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História A Bastarda de Lily Potter - LIVRO 1 - 1x35


Escrita por: thaisdowattpad

Capítulo 35 - 1x35


Fanfic / Fanfiction A Bastarda de Lily Potter - LIVRO 1 - 1x35

Capítulo Trinta e Cinco
Sangue, suor e lágrimas.

— Rosier... Evan Rosier. — Bangles respondeu algum tempo depois — Esse é o nome do seu pai, Tori. — confirmou.

Ouvir aquele nome foi como um soco no estômago de Tori, que perdeu o ar por alguns segundos. O encontrou algum tempo depois, iniciando uma crise de tosse que diminuiu quando ela começou a chorar alto.

— Pare de mentir, isso está me machucando! — gritou enquanto apertava os ouvidos e balançava a cabeça em negativa.

— Isso é normal, Victória. A verdade costuma doer. Mas... Não está se sentindo mais livre? As peças em sua vida que não se encaixavam, agora fazem algum sentido? — perguntou Bangles, abrindo um sorriso que não chegou nos olhos muito abatidos.

— Não! Eu sou exatamente quem cresci sabendo ser. Filha de Lily e Tiago, completamente irmã do Harry, sobrinha de Petúnia e Jordana. Sou Victória Marlene Evans, sem espaço para outro sobrenome a não ser Potter! — balançou a cabeça mais rápido.

— Menina estúpida, vai continuar negando quem é? — ele a surpreendeu se aproximando muito rápido e a puxando pelos ombros.

— Vou sim. — gritou, o desafiando — E se afaste de mim, que eu não suporto mais olhar para o senhor! — se chacoalhou e empurrou o professor para longe assim que foi liberta.

— Caramba, Victória, você não consegue perceber que entre todas as pessoas que você tanto ama, nenhuma foi franca com você? Eu sim fui, a última pessoa que você esperava. Não faz idéia do risco que eu estou correndo revelando um crime desse nível. Para minha sorte, seu pai biológico está morto. Caso contrário, seria mais um crime que pesaria nos anos dele em Azkaban e ele não deixaria barato! — ele abaixou as mãos e suspirou, revelando um ar de tristeza e ao mesmo tempo medo.

— Cale a boca, eu não quero te ouvir. Não quero mais! — Tori voltou a apertar os ouvidos — Láralá, eu não vou ouvir, laralá... — começou a cantarolar como uma criança birrenta.

Aquilo pareceu irritar Bangles de uma tal forma, que ele soltou um berro muito alto e caiu de joelhos na terra. Tori abaixou as mãos e ficou o encarando, da mesma forma que notava sua varinha caida ao lado da mão esquerda dele.

Tomou coragem e caminhou devagar para perto do professor, que permaneceu imóvel e com a respiração pesada. Com muito cuidado, ela se abaixou para perto dele e esticou o braço.

Quando estava quase pegando o que queria, foi surpreendida por Bangles, que se levantou muito rápido e apontou sua varinha para o rosto dela. Ele se colocou de pé e estava com uma feição bem mais abatida, com olheiras profundas e as veias na têmpora saltadas.

— Hora de ir para casa! — ele falou, com uma voz rouca.

— O quê? Como assim? Eu ainda tenho as provas finais, não posso voltar para Little Whinging antes disso! — Tori negou, erguendo as mãos em frente ao corpo como se pudessem servir de escudo.

— Eu não disse que voltaria para aqueles trouxas. — fez uma cara de nojo — Você vai para outra família, aquela que seu pai considerava, a que vão te dar a educação que deveria já ter. Sua tia e irmão vão entender, vão ter que entender! — explicou.

— Eu não vou para lugar nenhum, com estranho nenhum! — negou outra vez, a voz saindo tão trêmula quanto seu corpo.

— Me falaram que você ia mesmo resistir. Eu tinha mesmo que te apagar para não saber o caminho, pois ninguém pode saber ainda. Já mato dois coelhos com uma cajadada só! — voltou a erguer a mão e manteve contato visual com a menina — Estupef... — foi interrompido.

— Protego Duo! — alguém rebateu o feitiço, surgindo de repente às costas da menina.

Ofegante de surpresa, Tori virou o rosto e viu Fred apontando a varinha para Bangles e tão sério como nunca antes.

— Frederico! — abriu um sorriso emocionado.

— Senhorita. — sorriu rapidamente, logo ficando sério outra vez.

— Não contou a ele o que quase aconteceu ao último que enfiou o nariz onde não era chamado? Pobre Cedrico, deve ter melado as calças! — Bangles soltou um riso estranho.

— Eu não sou o Cedrico! — Fred rebateu.

— Tem razão. Se fosse, talvez tivesse mais sorte! — dito isso, ele ergueu o braço muito rápido, atacando o menino.

Fred apenas teve tempo de empurrar Tori para o lado, antes de começar um duelo contra Bangles, onde apenas usava um feitiço para rebater todos os outros que vinham contra ele. O primeiro rebate o fez ser empurrado aos poucos para trás, fazendo um rastro no chão com seus pés.

Tori ficou imóvel no chão, apenas vendo o professor levar a melhor, enquanto o amigo se esforçava para defender os dois.

Até que a magia lançada pela varinha de Bangles começou a chegar perto de Fred, fazendo Tori se desesperar. Ela olhou em direção a Bangles e reparou que ele havia deixado a varinha dela caida no chão.

Por ser pequena, saiu engatinhando para lá, vez ou outra olhando o duelo e aquele que estava levando a melhor.

— Talvez se alguém chegar logo até aqui, seu corpo ganhará um velório. Caso não cheguem, que cause uma boa digestão nas criaturas da floresta! — Bangles falou para Fred, que agora segurava a varinha com as duas mãos.

Apavorada com aquelas palavras, Tori conseguiu pegar sua varinha e se levantou do chão, agora vasculhando o cérebro para encontrar algum feitiço útil.

— Anda, anda logo... — tocou a testa, desesperada.

Fred estava quase perdendo. Morreria por culpa dela, mais uma pessoa sofrendo as consequências que deveriam ser dela.

Tori ergueu o braço da varinha se esforçando ao máximo para não tremer. Respirou fundo e um suor escorreu por sua testa. Agora faltava um palmo para Fred ser atingido.

— Diffindo Maxima!¹ — um jato de magia saiu de sua varinha e atingiu os dois feitiços.

Com a separação, uma espécie de explosão aconteceu, lançando a energia por toda a Floresta e derrubando árvores próximas. Os três bruxos foram jogados para longe um do outro, sendo arranhados por restos de árvores e cobertos por terra.

Impactada com aquilo, Tori ficou um bom tempo sem se mover, apenas ouvindo um zunido nos ouvidos. O corpo doía e ela não tinha forças para se levantar ainda.

— Fred... — gemeu após algum tempo, enfim tendo um bom motivo para se mexer.

Mais lento do que imaginava, Tori ergueu o corpo e conseguiu se sentar. Olhou para os lados procurando sua varinha, mas não a encontrando.

Então concentrou sua atenção para se levantar, logo sendo surpreendida por uma dor aguda que a fez gritar. Ela olhou para a mão direita, de onde veio a dor, e viu uma queimadura na palma.

— Ah, meu Deus! — estremeceu ao ver o ferimento — Tudo bem, tudo bem, é só uma queimadura. Logo passa. Mantenha a calma, Tori! — falou consigo mesmo enquanto concentrava sua força no braço sadio.

Mesmo demorando, Tori conseguiu ficar de pé. Ela saiu mancando enquanto segurava o pulso da mão ferida em uma tentativa de fazer parar de doer.

A menina caminhou até a mesma clareira que antes estava, olhando toda a destruição que causou enquanto procurava por algum sinal dos outros dois bruxos. Mas só haviam pedaços de árvores jogados por todos os lados.

Seguiu caminhando até ver algo que a fez parar e prender a respiração.

Um cabelo ruivo tão chamativo como dos Weasley poderiam ser reconhecidos mesmo se sujos ou parcialmente escondidos por um escombro de árvore.

— Fred! — Tori gritou e correu até o lugar, usando a mão sadia para tirar o máximo de escombros possível — Por favor, não tenha conseguido o que queria, não tenha conseguido o que queria, não tenha... — começou a chorar, mesmo se tentou segurar.

Podendo contar apenas com uma mão, Tori empurrou o escombro que escondia o rosto de Fred e se sentou perto da cabeça, cruzando as pernas e inclinou um pouco o corpo para perto do rosto do amigo.

— Trate de acordar, Frederico. — mandou — Veja, estou usando o tom autoritário de mãe: trate de acordar! — insistiu, enquanto o excesso de lágrimas iam caindo de seu rosto.

— Chuva? — Fred respondeu e tossiu logo em seguida.

— Fred! Ah, meu Deus, Fred, o senhor está bem! — comemorou Tori, enquanto levava a mão sadia ao rosto e chorava mais ainda.

— Será que pode deixar de ser chorona por alguns segundos e me ajudar a tirar isso, senhorita? — apontou para o grande pedaço de árvore que o prendia ao chão.

— Claro que sim! — Tori se levantou rapidamente.

Deu a volta no corpo do menino e tocou o escombro com as duas mãos, sadias ou não. Mesmo com dor, estava disposta a livrar o amigo daquele sufoco que ela havia causado.

— Nem mais um movimento. — Bangles surgiu e encostou a varinha nas costas da menina.

Imediatamente Tori afastou e ergueu as duas mãos, sentindo um medo que desde quando aquela confusão toda começou, não sentia. Focou seu olhar em Fred, que havia fechado os olhos outra vez e estava imóvel.

— Deixo o senhor ir embora e assumo a culpa disso. Eu invento alguma desculpa... — tentou propor a ele, enquanto se virava devagar.

— Cedrico saberia que é mentira e contaria sem pensar duas vezes. — ele derrubou a ideia dela.

"Tori!"

Ouviu vozes não muito distantes gritarem por ela, que virou o rosto e procurou pelos donos.

— Droga! — Bangles resmungou — Bem que falaram que eu fracassaria. Agora vou sofrer por meu fracasso... Mas, também não posso deixar por isso mesmo. — falou sozinho.

— Foge, dá tempo! — Tori sugeriu, desesperada.

"Tori!"

— O Ministério me encontraria. — estranhamente, ele jogou a varinha para trás — Mas não poderia conseguir provas que não vieram de uma varinha! — dito isso, ele agarrou o pescoço da menina e apertou.

Sendo impossibilitada de respirar, Tori tocou as mãos no braço do adulto e começou a apertar e arranhar em uma tentativa desesperada em se soltar. Mas tudo o que conseguiu foi gastar o restante de suas energias e aumentar a dor em sua mão.

Pouco a pouco o corpo foi sofrendo a falta de oxigênio, se aproximando da inconsciência. Tori teve a impressão de ouvir Fred gritar muito por ajuda, mas naquele ponto não conseguia mais ter certeza de nada, a não ser sua morte.

Então ela se rendeu.

◾ ◾ ◾

— Eu acho que vi a mão dela se mexendo... — uma voz surgiu na escuridão — Sim, ela está se mexendo. Anda, chame o doutor! — confirmou.

Ao ouvir a palavra "doutor", Tori abriu os olhos imediatamente, sofrendo um grande incômodo nos olhos devido à claridade do lugar.

Quando se acostumou, ela virou o rosto para olhar o lugar e reparou não estar em Hogwarts, mas muito provável que em um leito de hospital. A mesinha de canto parecia bem mais minúscula do que o esperado, onde estava repleta de flores, assim como em outros cantos do quarto.

No outro lado da cama, Molly Weasley a encarava com o olhar choroso, mas ao mesmo tempo aliviado.

— O que... — Tori tentou falar, mas sentiu a garganta muito seca.

— Shhh... Não se esforce ainda, querida. Passou tempo demais desacordada, deve estar debilitada. — a mulher se aproximou e tocou o cabelo da menina, iniciando um carinho ali.

— Quanto tempo? — ela conseguiu murmurar.

— Olá, Victória, sou o curandeiro Lance MacMillan. — um homem adentrou o quarto, apressado.

Ele era alto e tinha alguns poucos fios grisalhos em meio ao cabelo loiro. O sobrenome fez com que Tori se lembrasse de Jeniffer e Peter, onde obviamente aquele deveria ser o pai deles.

— Estou no St. Mungus? — perguntou ao adulto, que assentiu.

— Não por muito tempo, espero. — o curandeiro se aproximou da cama — Como se sente? — perguntou.

— Bem. — ela desviou de um jeito exagerado quando ele tentou tocar o braço direito dela — Desculpa, o senhor me surpreendeu... — corou.

— Perfeitamente compreensível sua reação, não se preocupe. Hum, posso? — MacMillan apontou para o braço dela, mas não se aproximou.

A menina assentiu.

Só então Lance a tocou, apalpando o braço até chegar na mão, que Tori reparou que estava enfaixada. O doutor moveu toda a atadura usando magia, girando a varinha lentamente como se tivesse medo em machucá-la.

Quando terminou, parte do ânimo dele desapareceu do rosto, também sentido por Molly.

— O que foi? — Tori desceu o olhar até sua mão, onde encontrou uma cicatriz na palma.

— Ferimentos mágicos tendem a gerar cicatrizes que não desaparecem. Mas não se preocupe, o funcionamento é o mesmo. O ferimento foi superficial, por sorte, ou poderia perder os movimentos. — explicou o doutor.

— O que aconteceu, querida? Como fez isso? Foi aquele... Argh!? — Molly grunhiu e apertou as mãos no ar como se esmagasse alguém invisível.

Um flash de lembrança surgiu e Tori se lembrou de seu ferimento. Fred quase sendo abatido por Bangles, ela recuperando sua varinha, usado Diffindo melhorado para cortar o feitiço, uma espécie de explosão e a dor.

— Espera... E o Fred? — ela levantou o corpo muito rápido ao se lembrar do amigo, se arrependendo ao sentir uma forte vertigem.

— Fique tranquila, meu bem. Ele está bem e com mais força do que nunca para aprontar e me deixar de cabelos em pé junto com o irmão! — Molly tocou gentilmente os ombros da menina e a deitou outra vez.

— E o que aconteceu com o professor Bangles? — fez outra pergunta.

— Entrou em Estado Vegetativo e está numa Ala separada de outros pacientes e severamente vigiada. Não sabemos bem o que aconteceu com ele, se alguém usou algum feitiço na mente... Victória, o que exatamente causou aquela destruição? Está confortável para nos contar ou quer algum tempo? — o curandeiro a olhou de maneira compreensível.

— Está tudo bem, não precisam me tratar como uma coisa eu frágil, eu estou bem. — Tori abriu um sorriso breve — A destituição fui eu, mas se quiserem eu ajudo a arrumar toda aquela bagunça. E eu não fiz por mal, Fred seria morto se eu não agisse. Enquanto ao Bangles, não sei o que pode ter acontecido, porque ele estava muito bem quando ele tentou... Bom, os senhores sabem o quê... — ela levou a mão até a garganta e ficou com ela parada ali.

— Acho que já chega de interrogatórios por hoje, não é? — disse Molly, cortando o assunto.

— Tem razão. Está com fome, Victória? Vou pedir para alguém trazer algo. — Lance perguntou, antes de se mover para a porta.

— Não estou com fome... — negou.

— Ah, mas vai comer sim. Você precisa, meu bem, tem de se esforçar para poder ter alta! — a mulher se intrometeu.

— Alta? Por que não disse logo? Pode trazer um banquete, senhor MacMillan! — Tori brincou e arrastou o corpo devagar para se sentar, enquanto sua acompanhante arrumou os travesseiros.

Lance assentiu achando graça no ânimo repentino da menina e saiu do quarto. Foi quando Dumbledore apareceu, sorrindo ao ver a menina acordada.

— Ora, olha quem resolveu acordar! — sorriu e parou aos pés da cama — Como vai, Molly? — encarou a conhecida.

— Muito bem. Todos bem por aqui! — o sorriso dela quase chega na orelha — Vou sair um momentinho para conversarem. Com licença! — depositou um beijinho na testa da menina e saiu do quarto.

Tori, que estava com o olhar no teto, permaneceu. A alegria que antes estava visível, sumiu em questão de poucos segundos. Dumbledore caminhou e ficou no lugar que antes Molly estava.

— Eu lamento por tudo o que passou, Victória. — cruzou as mãos em frente ao corpo — Bangles sempre me pareceu uma pessoa confiável, nunca ia imaginar que estava com a sanidade definhando nos últimos meses, nunca ia imaginar que você seria um alvo... — continuou.

— O senhor também me parecia uma pessoa confiável, mas olha só... — a menina ergueu o olhar para o Padrinho.

— A história era complicada demais. Preferi te poupar justamente por saber que não iria ser fácil de lidar. Eu lamento por isso. — aproximou as mãos de um dos vasos de flores, tocando a planta e cheirando uma vez — Um pouco amargo demais... — se afastou e foi para outra.

— E saber que eu vivia uma mentira era fácil para o senhor lidar? — perguntou Tori, observando os gestos distraídos dele.

— Não, mas isso me parecia melhor do que te fazer sofrer, Victória. — cheirou outro tipo de flor em um novo vaso — Doce demais... — se afastou e encarou as pétalas.

— Eu teria conseguido lidar bem melhor se fosse o senhor quem tivesse me contado. Bangles fez um show de horrores, Padrinho, um show de horrores e eu tive que ouvir tudo. Eu não podia pedir para ele parar, mas podia pedir para o senhor parar e sei que faria isso por mim. Ele não se importou em me magoar, o senhor, talvez, se importaria, agora já nem sei direito... — ergueu as mãos até o rosto para secar as muitas lágrimas que surgiram.

— Você ganhou flores muito bonitas, é muito querida. — com as mãos cruzadas às costas, Dumbledore seguiu para as flores do outro lado do quarto.

— Será que pode prestar atenção na sua realidade pelo menos hoje? — Tori gritou, o fazendo parar no lugar — Eu estou dizendo que estou machucada e o senhor falando sobre flores em uma tentativa de fugir do assunto. Poxa, Padrinho, eu quase perdi meu melhor amigo, quase morri, ganhei essa cicatriz horrível que quase me fez ficar impossibilitada de fazer magia com perfeição pelo resto da minha vida... — soluçou e ergueu a mão direita, mostrando a palma.

Devagar, Dumbledore se virou e ficou a encarando. Mas, como sempre, suas expressões eram enigmas, não era possível saber com exatidão o que queriam dizer.

— Teria doído menos se o senhor tivesse me contato, Padrinho, teria sim. Teria doído menos... — levou as mãos ao rosto e começou a chorar alto sem conseguir se controlar.

Para sua surpresa, Dumbledore acabou caminhando para perto da cama e a tocou no ombro, dando tapinhas leves ali, como de consolo. Tori ergueu os olhos para ele, quase não o enxergando pelo excesso de lágrimas, e o abraçou pela cintura, afundando o rosto nas vestes dele e chorando mais ainda. Acabou recebendo um abraço, mesmo se tão desajeitado.

◾ ◾ ◾

Quando desceu da carruagem que a levou dos portões até o castelo, Tori sentiu o mesmo nervosismo da primeira vez em que esteve ali.

Em uma intenção em enrolar, ela ficou observando a carruagem se mexer vez ou outra, mesmo se aparentemente não havia nada ali.

— É magia? — Tori perguntou para Dumbledore, que a estava acompanhando, e apontou para a carruagem.

— Não. — Dumbledore respondeu — Mas é uma criatura mágica. — olhou na mesma direção que a menina.

— Invisível? — fez uma careta de dúvida.

— Para a maioria das pessoas, sim. São Testrálios, criaturas que somente quem viu a morte e conseguiram entender completamente o que essa ação significava, conseguem vê-las. — ele cruzou as mãos nas costas e começou a subir em direção ao castelo.

— Por que eu não consigo ver? Eu perdi meus pais e acho que tive que entender isso... — mexeu os ombros e começou a seguir o Padrinho.

— Você não os viu morrer, Victória, e mesmo se tivesse visto, era nova demais para compreender aquela situação. — explicou.

— Entendi. — Tori assentiu uma vez — O senhor consegue ver? — continuou a perguntar.

Dumbledore parou ao ser surpreendido por aquela pergunta, suspirou de leve e então voltou a caminhar.

— Sim. — respondeu e apressou os passos.

Entendendo que ele não queria mais falar sobre aquilo, Tori se calou e passou a caminhar devagar e em silêncio.

◾ ◾ ◾

Assim que Dumbledore se afastou logo após deixá-la em frente a Comunal da Grifinória, Tori passou pela entrada enquanto vasculhava a sacola de doces enviada pelos amigos no hospital um dia antes.

Em meio a tantas diversidades, ela tentava pegar um sapo de chocolate, um dos seus doces favoritos, a todo momento o perdendo de vista. Quando conseguiu, pôde ouvir alguns sussurros e ergueu os olhos para ver quem era.

— SURPRESA! — dezenas de Grifinórios gritaram em desordem e fizeram outros barulhos, onde uma festinha de 'boas vindas' estava montada na Sala.

Imediatamente, a sacola de Tori caiu no chão e ela ficou paralisada. Lágrimas inundaram seus olhos e ela ficou encarando cada um, recebendo de volta olhares confusos de todos, especialmente de seus amigos.

Quando as pernas começaram a tremer, a menina saiu correndo em direção à escada do dormitório das meninas, esbarrando em algumas pessoas no meio do caminho e deixando milhões de interrogações para trás.

Chegando ao dormitório, ela puxou a varinha e se abaixou no chão, indo para debaixo de sua cama e ficando imóvel ali. Apenas seus olhos se moviam, onde espiavam em volta do lugar de maneira assustada, como se algo muito ruim fosse aparecer a qualquer momento e pegá-la.

  ◾ ◾ ◾ ◾ ◾ ◾    


Notas Finais


Pra quem não sabe quem é Evan Rosier, ele foi um personagem apenas mencionado em Harry Potter. Ele é mencionado no julgamento de Igor Karkaroff, como mostra o vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=lEVPvNSoRWc

Outras informações sobre Rosier é que ele foi um Comensal da Morte que lutou na Primeira Guerra. No final dela, foi responsável por algumas das muitas deformações do Olho-Tonto, inclusive conseguiu arrancar um pedaço do nariz dele enquanto lutava para não ser capturado. Ele preferiu a morte em vez de se render, e os Aurores da época atenderam sua vontade. Tem Wiki que diz que foi o próprio Olho-Tonto que o matou.
Em Wiki também é dito que Rosier é possivelmente parente de Druella Black (nascida Rosier), que é mãe de Bellatrix, Andrômeda e Narcisa.

Ou seja, Tori é parente do Draco de alguma forma. Eu ainda não pensei qual, mas é.


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