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História A base de mentiras - Namoro



Notas do Autor


Oii genteeee!
Estamos com mais um caaaap!
Para diferenciar um pouco, hoje vou contar uma historinha.
A batata saiu voando pela loja que vende mostarda e quando a batata foi pro shopping, virou um canguru por causa da janela que estava em cima de uma mesa.

Capítulo 62 - Namoro


Fanfic / Fanfiction A base de mentiras - Namoro

Nagisa

 

Desperto, espreguiçando cada parte do meu corpo. Meus olhos se acostumam a parca iluminação do ambiente, que não é forte o bastante para ferir meus olhos. O quarto entra em foco, me sento na mesma hora, tentando entender como eu vim parar no quarto do Karma. Olho todo o quarto, estranhando as pequenas velas aromáticas acessas no chão, a única iluminação no quarto. Meu olhar se detém num pequeno buquê de flores, cada uma de uma espécie diferente, mas todas seguem um padrão de cor, metade é azul e a outra é vermelha. Pego o buquê, quando o levanto vejo um pequeno bilhete embaixo dele, apoio as flores sobre a cama e começo a ler a cartinha.

 

Bilhete on:

 

Sinto muito pelo que aconteceu, mas eu não mereço uma segunda chance?

Não precisa responder agora, só venha para a cobertura.

P.S: Não acenda nenhuma luz.

 

Bilhete off:

 

Apesar de não ter remetente um bilhete desses só pode vir do Karma. Levanto, largando o buquê e o bilhete sobre a cama. Abro a porta e saio do quarto, querendo ir embora o mais rápido possível. Me detenho no corredor, encaro o mesmo, sem acreditar no que vejo.  Novamente encontro várias velas, elas estão em duas filas, uma do lado direito do corredor e as outras do esquerdo. Nas paredes, penduradas com algo que eu não sei, estão fotos, mas muitas fotos. Começo a andar naquela direção, vendo as mais diversas fotos minhas. Em algumas eu estou sozinho, em outras estou com o Karma e tem até com a Kay e a Akiko. A primeira foto foi tirada no meu último dia da aula de luta, onde o Karma tirou uma foto de nós dois juntos. As fotos, e as velas, terminam quando chego numa porta ao fim do corredor, a porta que vai dar pro terraço. Pouso a mão sobre a maçaneta, em dúvida se devo ou não subir. Olho para trás, para o corredor que mais parece um túnel do tempo. Não sei se vou conseguir perdoá-lo pelo que vi, mas, se ele fez tudo isso para mim, eu tenho que, pelo menos, ouvi-lo.

 

# Quebra de tempo #

 

Assim que abro a porta do terraço me deparo com outra trilha de velas, que me guiam até uma mesa posta no meio da cobertura. Vou até lá, percebendo que as velas postas ao redor da mesa não seguem o mesmo padrão. Rodo a mesa, tentando descobrir qual desenho as velas formam.

- É um coração. – Fala uma voz atrás de mim, me dando um baita susto. Me viro encontrado o Karma um pouco distante, escondido na escuridão. Ele vêm até mim e se senta na mesa, apontando a outra cadeira para mim.

- Foi você que fez tudo isso sozinho? – Pergunto, me sentando na cadeira à sua frente.

- Na verdade não, tive uma grande ajuda da Kayano. – Ele conta, trazendo a sua cadeira para mais perto da mesa.

- Claro que ela ajudou, senão você não saberia qual é a minha comida favorita. – Digo, vendo que o prato, que está com um cheiro maravilhoso, é o meu preferido.

- Isso realmente foi ela, as velas também foram ideia dela. – Ele explica, lançando um olhar estranho para as velas ao nosso redor.

- E as fotos? – Questiono, lembrando da quantidade imensa de fotos na parede, a maioria eu nem lembrava de ter tirado.

- Ideia minha, mas algumas fotos eu peguei com a Kayano. – Fala, começando a comer. Faço o mesmo, mas me sinto incomodado.

- Vamos continuar fingindo que não aconteceu nada? – Falo, pousando os talheres sobre o meu prato. Karma faz o mesmo, finalmente me encarando.

- Está disposta a me ouvir? – Ele pergunta, paro para pensar por um momento.

- Sim. – Respondo, não estou mais com a mesma raiva de quando vi o Karma e a Kamiko quase se beijando.

 

# Quebra de tempo #

 

- Foi isso que aconteceu. – Ele diz, ao final da explicação. Não deveria acreditar, mas eu acredito nele, acredito na sua palavra.

- Eu acredito em você. – Respondo, nós dois voltamos a comer.

- Sabe dançar? – Ele pergunta, sem motivo algum.

- Por que está perguntando?

- Só quero saber mais sobre você. – Ele diz, dando de ombros.

- Sei, depois que sai da aula de luta eu comecei a fazer balé. – Conto, ele ergue uma de suas sobrancelhas.

- Balé? Nunca imaginei que gostasse de balé. – Ele responde, parece que ele me conhece mais do que eu tinha pensado.

- E não gosto, só fiz por causa da minha mãe.  – Digo, dando uma garfada na comida.

- Onde você fazia balé? – Ele pergunta, pegando o seu copo.

- Na mesma academia. – Respondo, suas sobrancelhas se erguem novamente, enquanto ele bebe, eu acho que é, refrigerante.

- Estranho não termos nos esbarrado novamente. – Ele diz, mas não concordo.

- Nós fazíamos luta na terça e na quinta, o meu balé era na segunda, na quarta e na sexta. – Explico, fazendo o Karma largar tudo que segurava.

- Que horas? – Ele pergunta, parecendo ansioso.

- Acho que era das seis às sete. – Respondo, sem entender o motivo da sua ansiedade. O Karma começa a gargalhar, me deixando mais perdido na conversa ainda. – Do que está rindo?

- É impressionante o quanto nossas vidas se cruzaram! – Ele exclama, ainda gargalhando.

- Pare de rir! Assim não entendo o que você diz!

- Sabia que a Akiko fez balé com você? – Ele pergunta, sem rir. Minha boca se abre em descrença, ele não pode estar falando sério.

- Você está zoando comigo. – Afirmo, ele volta a rir.

- Não, não estou. Você e a Akiko devem ter se conhecido no balé, mas se esqueceram uma da outra.

- Akabane Akiko... Não lembro desse nome.  – Falo, depois de vasculhar nas memórias.

- Tem certeza?

- Sim. Realmente, tinha uma Akiko. Não lembro do sobrenome dessa menina, mas tenho certeza que não era Akabane.

O olhar do Karma desvia e ele se cala, demora um pouco para me encarar novamente.

- Você tem razão, deve ter me enganado. – Ele responde sorrindo, por algum motivo não acredito que o sorriso seja 100% verdadeiro, talvez anos forjando sorrisos falsos me ajude a reconhecer um.

- Você está mentindo? – Pergunto, o sorriso do Karma desaparece, sua velocidade comprova que eu estava certo. Ele estica sua mão por baixo da mesa, agarrando a minha posta sobre minhas pernas.

- Jamais mentiria para você. – Ele diz sério, sem nenhum sorrisinho falso. Essas palavras, sempre que alguém as pronuncia é porque tem algo a esconder. Aperto a mão do Karma, retribuindo seu sorriso de antes.

- Eu também jamais mentiria para você.

 

# Quebra de tempo #

 

O resto do jantar se seguiu com um silêncio tenso, nenhum de nós dois ousava pronunciar uma palavra sequer. Karma termina de comer antes de mim, se levantando da cadeira. Ele se abaixa e pega algo, que devia estar apoiado ao lado da mesa. Quando ele ergue o objeto vejo que é um violão, um belo violão negro com as bordas decoradas com pequenos detalhes intrincados na cor branca. Ele veio para o meu lado e começo a dedilhar no violão, produzindo pequenas notas. Aos poucos reconheci a melodia, tive mais certeza quando ele começou a cantar, um pouco desafinado, a música Photograph do Ed Sheeran. Quando me dei conta eu já estou cantando com ele, minha voz se encaixando perfeitamente com o som do seu violão. Sua voz para, me deixando cantar sozinho, Karma fica responsável apenas pelo violão.

 

# Quebra de tempo #

 

- Por que cantar? – Pergunto, sem entender o motivo dele ter sacado um violão e começado a tocar.

- Por causa disso. – Ele fala, colocando o violão apoiado na perna da mesa. Ele se aproxima mais da minha cadeira e se ajoelha na minha frente, pegando algo no seu bolso. – Shiota Nagisa, aceita ser, oficialmente, a minha namorada?

Não respondo, simplesmente me taco da cadeira, caindo quase em cima dele. O abraço forte, sem conseguir pronunciar uma palavra sequer. Ele me afasta um pouco, me mostrando o que ele tinha na mão. Ele segura um relicário de prata em forma de coração, no centro do coração tem o desenho de uma rosa feita de... Rubis?!

- Karma isso são rubis de verdade?! – Pergunto, encarando espantado o relicário, o mais belo que já vi.

- Sim. – Ele fala, de forma simples. O Karma abre o relicário, me mostrando a foto lá dentro. Essa foto foi tirada no dia em que tive pesadelos, e acabei dormindo na cama do Karma. – Deixa eu pôr em você.

Me viro, ficando de costas para o Karma. Ele joga meu cabelo para o lado, deixando meu pescoço a mostra. O ruivo me dá um beijo ali, arrepiando todos os pelos da minha nuca. Em seguida o Karma coloca o relicário, logo ele fecha o fecho.

- Agora você vai ter sempre uma parte de mim com você. – Karma afirma, quando ficamos cara a cara novamente. Seguro o pequeno coração entre dois dedos, sentindo meu coração se acelerar.

- Queria poder te dar algo. – Sussurro, para mim mesmo. Karma põe dois dedos no meu queixo e levanta meu rosto, deixando nossos olhos na mesma direção.

- O seu amor é o suficiente para mim. – Ele fala, no mesmo tom que eu falei antes. Ele une nossos lábios, num beijo demorado. O silêncio reina sobre nós, exceto pelas batidas desenfreadas do meu coração, que parece prestes a explodir a qualquer momento. Karma para abruptamente o beijo, de um jeito que não compreendo.

- O que foi? – Pergunto, com umas das mãos eu brinco com o coração dado por ele.

- Posso apagar as velas? – Ele pergunta, parecendo ficar aliviado quando confirmo. Ele se levanta do chão e começa a apagar todas as velas do terraço.

- Não gosta de velas? – Questiono, também me levanto, para ajudá-lo a apagá-las.

- Na verdade, eu realmente não gosto.

 

# Quebra de tempo #

 

Sento no sofá e ligo a TV, espero o Karma voltar com o filme e os morangos. Não presto atenção na televisão, só não quero ficar no silêncio total.

- O que você está vendo? – Karma pergunta, entrando na sala com um pote cheio de morangos e um DVD. Pela primeira vez encaro a televisão, tentando descobrir em que canal botei.

- Acho que estou vendo tragédia. – Falo, aumentando o volume. Karma se senta do meu lado, parecendo curioso, confesso que também estou curioso.

- Um avião à caminho daqui caiu numa cordilheira de montanhas. O motivo da queda ainda é desconhecido, os bombeiros já estão no local, resgatando os sobreviventes. – Fala o repórter, dando lugar para a foto de um avião destruído. Pego o controle, não quero ver mais desgraças, mas o Karma me impede de mudar de canal, pelo visto ele quer ver até o fim. Desvio completamente a minha atenção do programa quando o repórter começa a dizer os nomes das pessoas que já foram dadas como mortas, isso é demais para mim. Foco meus olhos no rosto do Karma, que não me encara, seus olhos estão fixos na frente. Seus olhos se arregalam e sua mandíbula se retesa, em seguida ele salta do sofá. Em pouco tempo ele não está mais na sala, me pergunto o que aconteceu. Vou atrás dele, deixando a televisão e todo o resto ligado. Entro em seu quarto, onde encontro ele com o celular na mão.

- Todos vocês venham para cá agora. – Ele fala para alguém no telefone, não deixei de notar que somos os únicos no apartamento.

- O que houve? – Pergunto, tocando de leve no seu braço. O Karma se volta para mim, desligando o celular.

- Sabe os gêmeos? – Ele me pergunta, mesmo sem entender confirmo. – A mãe deles estava naquele avião, a morte dela foi confirmada.

Fico em choque com suas palavras, entendendo sua reação. Preciso me sentar na cama, vendo tudo isso do ponto de vista dos pequenos.

- Eles têm família?

- Era só a mãe deles. – Responde o Karma, tão abalado quanto eu. Começo a chorar, logo sinto o Karma me abraçando. – Não precisa chorar. – Ele sussurra no meu ouvido, mas de nada adianta.

- Como não chorar? Eles só têm três anos, como se conta isso para duas crianças de três anos? – Pergunto, tento parar de chorar, mas não consigo, maldito transtorno!

- Eu vou dar um jeito. – Karma responde, sem nenhuma convicção. Uma lágrima cai na minha testa, ele também deve estar chorando.

- O que vai acontecer com as crianças? Elas vão para a adoção? – Interrogo, separando nosso abraço para encarar Karma, que rapidamente limpa suas lágrimas.

 

Karma

 

Odeio ter que mentir para a Nagisa, mas, se eu ficar calado, só vai levantar suspeitas.

- Não, nós vamos ficar com eles. – Eu digo, a Nagisa pisca diversas vezes, sua expressão fica cada vez mais confusa.

- Vocês têm algum laço de parentesco com os gêmeos? – Ela pergunta, se referindo à mim e a Aki.

- Não... – Minto, deixando a frase no ar. A Nagisa não é burra, ela entende o que insinuei.

- Vocês vão esconder as crianças? – Ela fala, se levantando. Suas lágrimas pararam de cair, é impressionante as mudanças de humor.

- É a melhor opção. Ninguém sabe que elas estão com a gente, isso é o melhor para as crianças. – Respondo, mantendo a voz calma, tentando manter um controle sobre a situação.

- Isso é ilegal! – Ela fala, quase gritando. Preciso fazê-la concordar com isso, se ela ameaçar ir a policia... Vou te que contar toda a verdade.

- Eles não tinham só a mãe. Eu e a Akiko vimos essas crianças crescerem, eles são quase nossos irmãos mais novos! E, se eles forem para a adoção, a chance deles serem separados é enorme! – Exclamo, apelando para o coração mole que eu notei que ela tem.

- Mas você e a Akiko... – Ela começa, sua voz bem mais calma que antes, mesmo assim a interrompo.

- Nosso caso é um entre um milhão. – Falo, silenciando-a. Escuto o barulho da porta sendo aberta, a Nagisa é mais rápida em ir até a sala.

- Por que a Kayano tem a chave do seu apartamento? – A Nagisa pergunta assim que entro na sala, pelo menos ela não está implicando com a Miko, que se encontra poucos passos atrás da Kay, que segura uma chave na sua mão.

- É que... Eu tinha um gato! – Exclamo, fazendo com que todo mundo me olhasse como se eu fosse maluco. – Quando eu e a Akiko viajávamos a Kayano colocava comida pro meu gato.

- É exatamente por isso. – Confirma a Kay, se eu não soubesse que é mentira até eu acreditaria na sua confirmação.

- Por que você nos chamou com tanta urgência? – Fala a Aki, trazendo de volta o assunto principal. Lanço um olhar nervoso para as crianças, que tem toda sua atenção focada em mim.

- O que vocês acham de fazermos uma guerra de travesseiros lá no quarto do tio Karma? – Pergunta a Nagisa, curvando o corpo até ficar com a cabeça na mesma altura da dos pequenos. Eles se animam e seguem a Nagi pra fora da sala, depois tenho que agradecê-la.

- A Arashi morreu. – Digo de uma vez, temendo a reação delas, em especial as da Kay e da Akiko.

- O quê?! – Pergunta minha irmãzinha, contendo sua voz para que não saísse gritando. A Akiko, depois disso, se senta no sofá, enquanto a Kay continua imóvel.

- O que vocês vão fazer? – Questiona a Miko, me lembrando de sua presença.

- Nó s vamos ter que ficar com os pequenos. – Respondo, olhando de esguelha para a Akiko, esperando vê-la, pelo menos, um pouco alegre, mas ela parece muito abalada.

- Eu e a Kamiko vamos contar pros pequenos o que aconteceu. – Diz a Kay, arrastando a Miko da sala. Me sento ao lado da Aki, que continua um pouco atônita.

- Você sabe o que nós temos que fazer, não sabe? – Ela sussurra, seus olhos fixos na televisão, que ainda se encontra ligada, mas com outra noticia passando.

- Do que você está falando? – Falo para a Akiko, sem conseguir entender sua linha de pensamento.

- Ela não tem família, temos que fazer o mesmo que ela fez por nossa mãe, temos que enterrá-la. – Fala a Aki, tão baixo que quase não escuto. Na hora entendo o significado, entendo o porque dela está assim.

- Nós não podemos... – Começo a dizer, não consigo pensar no que sentirei ao voltar.

- Nós temos que fazer isso por ela. Nós temos que voltar para a nossa cidade.


Notas Finais


Karma: *Dormindo*

Nagisa: *Acorda de um pesadelo e acorda o Karma*

Karma: Está tudo bem Nagi?

Nagisa: E-eu tive u-um pe-pesadelo... *Abraça Karma muito forte*

Karma: Está tudo bem Nagi. Karma está aqui para te proteger! Não vou deixar nada de mal acontecer com você!

Nagisa: O-Obrigado Karma ^-^

Karma: *Beija Nagi* Tudo para a minha princesinha ^-^

Nagisa: *Abraça Karma mais forte ainda*

Karma: Como foi o seu pesadelo?

Nagisa: E-Eu estava em um parque de diversões e, de repente, ficou tudo escuro e você não estava mais comigo...

Karma: Ah Nagi! Eu nunca vou te deixar! Nunca

Nagisa: Obrigado Karma ^-^

Karma: *Beija "a" Nagi* Obrigado você, que está sempre aqui para mim ^-^

Nagisa: ^-^

Karma e Nagisa: *Dormem de conchinha*

Co-autora: E foi isso pessoaaaaal!
Se não sabe o que comentar, comente "abacaxi" pq sim :3
Por hoje é só!
Até maaaaais!


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