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História A Batalha dos Escolhidos - Conhecendo os Escolhidos


Escrita por: Thataa

Notas do Autor


Antes tarde do que nunca!
Como havia informado a vocês, a semana que passou foi bem turbulenta para mim. Só parei em casa para dormir, mas agora venho trazer mais um capítulo saído agorinha do forno.

Aproveitem!

Capítulo 9 - Conhecendo os Escolhidos


Fanfic / Fanfiction A Batalha dos Escolhidos - Conhecendo os Escolhidos

Marinette andava nervosa de um lado a outro do quarto. Mexia no cabelo moreno com uma das mãos, deixando suas maria chiquinhas um pouco tortas. Tikki tentou acompanha-la, mas desistiu depois da quinta vez que a Escolhida fez seu trajeto de ida de volta. A kwami praguejou baixinho. Não devia ter mencionado sobre a possibilidade da garota ter que falar durante a Assembleia Lendária.

– Porque eu?!

Marinette roía as unhas. Sentou rapidamente na poltrona e logo em seguida se levantou caminhando até a porta da varanda puxando para baixo as maria chiquinhas. Tikki revirou os olhos e escondeu o rosto entre as mãos. Definitivamente foi uma péssima ideia tocar no assunto.

– Marinette você vai acabar fazendo um furo no chão! Senta aqui.

Tikki indicou um lugar na cama ao seu lado. Contrariada, Marinette obedeceu.

- Como disse antes, você não estará sozinha. O Cat Noir também terá que participar. É natural que isso aconteça, já que são os únicos que tem conhecimento sobre o modo de ataque do Hawk Moth.

Marinette odiava falar em público. Dezenas de olhos voltados para sua direção a deixavam nervosa, suava frio e logo depois vinha a gagueira. Lembrou-se que aos sete anos precisou declamar um poema no dia das mães e ficou tão tensa que a diretora teve que intervir tirando-a do palco. Tentou pensar positivo, ao menos estaria na forma de Ladybug, sua personalidade mais forte. Tikki abraçou sua bochecha.

– Vai ficar tudo bem.

– Espero que sim Tikki...espero que sim.

 

Mestre Fu marcou o encontro com os dois heróis na porta de sua casa assim que anoitecesse. Ladybug avistou de longe a camiseta florida do Mestre e uma inconfundível cabeleira loira ao lado, arremessou seu iô iô no poste da esquina e mergulhou para baixo. Cat Noir estava de braços cruzados apoiado na parede, rindo. Não o seu riso usual travesso e sarcástico, mas um riso de verdade. Marinette lembrou-se do dia em que o gato a visitara, o momento em que os dois gargalharam tanto que ficou até surpresa de seus pais não terem acordado. Sorriu internamente. Estranho pensar, mas o menino de traje preto era seu melhor amigo, aquele que sempre esteve do seu lado independente da situação, fosse ela boa ou ruim. Fitou aqueles olhos verdes limpando as lágrimas do rosto. Ladybug olhou para o colega de uma forma diferente, ele sempre fora assim? Quer dizer, Cat Noir estava tão...

– Bonito.

O garoto falou tirando-a de seus pensamentos. Ladybug sentiu um arrepio correr pela espinha, balançou o iô iô estabanada.

– Quê?! Eu não falei nada! Quem? Bonito? Quem disse, bonito?

O herói e o velho trocaram um olhar confuso e depois voltaram a rir. Cat só conseguiu falar algo depois de se recompor, dando uma longa inspirada. Ladybug cruzou os braços incomodada, claramente sendo avacalhada pelos dois.

– Eu ia dizer “Bonito, chegando atrasada de novo” – respondeu Cat.

A garota sentiu o rosto queimar. Agradeceu pelo traje possuir uma máscara. Vendo o embaraço da menina, Mestre Fu adiantou-se.

– Melhor irmos meninos não queremos chegar atrasados na reunião, não é mesmo?

Ambos concordaram. Cat só parou de rir quando recebeu um soco no ombro da parceira, ele reclamou e esfregou o braço.

O velho ia a frente enquanto os dois heróis o seguiam atrás. A rua estava deserta, iluminada em focos pontuais dos postes erguidos na calçada. Todas as lojas fechadas, uma brisa gelada passou por eles bagunçando seus cabelos. Ladybug olhou para o parceiro com curiosa. Seus olhos. Duas orbes verdes brilhantes que pareciam refletir o brilho da lua. Seu cabelo. Fios loiros que negavam-se a permanecer em ordem. Achou um charme essa rebeldia. A boca...um lábio levemente contraído no lado esquerdo.

Ladybug sentiu o corpo puxar-lhe para frente.  Como se estivesse sendo atraída por um imã.

– Que foi? Tem alguma no meu rosto? – pergunto ele batendo as mãos na face tentando se livrar da coisa.

– Não! Não tem nada. – acalmou Ladybug.

Cat Noir parou a ação, ajeitou o cabelo tirando da frente dos olhos e mexeu o nariz de um lado para o outro como um filhote.

– O que é então?

Ladybug desviou o rosto procurando esconder seu constrangimento.

– Nada.

A verdade é que nem ela sabia o motivo de estar daquele jeito, tão reparadora no parceiro. Nunca teve problema em se sentir á vontade com o felino, mas nesse dia em especial sentia algo diferente. Algo havia mudado.

– Mentira – sussurrou Cat em seu ouvido fazendo todos seus pelos eriçarem.

Ladybug empurrou a cabeça do gato com a mão.

– Gato bobo.

Cat Noir afastou-se com seu sorriso travesso estampado nos lábios. Os dois continuaram a caminhada por algum tempo em silêncio.  

– Cat?

– Sim?

– Você...você, tem alguém na sua “vida real”?

O loiro alargou o sorriso galanteador.

– Uma namorada você diz?

– Não! Tô falando de amigos mesmo, família...

De repente o rosto de Cat ficou sério, seu olhar caiu para o chão, novamente deixando parte do rosto escondido pela cabeleira loira. Em seguida levantou a cabeça e fitou o horizonte.

– Tenho. É meio complicado a minha história – soltou um riso fraco – nunca fui um garoto como os outros. Quem sabe um dia não conversamos sobre isso.

Ladybug sorriu.

– Vou cobrar.

Cat Noir sorriu de canto, olhou para sua dama e piscou.

– Mas pra sua sorte, não. Não tenho uma namorada.

A heroína revirou os olhos com o comentário, mas não conteve segurar um sorriso de canto.

 

Após mais 10 minutos andando os três chegaram a um prédio abandonado em uma rua sem saída. Marinette conhecia aquela construção, sua mãe disse que antigamente era um Senado, antes de mudar para o centro de Paris.

O prédio estava deteriorado, havia infiltrações em quase todas as paredes, com manchas acizentadas encrustradas na construção. Ladybug e Cat Noir seguiram Mestre Fu por um corredor estreito onde terminava numa porta de metal muito sofisticada, não condizendo com o ambiente decrépito dali. O velho levantou sua bengala e bateu três vezes nela.

–  Qual é a senha? – perguntou uma voz masculina atrás da porta.

Mestre Fu revirou os olhos em desaprovação.

–  Cocô de Lhama. – disse desconfortável.

A voz do outro lado gargalhou.

–  Eu disse que essa senha era muito boa!

–  Deixa de ser idiota Foxy, abre logo a porta! – ordenou uma voz feminina extremamente irritada.

Os três convidados escutaram sons abafados de tapas, provavelmente providos da voz feminina porque a o rapaz estava reclamando dos golpes.

A porta se abriu revelando dois jovens, um homem e uma mulher por volta dos vinte anos. O rapaz trajava um macacão laranja, como uma mancha branca no peito, orelhas laranja na cabeça ruiva e assim como Cat Noir tinha uma cauda, mas a sua era mais grossa. A moça tinha um imenso cabelo loiro caindo sobre os ombros, uma boina posta de lado com vários aros preto e amarelo, seu traje era da mesma forma listrada na blusa, mas a calça era preta.

–  Mestre Fu, perdoe a babaquice do Foxy – a moça deu um soco no ombro do rapaz.

–  Aí Queeny! Vai ficar roxo! – gemeu ele.

Mestre Fu sorriu divertido.

–  Vejo que vocês não mudaram nada nesses cinco anos.

–  Continuo maravilhoso, não é Mestre? – gabou-se Foxy.

–  A mentalidade ainda é a mesma, Foxy.

Queeny tapou a boca para esconder o riso. Foxy por outro lado, limitou-se a revirar os olhos.

– Ha ha ha, muito engraçado. Vejo que o senhor continua velho também.

–  Muito perspicaz de sua parte.

Foxy estreitou os olhos, depois abriu um largo sorriso e abraçou o senhor. Queeny fez o mesmo. Ladybug estava confusa sobre o que acontecia ali, mas ao julgar pelas falas dos jovens dava para notar que eles não só conheciam o mestre, como também não o viam a muito tempo. Assistiu a cena com um sorriso no rosto, era um reencontro muito bonito.

–  Sentimos sua falta Mestre Fu.

–  Eu também meus queridos, eu também – terminou de abraçar a mulher – Foxy, Queen Bee, estes aqui são Ladybug e Cat Noir.

Os heróis parisienses acenaram envergonhados. Foxy e Queen Bee os cumprimentaram animados.

–  Arrasou na bolsinha – Queen Bee apontou para o estojo preso na cintura de Ladybug.

–  Obrigada – Ladybug agradeceu tímida.

–  Cara, você também tem uma cauda! – Foxy falava impressionado para Cat Noir.

–  A sua é muito maneira! – Cat Noir respondeu na mesma animação.

Foxy puxou Cat Noir como um irmão mais velho faz com o caçula.

–  Nossas caudas têm habilidades muito boas, te conto mais tarde.

Os olhos do gato brilharam de curiosidade. Seja lá quem fosse Foxy, já tinha ganho pontos na primeira impressão.

Ladybug e Queen Bee reviraram os olhos.

–  Meninos...- murmuraram as duas ao mesmo tempo e riram depois.

–  Bom meus jovens, agora que todos fomos apresentados que tal entrarmos para conhecer todo mundo? – disse Mestre Fu indicando a porta.


 

A sala era imensa. Havia uma mesa circular com várias cadeiras posicionadas em volta. Nem todos estavam sentados, tinha um homem vestido de roxo numa queda de braço com outro homem vestido de verde, ambos por volta dos quarenta anos. Um grupo de Escolhidos brincavam de transmutação no canto da sala. Três garotas cantavam sentadas em cima da mesa, suas roupas eram coloridas com penas, Cat Noir olhou de canto para elas o que deixou Ladybug um pouco incomodada. Ao todo, deveriam ter cerca de duzentas pessoas espalhadas por todo o espaço. Parecia um desfile de carnaval de Escolhidos. Para o espanto de Marinette, a sala possuía um bifê com vários petiscos dispostos por toda a mesa comprida ao lado esquerdo. Se não soubesse que ali aconteceria uma reunião, com certeza julgaria ser uma festa a fantasia e das boas.

Foxy conduziu os visitantes até três cadeiras. Sob a mesa via-se três placas com os dizeres “Mestre Fu” “Ladybug” e “Cat Noir”. Queen Bee e Foxy tinham seus assentos ao lado de Cat.  Mestre Fu avisou que iria cumprimentar alguns amigos e deixou os dois parisienses sob o cuidado dos Escolhidos mais velhos.

–  Temos um tempinho até a reunião começar. Me falem sobre vocês – Queen Bee sentou na mesa como uma criança que espera ouvir uma história.

–  Hãã, tipo o quê? – perguntou Ladybug.

–  Qualquer coisa oras.

Ladybug e Cat Noir trocaram um olhar rápido pedindo por ajuda. O que poderiam falar? Preferiam que o mestre não os tivesse deixado, tinham receio de falar algo proibido. Logo, permaneceram em silêncio. A loira fitou os dois confusa, mas depois abriu um largo sorriso.

–  Ai meu Deus! Vocês são namorados! Que fofo! – Queen Bee falou em tom romântico.

–  Quê?! – disseram simultaneamente – Não!

Queen Bee e Foxy se encararam confusos.

–  Somos só amigos! – explicou Cat.

–  Isso, amigos. – Ladybug olhou para o parceiro feliz que ele não tivesse os expostos ainda mais.

Queen Bee e Foxy não pareciam muito convencidos, mas deram o assunto por encerrado. Ladybug não podia deixar que mais um comentário daquele surgisse, então resolveu falar.

–  Todos aqui são Escolhidos?

Queen Bee assentiu.

–  Cada um com seu Kwami e Miraculous. Tá vendo aqueles dois na queda de braço? – Ladybug assentiu – são Kiboko e Kaeru, dos Kwamis do hipopótamo e do sapo. Nunca aceitem qualquer desafio deles, de verdade, eles levam muito a sério. Aquelas moças que passamos agora pouco são três irmãs Flâmentta, Aquila e Falcinni, seus kwamis são flamingo, águia e falcão.

Queen Bee apontou para mais umas dez pessoas próximas a eles, Marinette se esforçava para guardar cada nome e Kwami, mas sabia que esqueceria dali cinco minutos.

–  E vocês? – perguntou Cat Noir.

– Nós? O meu é uma abelha, Bee e o dele uma raposa, Trixx.

Ladybug e Cat Noir trocaram olhares.

–  Uma raposa você disse? – perguntou Cat.

Foxy assentiu.

– Lutamos uma vez com uma menina akumatizada que dizia que seu Miraculous era uma raposa, de acordo com ela foi herança de família.

Foxy bufou chateado.

– Odeio esses posers. As vezes acontece do Miraculous ser passado de geração em geração, mas na maioria das vezes isso não ocorre. Trixx contou me contou uma vez que, antes de mim, ele pertencia a um cara da Nova Zelândia.

Ladybug acreditava no rapaz. Volpina era composta por mentiras, não foi surpresa descobrir que havia mentido sobre isso também.

–  Vocês são daqui? – indagou Cat Noir.

–  Ela sim, eu não. Sou irlândes.

Antes que um dos dois viessem com mais uma pergunta Queen Bee se adiantou.

–  Não, não moro mais aqui. Há cinco anos meus pais me mandaram para um intercâmbio na Irlanda. Um ano depois conheci a criatura aqui – Queen Bee passou a mão carinhosamente pelo rosto de Foxy – foi bem difícil no começo para trabalharmos juntos, a raposa aqui não parava de brincar o tempo todo. Nunca mais voltei, mas toda a minha família é daqui de Paris.

–  Sei quem como é – soltou Ladybug. Cat Noir mostrou a língua.

–  De qualquer forma, assim como vocês nós não tínhamos ideia do que fazer com os nossos poderes. Levamos muitas surras, mas no fim nos adaptamos – concluiu a loira.

–  E o Mestre Fu? – Cat quis saber.

–  Ah sim, no mesmo ano em que ganhamos nossos Miraculous ele veio até nós. Disse que precisava achar um livro e precisávamos ajudá-lo a encontrar. Como ele já estava com dificuldade de se transformar, coube a nós fazer todo trabalho braçal – Foxy colocou a mão no ombro – ainda consigo sentir aquele tonel que caiu no meu ombro. O corpo de Foxy soltou um espasmo ao lembrar do ocorrido.

–  Infelizmente não achamos nada, mas foi muito bom trabalhar com o Mestre Fu.

Ladybug olhou mais uma vez para os Escolhidos na sala. Será que todos haviam conhecido Mestre Fu? Ou mesmo seria possível a existência de vários Mestres que teriam como papel guiar os novos Escolhidos? Desviou o olhar para o grupo de transformação no canto da sala, sorriu de canto. No final das contas ela ficou ansiosa por nada. Imaginava que os heróis seriam todos maduros, sérios e que a julgariam não só pela idade como também pelo comportamento. Felizmente enganou-se. Eles eram como ela, pessoas comuns que lutavam pela mesma causa. Queen Bee continuou.

–  Agora chega de falar sobre nós, quem são os seus Kwamis?

–  Tenho um gato preto, Plagg, que por algum motivo só gosta de comer queijo Camembert – Cat Noir arrepiou-se ao lembrar do cheiro.

–  A minha é uma joaninha rosa, Tikki.

Queen Bee e Foxy trocaram olhares espantados. Parecia que ambos conversavam telepaticamente.

–  Uou. Nunca achei que fosse conhecer os Escolhidos originários – disse Foxy

–  Originários? – repetiu Ladybug.

– É. Todos os Escolhidos sabem que os Kwamis de vocês tem os maiores poderes, da criação e destruição. Inclusive, isso me lembra uma ótima frase – Foxy encheu o peito – “Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”.

Queen Bee ignorou o parceiro, mas os os dois parisienses não seguraram o riso. Um gongo foi soado e todos pararam com as conversas paralelas. Os Escolhidos começavam a tomar seus lugares.

–  Melhor sentarmos – informou Queen Bee – a Assembleia vai começar.


Notas Finais


E aí pessoal, como estão as suas teorias e expectativas?


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