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História A Beira da Traição - Escolha e Consequência


Escrita por: MaskKira

Notas do Autor


Agradecendo DaniScorpio por esse Rada maravilhoso nesse diálogo dos dois :3

Capítulo 6 - Escolha e Consequência


Fanfic / Fanfiction A Beira da Traição - Escolha e Consequência

Kanon deitou o Espectro no chão do banheiro mesmo, beijava-o sem pudor e era retribuído, tinha os cabelos azuis e longos puxados com força e novamente a pele branquinha do pescoço marcada. O geminiano esticou-se para pegar mais um preservativo e o vidrinho de lubrificante os dois continuavam imersos naqueles sentimentos e sensações que os faziam se esquecerem do mundo, apenas queriam um ao outro.

O Escorpiano se ajeitava embaixo do corpo do grego. Mordeu o lábio quando teve as coxas apertadas de forma provocativa. Não conteve o gemido quando foi penetrado, cravou as unhas curtas nas costas do outro, sentiu o corpo do geminiano estremecer, era muito bom saber que provocava essas reações. Apertou mais as unhas contra a pele do Cavaleiro quando ele passou a se mover devagar.

O geminiano mordeu os lábios enquanto ria do rosto vermelho do inglês, também não continha os sons que saíam de seus lábios, aumentou a velocidade dos movimentos fazendo o Radamanthys quase gritar, sentia o corpo dele se contorcer e estremecer embaixo de si e aquilo o deixava louco.

Radamanthys puxava os cabelos do grego, enroscava suas mãos nele e puxava, sentia não só o rosto como todo o corpo queimar, seus pensamentos flutuaram um pouco, como podia sentir mais prazer com Kanon do que com Pandora? Mas logo eles se esvaíram quando sentiu o corpo do grego tremer.

Kanon não aguentou mais, se desfez novamente com o corpo do Espectro. Respirava descompassadamente, caiu ao lado dele de olhos fechados e com um sorriso no rosto, sentia muito calor, muitas sensações ao mesmo tempo. O escorpiano ajeitou-se para poder beijá-lo, um beijo calmo e carinhoso, foi retribuído da mesma forma.

Depois que alguns minutos de descanso no piso frio, os dois aproveitaram o chuveiro ainda trocando beijos e carinhos. O Cavaleiro guardou o brinquedo, antes que passasse por mais uma situação constrangedora, os dois vestiram apenas as peças intimas e levaram o resto das roupas para o quarto deixaram espalhadas mesmo, deitaram-se na grande cama macia.

− Então, Kanon, por que vermelho? – Radamanthys perguntou curioso depois de um tempo em silencio.

− Minha discípula ama vermelho. – Kanon respondeu rindo.

− Mas porque diabos ELA escolheu a cor? – Questionou novamente.

− Porque ela me levou no sex shop.... E eu estava com vergonha demais para escolher a cor. – Suspirou.

− Você foi a um sex shop com uma criança? – O escorpiano perguntou incrédulo.

− É.... Ela vai fazer 18 esse ano. – Riu.

− Não é tão nova quanto pensei que fosse.... – Realmente, havia pensado que ela tinha 15, 16.

− Claro que não, muito trabalho treinar crianças. E ela ficou quase 2 anos fora em Paris, é Amazona de Cérbero, fez uma especialização em armas. – Kanon respondeu orgulhoso.

− Agora faz sentido. Você não tem cara de Mestre, muito menos de crianças. – Radamanthys riu.

− Claro que eu tenho cara de Mestre. – Sério. – E realmente, crianças não são meu forte. Minha discípula.... Quero nem pensar como entende tanto do assunto. – Suspirou, nunca havia visto Drik daquela forma, até ela lhe acompanhar naquele lugar, agora ficava pensando o que Aiolia passava nas mãos dela, ou se concordava com todo o liberalismo no âmbito sexual.

− Provavelmente da mesma forma que nós entendemos. Por que? Sente ciúme? – Estreitou os olhos dourados.

− Um pouco, conheci a pirralha com 13 anos, fui praticamente um pai, não percebi que cresceu tão rápido. – Sincero.

− Estou tentando, mas é difícil lhe imaginar cuidando de uma adolescente. – O Espectro comentou pensativo.

− Ah todo mundo diz isso e como viu o jogo virou rápido, ela mal voltou e já estava me aconselhando. – Suspirou.

− Um homem dessa idade pedindo conselhos para uma adolescente, é no mínimo estranho. – Radamanthys riu.

− Eu não pedi, ela se ofereceu para ajudar e sinceramente eu nem sei porque deixei, só passei vergonha. – Levemente corado.

− Vergonha por que? É tão normal ir ao sex shop. – Curioso.

− Claro com a discípula menor de idade contando sua vida sexual para os funcionários.... – Kanon reclamou.

− Queria ter visto isso. – Ainda rindo. – Mas não precisava contar a vida sexual. – Sério.

− Ok, não foi tão aberto assim, ela apenas poderia ter dito que era para ela, não para mim. – Comentou ainda levemente indignado com o que houve.

− Seria o mais normal, mas se ela escolhesse e você não gostasse? – Rada perguntou.

− Ok ela quis ajudar, mas foi constrangedor. – O geminiano tremeu ao se lembrar da vergonha.

− Quem diria que algo lhe deixaria tão envergonhado.

− Como assim “quem diria”? – Sério.

− Você não faz o perfil tímido. Muito pelo contrário. – O escorpiano disse com certa malícia.

− Ah, eu queria ver o senhor no meu lugar, ia ficar do mesmo jeito!

− Provavelmente. – Pensativo. Se havia sido difícil falar com os amigos, imagina com um funcionário qualquer da loja?

− Viu.... Ainda bem que não tem uma discípula louca se não teria acontecido o mesmo. – Riu.

− Nem fala uma coisa dessas. Não pretendo treinar ninguém, não. – O Espectro pensou em como Pandora surtaria se fosse ela a comprar um brinquedo daqueles.

− É, não é uma tarefa fácil. – Ainda rindo.

− Não tenho paciência nem com alguns Espectros, imagina com um pirralho?

− Ah, isso eu não duvido, ainda bem que apesar de louca ela nunca deu muito trabalho, estudava e treinava tudo direitinho.

− Mas pelo visto dá umas escapadinhas para se divertir. – Malicioso.

− Bom, ela não me arrumando problemas.... Mas o namorado dela sabe bem que se fizer algo errado vai ter que se entender comigo. – Kanon disse diabólico.

− Ah, fiquei até com medo. – Radamanthys debochou rindo.

− Idiota....

− Falou o cara que foi ao sex shop com uma pirralha! – Rindo roubou um beijo do Cavaleiro, Kanon retribuiu.

− Não tive muita opção. – Suspirou. – Mas e você hein? O que ficou fazendo durante esse tempo? – Curioso. Radamanthys sentiu como se seu sangue tivesse congelado, nem havia pensado muito em como o outro iria reagir diante de seu namoro com Pandora, mas havia chegado finalmente a hora de contar.

− Eu.... É..... Tentei te esquecer ficando com Pandora. Achei que ainda fosse apaixonado por ela. – Falou em um fôlego só, olhando para o nada.

−.... Como? – Kanon achou que não tinha ouvido direito, ele passou o mês deprimido, chegou aquele ponto de passar vergonha com Drik, enquanto o outro provavelmente se divertia com a mulher.

− Ela.... Ela disse que amava e eu.... Eu fui apaixonado por ela por tanto tempo, pensei que deveria tentar. – Se explicou, mas não conseguia olhar para o geminiano. Kanon não tinha o que responder, também havia pensado que o que tiveram não foi nada demais, mesmo assim....

− Está apaixonado por ela ainda? – Perguntou baixinho.

− Não, não estou! – O escorpiano falou apressado. – Não consegui parar de pensar em você. – Agora encarou os olhos verde azulados do outro. O geminiano desviou o olhar, não sabia o que estava sentindo, mas estava irritado, magoado.

− Ainda está com ela? – Perguntou novamente, o Espectro sentiu um nó em sua garganta.

− Sim.... – Resmungou de cabeça baixa. – Mas não é ela que eu quero, Kanon. Acredite em mim. – Sincero. O outro colocou a mão na testa, como era idiota.

− Eu não acredito que você fez isso! Eu não vou me passar “pela outra” para essa garota surtar de novo. – Irritado, levantou-se para pegar a camisa que estava no chão.

− Kanon. – Radamanthys o segurou pelo braço. – Eu não a amo, não a quero e muito menos desejo. – Disse aflito olhando para os olhos verde azulados. – Eu só não sei como dizer isso a ela. – Fitou o chão.

− Não me interessa! Não vou ficar aqui com você me prestando a esse papel ridículo, pois enquanto você estava se divertindo com ela eu estava passando vergonha! – O geminiano bradou.

− Kan, por favor, me escuta. E-eu te amo. – Meio desesperado. Kanon sentiu o coração disparar.

− Não vou ser um adolescente e vir com aquela “se ama então termina com ela”, mas eu não quero as coisas desse jeito, não é justo nem com ela.... – Explicou.

− Eu sei que não é. Mas é que eu tentei negar o que sentia e quando percebi que não conseguia mais. Não pensei em mais nada além de te encontrar o quanto antes.

− Você escutou o que eu disse? Eu não vou me prestar a isso!

− Eu vou falar com ela, está bem. Eu só preciso de tempo. Saber o que falar, ela vai surtar. É provável que eu perca meu cargo, mas se valer a pena.... – Radamanthys disse pensativo.

− Não.... Não quero isso. – Preocupado.

− Kanon, ela é quem comanda os exércitos do Inferno. Em teoria isso é traição, não é? Ela vai juntar as duas coisas e vai sim descontar em mim. Mas não me importo mais. – Sério.

− E se ficar sem emprego vai fazer o que? Não posse lhe levar para minha casa, meu irmão iria surtar, fora as complicações! Não posso permitir que largue tudo assim. Nem que tenha que me afastar de você. – Sério, não queria realmente aquilo.

− Não! Não queria isso, já fiquei tempo demais longe de você. Agora que resolvi aceitar o que sinto não quero mais ficar distante. – Radamanthys revoltou-se com a ideia. – Eu não sei o que fazer, mas não podemos simplesmente deixar de nos ver. – Bagunçando o cabelo.

− Rada, não podemos arriscar. Eu tenho o título, mas não uma armadura, quem cuida de tudo é Saga, mas você tem muito a perder e eu não quero isso. Se pudesse ficar comigo, mas meu irmão e o Mestre não iriam aceitar.

− Então você prefere que fiquemos separados? É isso?

− Rada.... E-eu também senti sua falta e também te amo.... Mas-mas não quero que se prejudique por minha causa. – Respondeu não acreditando que respondeu.

− Olha Kan.... – Acariciou o rosto do outro. – Eu não faço ideia do que vai acontecer, mas quero ficar com você. Não sei como, mas quero.

− E-eu também quero.... Mas não quero que você fique sem ter onde ficar. E-eu posso ver com minha deusa, ela é muito boa, tenho certeza de que se explicar ela vai entender.

− Isso é no mínimo estranho. – Olhando para o Cavaleiro. – Sempre me orgulhei de ser o Juiz mais fiel e agora me vejo nessa situação. – O Espectro fitava as próprias mãos.

− Ma-mas ainda não quero que deixe seu cargo vamos pensar melhor nisso desculpe pressiona-lo. – Kanon pediu fitando o inglês.

− Você acha que existe alguma solução? Porque não acredito que haja um acordo ou algo do tipo.

− Também não acho, acha que ela vai mesmo ficar brava com você a ponto de misturar com a posição que vocês têm? – Perguntou.

− É bem provável, ela vai surtar, mas.... Talvez depois se acalme. – Pensativo.

− E se não? E se mandar prendê-lo por traição? Se machucá-lo? – Kanon extremamente preocupado.

− Já pensei nisso e prefiro correr o risco. – Sério.

− Não, vai dar no mesmo. Vamos pensar nisso com calma. – Respirou fundo.

− Tudo bem, vamos pensar com calma. Mas vamos continuar nos encontrando até tomarmos uma decisão? – Radamanthys curioso, não queria ficar longe.

− Eu não sei.... – Respondeu. Sentia-se mal ao pensar que ele tinha que voltar para outra.

− Eu entendo se você não quiser. A culpa é minha por tida essa situação. – Cabisbaixo. – Me desculpe. – O inglês pediu e levantou-se para pegar as roupas do chão.

− Eu não quero que você fique assim, apenas não quero as coisas desse jeito, se ela desconfiar vai segui-lo de novo e voltaremos a situação inicial.

− Eu não sei mais o que fazer Kanon. Estou disposto a enfrentar as consequências da minha traição. Mas não sei o que fazer além disso. – Sério encarava o geminiano.

− Mas.... Eu não sei o que pensar, o que fazer, não vamos conseguir sair bem disso.

− Provavelmente vamos nos ferrar. – Riu triste. – Só preciso saber que você está comigo nessa ou não. – O encarou.

− .... Eu estou. – Pausa. – Só quero que você fique bem. – Respondeu o olhando da mesma forma.

− Vou ficar. Eu prometo. – Segurou o rosto do grego, prometeu mesmo sabendo que não era verdade. Tinha certeza de que Pandora o trucidaria assim que soubesse. Kanon deu um sorriso, mesmo não se sentindo seguro, mas o que poderia fazer? Aproximou-se selando seus lábios.

− Prometo que-que vou falar com minha deusa e depois com meu irmão. – Sussurrou ainda próximo, Radamanthys apenas aproximou-se e beijou o Cavaleiro novamente.

− Falarei com senhor Hades também. Só não garanto que ele seja compreensivo.

− Acho que não há outro caminho além de sermos sinceros com todos.

− Também acho. – Concordou, esperava que ambos continuassem inteiros após conversarem com seus deuses.

− Eu amo você. – Kanon sorriu.

− Também lhe amo! – O beijou com paixão.

Os dois passaram mais um tempo trocando carinhos, não queriam ter que ir, se fosse possível morariam naquele hotel para sempre. Mas com pesar arrumaram-se.

− O que? – Kanon o fitou.

− É sério, um lugar como esse deve ter a comida excelente, vamos almoçar antes de sair. Eu pago se for o caso. – O escorpiano sorriu. – Vamos? Nunca fizemos uma refeição juntos. – Os olhos dourados fitavam o grego. Kanon pensou em perguntar se aquilo importava, mas para o outro importava.

− Hum.... Tudo bem, vamos descer ao restaurante. – Concordou. Radamanthys sorriu satisfeito e os dois saíram.

 

O restaurante tinha a mesma decoração luxuosa do resto do hotel, janelas amplas que davam para um pátio gramado, com jardins. As mesas possuíam toalhas brancas e cada uma delas tinha um vaso com acantos de folhas avermelhadas. Eles sentaram-se perto de uma janela, realmente aproveitavam “pouco” do que o hotel oferecia. Cada um pegou um cardápio, perceberam que a especialidade do restaurante, além da comida grega era a francesa.

− Rada.... É muito caro. – Disse baixo sem tirar os olhos do menu.

− Fica calmo. – Riu. – O que acha desse. Rolê de vitela com cogumelo e acelga? – Disse.

− Hum.... Parece bom. – Kanon concordou. – Ok, por mim tudo bem, gosta de vitela? – Curioso.

− Não sou chato com comida, felizmente tive a oportunidade de experimentar muita coisa, nós Juízes do Inferno fazemos as refeições com Hades, é sempre um banquete. – Explicou. O geminiano apenas o fitava.

− Hum, e consegue viver com dois homens e uma menina cozinhando pratos normais, salvo algumas ocasiões especiais? – Brincou.

− Sem dúvida. Por você qualquer coisa. – Respondeu rindo, Kanon sentiu o rosto afoguear. Radamanthys pediu dois pratos e vinho para acompanhar, mesmo o geminiano dizendo que não precisava.

− Não sei porque não viemos aqui antes.... – O geminiano observava garçons uniformizados servirem os pratos a outros clientes, a comida era cheirosa e agradável aos olhos.

− Então. – O Espectro concordou, sempre ficavam muito ocupados juntos, nem pensavam no mudo fora daquele quarto. O vinho chegou primeiro, os dois desfrutaram enquanto esperavam o almoço, os pratos chegaram, a carne era acompanhada por uma porção de vagem cozinha. – Parece bom. – Comentou.

− Realmente, deve mesmo valer a pena. – Kanon disse. Eles conversavam descontraidamente enquanto comiam. Nenhum dos dois queria pensar no que aconteceria quando voltassem a guarda de seus respectivos deuses, não queriam imaginar que seriam punidos, castigados por aquela traição horrível.

Os dois despediram-se em um cantinho do hall do hotel, prometeram escrever o mais rápido possível.

 

Santuário.

Saga andava de um lado a outro do hall de Gêmeos, olhava o relógio que carregava no pulso, quase 14h30 e nada do irmão.

− Mestre Saga, por favor. Ele está bem. – Drik saiu da cozinha secando as mãos em um pano de prato.

− Isso é culpa sua. Você deveria incentiva-lo a esquecer aquele desgraçado. Estão manipulando ele Drik! – O mais velho vociferou.

− Não, Mestre Kanon não é idiota. Ele vai voltar, ficaram muito tempo separados, estão com saudade. – A geminiana suspirou apaixonada, conhecia bem aquele sentimento.

− Não? Só quero ver. – A encarou. Estava mesmo preocupado com o mais novo, tinha medo que ele se machucasse, não só fisicamente como seu coração. Não queria que ele sofresse, muito menos por um Juiz do Inferno leal a Hades!

− Fique calmo, Mestre, por favor. Mestre Kanon está feliz, muito, ele ama Radamanthys, tenho certeza de que ele não está sendo enganado. – Sincera.

− Você não tem que treinar? Passear, sair com Aiolia, sabe Deus, apenas saia da minha frente, ok? – Saga disse meio ríspido. A geminiana suspirou.

Depois de quase meia hora Kanon estava de volta a Gêmeos.

− Drik.... Lhe contou? – O mais novo perguntou da porta da sala, Saga estava sentado no sofá, eles haviam se olhado, mas o mais velho havia desviado o olhar.

− Sim. – Respondeu.

− Eu o amo, Saga. – Kanon o encarava. – E-e eu gostaria de pedir permissão.... Para que ele pudesse ficar aqui. – Sério.

− O que? – Saga incrédulo.

− Conversarei com Athena primeiro, ele vai falar com Hades. Sei que nossa deusa é benevolente, mas ele... – Suspirou.

− Não, não. De jeito nenhum! Como vai ficar a minha cara abrigando um Espectro na Casa de Gêmeos. Não. – Saga levantou-se exasperado. – Não vê o que estão fazendo? Querem colocá-lo aqui dentro para espionar, para ficar de olho e quando menos esperar será traído, como pode ser tão ingênuo? – Saga quase berrava encarando o irmão.

− Eu não sou ingênuo! – Respondeu, doía pensar daquela forma. – Não é isso. Ele não está fazendo isso, está em uma situação delicada com o deus também e com a mulher que exerce o mesmo papel que Shion. Pode ser preso, torturado por traição. Apenas quero vê-lo bem.  – Sincero. – Não importa se você não vai concordar, posso alugar um cômodo na vila.

− Kanon, por favor, não faça isso. Sou eu que estou pedindo. É um Juiz do Inferno, não é digno de confiança, nenhum deles! Isso é traição, você também corre riscos. – Saga tentando se acalmar, estava desesperado com aquela hipótese, fora os comentários que ele sabia que viriam.

− Corro sim e estou disposto a enfrenta-los, Saga. Sinto muito que não possa ver as coisas como eu ou Drik. – Suspirou desviando o olhar.

− Drik? O que ela sabe da vida, Kanon! É uma menina, uma criança. Não entende nada, para ela é tudo mágico, cor-de-rosa. Não pode dar atenção ao que ela pensa e diz! – Irritado.

− É minha discípula, eu praticamente terminei de cria-la. – Sério. – Não quero discutir isso com você, Saga. Vou falar com Athena e enfrentar as consequências disso. – Kanon o encarou.

− A decisão é sua, mas não espere que eu vá aprovar ou apoiá-lo com isso, Kanon! Não irei. – Sério correspondia o olhar.

− Tudo bem, Saga. – Respondeu, sentia muito por brigar com o irmão, por fazê-lo passar por aquilo, mas não podia abandonar o outro naquela situação delicada.

Saga viu o mais novo sair pela entrada dos fundos e não podia acreditar no que estava acontecendo, sabia que o mais novo estava apaixonado, mas esperava que depois do gelo ele fosse esquecer o Juiz, não se encontrar com ele e voltar com essa ideia louca.

 

Kanon subiu as casas apressado. Estava ansioso, nervoso. Sabia que devia falar diretamente com a deusa, Shion também não entenderia, mas a decisão dele era fundamental, respirou fundo, por que tinha que ser tudo tão difícil?

− Kanon, que bom vê-lo. – Shion sorriu. –Posso lhe ajudar? – Perguntou. Olhava alguns papéis.

− Sim, gostaria de falar com a deusa, pessoalmente é.... Um assunto importante. – Respondeu.

− Só com ela? – O ariano o fitou.

− Só, Mestre. – Disse da mesma forma.

− Me acompanhe, por favor. – Pediu, o geminiano o fez, a deus estava tendo lições de arco e flecha com a Amazona de Sagita.

− Athena, Kanon gostaria de lhe falar. – Shion disse.

− Se não for incomodar, claro. – Ele respondeu um pouco desconcertado, ela demonstrava imponência, uma beleza incrível naquela posição perfeita para lançar a flecha.

− Hum, claro, Anny pode ir à cozinha tomar um refresco, fazer um lanchinho. – A deusa lhe sorriu.

− Sim senhora. – A Amazona fez uma pequena reverencia e saiu para dentro do templo junto com o Grande Mestre.

− O que houve, Kanon? Que expressão.... – Ela comentou, percebia a angustia no rosto dele.

− É um assunto muito sério, muito sério mesmo, minha deusa. – Disse a fitando. Os dois sentaram-se em um banco de pedra, plantas arrumadas em ramas faziam sombra. Kanon assim explicou tudo o que aconteceu nas últimas semanas, omitindo detalhes, claro. Athena ouvia tudo atenta.

− Por favor, está tudo bem. Eu jamais iria julgá-lo por isso. É meu Cavaleiro e eu o amo. – Ela disse com um sorriso. – Mas ainda é um Juiz do Inferno e mesmo eu acreditando em você, ele representa certo perigo. Gostaria de saber como as coisas vão ficar, se.... Hades irá liberá-lo. Se ele não tiver mesmo para onde ir, eu posso convencer a fera. – Riu referindo-se Shion, o geminiano riu também. – Mas você sabe.... Como os outros vão reagir. – Séria.

− Eu sei minha deusa, também.... Não quero escancarar esse relacionamento ainda, só quero que ele tenha onde ficar, nem que seja em uma casa na vila. – Disse.

− Tudo bem, mas precisamos saber como vai ficar. Sabe que vamos ter que... Ficar de olho nele, Shion vai exigir isso e talvez ele não se sinta confortável com isso, Kanon. – A deusa o fitou.

− Eu entendo, não se preocupe eu a deixarei a par da situação. Obrigado minha deusa, obrigado. – Kanon disse com um sorriso, estava aliviado, ajoelhou-se.

− Por favor. Na-não precisa dessas formalidades aqui. – Pediu, Anny já voltava e tinha uma bandeja com três copos. – Por que não bebe um pouco de suco antes de ir? – Ofereceu.

− Está bem, obrigado. – Respondeu sentando-se novamente. Kanon bebeu o suco na companhia da deusa e da Amazona e em seguida desceu, sentia-se aliviado por pelo menos ter o apoio de sua deusa, não se sentia um traidor mau-caráter. Mas se preocupava com Saga, querendo ou não ele também seria afetado por aquela decisão. Mas o que podia fazer, cumpriu sua palavras de falar com a deusa e a cumpriu, não podia esperar mais, ela havia sido compreensiva pelo menos. Só restava esperar, e contar as novidades a Drik, sabia que ao menos ela ficaria feliz por ele e sua decisão.

 

Radamanthys assim que chegou encontrou Minos pelo corredor.

− Cara por que demorou tanto? – Minos ergueu a franja para encarar o outro com os olhos acinzentados. – Senhora Pandora está louca, dissemos que você havia ido à cidade pagar uns boletos, mas ela não acreditou muito. – Sério, o escorpiano suspirou.

− Boletos? Desde quando eu compro as coisas por boleto, você e Aiacos também.... – Levemente irritado.

− Desculpe, ficamos nervosos, não tinha desculpa melhor. – Respondeu. – Bom, para ter demorado, o Cavaleiro foi.... – Curioso.

− Sim. – Lacônico.

− Pelo amor dos deuses, e aí? – O fitava.

− Nada, acabei contando o que houve ele ficou puto. Minos eu.... Vou falar com Pandora e-e Hades. – Sério.

− O que? – O outro questionou incrédulo. Sabia que os dois não iam gostar nada.

− Não posso viver mais assim, Minos. Não quero ter que mentir para Pandora. – Respondeu.

− Está ficando louco, é o Juiz mais leal a Hades, tem um cargo de suma importância, não pode simplesmente sair assim por um Cavaleiro de Athena. – Sério.

− Eu sei, entendo as consequências disso, mas eu não quero mais. Agradeço você e Aiacos por terem guardado segredo e me ajudado hoje, não vou dizer nada sobre isso a eles. Mas eu preciso fazer isso, Minos. – Explicou, o platinado suspirou, aquilo não terminaria bem.

− Se é isso o que quer Rada, não podemos impedi-lo. Mas sabe que as consequências não serão agradáveis, nosso Senhor Hades pode até cogitar perdoá-lo por seus excelentes serviços, mas nunca mais poderá ir a superfície como civil, e senhora Pandora fará da sua vida um inferno, quer dizer, ela não lhe dará paz. Isso na melhor das hipóteses, a pior é que vão prendê-lo e tortura-lo por traição isso SE não lhe aplicarem pena capital. – O Juiz listou.

− Eu sei, sei de tudo isso. – Disse. Pensar em tudo aquilo era horrível, mas realmente não suportava mais aquela situação, se ele não contasse a Hades, Pandora contaria quando soubesse que ele se encontrava com Kanon as escondidas. Não havia muito o que fazer.

− Tudo bem, sabe que se precisar de algo estaremos com você, Aiacos deu a louca aquele dia, mas também ajudará. – Minos sincero. A situação em que viviam era tão complicada, deviam se dedicar 100% a causa de Hades, sair para superfície era privilégio de poucos e ainda saiam por pouco tempo, manter um relacionamento com alguém de fora era quase impossível.

− Vocês não precisam se preocupar, já me basta de traidor para senhor Hades e Pandora terem que lidar. Mesmo assim obrigado. – Normalmente, Minos assentiu e o deixou. Radamanthys respirou fundo, ainda estava parado no corredor, como havia chegado aquele ponto? Como havia deixado ser tomado por sentimentos humanos banais, se apegar tanto a alguém? Ainda mais um homem e ainda por cima um maldito Cavaleiro de Athena! Bagunçou os cabelos louros, sentia-se cansado. Pensou seriamente em ir para o quarto, tomar um banho quente e se deitar um pouco, mas não podia adiar mais a conversa com Pandora.


Notas Finais


Espero que gostem....
Ah! A treta....


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