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História A base de mentiras - Um pouco de diversão



Notas do Autor


Olá galeraaaa! Como vão?!

Espero que gostem do capítulo de hoje!

Boa leitura!

Capítulo 330 - Um pouco de diversão


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - Um pouco de diversão

Naoto

 

- Se lembra de noite passada? – Pergunto para a azulada, no quarto que o Raiden designou para ela até o bebê nascer, já que o quarto dele fica no segundo andar e as recomendações médicas dizem que ela não deve subir escadas. – Melhor, se lembra de mim?

- Si-Sim. – Ela me responde, porém sua voz falha. Ela é minha última esperança, eu não posso ser o único a me lembrar da noite passada, talvez ela também consiga se lembrar.

- E o que se lembra da noite passada? – Indago, sei que estou quase pedindo um milagre, sua memória é falha o suficiente para não se lembrar sobre nada de ontem, ela frequentemente se esquece de mim.

- Eu tô grávida?

Congelo com a sua pergunta, lembrando-me do que eu falei quando a vi quase inconsciente por culpa do Daiki e da Hikari. Eu perguntei o que eles tinham na cabeça ao drogar uma menina grávida, ela ouviu, ela se lembra do que eu disse, eu estava tão irritado que não me dei conta até esse momento do que eu havia dito.

O motivo deu ter insistido tanto para o Raiden levá-la no médico para verificar o problema de memória foi exatamente esse, ela acordou sem se lembrar que estava grávida, sem se lembrar do que o Raiden fez. E se esquecer de um abuso, um trauma, não é algo simples, é algo intenso demais para a memória simplesmente apagar.

- É... É, você está. – Confirmo, porque eu não quero mentir, na verdade duvido que acreditaria se eu mentisse. Ela é ingênua, inocente, mas não é burra.  

- Eu deveria lembrar, né?

- Tudo bem não lembrar.

- Eu e o Raiden... No-Nós fizemos a-aquilo que meninos e me-meninas fazem? – Ela interroga, e a resposta para essa pergunta é simples, não. Ele e ela não fizeram sexo, ele fez sexo com ela, ele abusou dela, e existe uma grande diferença entre essas duas coisas.

- Não. – Nego, até porque, eu não conseguiria concordar.

- Ma-Mas... Pra ficar grávida, te-tem quem fa-fazer a-aquilo. – Ela afirma, e eu não quero explicar o que aconteceu. Porque essa não será a primeira vez, ela ainda irá esquecer outras vezes. Mesmo que decidamos esconder, uma hora vai ficar perceptível a gravidez e terei que explicar novamente, e no dia seguinte, no dia depois do seguinte e em todos os dias que se seguirem... Terei que contar, todo dia, que ela foi estuprada, ficar relembrando toda hora. E isso é cruel, não apenas cruel, é desumano.

Sei que o que vou fazer é errado, é como se estivesse prestes a acobertar o que o Raiden fez, mas, na verdade, eu quero protegê-la da verdade. Não sei até onde vai a inocência dela, principalmente levando em consideração o que eu vi quando me passei por um escravo para ficar perto dela sem atrair a atenção de ninguém, eu sei que ela cuidava de muitas garotas grávidas e que sabe como é feito um bebê. Porém, talvez, talvez eu consiga fazê-la acreditar que a verdade é uma mentira e a mentira é a verdade. 

 

Hiromi

 

- Vou voltar pro hotel. – Aviso, meu trabalho aqui está cumprido, o advogado é realmente bom e conseguiu soltá-lo hoje mesmo. – Até um dia.

- Espera! – Ele pede, segurando meu pulso assim que me virei, impedindo-me de me afastar dele. – Eu não te agradeci.

- Não precisa me agradecer, só quero que me pague quando for possível o dinheiro que gastei com o advogado. – Afirmo, a verdade é que estou cansada e com a cabeça cheia. O fato do Nagisa ter sido preso e, agora, ter fugido não me saiu da cabeça, está me tirando a paz. Eu quero encontrar esse garoto e o esganar, ele só me trás problemas, confusões e dores de cabeça.

- Seu temperamento mudou no instante que mencionei que seu filho estava preso. – Ele afirma, claro que mudou, não podia ser diferente. – Talvez eu não devesse ter falado isso, só disse porque pensei que estava sabendo.

- O Nagisa sumiu há meses, não tinha notícias dele há tempos. – Falo, a última vez que ouvi sua voz foi por telefone, quando ele me confrontou sobre a minha menininha, minha filha que eu queria muito que estivesse viva, tudo seria tão melhor com ela. – Nunca imaginei que ele teria sido preso, aquele garoto só me envergonha.

- Acho que está estressada. – Ele comenta, estou muito mais do que estressada, estou com raiva. – Então, já que a culpa disso é minha e você acabou de me tirar daquele inferno, posso te levar em um lugar para relaxar?

- Tenho que voltar pro hotel, eu deixei meus sobrinhos lá no quarto. – Respondo, envolver crianças em assuntos jurídicos não me pareceu uma boa ideia, por isso resolvi deixá-los no hotel e voltar pro presídio depois, dessa vez desacompanhada.

- Eles me pareceram grandinhos o suficiente para passarem um tempo sozinhos em um quarto sem quebrarem tudo. – Diz, nesse tempo que passei com eles, apesar de serem crianças agitadas, eles sabem se comportar e realmente duvido que quebrariam algo no quarto, como também não acho que sairiam do quarto já que eu os proibi de saírem. – Então, por que não se divertir um pouco?

Penso na proposta que, sinceramente, é tentadora. Tento me lembrar da última vez que fiz algo por mim, da última vez que sai sozinha sem ser para fazer compras de itens essenciais ou para trabalhar, e eu tenho quase certeza que fazem mais de dez anos.

- Certo. – Cedo, virando meu corpo e voltando a ficar de frente para ele, que solta meu pulso. – Mas, seja o que for, só vou ficar um pouco e depois volto pro hotel.

- Então vamos... Você paga o táxi?

Rio com sua fala, sei que ele acabou de sair da prisão e não tem um tostão sequer, mas ainda assim é engraçado. Acho que qualquer outra mulher ficaria ofendida com a cara de pau e desistiria, porém eu conheço o Nao, ele era o marido da minha irmã e irmão do meu marido, ele pagaria se tivesse dinheiro.

Entramos num táxi que ele chama, nós dois sentamos na parte de trás e ele dá um endereço, um que não conheço ou não me lembro. Observo pela janela do carro os cenários, fazia muito tempo, anos, que eu não vinha para cá.

- Qual foi a última vez que vim aqui?

- Antes da Izumi morrer, muito antes. – Responde em voz baixa, como se mencionar esse evento doesse nele, eu sei que em mim dói. Podíamos ter nossas diferenças, às vezes até desavenças, porém eu amava minha irmãzinha. – Geralmente, era nós que íamos pra sua cidade, não o contrário.

- Verdade. – Concordo, na verdade, fazíamos muito isso antes das crianças nascerem, depois que eles nasceram começamos a nos ver cada vez menos. – Aqui não é uma cidade grande, não é mesmo?

- Verdade, apesar da parte rica, isso daqui é quase uma cidade rural, ou uma área de veraneio para os ricos, não somos uma grande cidade como a sua. – Explica, percebo isso pela escassa quantidade de prédios, e a quantidade excessiva de verde. – Talvez seja por isso que sempre íamos pra sua cidade... Mas aqui também tem suas belezas.

Fico o resto do caminho em silêncio, batendo meu pé ritmicamente no carpete do táxi, com delicadeza para não provocar nenhum som irritante aos meus próprios ouvidos. Meu pé para juntamente com o táxi, avisando que chegamos ao nosso destino. Pago o táxi e não tenho tempo de abrir a porta, pois o Nao já a tinha aberto.

Encaro o local na nossa frente, avaliando-o. É um bar, disso não tenho dúvidas, só espero que não seja um daqueles bares fuleiros. Mas, pior que o lugar, é o tipo de pessoa que pode frequentar esse lugar, por isso hesito na hora de entrar.

- Você vai gostar. – Ele garante, abrindo a porta e me chamando para dentro, consigo ouvir uma música até que boa lá dentro. – Acha que eu te traria para uma enrascada?

- É que... Eu não sei há quanto tempo não vou em um bar. – Digo, acho que, depois que Hiroshi me abandonou, eu nunca mais fui em um bar. Nem tinha como, não podia deixar o Nagisa sozinho para ir beber, dançar ou me divertir.

- Pare de pensar no passado, vale mais a pena esquecê-lo do que ficar relembrando-o. – Aconselha e, talvez, esteja certo, não existe nada no passado que valha a pena lembrar, exceto... Exceto os bons tempos ao lado do Hiroshi, essas são as lembranças que eu não quero nunca esquecer ou apagar de minha mente. – E terá que esquecer se quiser se divertir.

- Você não sabe o quão difícil é esquecer.

- Eu sei muito bem o quanto é difícil esquecer. – Ele retruca, fazendo um movimento com a cabeça para que eu entre, tomo coragem de vez e entro rapidamente no bar.

Me surpreendo com a organização, mas, principalmente, com a decoração. As paredes são escuras, ostentando alguns quadros, e as mesas tem pelo menos um grande banco de couro na parede, estilo antigo. As banquetas perto do bar também lembram as antigas, aquelas banquetas que existiam nos bares da minha juventude.

Se você seguir adiante, passando pelas mesas, precisa descer uns três degraus para chegar numa pista de dança, onde o chão é todo quadriculado em preto e branco, com a música antiga sendo tocada por uma jukebox.

Atravessando toda a pista de dança, e subindo outros três degraus, tem uma área de jogos com mesa de sinuca, totó e jogo de dardos. Fico muito surpresa com tudo, realmente não esperava que aqui dentro fosse assim visto seu exterior.

- E aí? Gostou? – Ele questiona, demoro um pouco para responder, visto minha perplexidade.

- Muito... Aqui é incrível. – Afirmo, encarando-o com meu olhar surpreso, em contrapartida ele desvia seu olhar do meu, encarando o bar.

- Foi ela que fez esse lugar. – O Nao murmura, talvez não tão baixo assim, visto que escutei mesmo com a música. – Está bem melhor agora, não acha?

Iria perguntar de quem está falando, mas, quando olho mais uma vez ao redor, percebo algo que não tinha visto antes. Um retrato pendurado na parede, a parede do lado direito da porta. Abaixo do retrato, há algumas poucas velas acessas e uma quantidade considerável de flores. É uma foto da minha irmã.

- Izumi fez esse lugar?

- Tipo isso. – Responde, se dirigindo ao bar, sigo-o. Quando sento ao seu lado no balcão, ele já pediu algo ao bartender. – Esse foi o bar em que nos conhecemos, e o dono dele era um grande amigo nosso. Ela deu umas dicas, apresentou ideias pra uma reforma e uma nova decoração... E resultou nisso, muito melhor que antes, ainda ganhou um dinheiro por ter planejado tudo.

Olho tudo novamente, dessa vez com outros olhos. Porque, tudo isso, foi a Izumi que planejou, almejou, esse lugar é parte dela, algo que ficou mesmo ela já tendo partido.

- E não precisa se preocupar Hiromi, hoje tudo será por conta da casa, cortesia do meu amigo que é dono do bar. – Afirma, quando o atendente põe um copo na sua frente, o qual ele bebe com avidez.

- Por isso que me trouxe aqui, para não pagar nada. – Brinco, encarando uma placa com as bebidas completamente perdida, não me lembro mais do gosto de nenhuma delas. – Acho que vou pedir o mesmo que você... O que está bebendo?

- Você não quer pedir o mesmo que eu. – Ele responde, parando de beber pois quase engasga com a crise de risos. – É água com gás.

- Água com gás? – Repito, franzindo minhas sobrancelhas, possivelmente ele está me zoando para ver se ainda sei o que é uma bebida alcoólica. – Isso não é água.

- Prova. – Ele estende o copo para mim, pego-o e, meio receosa, dou um gole.

- Água com gás.

- Eu não disse? – Ele indaga, pegando o copo de volta para si. Fico confusa, não faz sentido ser água com gás.

- Quem vem para um bar e bebe água com gás? Que eu saiba, você está longe de ser alguém que nunca tomou álcool na vida. – Comento, eu sei que ele bebe, já o vi bebendo em diversas ocasiões diferentes, nunca esperei que fosse pedir água com gás em um bar.

- Eu já fiz muita merda por beber e, por mais que as pessoas não acreditem, é difícil parar, é uma sensação viciante... Mas, na cadeia, eu não pude beber, então quero continuar sóbrio, não quero cair no vício novamente.

Não chego a perguntar em voz alta, porém fico curiosa para saber porque pensar nisso de uma hora para outra. Poderia provocá-lo com isso, como faria se fosse mais nova, porém somos adultos, nós dois sabemos que o que ele decidiu fazer é o certo.

- Não vai pedir nada? – Ele pergunta, não tenho tempo de responder, porque ele termina de beber a água e se levanta. – Então vamos para a pista de dança.

- O que?! – Exclamo, ficando ainda mais surpresa quando ele me puxa para fora da banqueta, é muita coisa para assimilar ao mesmo tempo. – Ma-Ma...

- Mas o que? Vai dizer que não dança? – Ele indaga, me levando em direção a pista de dança, meu estômago se revira. – Todo mundo dança.

- A última vez que eu dancei, foi com o Hiroshi. – Revelo e me solto dele, assim que ele desceu o primeiro degrau, enquanto eu permaneci na parte mais alta. Confesso que a ideia de pisar numa pista de dança sem ele me aterroriza, me assusta demais. – Eu não quero isso.

- Eu falei para se esquecer do passado, pelo menos por hoje.

- Eu não vou pisar aí. – Afirmo, mantendo minha voz baixa, porém mais alta que a música, para que conseguisse me ouvir. – Eu não quero pisar numa pista de dança sozinha.

Inconscientemente, mesmo eu não querendo, lágrimas me vem aos olhos e as prendo ali com muito esforço. Quero ir embora daqui, quero parar de me sentir tão mal por estar tentando me divertir, sendo que a última vez que fiz isso foi com ele ao meu lado. Não quero dançar sem ele, sozinha, nem sequer pisar ali.

- Você não está sozinha, nem eu. – Ele fala, suspirando ainda no primeiro degrau. – É difícil... Não, impossível voltar ao que era depois de perder a pessoa amada, mas... Também não podemos parar, desistir. Seremos diferentes, mas ainda seremos nós.  E nós temos que viver, nos divertir, fazer as coisas que gostamos... E Izumi sempre disse que você gostava de dançar, não é? Ela me contava sobre aquelas apresentações...

- Não, ela não contou isso. – Corto-o, sem acreditar que Izumi falou sobre isso com ele, a única coisa que o Nao faz é sorrir com a minha reação.

- Ela não contou, ela me mostrou os vídeos.

- O-Os vídeos?! – Exclamo, não acredito que, além de saber, ele também viu as coreografias de dança que eu e a Izumi organizávamos para apresentar aos nossos pais ou em reuniões de família, às vezes também para os médicos e enfermeiras que cuidavam da Izumi.

- Sim, os vídeos, vários deles. – Confirma, ele acabou de conseguir algo que não fico há muito tempo, ele me deixou tão envergonhada ao ponto do meu rosto, possivelmente, ter mudado de cor. – Você e Izumi eram muito fofas.

- Fofas? Aquilo era ridículo. – Rebato, ainda mais vermelha com o comentário, não sei como eu e Izumi tínhamos coragem de dançar na frente daquelas pessoas.

- Chame do que quiser, mas era fofo. – Retruca, não posso negar que, mesmo ridículo, é algo bom de se lembrar. – Viu como não é difícil?

- O que não é d... – Ia perguntar, porém paro de falar quando percebo que, enquanto conversávamos, ele me fez descer os degraus e entrar na pista de dança sem eu sequer sentir. – Por que fez isso?!

- Pra te mostrar que está tudo bem, pra te mostrar que a Hiromi que adorava dançar ainda está aí... Porque eu quero que você prove para si mesma que meu irmão não destruiu você.


Notas Finais


Trechos do próximo capítulo:

- Eu não aceitei nada! Eu quero ficar na cama!
- Hoshi... Quando você falou que convenceria o Aoi a ir com a gente, eu pensei que você fosse usar palavras.
- Eu tentei usar palavras, não deu certo. Então, resolvi fazer o que ele mandou.

- Desculpa pai! Eu juro que o despertador não toc... Você não é o meu pai.
- Jura? Pensei que fosse... Você é a quarta personalidade, certo?
- Não, eu... Eu sou Nathaniel, o principal, parece que você já conheceu os outros.

Agora, "A base de verdades" por Fudanshi_Capri:

Nagisa: Lê logo vai, estamos curiosos.

Naomi: Ok

Carta on:

Essa carta são para os jovens:
Nagisa.
Kayano.
Akiko.
Karma.

Por meio dessa carta, anúncio que vocês estão sendo acusados de traição contra a nossa corporação, vocês a partir de agora estão sendo e serão observados durante todos os seus dias até que todos vocês venham a base e provem o contrario.

Ass: "Eles"

Carta off.

Nagisa: Não acredito que isso tá acontecendo, só podem estar zoando com a gente.

Karma: Calma Nagi, é só a gente ir lá e provarmos que estão enganados.

Akiko: Mais o que foi que a gente fez de errado?

Kayano: Nada Akiko, eles estão provavelmente só com suspeitas, logo alguém deve estar tramando contra a gente.

Nagisa: *Abalado.*

Karma: *Tentando confortar o Nagi.*

Akiko: "Muito confusa.*

Kayano: *Tentando achar uma explicação para eles estarem sendo acusados*

Naomi: *Sorriso de psicopata*

A palavra de hoje é "Macabani"
Kissus!


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