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História A base de mentiras - Cobrinhas



Notas do Autor


Olá galeraaaa! Como vão?!

FERIADÃO É A MELHOR COISA QUE EXISTE! :D

Boa leitura!

Capítulo 349 - Cobrinhas


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - Cobrinhas

Akiko

 

A TV demorou muito para ligar e sincronizar com algum canal, ele teve que ficar mexendo na antena dela e dando alguns socos na televisão para que ela funcionasse. Não posso negar que fico realmente espantada com a TV, nunca tinha ficado diante de uma televisão tão horrível. O Karma já me contou que mamãe não era rica, ela se esforçava para nos sustentar, mas nunca foi nesse nível. E, depois que ela morreu, posso afirmar que nunca cheguei nem mesmo perto de algo de tão má qualidade.

A imagem só falta ser em preto e branco, porque desbotada e tremida já é. O som também não é dos melhores, por vezes sai de forma metálica e outras vezes até emudece completamente, a solução para isso é ir até ela e dar alguns socos até que volte ao normal.

- Vocês realmente viam alguma coisa nessa televisão quando eram pequenos? – Indago, uma coisa é assistir durante uma noite alguma coisa nessa TV, outra coisa é assisti-la todo dia. – Pensei que televisões desse tipo já estivessem extintas.

- Eu gostava dessa TV, era a melhor e mais moderna distração que tínhamos. – O loiro conta, parando de socar a televisão quando o som volta a sair, fazendo-o voltar a se sentar no chão junto a irmã e um outro garoto que é amigo do Nagisa e é idêntico a amiga do meu irmão. – Era muito bom quando podíamos ver alguma coisa nela.

- Não acredito que já achei tão incrível uma coisa velha dessas. – A Gina comenta, rindo um pouco após terminar de falar.

- Vocês viram meu irmão? – A Miko pergunta, entrando na sala e parando diante da TV velha.

- Ele está lá fora. – Respondo, vi o Hibiki saindo há pouco tempo e ele ainda não voltou, não sei o que foi fazer lá fora.

- Obrigada por botar a Cho pra dormir. – A Gina agradece para a Miko, que se senta do lado dela e coloca a cabeça no ombro da prima do Nagisa. Não sei quando elas ficaram tão próximas, é uma aproximação estranha.

- Sem problemas, minha filha ficou muito amiga da sua... É um pouco estranho, a Cho é muito mais velha que a Aki e, mesmo assim, elas se dão bem.

- Ela ficou quatro anos em coma... Apesar da aparência de uma garota de oito anos, ela ainda tem a cabeça de uma criança de quatro anos. – A Gina comenta, tento me colocar no lugar dela e não consigo, acho que enlouqueceria se o Ryo ou a Hana ficam em coma durante quatro anos. – Eu não tenho ideia do que fazer para recuperar esse tempo perdido.

- Tudo vai acabar bem, tenho certeza disso. – A Miko diz e, inesperadamente, a Gina a beija. Fecho minha boca aberta antes que algum deles notasse minha surpresa, também desvio meu olhar para não invadir a privacidade delas num momento que pode ser considerado intimo.

Meus olhos, ao invés de focarem na TV, acabam indo parar sobre o loiro, irmão da Gina. Ele vira a cabeça e encara rapidamente as duas garotas se beijando, porém  acaba desviando seu olhar mais rápido do que eu. Ele se mexe e sua cabeça abaixa um pouco, ele parece meio desconfortável, ele não estava assim antes.

Desvio novamente meu olhar, dessa vez em busca de um relógio que já tinha visto anteriormente. Encontro-o na parede e observo a hora ali, já é meia noite. Dessa vez, sou eu que me ajeito no sofá e fico desconfortável. Está tarde, muito tarde, mas o Nagisa e o Aoi ainda não voltaram.

 

Shiro

 

Levanto do chão e vou até as incubadoras, que agora ficam abertas ao invés de fechadas, para conferir se a Emi e o Eiko estão bem. Quando os vejo, não consigo evitar de ficar surpreso, mesmo que a cena não seja tão estranha quanto parece.

Eles estão dormindo, calmos, até aí não tem nada demais. Em cada incubadora tem uma cobra com eles, e cada um deles está agarrado a própria cobra em sua incubadora, as cobras também dormem. Essa cena seria normal se fosse a Arisu, o Takeshi, a Chiyo ou o Toshi com eles, mas eu nunca vi essas duas cobras na minha vida.

- Gina! – Chamo-a, sem tirar os olhos das incubadoras. – Gina, preciso que venha aqui!

Posso ter dito a última frase com uma urgência desnecessária, mas é essa urgência que a faz aparecer do meu lado em um passe de mágica, muito rápido.

- O que foi?

- Conhece? – Interrogo, apontando para as cobras no berço, a cabeça dela se abaixa e seu olhar segue até se fixar nas cobras desconhecidas. Não são cobras grandes, são bem pequenas e aparentam ser bem novas.

- Não. – A Gina nega, também passando a encará-las fixamente. A cobra que está junto com a Emi é da mesma cor do Takeshi, enquanto o que está com o Eiko é da mesma cor da Arisu. Não dá para ver a cor de seus olhos, afinal estão dormindo e não iremos acordá-los. – Nunca os vi.

- Então... De onde elas surgiram?

- ARISU! TAKESHI! – Ela grita, tenho certeza que a Gina se esqueceu que os bebês estão dormindo e não quis acordá-los, mas acabou fazendo isso.

- Nos chamou?! – Exclamam da sala, me apresso em negar.

- Não! Só estamos chamando nossas cobras! – Respondo, chamar a Arisu e o Takeshi na frente dos outros não tem problema, afinal as pessoas chamam seus animais de estimação pelo nome, a única coisa que não podemos é conversar com eles na frente das pessoas.

- Algum problema? – Arisu perguntando, rastejando para dentro da cozinha acompanhada pelo Takeshi.

- Subam aqui, preciso que vejam algo. – A Gina fala, fazendo a Arisu se enroscar nela e o Takeshi se enroscar em mim, até ficarem numa altura suficientemente alta para enxergar os bebês e as cobras. – E então? Conhecem?

- As cobras? Não. – Takeshi nega, fazendo-me voltar a encarar as cobras e os bebês que, agora, estão de olhos abertos, já as cobras continuam dormindo.

- Certeza? Elas... Elas se parecem um pouco com vocês. – Minha irmã comenta, preciso admitir que tem razão, eles realmente lembram a Arisu e o Takeshi. – Por acaso vocês não estão escondendo nada da gente, estão?

- Está sugerindo que eu e o Takeshi tivemos mais dois filhos e não contamos para vocês? – A Arisu indaga e, apesar deu achar que nessa parte minha irmã está errada, foi exatamente isso que a Gina insinuou. – Nós nunca esconderíamos algo desse nível de vocês, nem temos motivo para isso.

- Você demorou para me contar que estava grávida.

- Eu demorei, mas eu não escondi de você. – A Arisu rebate a acusação da Gina, essa é uma das raras vezes que elas discutem.

- Independente de quem sejam essas cobras, eu acho melhor vocês afastarem a Emi da cobra dourada, porque ela está mordendo a cobra. – O Takeshi avisa com uma calma impressionante, como se não tivesse falado nada demais. Volto a focar nas incubadoras, mais precisamente na da Emi, e vejo-a realmente mordendo a cobra.

Pego a Emi e tiro-a da incubadora, mas ela não para de morder a cobra, pelo contrário, a cobra fica pendurada pela sua boca e acabou acordando. Acredito que a primeira reação de uma cobra, ao se ver na boca de um humano sendo mordida, deve ser atacar.

- Não se atreva a morder minha filha. – A Gina adverte antes que eu pudesse fazer o mesmo, deve ter tido o mesmo raciocínio que eu. – Mas fica calma, vou te tirar daí.

Enquanto seguro a Emi, a Gina vem na minha direção e, depois de um tempo, consegue fazer a Emi abrir a boca e consegue soltar a cobra dourada. Dá para ver nas escamas douradas as marcas profundas da mordida, olho espantado para o bebê aparentemente inofensivo nos braços, que está com a boca suja de sangue.

- Eu acho que ela está com fome. – Comento para a Gina, que ainda segura com as duas mãos a pequena cobra dourada.

- Sério?! Eu nem tinha percebido. – Ela debocha, olho para o Eiko e confiro que ele está calmo, na verdade parece estar quase pegando no sono novamente. Diferente da Emi, ele não está tentando morder a cobra, só continua abraçado com ela.

- Obrigada. – A pequena cobra agradece, imediatamente todos os olhos se voltam pra ela. – Por que ela me machucou?

Todos nós emudecemos quando a cobra que nunca tínhamos visto antes começa a chorar, e não fazemos ideia de como lidar. Talvez ela esteja chorando de dor, é uma boa ideia cuidar dos ferimentos causados pela Emi nela.

Os olhos dela são vermelhos, parece uma mini cópia feminina do Takeshi, acreditaria facilmente se ele me afirmasse que essa cobra é filha dele, são muito parecidos. Só agora percebo o quão fofa essa cobrinha é, confesso que fiquei em alerta com a presença dela perto da minha filha e não me dei conta de que se trata apenas de uma recém-nascida, assim como a Emi. Não é uma ameaça, serpentes nunca são uma ameaça.

- Ela não fez de propósito, ela é muito pequena pra entender o que faz. – A Gina responde para a cobrinha, que começa a chorar um pouco menos.

- E-Ela não me o-odeia? – Ela funga, parecendo um pouco melhor que antes.

- Não, é claro que ela não te odeia... Ela só está com fome. – A Gina explica novamente, a cobra se estica nas mãos da minha irmã, se aproximando mais de mim e da Emi.

- Então... Posso ficar com ela de novo? – A pequena pede, porém tanto eu quanto a Gina sabemos que isso não é uma boa ideia, por isso nós dois nos afastamos um do outro, mantendo-as separadas.

- Depois que ela comer, você pode ficar perto dela, tudo bem?

- Tá...

- Qual seu nome? – Pergunto para ela, que vira a cabeça na minha direção.

- É... Acho que eu não tenho um nome, mamãe não me deu nenhum. – Ela responde de forma tímida, ela é tão fofa que estou quase perguntando para a Gina se não podemos ficar com ela, uma cobra a mais não vai fazer tanta diferença assim.

- E você conhece ele? – A Gina interroga, apontando para a cobra branca que dorme com o Eiko.

- Sim, é meu irmão. – Ela revela, eu e a Gina nos entreolhamos, e esse cruzamento de olhares depois passa a incluir a Arisu e o Takeshi também, isso está ficando estranho.

- O que vocês estão fazendo aqui? – Dessa vez não é nem a Gina nem eu que pergunto, é a Arisu. Isso não pode ser apenas coincidência e, se realmente não for, o Takeshi e a Arisu deveriam saber explicar o que está acontecendo.

- Eu não sei... – A cobrinha dourada afirma, olhando para a Emi que, diferente do Eiko, não voltou a dormir. Na verdade, a Emi não quer parar quieta, tenho certeza que daqui há pouco ela começará a chorar de tão inquieta que está. – Mamãe disse para ficarmos lá com ela, que não era para sairmos... Nós não queríamos desobedecer a mamãe, ma-mas... Eu queria ficar perto da Emi, eu não sei como eu sabia que ela estava aqui, eu não sabia como chegar aqui, só... Eu só queria ficar perto da Emi.

- E você sabia que ela se chamava Emi?

- Eu... Eu acho que sim.

- Onde está a sua mãe? – Takeshi interroga, quase interrompendo a cobrinha. Ela parece ficar pensativa por uns instantes, com o olhar fixo em nenhum de nós, até que sua cabeça se ergue um pouco e ela sorri.

- Mamãe! – Ela exclama, com os olhos ainda fixos naquele mesmo ponto. Viro minha cabeça, meus olhos quase saltam quando percebo para quem a cobrinha está olhando. Eu não esperava por isso, não esperava mesmo, tanto que nem sei como reagir.

Chiyo não passa de uma criança, a Arisu há teve em torno de um ano apenas, é muito nova. Não consigo entender como essas duas cobras podem ser filhos da Chiyo, ela é só um pouco maior do que seus próprios filhos. E, considerando que se precisa de uma fêmea e de um macho para nascerem filhotes, essa situação se torna ainda mais surreal, a Chiyo é nova e inocente demais para ter acasalado com outra cobra.

- Mãe?! – Eu, Gina, Arisu e Takeshi acabamos por exclamar ao mesmo tempo, a surpresa é tanta que nós demoramos a nos dar conta de um detalhe muito importante... A Chiyo está chorando.

- Não va-vamos fa-falar disso a-agora. – Ela pede em meio aos seus soluços, seu pequeno corpo treme por conta deles. – O To-Toshi, e-ele... E-Ele está ma-mal, e-está sentindo do-dor, está ma-machucado... E-Estou com me-medo do meu i-irmão morrer.

- Do que você está falando Chiyo?! – Arisu exclama, pelas feições da Chiyo eu sei que ela não está exagerando, e isso faz meu coração disparar pela preocupação.

- Me dá aqui a Emi e vai ver o Toshi, encontro vocês assim que terminar de alimentá-la. – A Gina manda, colocando a pequena cobra ferida dentro da incubadora para poder pegar a Emi.

- Mamãe...

- Fica aí, não me de-desobedeça no-novamente. – A Chiyo manda para a cobrinha dourada, que parecia querer descer da incubadora, mas ela acaba voltando para dentro com a ordem da Chiyo.

- Onde está o Toshi? – Questiono, a Chiyo começa a andar e eu, a Arisu e o Takeshi a seguimos.  


Notas Finais


Trechos do próximo capítulo:

- O que é isso?! Como ele ficou desse jeito?!
- Primeiro achei que alguém tinha batido nele... Mas ninguém fez nada com ele Gina, eu vi com meus próprios olhos cortes se abrirem e feridas surgirem do nada no Toshi.
- O Nagisa. É o Nagisa.

- Eu não sei! Mas, se não fizermos nada, o Toshi irá morrer!
- O Toshi só morre se o Nagisa morrer.
- Olha pro Toshi Shiro! Se o Nagisa não estiver morrendo, ele irá morrer em breve com a gravidade dos ferimentos e o Toshi morre junto! Eu vou ir atrás deles.

A palavra de hoje é "Bannerasim"
Kissus!


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