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História A base de mentiras - Sem controle



Notas do Autor


Oiiii galeraaa! Como vão?!

AAAAAAAAAAAAAAAA! EU PASSEI NA PROVA QUE EU FIZ E CONSEGUI ENTRAR NA ESCOLA QUE EU QUERIA! :D

Capítulo 329 - Sem controle


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - Sem controle

Shiro

 

- Está melhor? – Hasi indaga, virando seu rosto na minha direção, hesito em encará-la, porque não conseguiria mentir olhando pros seus olhos.

- Acho que sim. – Confirmo, lhe encarando. Ainda não sei bem como viemos parar aqui, trancados em um quarto com as pernas sobre uma cama e o corpo deitado no chão, dando-nos uma perfeita visão do teto.

- Foi mal Shiro, juro que não tive a intenção de te deixar nesse estado. – Ela se desculpa, mas a culpa não foi da Hasi, ela não tinha como saber que, às vezes, eu desmorono. Isso é uma característica mais da Gina, eu sempre fui o controlado, mas é impossível manter sempre o controle.

- Tudo bem. – Tranquilizo-a, mas não somente a ela, digo isso encarando o Takeshi atrás de mim, na sua forma de cobra. – Você não podia imaginar.

Ainda quero fugir, me trancar em algum lugar longe de todos, longe dos olhares e preocupações. Mas, depois do que confessei as cobras que são praticamente minha família, tenho certeza que não conseguirei escapar de seus olhos.

- Ela já foi estuprada, não foi?

- O que?

- A ruivinha. – Explico, claro que qualquer pessoa se assustaria, mas eu conheço o medo que vi nos olhos dela. – Nunca prestei muita atenção nela quando era o guarda-costas da Kayano... Ela sempre me pareceu querer distância, então eu também não tentei me aproximar... Agora eu entendo porque quis manter distância de mim.

- Eu conheço esse tom de voz. – Ela afirma, mordo parte de meu lábio enquanto aguardo que a Hasi diga meus pensamentos em voz alta. – Não Shiro, a culpa não foi sua, e você não tinha como ter impedido.

- Mas... Mas se eu tivesse prestado atenção nela, talvez...

- Talvez você estivesse morto Shiro. – Ela me interrompe, completando minha frase de um jeito um pouco mórbido. – Foi meu pai Shiro, foi meu pai que fez isso com ela.

Reflito, reflito e constato tristemente o quão parecidos somos. É estranho quando uma pessoa te adota, quando ela te escolhe entre tantas crianças, e mesmo assim te maltrata, é sem lógica. Se for para maltratar, por que a pessoa adotou? Foi uma escolha completamente dela assumir a responsabilidade de cuidar de uma criança e ele a maltrata? Nunca irei entender, não importa o quanto eu tente, eu nunca vou entender o que leva um pai a abusar dos próprios filhos, sejam eles adotados ou de sangue.

- Seu pai é um monstro. – Comento, percebendo outra constatação de semelhança quase que acidental. – Assim como meu pai.

- É... Você está certo. – A Hasi concorda em voz baixa, confesso que ainda sinto uma pontada dentro de mim ao chamar meu pai de monstro, eu não queria que ele fosse assim. – Ainda bem que não somos nossos pais.

- Não, nem um pouco. – Confirmo, posso afirmar sem medo que não sou como meu pai e nunca serei como ele, meu pai me deu o exemplo perfeito de como eu não devo ser. – Hasi, e quanto ao seu pai?

- O que tem ele?

- Sabe... A cena que eu dei no quarto... E o meu sumiço depois. – Explico para ela, eu realmente surtei de um jeito que nunca antes havia feito. – Eu estraguei todo o plano?

- Não, eu dei uma explicação pro meu pai.

- Que explicação?

- É... Bem, eu... Eu falei a verdade. – Ela revela, demoro um momento para assimilar isso e decidir o que eu acho disso, agora Kaede Noburo sabe que eu fui estuprado pelo meu pai.

- Ele me achou um fraco, não achou? – Pergunto, porque imagino o que um cara como ele deve pensar. E isso não é um pensamento exclusivamente dele, nem mesmo unicamente de estupradores. – Um homem violentado... Um covarde, um frouxo, principalmente por eu chorar por conta disso.

- Você ainda nem é um homem, naquela época muito menos, era só uma criança. – Ela responde, mas a maioria das pessoas não pensa assim, considera piada o estupro de um garoto. – Você foi o contrário de tudo isso, você foi corajoso.

- Seu pai vai deixar você casar com um homem covarde? – Interrogo, cada palavra deixa um gosto amargo em minha boca, sinto como se toda essa frase estivesse errada, cada centímetro dela me fere por dentro de algum modo.

- Sim, eu consegui convencê-lo. – Afirma, isso significa que o Kaede realmente me considerou covarde, não esperava nada menos que isso vindo dele. – Na verdade, ele... Ele está fazendo muita questão desse casamento.

- Sério?

- É, e... Ele disse que o casamento será amanhã. – Ela fala, quase me sento no chão, porém percebo antes de fazer que não daria muito certo sentar na impulsividade levando em consideração a posição em que estou. – Eu tentei dizer que ele não precisava fazer uma festa, que eu queria algo simples... Consegui reduzir o casamento chique à uma cerimônia simples nos jardins dessa mansão, mas ele faz questão de organizar meu casamento e faz questão que seja o mais rápido possível... Me mandou até fazer uma lista com os meus amigos, as pessoas que quero chamar.

- Quem são nossos amigos? Só a Gina e o Hoshi. – Afirmo, pelo menos são os únicos que conhecem a Hasi, até conheço mais pessoas que considero amigos, mas eles não podem nem sonhar com a existência da Hasi. – E eu não acho que eles cheguem até amanhã.

- É, mas, se eles chegarem, a gente chama todo o pessoal que tava aqui pro casamento... Só pra não ficar tão vazio e parecer mais realista, papai irá pegar no meu pé se não tiver ninguém no casamento.

- Quem é o pessoal que estava aqui?

- Shiro!

Viro tanto a minha cabeça que não sei como não quebro meu pescoço, tanto que vejo a dona da voz de cabeça pra baixo, visto o quanto virei a cabeça, mas só dessa forma eu conseguiria vê-la.

Demoro um pouco para ter certeza que não é uma miragem, mas não restam dúvidas de que é ela quando, de alguma forma, ela se taca em cima de mim e consegue ficar com seu corpo sobre o meu. Suas mãos estão apoiadas cada uma em um lado da minha cabeça, suportando parte de seu peso, enquanto o resto está sobre mim numa posição estranha.

As pernas dela estão sobre as minhas, no topo da cama, e seu corpo desce em curva sobre o meu, ela vai ficar com dor de coluna se continuar desse modo. Ainda um pouco surpreso, retiro o cabelo esbranquiçado que caí pelo seu rosto, saindo de dentro de um estranho chapéu.

- Gina. – Pronuncio seu nome, ainda um pouco perplexo, surpreso por sua entrada completamente inesperada. Lembro do que aquele garoto, aquele que disse ser nosso irmão, disse ter visto a Gina chorando. – Você está bem? Fizeram alguma coisa com você? Você chorou?

Atropelo-a com minhas perguntas, muitas perguntas. Observo cada canto de seu corpo que consigo, procurando por algum indicio de algo, fico aliviado quando não encontro nada. Meu olho se aquieta e minha expressão relaxa um pouco quando uma de suas mãos sai do chão e vai parar abaixo do meu queixo, fazendo-me encará-la.

- Está tudo bem. – Ela afirma, com uma suavidade e tranquilidade que não são naturais dela, geralmente é o contrário. – Estamos bem.

Com essa frase eu, instantaneamente, me lembro dos bebês. Não entendo direito como faço isso, porém dou um jeito de inverter nossas posições, botá-la deitada no chão, reta, enquanto eu sustento meu corpo apenas com as mãos. Aquela posição podia não fazer bem para os bebês, é melhor ela ficar reta.

- Mesmo?

- Sim, mesmo. – Ela garante, eu iria dar-lhe um beijo, mas prefiro deixar isso para depois. Por agora, afundo meu rosto na curva do seu pescoço, escondendo-o ali e sentindo seu cheiro. É tão bom tê-la por perto novamente, é como se, por mais irônico que pareça, ela fosse meu juízo. As lembranças, o choro, minha crise... Nada disso importa mais, não com ela aqui.

 

Nagisa

 

- Droga, eu só queria descansar um pouco depois dessa história inteira... Mas fazer nisso nessa casa é impossível. – O Karma resmunga, estirado sobre a cama de casal, deito-me ao seu lado em completo silêncio.

- É a única opção que temos. – Retruco, definitivamente não é uma sensação legal estar na casa onde minha prima e a irmã do Karma foram estupradas. – Melhor aqui do que ficar na rua.

O ruivo não me responde, começo a pensar que posso ter dito algo errado para o deixar tão calado, por isso viro meu rosto para encará-lo, percebo que o Karma já estava me encarando.

- O que foi? – Indago, ficando um pouco desconfortável com seu olhar, tem algo de estranho nele.

- Você está bem? – Ele repete aquela mesma pergunta, paro para analisar e, tirando alguns fatores, eu acho que estou bem.

- Sim, por que a insistência? – Pergunto, não é possível que esteja vendo algo errado em mim, mas ele não estaria perguntando novamente se algo em mim não o estivesse incomodando.

- Sabe quando... Quando nos encontramos, do nada, com a Gina e com aquele cara?

- Sim, lembro. – Concordo, isso é algo que nunca irei esquecer, principalmente pelas coisas chocantes e confusas que aconteceram antes deu parar lá misteriosamente, quando caí por um buraco que se abriu no chão.

- Eu vi algo estranho, antes... Antes daquilo. – O Karma hesita um pouco, ou talvez não soubesse ao certo o que falar, ele parece confuso. – Eu vi você de um jeito... De um jeito que nunca tinha visto antes.

- O que quer dizer? – Pergunto, aquelas cenas estranhas voltando a minha mente, a cena do Karma quase batendo na Akiko de cinto.

- Você estava alterado, muito alterado. – Ele pronuncia as palavras rapidamente, como se precisasse falar nessa velocidade para não desistir de me contar. – Você quebrou tudo num quarto, janelas, televisão, controles, celulares, relógio, quadros, vasos, rasgou lençóis, travesseiros, edredons, cortinas... E, quando não tinha mais nada para estragar, você caiu no chão e começou a chorar, como eu nunca tinha visto alguém chorar... Eu nunca vi ninguém naquele estado, nem mesmo a minha irmã esteve tão mal quanto você aparentava estar naquela hora.

Arregalo meus olhos, não porque acho surreal, mas porque sei o quão real essa cena pode ser. Eu me conheço, sei até onde posso ir quando alcanço meus extremos, porém não é uma coisa boba que me leva a esse extremo, precisa ser algo sério.

- Isso é... Por que? – Interrogo, sem saber exatamente para quem dirigi a pergunta, acho que nenhum de nós dois sabe.

- Não faço ideia, nem mesmo sei o que foi aquilo. – Responde, iria perguntar se, por acaso, ele também se viu, porém seria um questionamento um pouco estranho. – Eu não consegui entender nada, você até estava falando e... Eu também, eu estava lá com você, mas...  Não era eu, entende? É... É confuso, mas eu estava vendo tanto você quanto eu mesmo.

Dou um aceno positivo, entendo perfeitamente o Karma, eu passei pela mesma situação que ele. Só que, enquanto ele me viu perder o controle, eu o vi perder o controle.

- O que você me ouviu falando?

- Você jurando vingança, dizendo que ia matar o desgraçado, você disse que a Gina estava certa. – Ele afirma e, de tudo, o que mais me chama atenção é o final.

- Como é que é? Eu disse que a Gina estava certa? – Questiono, porque, de tudo que ele falou, essa é a parte que me parece mais surreal.

- Sim, você disse. Você gritou, em alto e bom tom, que sua prima estava certa e que o único jeito de se conseguir justiça é com as próprias mãos. – Ele revela, e isso não poderia ser mais estranho porque, apesar deu ser um assassino, não acredito em vingança como forma de justiça, só se for um caso muito extremo. – Eu... O outro eu, o outro eu estava mais sensato que você, o que é estranho, ele ficava mandando você se acalmar porque iriam recorrer na justiça sobre alguma decisão.

- Decisão? Justiça? – Repito, engolindo em seco, ficando preocupado com as estranhas cenas que o Karma viu, as quais eu nem sei o que é... Mas, se envolve justiça, não é boa coisa. – De que droga eu estava falando Karma?

- Eu não sei, tudo que ouvi foram meias palavras que não fizeram sentido algum, mas... Mas pelo seu estado, por eu não saber o que era aquilo, eu... Eu fiquei preocupado com você, porque nunca tinha te visto tão abalado. – Ele se explica, então por isso as perguntas insistentes para saber se eu estou bem, é porque ele, assim como eu, não sabe o que é aquilo que vimos, não sabe se foi uma ilusão ou a realidade. – Não tem nada para me contar Nagisa, tem certeza que não quer me contar nada?

- Tenho, eu... Eu não faço ideia do que foi isso que você viu. – Afirmo na maior sinceridade, eu realmente não sei o que foi isso. Algo que possa me fazer perder completamente o controle das minhas emoções, algo envolvendo a justiça e uma promessa de vingança... Minha garganta se fecha com a possibilidade de ter acontecido alguma tragédia, alguém ter feito algo horrível comigo e ter saído impune disso, mas esse meu pensamento é completamente insustentável.

Essas coisas não passam de imagens, apenas cenas que nossos cérebros trataram de criar por algum motivo desconhecido. Porém, eu quero ter certeza que isso não passa de nossa imaginação, eu preciso perguntar.

- Karma, o que te faria perder o controle?

- Muitas coisas. – Ele responde de forma sarcástica, e o clima entre nós quase fica leve, quase.

- O que te faria perder o controle com a Akiko?  – Completo, observando sua expressão mudar radicalmente, só então percebo o quão absurdas soaram minhas palavras.

- Nada. – O Karma nega, se sentando na cama. Faço o mesmo, o ruivo precisa virar a cabeça para me encarar porque, assim, ele está praticamente de costas para mim. – Eu sei que sou esquentado Nagisa, mas você realmente acha que eu seria capaz de perder o controle com a minha irmãzinha?!

- Não, não! Eu não penso isso de você! – Me defendo, vendo que o Karma ficou verdadeiramente ofendido, de uma forma que nunca antes vi. – Só que... Eu também, eu também vi algo parecido com o que você viu, mas o descontrolado era você... Eu tentava de acalmar enquanto você esmurrava a porta da Akiko e gritava para ela abrir, senão você daria uma surra de cinto nela por algo que ela fez.

Os olhos dele se arregalam quando digo isso, sua reação está sendo pior que a minha quando fiquei escutando-o dizer o que me viu fazendo, se bem que eu não perdi o controle no nível de bater na minha irmãzinha que eu nem mesmo tenho.

- Ameaçar bater na Akiko de cinto? – Ele repete, confirmo minimamente com minha cabeça, foi isso que vi. – Nunca, em hipótese alguma, de jeito nenhum... Eu nunca levantaria a mão pra Akiko, não importa o que ela fizesse, ela é a única pessoa que nunca conseguiria me tirar do sério.

- Bem, não foi isso que eu vi... – Murmuro, porque não quero que ele escute, disse isso apenas para mim mesmo. No final das contas, parece que algo mais grave do que eu imaginava aconteceu, talvez algo tão grave quanto o que aconteceu para eu me desesperar do jeito que o Karma viu.


Notas Finais


"A base de verdades" por Fudanshi_Capri:

Um mês depois da última nota.

Karma: *Comprou uma fantasia de neko pro Nagi*

Akiko: *Botou o ornitorrinco na sua cama para que ela possa dormir abraçado com ele*

Kayano: *Comendo pudim*

Nagisa: *Polindo uma das facas de sua coleção*

Naomi: *Dormido no sofá-cama (N/a: Ela parece uma contorcionista de tão torta que ela tá dormindo.)

Carteiro: ENTREGA ESPECIAL!

Todo mundo: DEIXA QUE EU PEGO!

Naomi: Peguei! Yes! :D

Karma: Desembucha logo.

Akiko: Fala de uma vez.

Nagisa: Conta logo o que tá escrito.

Kayano: Abre logo.

Naomi: É... É só uma conta :(

Carteiro: Pera, ainda tem essa carta do governo dizendo que é mega hiper blaster super importante.

Todo mundo: E POR QUE VC NÃO TINHA DADO ISSO ANTES?! *Preparando pra atacar*

Carteiro: *Fugindo*

Karma: Na carta... Cartão... Cartucho...

Naomi: Deixa que eu leio *Roubando da mão do Karma*

Naomi: Aqui diz que...

To be continue.


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