãos, infelizmente assassinar alguém por aqui seria um pouco complicado. – Preciso que assine aqui.

- O que é isso? – Interrogo, aprendi que em hospitais não se deve assinar nada sem ler antes, você pode estar concordando com as mais absurdas coisas.

- A permissão para o transplante. – Ele responde, juro que encaro-o sem conseguir processar suas palavras.

- Perdão? – Falo, e estou tão perdida que não falei em japonês, e sim em francês. Por isso, me conserto. – O que você disse?

- Assine aqui para permitir a cirurgia de transplante, por favor. – Ele repete, minha boca se arregala e eu mal consigo falar, até deixo o formulário cair em cima da cama.

- Vocês... Vocês encontram um doador?!

- Bem... É... – Ele começa a falar, se embolando. Uma das coisas que me irritava nele era a aparência, aparentemente é muito novo, talvez um recém-formado em medicina no seu primeiro emprego. Colocarem alguém com tão pouca experiência para cuidar do caso grave do meu filho me irrita, processaria esse hospital se meu filho morresse. – Não exatamente senhora.  

- Como quer fazer um transplante sem um doador? – Pergunto, porque agora sim ele conseguiu minha atenção, até mais que antes quando disse da permissão pro transplante.

- Tecnicamente, não temos um doador.

- Tecnicamente? – Repito, não sei como alguém tecnicamente não tem um doador, mas vai fazer um transplante com o órgão desse suposto doador inexistente. – Quer ser mais especifico?!

- Tem um garoto, doze anos, nesse hospital. – Ele explica, provavelmente não está falando do meu filho, deve ser outro garoto. – Foi atropelado na saída da escola, chegou aqui com morte cerebral, o garoto está morto. Não existe consciência e nunca mais irá existir, está morto, apesar do resto dos órgãos ainda estarem funcionando... Mas por um período limitado, daqui há um tempo eles vão parar.

- Então vocês tem um doador.

- A família não concordou. – Fala, se ele me der cinco minutos numa sala vazia com a família desse garoto, eu posso ser bem persuasiva. – Eu expliquei que o filho deles não iria acordar, expliquei sobre a importância da doação de órgãos, expliquei sobre a situação do seu filho... Mas eles ficaram irredutíveis, não assinaram os papeis da adoção.

- Então não temos um doador.

- Eu me formei em medicina para salvar vidas, e não ver duas crianças morrerem sem poder fazer nada. – Ele afirma, porém não entendo onde quer chegar. – Eu vou fazer esse transplante com ou sem a autorização dos pais daquele garoto.

- Está dizendo que infligirá a lei para salvar meu filho? – Pergunto, totalmente incrédula, até porque eu não ofereci dinheiro algum para ele, não faz sentido ele fazer isso por livre e espontânea vontade sem incentivo nenhum.

- Sim. – Ele confirma, juro que não consigo entendê-lo. – Eu sei que isso é errado e, se você quiser, pode me denunciar pro conselho de medicina... Mas primeiro me deixa fazer a cirurgia, certo?

- Está arriscando ter sua licença de medicina caçada. Ser preso. – Afirmo, realmente tentando entender o que faz uma pessoa arriscar tanto por desconhecidos. – Por que?

- Eu não aguento mais ver mortes. – Ele conta, balançando a cabeça de um lado ao outro. – Não consigo, não consigo ver mais uma criança morrer por falta de órgão... Eu sei que isso é errado, que eu vou cometer um crime, mas eu não posso deixar seu filho morrer.

Levanto da cadeira onde estou sentada e fico cara a cara com ele, em seguida faço algo que não estou acostumada a fazer. Lhe abraço, abraço ele com toda a minha força e choro, ainda sem acreditar.

- Obrigada. – Agradeço, ele está arriscando muito mais do que o exigido por um médico, ele está arriscando a carreira dele, a vida dele, para salvar meu filho. – Se, algum dia, você ficar desempregado ou descobrirem o que você fez, liga pra esse número. Eu te arranjo os melhores advogados e ainda consigo arranjar um cargo pra você no melhor hospital da Europa.

- Senhora, eu não pos...

- Esse é o mínimo que eu posso fazer por quem está arriscando a pele para salvar a vida do meu filho.  


Notas Finais


Trechos do próximo capítulo:

- Olha pra mim. Moreno de olhos azuis, estou pedindo que olhe para mim.
- Mo-Moreno de o-olhos a-azuis?
- Você é moreno de olhos azuis, não é? Não sei seu nome, então você é o moreno de olhos azuis.

- A Aki não é filha do Nagisa, né?
- Você está certa Akiko, ela não é filha do Nagisa.
- Por que você mentiu?

A palavra de hoje é "Mensontomia"
Kissus


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