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História A base de mentiras - Problemas para resolver



Notas do Autor


Oiiiii pessoal! Como estão?!

O feriadão já tá acabando :')

Boa leitura!

Capítulo 351 - Problemas para resolver


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - Problemas para resolver

Fuyu

 

- Pensei que demoraria mais para se arrumar. – Comento, parada na porta do quarto do meu irmão, observando-o terminar de abotoar a camisa. Ele fica calado ajeitando a roupa, noto as suas antigas sobre a cama.

- Pode parar de perder seu tempo comigo. – Ele diz, agora diante do espelho de seu quarto, ajeitando a gola da blusa. – Não vou com você.

Pisco, um pouco incrédula com a afirmação do Raiden, às vezes não parecemos ser gêmeos. Dizem que gêmeos se parecem e, tirando a aparência, não temos nada em comum. Posso me divertir com suas atitudes, porém sou sua irmã então, mesmo querendo ver como isso vai acabar, tenho que alertá-lo das possíveis consequências já que, entre nós dois, eu sou a mais madura.

- Tem noção do que está recusando? – Indago, tombando minha cabeça para o lado, analisando-o com curiosidade. – O Kaede é um aliado do papai, não pega bem recusar um convite dele. Papai não vai gostar.

- Não estou com cabeça para lidar com política, avise a papai que não vou. – Ele insiste nisso, solto um suspiro de frustração por ele não ter entendido o que isso significa.

- Deixe-me reformular minha frase. – Afirmo, bem na hora que o Raiden termina de ajeitar a gola e se vira na minha direção, fazendo nossos olhares se cruzarem. – Você pode ser o favorito do papai, mas nem mesmo esse fator te dá carta branca para sair fazendo o que quiser. E você sabe bem disso, principalmente agora que papai está irritado com você, sabe até onde ele é capaz de ir.

- Eu já vou estar longe daqui quando você contar para ele que não irei. – Ele conta, então é por isso que o Raiden trocou de roupa, porque irá para algum lugar que não é a casa do Kaede. Não tinha pensado nisso antes porque o Raiden realmente precisava trocar de roupa, não dava para ficar com a antiga.

- Uma hora você terá que voltar.

- Dane-se, não quero pensar nisso agora, já tenho problemas demais.

- Você é louco Raiden, completamente sem noção. – Afirmo, balançando minha cabeça de um lado ao outro antes de encará-lo novamente. – Afinal de contas, o que te deu para fazer aquilo?

- Eu só perdi a cabeça.

- Você sempre perde a cabeça. – Retruco, o Raiden falou aquilo como se fosse um caso isolado, o que não é. Ele sempre tem surtos, sempre perde a cabeça, sempre faz alguma besteira. – Tem que aprender a se controlar, dessa vez você passou dos limites.

- Eu não passei dos limites! – Ele exclama, elevando a voz para quase um grito. – Vai me dizer que aquela mulher não merecia?! Olha nos meus olhos e diz que você não tem vontade de matá-la!

- Vontade é algo que dá e passa. – Respondo, claro que eu tenho vontade de matá-la. Já a teria matado se fosse tão fácil como Raiden fez parecer, porém eu não sou louca como ele, eu entendo as consequências e não acho que valha a pena pesando os prós e os contras. – Você apontou uma arma na cara da Miya na frente do papai! O que se passava pela sua cabeça para fazer isso?!

- Também vai brigar comigo?! Não preciso de mais uma pessoa fazendo isso.

- Valeu a pena? – Interrogo, depois de ficarmos algum tempo num silêncio desconfortável, sendo que nenhum de nós dois fez menção de sair.

- Teria valido se eu tivesse puxado o gatilho. – Responde, confesso que gostaria muito de ter visto isso, mesmo que o Raiden acabasse se encrencando, eu queria que ele tivesse puxado o gatilho.

- Você não estaria vivo se tivesse puxado o gatilho. – Comento, novamente desviando meu olhar do seu, pois não consigo encará-lo após essa afirmação. – Odeia papai por isso?

- Pelo que?

- Por ele amar mais a Miya do que a nós e... Pelas coisas que ele acaba fazendo por conta disso, tipo o que acabou de fazer com você. – Explico, o Raiden tem mais motivos do que eu para odiá-lo, mas nunca falamos disso. Na verdade, nós raramente conversamos.

- Não, não o odeio e nunca irei odiar, não importa o que ele faça.

- Por que? – Interrogo, ele não me responde e começa a andar, passando por mim e saindo do quarto.

- Porque ele é a única pessoa por perto que nos ama e se importa conosco, não sei você, mas eu não teria ninguém se o odiasse. – Ele responde, parando por um momento de andar, mas logo continua. Suas palavras me atingem com força e eu fico muda por alguns momentos.

- Aonde você vai Raiden?

- Estou indo pro hospital. – Ele responde, se distanciando cada vez mais de mim. – Se o Kaede perguntar algo sobre mim, diga que estou acamado por conta de uma surra que papai me deu, afinal não é uma mentira tão longe da realidade.

- O que irá fazer no hospital? Os machucados estão tão ruins assim? Está... Está doendo muito?

- Não, eu estou bem. Só vou visitá-los e conversar com os médicos para saber como estão. – Explica, óbvio que eu sei sobre quem se refere, todos dessa casa sabem. O Raiden acordou a casa inteira com o acontecido a escrava e ao Naoto, porém ninguém sabe explicar o que aconteceu.

O Raiden atribui o que aconteceu a Miya, mas, sinceramente, não acho que tenha sido ela, ao menos não dessa vez. Também não sei explicar o que aconteceu, a única pessoa que foi pro hospital foi o Raiden e, quando voltou, ele nem teve tempo de explicar o que aconteceu antes que papai lhe desse uma surra por ter apontado uma arma na cara da Miya pouco antes da ambulância chegar.

- Não se arrisque mais por pessoas que não merecem, você teve muita sorte de papai não ter pego pesado.

- Talvez, pra você, eles não mereçam, mas pra mim merecem. E eu passaria novamente por aquela surra se fosse por eles.

 

Hiromi

 

- Eu realmente não tenho como te ajudar se você não me disser o que fez de tão ruim a eles. – Afirmo, não esperava encontrar o Nao novamente em um espaço tão curto e tão tarde, estava quase indo dormir quando o recepcionista do hotel ligou para mim dizendo que tinha alguém lá embaixo que queria falar comigo.

O Nao olha para os lados, ele realmente está hesitando demais para me contar, não acho que deva ser algo tão grave assim. Acho que os filhos dele estão de palhaçada, ou então querem dar uma de que já são adultos e não precisam dos pais, exatamente o que o Nagisa está fazendo tendo sumido e, ainda por cima, tendo sido preso.

- Eu os estuprei e, algumas poucas vezes, bati neles.

- Você o que? – Pergunto, tendo certeza que não escutei direito, até porque ele falou muito baixo.

- Eu os estuprei durante anos. – Ele repete, ainda com a voz baixa, mas dessa vez é impossível eu afirmar que não o ouvi.

- Talvez o problema seja maior do que eu pensei. – Comento, sem saber ao certo como reagir diante dessa confissão, é algo bem inusitado.

- Eu sei, eu não colhi nada além do que eu plantei, não podia esperar uma atitude diferente vinda deles. – Ele diz, porém uma enorme dúvida cresce em mim.

- Por que está me confessando isso? Por que me procurou? – Questiono, não nos víamos e nem nos falávamos há anos. Ele pode ser grato por eu ter lhe livrado da cadeia, mas gratidão não é o mesmo que confiança. – Por que eu?

- Acho que porque queria estar confessando isso para a Izumi, e você é o mais próximo dela que posso chegar. – Ele explica, então ele está falando comigo porque sou irmã da ex-esposa dele.

- Mas eu e Izumi éramos muito diferentes... Como você acha que ela reagiria?

- Izumi sempre foi uma mulher muito calma, mas acho que diante disso... Tenho certeza que ela perderia a cabeça. – Comenta, mas existem vários níveis de perder a cabeça, e eu tenho certeza que eu e Izumi perdíamos a cabeça de modos bem diferentes.

- Perderia a cabeça como?

- Talvez me desse um tapa. – Conto, não perco tempo e faço isso, dou um tapa na cara do Nao sem me incomodar dos olhares que atraímos dos outros hospedes que vieram jantar no restaurante do hotel, eles não tem nada a ver com nossa vida.

- Desse jeito? – Pergunto, ele me encara cético por alguns momentos, com uma de suas mãos sobre o local em que bati. Em seguida, ele começa a rir, fico alguns segundos sem entender do que ri, porém acabo rindo junto quando percebo o quão hilário e sem sentido foi esse tapa.

- Não precisa agir como a Izumi, apesar desse tapa ter sido bem merecido, quero que aja como você mesma. – Ele afirma, cessando suas risadas, começo a pensar em como eu reajo diante de uma confissão dessas.

- Acho que você precisa conversar com eles.

- Acha que eu não tentei? Eles morrem de medo de mim Hiromi, se fosse só raiva... Mas não é raiva, é mais medo do que raiva. – Ele revela, aí a situação fica realmente complicada, eles nunca vão poder tentar superar o passado se não conversarem.

- Você precisa de um intermediário, alguém que convença eles a falar com você. – Afirmo, ele por conta própria não vai conseguir falar com os filhos, até porque a iniciativa tem que partir dos filhos, não dele. – Por que não tenta conversar com algum amigo dos seus filhos? Talvez, se você falar com um amigo bem próximo deles, ele pode acabar passando a mensagem.

- E você acha que eu conheço algum amigo de meus filhos? Eu nem mesmo consigo me lembrar quantos anos eles tem. – Ele diz e eu demoro a acreditar que fala sério, eu nunca esqueceria a idade do Nagisa.

- Então... O que você sabe sobre seus filhos?

- Eu sei... Eu sei que a Gina estava grávida e agora eu sou avô, eu sei que eles tão metidos de alguma forma no mundo do crime, eu sei que eles armaram pra cima de mim para que eu fosse preso... Eu sei que eles cuidam de uma menina cadeirante como se fosse filha deles, possuem um estranho gosto por cobras e até tem duas de estimação. E... Eu sei que ambos têm problemas psicológicos causados por traumas que, em sua maioria, são minha culpa.

- Talvez vocês devessem fazer uma terapia em família. – Sugiro, pois é um ótimo jeito dele falar com os filhos e mostrar que está arrependido, assim como meus sobrinhos poderão expressar como se sentem em relação a tudo sob a supervisão de uma pessoa estudada que entende do assunto.

- Impossível, envolveria um psicólogo, a Gina não confia em médicos, enfermeiros, psicólogos nem psiquiatras. Ela não iria nem obrigada.

- Por que?

- Já disse, traumas, e a culpa é minha. – Ele responde, posso ter encontrado seu filho poucas vezes, mas a Gina sempre vai lá pra casa e ela nunca me pareceu essa garota traumatizada que ele está descrevendo.

- Talvez... Talvez pudesse lhes dar um presente com uma carta? – Dou outra sugestão, realmente sem saber bem como resolver uma situação desse nível. – Sabe do que eles gostam?

- É capaz deles jogarem fora qualquer coisa que eu der para eles.

- Mas não custa nada tentar. – Incentivo, porque não tenho nenhuma outra ideia, a situação dele é bastante complicada.

- Hiromi... Eu poderia dormir aqui? – Ele pede de repente, me surpreendendo com o pedido inusitado. – É que meus filhos estão lá em casa, e eles surtaram quando eu entrei... Não quero deixá-los naquele estado novamente, mas eu também não tenho para onde ir. Posso ficar aqui?

- Acho que o hotel não vai encrencar... – Penso em voz alta, imaginando como ficaria a arrumação do quarto com ele lá. – Eu posso forrar o chão com os cobertores do hotel, aí o Ayato dorme no chão forrado, a Ayame vai pra cama do Ayato que é pequena demais pra você e você dorme na cama de casal comigo.

- Não, não precisa incomodar as crianças, deixa que eu durmo no chão. – Ele fala, com tanta convicção que nem questiono, até porque os três já estão dormindo e eu teria que acordá-los para fazer essa troca.

- Tudo bem, então você pode dormir no chão do meu quarto.

- Obrigado Hiromi.


Notas Finais


Trechos do próximo capítulo:

- O corte fechou completamente, por isso você acordou... Ainda bem.
“Como eu vim parar aqui?”
- Você mesma ligou pro Karma e mandou-o chamar uma ambulância.

“Eu sei cuidar de mim mesma, não preciso que ninguém lute por mim. E você está louco se acha que estou pior do que o Nagisa e o Aoi, já disse que estou bem, mas não posso dizer o mesmo sobre eles.”
- O Nagisa e o Aoi estão com fraturas, queimaduras, hematomas, sangramentos, hemorragias... Mas os médicos não disseram para mim que eles estavam mortos quando chegaram aqui.
“E por acaso eu tenho cara de morta pra você?”

A palavra de hoje é "Tacrobaque"
Kissus!


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