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História A base de mentiras - Brinquedo quebrado - Parte um



Notas do Autor


Olá pessoal! Como vão?!

Quase que não consigo escrever esse capítulo há tempo :')

Boa leitura!

Capítulo 358 - Brinquedo quebrado - Parte um


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - Brinquedo quebrado - Parte um

Gina

 

Flashback on:

 

- Voltou rápido – Arisu comenta assim que entro no quarto, não estava esperando encontrá-la aqui. – Não estava com esse anel quando saiu.

Olho para minha mão, onde está o anel que acabei de pôr, mas já irei tirá-lo e guardá-lo. A Arisu está desconfiada hoje, porque precisa de muita atenção para notar um anel na minha mão que antes não estava comigo, um anel que ela nunca viu nas minhas coisas por eu tê-lo ganhado hoje.

- Imprevisto. – Afirmo, para ser sincera preferia que a Arisu não estivesse aqui, não quero conversar e nem explicar o que aconteceu.

- Outro pedido de casamento? – Ela chuta e eu confirmo, abrindo a primeira gaveta da minha mesa de cabeceira e tirando de lá de dentro uma caixa de joias, destinada somente a esse tipo de anel. Retiro o anel do meu dedo e o guardo ali dentro. – Esse pessoal com que você se envolve é tão sem noção, o que eles têm na cabeça para pedir uma menina de treze anos em casamento?!

- Já tiveram pedidos piores, pelo menos nossa diferença de idade não é tão grande e eu já sou uma adolescente. – Informo, guardando a caixa de volta na gaveta e fechando-a.

- Ainda continuo achando sem noção... Isso pelo menos explica essa sua cara.

- Que cara? – Interrogo, sem entender esse seu comentário final, não tem nada de errado com a minha cara.

- Acredito que recusar um pedido de casamento não seja algo agradável de se fazer, por isso você está com essa cara. – Ela responde, talvez eu saiba de que cara ela esteja falando, mas a Arisu errou o motivo.

- Na verdade não, eu não me incomodo de negar pedidos de casamentos, já estou acostumada. – Falo, geralmente eu até gosto, hoje foi a exceção pois eu estava animada para me divertir e esse pedido acabou arruinando meus planos. – Viu o Shiro?

- Ele saiu. – Ela conta, arruinando minha segunda opção, então terei que partir para a terceira.

- Vou para a boate, voltarei só amanhã. – Aviso, não preciso nem trocar de roupa, já estou com uma suficientemente provocante e condizente com o lugar que pretendo ir.

- Não, você não vai sair, não sem me dizer qual é o problema. – Arisu diz, pouco antes que eu pudesse sair do quarto. Eu realmente não quero discutir, só quero sair daqui e me divertir, esquecer desse pedido e parar de pensar. – Eu te conheço, tem alguma coisa errada com você.

- Eu gosto de recusar de pedidos de casamentos, mas eu não gosto de ser pedida em casamento. – Informo, me voltando para ela e fechando a porta do quarto, foi só dizer essas palavras que minha vontade de sair sumiu completamente. – Eu não gosto de ouvir aquelas palavras.

- Que palavras?

- Quero acordar todo dia e poder olhar pro seu lindo rosto. Quero ser a única pessoa a tocar seu corpo. E existem até os mais ousados que dizem que querem transar pelo resto de suas vidas comigo. – Recito as mesmas coisas que dizem, eles sempre falam as mesmas coisas com palavras diferentes, mas no final sempre significam uma dessas três coisas. Não existiu ninguém que tenha dito algo diferente quando me pediu em casamento. – Eu juro que aceito o primeiro pedido de casamento onde não digam nada disso para mim, posso odiar a pessoa, mas eu juro que aceito se me disser algo diferente disso tudo.

- O que tem de errado com essas frases? São... Românticas. – Arisu diz, parecendo realmente confusa, apenas nego e sorriso. Ando até a cama e me sento sobre ela, tirando meus pés do chão e fazendo a saia preta do vestido se espalhar pela cama.

- Eu sou bonita, muito bonita, sou gostosa e tenho um corpo de dar inveja em qualquer um. – Afirmo, não estou exagerando, todo mundo me diz isso, apenas isso. – Essas frases me provam o que eu já sei, eles amam meu corpo. Elas simplesmente me provam que o amor não existe.

Me calo, depois de perceber que exagerei, que acabei falando até mesmo o que não devia falar. Nada do que eu falei é mentira, porém são coisas que eu gostaria de guardar pra mim, mas as interrogações da Arisu, logo após um pedido de casamento que trouxe tudo isso a tona novamente, me fez botar pra fora.

- Você acabou de dizer que não acredita no amor?

- Não, não é isso. – Nego, acabei falando de uma forma errada, não era bem aquilo que eu queria dizer. – Eu acredito no amor, claro que acredito, mas... Não comigo.

- Você acha que nunca vai se apaixonar?

- Sim, não, não é isso... O que quero dizer é que ninguém nunca irá me amar, a única coisa que as pessoas amam em mim é meu corpo. – Explico, fechando meus olhos para continuar falando, existem certas coisas que não há como serem ditas quando se enxerga que não está sozinho. – E eu não os culpo, afinal, ninguém ama algo quebrado.

- Você não está quebrada. – Ela se apressa em refutar a minha afirmação, afinal essa é a missão divina dela, cuidar de mim. Acho que ela ainda não se deu conta que, quando eu disse que ninguém me ama e nem será capaz de amar, isso também incluiu ela. É difícil pronunciar esse fato em voz alta, mas a Arisu está comigo porque é obrigação dela estar, é obrigação dela servir a sua princesa. – Céus Gina, nunc a pensei que achasse isso de si mes...

- Eu não estou quebrada?! Sim, eu estou quebrada, eu sou um brinquedo quebrado. – Conto, e essas palavras me machucam, mas é melhor utilizá-las como facadas contra mim do que esperar que elas me envenenem lentamente por dentro pelo fato deu ter guardado tudo isso somente para mim. – Eu não funciono, estou quebrada por dentro, mas continuo linda por fora. As pessoas se aproximam de mim, alguns já sabendo que estou quebrada e outros não. Eles encontram outra utilidade para mim, brincam da forma errada porque eu não funciono mais. Eles não se importam em saber como eu quebrei, eles não se importam em tentar me consertar e nunca param para se perguntar se eu não gostaria de brincar de outra coisa. E, se eu for na deles, um dia irão me abandonar porque enjoarão de mim ou porque minha aparência mudará com o tempo.

- Não diga isso, não se rebaixe e não se compare a um brinquedo quebrado. Porque você não é nenhuma das duas coisas, não é nem um brinquedo e nem está quebrada, é uma pessoa inteira como qualquer outra. E você tem as mesmas chances de ser amada que qualquer outra pessoa tem.

- Então por que a pessoa que deveria me amar nunca me amou? Se meu próprio pai nunca me amou, se ele próprio me via apenas como um brinquedo e foi o responsável por me quebrar, como posso esperar que alguém me ame? – Interrogo, abrindo meus olhos e encarando os olhos da Arisu, desafiando-a a me responder. – E brinquedos não amam, principalmente os quebrados, portanto eu também nunca vou conseguir amar ninguém. Isso até é bom, pelo menos tenho a certeza que nunca vou me render a uma pessoa que só quer brincar comigo.

- Não seja fria. Encontrar um amor, sua própria alma gêmea, é algo indescritível. – Ela diz, quase suspirando, deve ser muito fácil uma pessoa que já encontrou sua alma gêmea falar isso. – A capacidade de amar é algo que ninguém pode tirar de você.

- Ninguém tirou de mim a capacidade de amar, eu simplesmente não sei o que é amor e o que é amar. Brinquedos não amam, brinquedos brincam. E é exatamente isso que eu gosto de fazer, brincar com as minhas regras, porque eu gosto da sensação de controle. – Afirmo, não é apenas gostar, eu sinto uma necessidade sufocante de sempre estar no controle. Se eu perder o controle, as coisas acabarão ruins e eu terei que brincar como os outros querem, não como eu quero. – E quando eles me pedem em casamento, com aquelas palavras... Sinto como se eu fosse a usada esse tempo todo, sinto que perdi o controle da situação.

- Talvez você realmente não saiba como é ser amada como uma mulher... Mas dizer que não sabe como é ser amada é uma calúnia, se esqueceu do Shiro? – Arisu questiona e eu travo, não queria que ela o trouxesse para essa discussão, não o Shiro. – Ele te ama, e não é pouco.

- O Shiro... – Começo a falar, porém minha voz some e eu enfim derramo as lágrimas que estava prendendo para derramar somente quando essa discussão acabasse e eu fosse para longe da Arisu. Mas apenas pensar em onde o Shiro se encaixa nesse assunto já me deixa sufocada, falar então só torna muito pior. – O Shiro não é como os outros... Mas também não é tão diferente, ele não me ama.

- Claro que ama, nunca o vi tratar ninguém como lhe trata.

- Não somos irmãos de sangue. – Sussurro, sem conseguir me lembrar se a Arisu já sabia disso ou não. – Meus pais resolveram criá-lo depois dos seus pais biológicos terem se recusado a ficar com ele... Eu não sou a irmãzinha dele de verdade, ele só me trata dessa forma por conveniência, não por amor.

- Conveniência? – Ela repete e, com dificuldades, eu confirmo. 

- Ele tem medo de ficar sozinho, assim como eu também tenho. Com nossa mãe morta e as coisas que papai fez... Eu sou o mais próximo de uma família que ele tem. – Respondo, tentando limpar as lágrimas que não param de cair, já que contê-las se tornou algo impossível. – No passado, ele deve ter cuidado de mim porque se sentiria culpado caso não fizesse e, agora, ele só está ao meu lado por conveniência. É impossível ele amar uma irmã mais nova como eu, nem pra isso eu sirvo. Ele só cuida de mim por medo de ficar sozinho, de não ter ninguém ao seu lado.

- Se você realmente acreditasse nisso, por que vive falando para o Shiro que ele não deve se apaixonar por você?

- Porque ele estar comigo por conveniência é melhor do que estar por interesse no meu corpo. – Falo, quando digo que o Shiro nunca deve se apaixonar por mim, não digo no sentido normal da palavra. Não quero que ele se encante pelo meu corpo e também o queira somente para si, eu realmente desabaria caso ele fizesse isso. – Caso ele se torne como os outros... Ele acabaria me pedindo em casamento, eu recusaria e o perderia. Se ele continuar comigo por conveniência... Eu só o perderia caso a mãe dele ou o pai biológico aparecessem e dissessem estar arrependidos, aí ele ia viver feliz pra sempre com seus pais biológicos, talvez até com uma irmã mais nova de sangue, e iria se esquecer de mim. Mas, por sorte, isso é praticamente impossível de acontecer.

- O Shiro nunca te abandonaria Gina, você é a pessoa mais preciosa na vida dele.

- Sa-Sai Arisu. – Peço, chegando ao meu limite, não consigo falar mais nenhuma palavra sobre isso. – SA-SAI DAQUI!

Ela poderia insistir, mas por sorte me obedece e sai, me deixando sozinha. Me jogo para trás, caindo deitada na cama. Pego um travesseiro e o coloco sobre meu rosto, abafando tanto meu choro quanto meus soluços.

 

Flashback off:

 

A voz daquela mulher, a mãe do Shiro, continua saindo pelo celular. Mas dessa vez eu não escuto o que ela diz, não entendo nada. E é isso que me incita a pegar o celular e tacá-lo no chão, não hesito e piso sobre o celular. Não sei quantas vezes eu faço isso, mas atinjo o celular com meu salto até que não escuto mais a voz daquela mulher, até que o celular esteja reduzido a pedaços.

Tiro os olhos do celular e percebo que as duas pessoas nessa mesa me encaram, aparentemente chocados. Levanto-me e apoio minhas mãos na mesa, tentando controlar o tremor em todo meu corpo, principalmente em minhas pernas.

- Eu vou no banheiro. – Falo com uma calma que nem sei de onde veio, não espero nenhuma resposta e ando apressada em busca do banheiro. Cada passo sinto como se minhas pernas fossem ceder, e isso acontece quando entro no banheiro feminino, porém consigo me apoiar no mármore da pia antes que caísse.

Me encaro pelo espelho, minha vontade é socá-lo pelo simples fato do que vejo refletido ali. Eu nunca consigo ser a garota forte perto do meu pai, a garota que lida com o peso de uma máfia nas costas e já dormiu com mais de cinco homens na mesma noite, eu sempre sou a garota frágil e assustada perto dele. E eu odeio isso, porque esse é o único momento no qual preciso ser forte, e é exatamente nesse momento que eu desmorono.

CONTINUA...


Notas Finais


Notas finais por Fudanshi_Capri:

Karma: Se vc está feliz bata palmas! *canta a musiquinha feliz*

Kayano: *Bate palmas*

Akiko: *Bate palmas*

Karma: Se vc está feliz bata palmas! *canta a musiquinha feliz*

Kayano: *Bate palmas*

Akiko: *Bate palmas*

Karma: Se vc está contente e quer mostrar pra todo mundo que vc está feliz me dê dinheiro. *canta musiquinha feliz*

Kayano: *Pega carteira*

Akiko: *Checa os bolsos*

Nagisa: *Entra e vê a cena*

Nagisa: -_-

Nagisa: Não me diga que vc está enganando, de novo, as pessoas com o truque da musiquinha feliz?

Karma: Eu não estou enganando as pessoas com o truque da musiquinha feliz. *Tenta mentir*

Kayano: '-'

Akiko: '-'

Karma: *Sai correndo pela sua vida*

A palavra de hoje é "Domamuni"
Kissus!


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