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História A base de mentiras - Menta



Notas do Autor


Oiiiii galeraaaaaaaaaa! Como vão?!

Amanhã já é segunda,,, O final de semana passou rápido :')

Boa leitura!

Capítulo 375 - Menta


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - Menta

Gina

 

Eros, é a primeira vez que escuto falar desse nome. Mas, já que meu cérebro é louco, a imagem de um garoto colocando uma rosa em meu cabelo me vem a mente de repente. Não sei como se chama esse garoto, eu só o vi uma vez.

- Você mesmo admitiu ser uma alucinação, como pode ter um passado?

- Sim, eu não existo, mas não sou o que você pensa. – Ele responde, uma das perguntas que eu tentei trancar dentro de uma caixa na minha cabeça se solta. Não entendo porque ele tem essa aparência, minhas alucinações geralmente são de mim pequena, meu pai ou pessoas sem rostos. – Você vai me escutar se eu continuar falando?

Hesito em responder, tento arranjar algum espaço em minha mente para pensar. Se eu não o ouvir, ele não irá embora, será uma situação da qual não posso fugir já que ele está na minha mente e, não importa aonde eu vá, ele irá junto. Minha outra alternativa é sair correndo daqui e tentar ignorá-lo, sair correndo debaixo do sol e ganhar mais queimaduras.

- Vou. – Lhe respondo, mas eu estou cansada de ficar em pé, cansada de tudo. Me abaixo e sento no chão, encostando minhas costas na parede.

- Minha mãe morreu e meu pai me abandonou quando eu era pequeno, muito pequeno. Uma família me acolheu, acho que cuidavam bem de mim... Mas os dias passavam e eu me sentia cada vez pior, eu ficava pior. Nenhum médico sabia o que eu tinha, eu também não sabia o que eu tinha, mas eu sentia que estava morrendo. – Ele volta a contar, também se sentando no chão, na minha frente. Antes de voltar a falar, ele morde o lábio, seus dentes são um pouco pontudos. – Esse casal tinha um filho, meu irmão mais velho, ele ficava o dia inteiro comigo no quarto quando eu não conseguia nem mais me levantar da cama. E um dia, quando eu estava chorando, ele falou que ia me levar para brincar fora de casa. A única coisa que eu conseguia fazer era ficar sentado no chão, mas ele ficava correndo de um lado ao outro tentando me animar... Até que ele caiu, ralou o joelho e começou a sangrar. Eu o devorei e, quando me dei conta do que tinha feito, comecei a chorar. Quando os pais dele chegaram... Tentaram me matar, e eu acabei devorando-os também.

 - Você... É um demônio? – Interrogo, sem conseguir deixar de me surpreender. Pelo visto, minha mente consegue ser mais louca do que eu.

- Sou e, como pode ver, eu também já tive meu momento de descontrole. – Ele afirma, me fazendo entender o propósito disso. Mas ele está errado, isso não está certo.

- Você era uma criança que não sabia o que estava fazendo, que não sabia que era um demônio e estava faminto. – Digo, são situações completamente diferentes, o dele foi uma fatalidade inevitável. Eu não sou uma criança e tenho ciência do que sou, eu não podia ter feito aquilo. – Não tem desculpas para o que eu fiz.

- Pode não acreditar em mim, mas não deveria estar se culpando tanto.

- EU MATEI DEZ PESSOAS A SANGUE FRIO E ESTÁ ME DIZENDO QUE EU NÃO DEVERIA ME SENTIR CULPADA?! – Grito, perdendo a minha cabeça, não aguento mais. – DEZ PESSOAS! EU OS DEVOREI VIVOS! EU OS DESMEMBREI E A-ARRANQUEI SEUS CORAÇÕES! E-ELES GRITARAM, TI-TINHA MUITO SA-SANGUE...

- Ei, calma. –Ele pede, me interrompendo. Começo a arfar, acho que estou com falta de ar. – A primeira morte é difícil, é assustador ser tacado nesse mundo de uma hora para outra... Mas me escuta, a culpa não foi sua. Se quiser culpar alguém, culpe a pessoa que te transformou num demônio sem explicar minuciosamente o que significa ser um demônio.

Eu sou uma assassina, eu não me importo com sangue, eu mato e eu torturo. Mas foi diferente, não foi a mesma coisa. Eu não os matei com uma arma, eu os matei usando meus dentes e minhas unhas. Nunca me incomodei com gritos, o grito de pessoas culpadas, as quais eu tinha verdadeiro prazer em fazê-las pagar. Eles eram inocentes, até onde eu sei, eram todos inocentes.

Eu não consigo parar de ouvir os gritos, eu não consigo parar de ouvir o som dos ossos se quebrando. O que eu fiz não foi matar pessoas, foi pior do que isso, eu as devorei vivas sem um pingo de consideração. Eu arranquei seus corações de dentro do peito, quebrei e arranquei seus braços para comê-los. Era tanto sangue e eu não conseguia parar, eu... Eu estava gostando e quando eu lembro... Eu não consigo sentir repulsa. Eu lembro disso e fico com água na boca, isso me assusta.

Pior do que saber o que eu fiz, é saber que eu vou fazer de novo. Ontem foram com desconhecidos, mas amanhã pode não ser. Eu nunca perdi o controle de tal forma, eu nunca fiz nada que chegasse perto daquilo. Eu devorei pessoas a sangue frio, pessoas inocentes, e é como se cada centímetro da minha mente fizesse questão de não me deixar esquecer. Pior, é como se cada centímetro do meu corpo pedisse para eu repetir a noite passada.

- Você já amamentou seus filhos? – Ele me trás de volta a realidade com essa pergunta, tirando-me da minha própria mente. Não poderia ignorar a menção da Emi e do Eiko, na minha lista de preocupações e tormentos eles estão em terceiro lugar.

- Você pode ser minha alucinação, mas eu não te dei intimidade suficiente para me fazer esse tipo de pergunta. – Respondo de forma grosseira, é meu jeito de me defender, de afastar as pessoas de mim.

- Quando meu pai me levou para morar com ele, eu fiquei impressionado quando vi pela primeira vez uma das mulheres do meu pai grávida. Ela tomava muito sangue, mais do que meu pai. Mas uma mulher grávida não toma nem perto da quantidade de sangue que um demônio toma quando está amamentando. – Ele comenta e, se eu fosse capaz, eu me desligaria e pararia de ouvir. – Tomava o triplo de sangue, talvez até mais, do que uma mulher grávida, isso amamentando só um bebê. Gêmeos nunca foi comum entre demônios, eram raros o caso de gêmeos, por isso eu não imagino o quanto de fome você está sentindo.

Eu não respondi a pergunta dele, mas sim, eu já os amamentei mais de uma vez. Talvez, dessa vez, minha mente até não esteja me assombrando. Ela quer me convencer de que eu não tive culpa, que eu não sou um monstro. Só que não é assim, ela não vai me convencer dessa forma, a única coisa que ela está fazendo é me atormentando por não me deixar esquecer. Ela quer que eu enfrente de frente o que aconteceu na noite passada, mas eu só quero fugir.

- A culpa não é dos meus filhos.

- Eu não disse que era, eu estou tentando te mostrar que essa é a ordem natural das coisas. Quanto mais você tentar resistir, mais controle você irá perder. E, sem controle, você irá matar das formas mais animalescas possíveis. – Ele afirma num tom de voz duro, parecido com o meu. – Quando sentir fome, pega uma faca e corte o pescoço de quem você quiser. Uma morte rápida e controlada, onde você está no comando.

- NÃO É TÃO FÁCIL! – Berro, as pessoas cismam em simplificar em palavras coisas que elas não vivem. É muito mais que palavras, memórias ou ações, é minha sanidade, é minha vida. – NADA É FÁCIL! NÃO É FÁCIL ACORDAR, NÃO É FÁCIL ANDAR, NÃO É FÁCIL FALAR! VIVER NESSE MUNDO NÃO É FÁCIL!

Me calo e fico encarando-o, num pedido mudo para que pare de tentar justificar, simplificar as coisas. Eu matei dez pessoas inocentes ontem à noite, sem nenhum motivo, só perdi o controle e os devorei. E eu quero que isso não seja normal, que tenha sido apenas um lapso momentâneo, porque eu não quero passar por isso de novo.

Ele se levanta sem dizer nada, fecho os olhos e suspiro ao pensar que dele terei paz. Agora só preciso me recompor e achar alguma coisa pra fazer, minha mente quando fica vazia se torna um cinema horripilante que consegue me derrubar. É engraçado pensar que meu ponto fraco sou eu mesma, ninguém consegue me deixar nesse estado além de mim mesma.

- Não vou gritar com você, infelizmente sei como se sente, já fiz quase tudo ao meu alcance. – Ele volta a falar, logo agora que pensei que tinha desaparecido de vez. – Mas tinha algo que fazia eu me sentir melhor, acho que talvez isso te ajude também.

Fico esperando, já que não tenho outra alternativa, para ouvir o que ele quer. Mas ele não fala mais nada, me levando a abrir os olhos por curiosidade e vê-lo, com uma mão estendida para mim.

- Que tal uma dança, my lady? – Ele pergunta, me surpreendendo, até que não é uma má ideia. Dançar é algo que realmente me distraí, é uma atividade que consegue te levar pra outra realidade.

- Não tem música. – Digo, nunca dancei sem música, não entendo porque ele começa a sorrir quando eu digo isso.

- Vocês são um pouco parecidos, ele também sempre dizia isso. – Ele comenta, deixando-me completamente confusa, não faço ideia de quem fala. – Como eu dizia pra ele, não precisa ter música para dançar.

 

Yuu

 

Catherine traía o marido com Damián. Os filhos contaram ao pai sobre a traição e ele nunca acreditou nos filhos, chamando-os de mentirosos. E Damián estuprou algum deles. Definitivamente, essa história tomou um rumo muito interessante.

- Se o pai de vocês tivesse acreditado no que vocês contaram, sabe o que ele teria feito comigo?! – Catherine interroga, parece que, momentaneamente, todos eles se esqueceram da minha presença e da de Jezebel. Acho que se esqueceram até que estão mortos, separados pelo céu e pelo inferno.

- Teria batido em você da mesma forma que ele batia em nós. – Um dos anjinhos responde, adicionando mais uma informação para a minha lista, o pai era uma pessoa violenta e batia neles. Estou quase ficando com pena, mas esse sentimento some quando me lembro que são anjos, digamos que eu odeio anjos. - Teria sido merecido.

Acho que nunca vi um anjo falando desse jeito, me surpreende ainda não terem parado no inferno e serem anjos inquisidores, eles devem esconder muito bem as emoções quando estão no céu. Eu, no lugar deles, já teria perdido a cabeça há muito tempo.

- No céu não ensinam respeito não?! Eu sou a mãe de vocês, olha como falam comigo. – Catherine diz, e eu quase rio de sua fala porque, visto o cenário, ela não tem mais nenhuma autoridade sobre eles.

- Santos Deuses, você me tacou pela janela do segundo andar, como pode se considerar uma mãe depois disso?!

Silêncio, é exatamente assim que o porão fica após essa pergunta, um silêncio total. Tento organizar os fatos na minha mente, com a nova informação sobre os amantes Catherine e Damián e o fato dela ter jogado um dos filhos pela janela. Mas acho estranha essa história da Catherine e do Damián terem sido amantes.

Até onde eu entendi, Damián foi morar na casa deles assim que Catherine voltou para a casa. Ou seja, o relacionamento deles deve ter começado antes da Catherine se acertar com o ex-marido. Ela deve ter voltado com o ex por conta de dinheiro, ele devia ser rico, e ela não quis abrir mão do amante, portanto uniu o útil ao agradável.

Catherine devia viver com o Damián, então moravam ela, ele e Nina. Uma Nina mencionou não ter pai, enquanto a outra me disse que não conhecia o pai, mas tinha um padrasto ao qual ela amava. Até os seis anos, se ele não tiver abusado dela, Nina deveria considerar Damián como seu pai. Então, o que aquela personalidade me disse era verdade, até um certo ponto era verdade.

- Você e Catherine tiveram um bebê? – Pergunto, momentaneamente me esquecendo de quem Damián é, foco somente no que uma das Ninas me contou.  Nina surtou quando falei dos irmãos, disse ter um meio-irmão que, aparentemente, ela odiava.

- Eu te conheço? – A pergunta de Damián tira todo o foco que eu tinha conseguido, não é possível ele estar me reconhecendo. – Eu conheço Jezebel e você está com ela, isso significa que eu já te vi antes?

- Espera, você é o Damián Menta? – Jezebel questiona, ela só pode estar contra mim após ter dito uma coisa dessas. – Caramba, não sei como não te reconheci antes.

- Caramba digo eu, parece que o apelido que o Yuu me deu virou meu novo nome. – Ele comenta, pelo visto lembra de mim, a parte boa é que, definitivamente, o Damián não me reconheceu. – Falando nele, onde foi parar o baixinho?

- Eu não sou baixinho! – Exclamo, diante da sua usual provocação, só depois de falar é que percebo o que eu disse.

- Brilhante Yuu. – Jezebel diz, revirando os olhos, eu realmente fiz uma burrada digna de receber um tapa. Eu aqui, torcendo para ele não me reconhecer, e entrego de bandeja minha identidade na primeira oportunidade.

- Yuu? – Ele interroga, me encarando, com um sorriso malicioso estampado no rosto. Assim como antes, Damián é rápido, não tenho chance de reagir antes que ele me beije.


Notas Finais


Notas finais feitas por Fudanshi_Capri:

Akari: *Rouba várias flechas do cupido*

Akari: *Aponta de olhos fechados em direção ao Japão*

Akari: Hora da confusão.

Fudanshi_capri: E foi assim que os relacionamentos de A base de mentiras foram criados.

Kallinie_eletra: Viram só? É tudo culpa da Akari! :')

A palavra de hoje é "Enmijupomo"


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