História A Bunch of Flowers - Be despicable

« O amor é como as rosas, cada pétala uma ilusão, cada espinho uma realidade! »

Priscila Julieta

 Los Angeles - California, the 5 November 2018 - 05:18 PM

Point of view - Megan Rose Johnson

Quando eu digo que trabalhar entre milhares de flores e suas essências é maravilhoso eu não estou mentindo, ainda mais sendo com meus pais que são super dedicados ao que tudo fazem pela floricultura. Um trabalho cheio de cores e aromas.

Assim que termino de atender uma querida cliente, vou arrumar um lindo arranjo de flores de rosas com alstroemérias. As rosas são raras nãos gostarem delas, elas possuem grandes variedades de cores, além de serem felizes na combinação com as outras flores. As alstromérias são conhecidas no visual, mas poucos a conhecem pelo nome, ela é uma flor de aspecto delicado, porém são muito resistentes e possuem uma grande gama de cores, assim como as rosas também.

— Filha? -tiro minha atenção do arranjo que estou quase terminando e olho para minha mãe que se aproxima. — Eu só vim avisar para você não se esquecer de escolher as rosas, para vender mais tarde no Restaurante Maccheroni.

— Daqui a pouco vou escolher as mais lindas rosas, mãe. -digo e ela beija o topo de minha cabeça.

— Obrigada, filha. -sorri agradecida.

— O que você acha desse arranjo de rosas com alstromérias? -pergunto e minha mãe analisa o arranjo.

— Perfeito! Você tem o dom de combinar as flores e suas cores.

— Obrigada mãe! -assim que agradeço minha mãe, chega um novo cliente na loja.

Viro meu corpo assim que ouço o som dos pequenos sinos, que se encontram acima da porta da entrada da loja e tocam assim que a porta é aberta. Desvio meu olhar do ramo de flores que estavam em minhas mãos e olho o senhor que acaba de entrar na loja e passa o olhar dele sobre toda a loja, talvez analisando, vendo as flores, os ramos ou talvez ele estivesse procurando por alguém.

Dou alguns passos até ele e chamo a atenção dele, assim que faço a pergunta de sempre.

—  Boa tarde, posso ajudá-lo a encontrar o que deseja? -pergunto de forma simpática e sorrio assim que termino de falar.

Ele apenas sorriu e assentiu, mas logo em seguida deixa escapar um leve e baixo suspiro.

—  Boa tarde... Eu queria um arranjo para a minha mulher, mas não um qualquer. -ele vira o corpo dele para mim e me olha, dando um mero sorriso. —  Não quero um clássico, quero algo que a surpreenda. -falou sorrindo, supus que ele estivesse pensando na mulher dele.

Ele não era velho, mas também não era novo, deveria ter ao menos uns bons 47-50 anos, a mulher dele devia estar muito feliz por tê-lo, nem todos os homens pensam em oferecer flores as mulheres, ou até aos familiares, e algumas vezes uma simples visita acompanhada por flores pode alegrar uma vida.

Assinto sorrindo e depois olho pela a loja pensando em algo e lembro do arranjo que estava fazendo um pouco antes dele entrar na loja.

—  Me acompanhe, vou lhe mostrar um arranjo que estava fazendo, talvez o senhor o aprecie. -declaro e ando de novo até onde eu estava a poucos minutos antes, e pego o começo do arranjo e ajeito um pouco, viro o arranjo para ele, para que ele possa ver o início. — O que acha desse arranjo, uma mistura de rosas vermelhas com alstroemérias, e algumas outras flores rosas claras, e decoração de folhas verdes. -digo e aponto para as flores, levo meu olhar para o rosto dele.  — Ainda tenho que finalizar, mas daqui a pouco estará pronto, e não é um arranjo clássico.

Ele concorda olhando o ramo, analisando o mesmo, ele olhava para cada flor, como se queria ver cada detalhe desse ramo. Acrescentei dois outros tipos de flores, já que, ele não queria um arranjo de flores clássico.

—  Essas flores tem grandes significados. A Calla significa « somos feitos um para o outro », a Lys rosa « atreva-se a amar » e a Rosa « amor verdadeiro, realmente significa amar a pessoa » -falo admirada, e sorrio com cada significado. —  É um ótimo arranjo para a sua mulher, ela irá ficar surpresa.

—  Será esse então. Eu gostei do significado, e é essa a mensagem mesmo que quero dar a ela, mesmo que eu diga isso todos os dias a ela, eu quero oferecer este ramo, para que ela se lembre sempre. -ele declara sorrindo e com os olhos brilhando, sem dúvida ele é completamente apaixonado pela a esposa.

—  Vou finaliza-lo para o senhor então. -digo sorrindo e a seguir volto a acabar de fazer o ramo.

Isso era tão lindo de se ver, mas é algo raro hoje em dia.

Como eu queria que alguém me oferecesse um ramo desses. As vezes eu fazia os ramos em função do significado, e os ramos em que sonhava que seria feliz em receber do homem que eu irei amar...

Finalizo o ramo atando os talos das flores para não se separarem. E a seguir levo o ramo até a grande bancada onde encontrava-se a caixa e onde embrulhávamos os arranjos antes de dar aos clientes. Foi exatamente o que fiz, embrulhei o ramo e a seguir escolhi as fitas rosas claras e brancas e fiz um laço, enrolando as pontas e colo sobre o fio transparente que embrulhava o arranjo. Sorrio com o final do arranjo e o coloco a frente do senhor, em cima da bancada e depois vou até o caixa e olho para ele.

—  Gostou do resultado? -pergunto enquanto o observo a olhar o ramo e vejo ele assentir e perguntar o valor do arranjo. Faço a conta na máquina e por fim lhe digo o valor. — São 45 dólares por favor.

Vejo ele pegar a carteira dele e abrir a mesma, por fim me entrega 50 dólares. Pego e ponho no caixa e dou-lhe o troco sorrindo, pego no ramo e entrego o mesmo sorrindo, dou a volta na bancada e acompanho ele até a porta e desejo a ele um bom fim de dia e tudo de bom para ele a mulher dele, e ele agradece. Deixo a porta fechar-se e volto perto da mesa onde invento os arranjos, voltando a deixar minha imaginação falar e fazer novos lindos ramos.

[...]

Um pouco mais tarde, passei na universidade para pegar as novas apostilas do semestre e agora estava em minha casa me aprontando para ir até o restaurante vender as lindas rosas que separei para essa linda noite.

Tomei um banho demorado e após o banho, coloquei minha simples camiseta branca, macacão jeans e meu tênis all star. Avisei meus pais que já estava de saída, peguei as chaves do carro, passei na floricultura e peguei a cesta com as rosas. Coloquei a cesta no banco de trás do carro, ocupei o banco do motorista e dirigi até o restaurante.

Assim que cheguei ao local, estacionei meu carro na parte de trás do restaurante, desliguei o mesmo e saí, logo em seguida pego a cesta de rosas, fecho o carro e por fim, ligo o alarme do carro e vou até a entrada do funcionários. O Restaurante tinha uma grande reputação, não pelo o fato de ser luxuoso, ou da alta classe e moderno, mas sim pelo o fato de ser sempre frequentado por pessoas de grande estatuto. Para conhecer os maiores políticos ou os grandes empresários de empresas, esse é o melhor lugar. Não há melhor!

Ando no pequeno corredor iluminado, e com funcionários indo pra lá e pra cá, alguns com tabuleiros, outros com blocos de notas para anotar os pedidos. Chego em frente da porta do gerente e bato duas vezes. "Entre" foi o que ouvi depois de breves segundos, entrei no escritório do gerente e sorri para o senhor que se encontrava em minha frente, fechei a porta atrás de mim e coloquei a cesta no chão. Caminhei até o senhor e cumprimentei ele com um aperto de mão.

— Boa noite senhor Carlson... É um prazer poder trabalhar com o senhor! -declaro sorrindo e sento na cadeira a frente dele, depois dele indicar para eu me sentar.

— Boa noite, também será um prazer trabalhar com a maior loja de flores da cidade! -disse sorrindo olhando-me. — Bem, a senhorita poderá vender as flores na porta de entrada do restaurante, e caso precisar pode ficar dentro do restaurante também, mas pouco, pois normalmente os clientes não gostam de ser interrompidos durante o jantar.

— Pode me chamar de Megan... Não se preocupe, vou tentar vender sempre na entrada do restaurante para não incomodar seus clientes! -falo abrindo um sorriso de lado e assinto levemente com a minha cabeça.

— Obrigado... Bem acho que é só isso. Caso precisar de algo sabe onde estou, e para as contas veremos no final da noite. -disse e se levantou e estendeu sua mão que apertei e sorri, caminhei até a cesta de rosas e a peguei.

— Até mais tarde senhor Carlson! -disse e em seguida saí e fui para a porta de entrada do restaurante e me preparei para começar a vender minhas rosas, logo vi alguns clientes chegarem.

Arrumei as rosas na cesta dourada que segurava no ante-braço e sorri ao ver o resultado, as rosas vermelhas sobressaíam lindamente por cima do dourado claro, e chamava a atenção. "—Ótimo trabalho Megan! -pensei comigo mesma."

Pego numa das rosas e olho os clientes chegarem.

— Boa noite, o que o senhor acha de oferecer essa linda rosa para a sua acompanhante? -digo de forma calma e sorridente. Talvez isso atraísse as pessoas a comprarem e oferecerem essas rosas as pessoas que estão juntos delas.

— Boa noite minha jovem, porque não? Há algum tempo que não ofereço uma rosa para minha esposa, e essas rosas estão lindas, assim como minha mulher! -o homem de já uma certa idade declaro sorrindo e tiro a carteira do bolso de trás e me entregou uma nota de 10 dólares. Entreguei a rosa nas mãos dele e quando ia procurar o troco, vi ele por a mão sobre a minha.  — Não precisa minha jovem. Guarde o troco para si!

Sorrio com as palavras dele e assinto.

— Muito obrigada senhor! Tenham um ótimo jantar e uma boa noite! -vejo os dois entrarem e o senhor entregar a rosa para a esposa, o sorriso dela foi o mais sincero que ela podia lhe dar naquela noite. Era lindo de se ver.

Desvio minha atenção para as pessoa que pudessem chegar ao restaurante, esperando para voltar a vender minhas rosas. O início da noite foi simples, continuei a vender as rosas vermelhas, algumas pessoas aceitavam e logo davam as suas acompanhantes, e era possível ver nos rostos delas o amor que podiam sentir e a felicidade, e nos rostos dos homens uma grande satisfação por fazê-las felizes naquela noite. Outros clientes simplesmente me ignoravam ou diziam que não queriam e entravam logo. E poucas pessoas simplesmente me deram dinheiro em troca de nenhuma rosa, talvez eu estivesse aqui para ganhar, mas a minha maior vontade era de ver o quanto uma pessoa podia ficar feliz ao receber uma simples rosa vermelha da pessoa que ama.

Vejo uns senhores a entrarem sem nem olhar para mim, suspiro levemente, mas logo volto a sorrir ao ver um casal jovem, um homem grande, cabelos perfeitamente penteados, o terno que lhe caía perfeitamente na grande estrutura corporal que ele tinha. E ao lado estava uma mulher que por ela parecia mais vulgar pelo o vestido curto que vestia, mas não deixava de ser uma linda moça. Assim que eles se aproximaram peguei numa das rosas que restavam e estendi levemente para ele.

— Boa noite. Vocês formam um lindo casal! Que tal comprar uma rosa para a sua esposa? - pergunto sorridente olhando para ele e logo em seguida para a mulher que o acompanhava.

Os olhos claros e cristalizados de cor caramelo logo me chamaram a atenção, ele tinha um olhar tão penetrante, mas era tão sério e frio. O rosto dele era lindamente bem desenhado.

— Não. –disse ele completamente sério, me deixando totalmente sem graça. — Ela não é minha esposa, é só uma prostituta de luxo me acompanhando em um jantar. E você garota, sua presença e essas rosas não deveriam ser permitidas aqui nesse estabelecimento. –cuspiu as palavras bruscamente. Ele nem se deu o trabalho de esperar minha reposta e logo entro no estabelecimento puxando junto com ele a mulher que estava presente somente para lhe acompanhar essa noite. 

— Que idiota! -pensei sozinha o olhando entrar e ir em direção a uma mesa com várias pessoas, e as cumprimentou.

Que ser mais desprezível!