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História A Bruxa e a Polícial - Não pense demais


Escrita por: SteepQueen

Notas do Autor



Capítulo 2 - Não pense demais


Fanfic / Fanfiction A Bruxa e a Polícial - Não pense demais



Pov

Márcia

Inês coloca minhas mãos em seu rosto,consigo ver seus olhos ficando em uma cor magenta. Foi quando eu senti a escuridão me envolver e um vento forte soprar,eu sabia que não era real,mas meu corpo entendia outra coisa.

É como cair de um prédio e nunca alcançar o chão,mas de repente você sente todos seu corpo se partir e acorda assustado.

Abri meus olhos e senti a terra macia embaixo de mim,minha cabeça dói como nunca.  Me sento e consigo ver uma floresta enorme,o lugar é denso e o sol não passa pelas grandes árvores.

Sinto uma mão agarrar meu ombro e me levanto em um pulo,arrumando a postura e respirando fundo por culpa do susto.
Vejo Inês a minha frente e fico mais calmo,embora ela esteja claramente preocupada.

- Vamos...se quer me conhecer,precisa aguentar algumas emoções fortes ! - Segui a bruxa pela floresta,adorando ver aquele lugar incrível. As flores,o ar limpo e o cheiro da terra trazem uma sensação única.

Inês anda na minha frente,se deslocando facilmente na mata e parece reconhecer o caminho de cor. Não demora muito tempo para uma vila aparecer,bem pequena e com casas simples.

Essa não é a floresta do cedro...então onde estamos ?

Inês - Estamos na Vila tore...a muitos anos atrás ! - Ela sorri triste para mim,e eu só posso continuar a seguindo.

Passamos por crianças brincando,e alguns homens cortando peixes. Entramos em uma casa no meio da vila,todas parecem tão iguais,mas Inês anda alí como se fizesse isso todos os dias.

Chegamos perto de duas mulheres,uma adolescente grita com a mais velha e aos poucos as vozes vão ficando mais altas.

- EU ODEIO ESSE LUGAR ! Estão me prendendo aqui a anos,eu só quero ir a uma festa mãe  ! - a adolescente bate os braços,revirando os olhos e acabado olhando para Inês.

É ela...é Inês mais nova ! O mesmo revirar de olhos e expressão brava. Solto um sorriso,e a bruxa chega mais perto das mulheres.

- VOCÊ É A VERGONHA DESSA FAMÍLIA ! Estou te avisando,se você sair daqui não volta mais ! Pode ir,vai lá...espero que mostrem para você o quão ingênua tu é !

A mãe grita a plenos pulmões,como se jogasse uma praga na garota que está com os olhos cheios de lágrimas e saí correndo no mesmo instante.

Fico olhando a menina sumir indo para uma estrada de terra,enquanto a mãe bate a porta da casa.

Inês - Nunca tive a melhor criação...

A morena de olhos negros,segura no meu ombro e me olha novamente. Dessa vez,sinto tudo rodar e depois de alguns segundos uma música alta toca nos meus ouvidos.

Abro os olhos,vendo uma festa acontecer e muitas pessoas dançando. Uma espécie de banda toca no lugar,e as pessoas parecem tão felizes. Sigo Inês entre as pessoas,as vestes pretas dela não me fazem perdê-la de vista.

Ela para no lugar,enquanto avisto onde Inês olha tão fixamente,a versão mais nova da bruxa está gargalhando e dançando sozinha. Até ir ao bar pedindo outra bebida,um garoto vem conversar com ela,parece um pouco mais velho.

Ele sorri galanteador e começa a jogar charme para a garota,qualquer pessoa que estivesse ali só veria dois jovens trocando flertes. Mas uma policial como eu,consegue ver o rapaz colocando algum tipo de droga na bebida dela.

Talvez não seja um comprimido,ao olhar para as pessoas vejo as roupas são de uma época antiga e os instrumentos velhos da banda...voltamos quantos anos no tempo? 100 anos ?

Inês - Um pouco mais ! - olho para a bruxa surpresa,mas ela não me deixa terminar.
As imagens passam na minha frente e parecemos avançar algumas horas.

A adolescente está sendo carregada,rindo muito e mais alegre do que deveria estar. Parece só bêbada,mas sei que está completando dopada.

Sigo ela e o garoto que a leva no colo,quero mandar ele largar ela,mas eu não posso fazer isso...não posso mudar o passado,isso é só uma lembrança !

Vejo a jovem Inês sendo colocada dentro de um carro,e mais dois jovens entrando nele. Uma porta aparece na nossa frente,e Inês está paralisada no lugar.

Inês - Eu não passo por essa porta...se quiser ir,não tem mais volta e não posso seguir junto a você nessa lembrança !

Olhei para a porta preta com uma maçaneta dourada,trancada com um enorme cadeado. Balanço minha cabeça em concordância,e Inês joga um feitiço na porta,a destrancando.

Seguro na maçaneta gélida,como se um furacão me atingisse quando abro a porta e a fecho atrás de mim.

Meu coração aperta e sinto minha garganta secar,aquele cena nunca passaria na minha cabeça. Um dos homens que carregava ela no colo,está prendendo as mãos na garota,enquanto o outro segura as pernas.

Só consigo me encostar no cantinho do quarto e ouvir o homem,que está de pé falando.

- Garota,ninguém te ensinou que não se deve confiar em estranhos ? - Ele ri,junto com os outros dois,Inês bate as pernas e os braços.

- Segurem essa vadia direto,ela vai aprender uma lição. - Meus olhos começam a lacrimejar,e sinto vontade de acabar com esse desgraçado.

Sinto braços rodearam minha cintura e me abraçar.

Inês - Não vale a pena,ele morreu faz décadas ! - Olho para ela e vejo que está com o rosto escondido nas minha costas.
Porque ela entrou? Achei que não poderia vir comigo...talvez ela só não queria ver essa cena,ou reviver esse momento péssimo.


Me concentro na cena a minha frente,o homem tira o cinto da calça e sobe com os pés em cima da cama. Sentando nos quadris da garota,que iria gritar se não fosse amordaçada com o cinto de couro.

O homem nem olha nos olhos dela,vejo os amigos rirem e segurarem com mais força o corpo da garota.

- Vamos acabar logo com isso  ! - O homem fala,e já não quero mais estar ali para ver oque aconteceu. Puxo Inês junto comigo para a próxima porta,passando por ela com pressa.

Vejo a adolescente chegar em casa,com as roupas rasgadas e hematomas por todo corpo. A mãe dela não ajudou,não fez nada,apenas gritou que ali não era mais sua casa.

Sinto que estou prestar a ter um ataque de pânico,passo pela outra porta e acabo caindo no chão gritando alto.
Minha mente começou a ser afetada também,lembranças são reais e pesadelos não ! Oque me faz ter mais medo ainda.

Inês me estende a mão,e consigo levantar.
Sigo aminhando com ela pela floresta,chove muito por alguns minutos e depois para. O céu escuro,e a noite tão silenciosa foram rompidas por choro e gemidos.

Dessa vez Inês me guia,me fazendo ver o momento exato que ele perde o filho e o momento de sua morte. Uma borboleta pousa no rosto dela,e sinto que agora conheço um décimo de toda história da Cuca.

Como um pesadelo ruim,acordo assustada e sinto meu corpo pular da cama. As mãos delicadas de Inês não estão mais no meu rosto,oque me deixa triste. Estou sentindo todas as sensações de tudo àquilo que vi.

Olho para frente e vejo a mais velha encostada em sua mesa,olhando para os livros dela pensativa. Me levanto da cama,e vou até a bruxa.

Chego devagar e seguro a mão da morena que está em cima de um livro antigo.

Márcia - Ei...obrigada por me mostrar tudo àquilo,não fazia idéia ! - Tentei parecer calma,mas ainda tem algo em mim com medo.

Inês - Ninguém faz ! - Ela diz grosseira,mas sei que só está tentando se defender.

Márcia - Você é a pessoa mais forte que eu já conheci,não precisa fingir que não sente nada. - Falei sincera.

Ela suspira,finalmente segurando minha mão a dela e entrelaçando nossos dedos.
As mãos dela tem várias cicatrizes,alguns anéis coloridos e prateados.

Inês - Eu realmente não sinto nada...faz tanto tempo,tive tantos pesadelos com isso e não gosto mais de lembrar !

Márcia - Então por que passou por tudo isso de novo para eu poder ver ? Por que me deixou entrar na sua cabeça ? - Eu estava confusa isso é claro,não entendo os motivos dela.

Inês - Queria não ter resposta para essas perguntas...mas tenho,você é especial ! Senti isso na primeira vez que vi você,e continuo sentindo !

Abri um sorriso,fazendo a mais velha me olhar com aqueles olhos assustadoramente perfeitos.
Quero beijá-la e dizer oque sinto,e tudo que aconteceu nos meus sonhos com ela.

Inês - Você sabe que eu consigo ler cada canto da sua mente não é ? - Me surpreendo,e solto a mão dela.

Tento não pensar em nada,não quero machuca-la ou fazer algo errado.
A bruxa me puxa para mais perto,passando seus braços pelo meu pescoço.

Márcia - Oque você...Inês ? - Sinto um arrepio correr pelo meu corpo enquanto a vejo sorrir e tão perto de mim.

Inês - Não precisa ter medo de mim polícial,eu não mordo ! - Ela me provoca,mordendo os lábios e sorrindo.

Márcia - Dúvido muito disso ! - Sorri vendo ela revirar os olhos.

Inês - Só não pense demais ok ? Sinta oque está acontecendo e se permita deixar acontecer ! Nenhuma pessoa passa pela nossa vida atoa Márcia,e sinto que você não é alguém passageiro na minha.

Ela me deixa um beijo quase no canto do lábio e volta ao que estava fazendo.
Essa é minha deixa para sair,preciso ir para delegacia trabalhar.

Assim que eu estava perto da porta,me viro novamente.

Márcia - Inês... - Fecho minha mão,sentido toda a coragem ir embora.

Inês - Márcia ? - Ela me olha com as sombrancelhas arqueadas.

Márcia - Você quer sair comigo hoje a noite  ? - Deixo um sorriso nervosa transparecer,e vejo a mulher gargalhar.

Inês - Apareça aqui as oito,ou a Cuca vai te pegar  ! - Ela me olha sorrindo,olhando para mim com aquele olhar misterioso e extremamente sexy.

Márcia - Isso foi para me incentivar a não chegar no horário? - Inês sorri,antes de ir eu vou até ela e a abraço.

Inês - Os humanos são confusos ! - Ela provavelmente está com aquele olhar indiferente,mas sei que gostou do abraço,sinto isso no coração dela batendo mais rápido.

Márcia - Sei que você tem muitos poderes,mas vou estar aqui para te proteger...eu gosto de você Inês !

A solto e deixo um beijo na testa da entidade,saindo correndo logo depois.
Não acredito na minha tamanha audácia,mas sorrio animada com a possibilidade de estar ao lado dela mais tarde.





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