História A Burguesa E O Plebeu - Park Jimin - Admiradora Secreta

Park Jimin P.O.V

Segunda Feira 17h00pm

Apartamento do Park Jimin

Já havia chegado em casa há algum tempo, Seokjin foi piedoso depois de quase ter que me ajoelhar para ele me trazer até aqui em seu carro, pois não conseguiria vir com todos aqueles presentes no ônibus. 

Agora estava tudo em cima da minha cama e eu olhava para aquilo completamente contrariado. Era sonhar demais achar que seria coisa da Choi? Sim, era, ela nunca faria isso.

Sem coragem de tocar nos presentes apenas fui para meu banheiro tomar um banho e tentar relaxar, estava tenso após o ocorrido, depois da vergonha que passei em minha sala e ao sair pela faculdade andando com isso. Eu precisava me desligar por um momento. 

Meus amigos pareciam mais animados do que eu, na realidade, eles estavam curiosos para saber quem havia me dado aquilo. Eu só conseguia estar assustado e nervoso com a situação.

Por mais que tentasse respirar fundo e não surtar, meu peito parecia pesado demais impedindo meu pulmão se expandir e liberar todo ar. Havia um cartão no meio das flores mas me recusava a ler, mesmo depois de Hoseok ter puxado meu cabelo para tentar pegá-lo e saber quem era o remetente, dei um de ninja e consegui fugir. 

Agora aquele pequeno pedaço de papel parecia controlar meus pensamentos, não sabia se realmente queria olhá-lo. 

Terminei meu banho, me sequei e com a toalha na cintura voltei para o quarto. Aquele urso gigante parecia real, seus olhos conseguiam me intimidar, era como se ele estivesse me encarando no fundo da alma me julgando por ser tão medroso. 

Tratei de me vestir logo, de verdade aquela pelúcia estava me deixando desconfortável.

Caminhei em direção a cama, o valor de todos aqueles presentes poderia pagar um mês do meu aluguel tranquilamente. Haviam umas trezentas flores naquele buquê, o logotipo no embrulho era da floricultura mais conhecida no país, quem seria exagerado a esse nível? 

Bom, só iria descobrir se lesse o maldito cartão.

Me aproximei e jurava que o urso estava virando seus olhos para me observar, devo estar enlouquecendo. Peguei o cartão me sentindo no auge do nervosismo, soprei o ar por meus lábios e arrastei a ponta da língua para lubrificá-los de tão secos. 

Abri aquele cartão lendo rapidamente a pequena mensagem, vendo que aquilo não me respondia nenhuma das dúvidas que tinha no momento. 

Espero que esteja bem, fico feliz em te ver…

mesmo de longe.

Bufei em frustração me sentando na cama, aquilo só poderia ser de alguém que está tentando tirar uma com a minha cara, não tem outro motivo para a pessoa não se identificar. 

No entanto, quem levaria tão a sério uma brincadeira para comprar coisas tão caras? Isso me deixa aflito, mas apenas irei levar na esportiva e deixar isso de lado, se nem a pessoa quer se revelar então por que eu deveria me importar.

...

Terça Feira 21h30pm

Apartamento do Park Jimin 

Estava há horas estudando e pegando a matéria atrasada que Hoseok havia me enviado no dia anterior. Sentia que ficaria por longos dias ali revisando tudo, além de ter que dar atenção ao próprio conteúdo atual que estava sendo passado na universidade.

Se arrependimento matasse eu já teria sido comido pela terra após ter faltado tantos dias na faculdade. Sei que estava em um péssimo momento e ter ficado em casa foi necessário, só não imaginava que as consequências seriam tão duras.

Já havia pego um estágio para repor as faltas e iria começar neste fim de semana. Todos os sábados tenho que ser o assistente do mecânico de uma concessionária, só não esperava que seria em uma das empresas do pai de Choi. 

Parece que não importa o que eu faça, tudo sempre acaba me levando de volta para ela. Tentei procurar por outro, porém minha universidade tinha apenas essa vaga. Parece que o pai da garota cede vários estágios em sua empresa para a faculdade da filha, me pergunto se ele é diferente dela, se é mesmo alguém melhor. 

"DING DONG"

Ouvi o interfone tocar e me levantei, isso não era muito comum pois não havia nada acontecendo, não estava fazendo barulho nem incomodando os vizinhos, eu mal parava em casa e não pedia nada para ser entregue. 

Não havia encomendado nada, também não pedia delivery de comida.

– Alô?

– Park Jimin?

– Sim?

– Tem uma encomenda para o Sr. aqui em baixo, devo 

guardar?

– Ah não, e-estou descendo para pegar.

– Como desejar.

O homem desligou a chamada e eu fiquei alguns segundos com o telefone encostando em minha orelha, tentando raciocinar o que seria a tal entrega. Porém nada me vinha à memória, não me lembrava de ter pedido nada. 

Vesti um casaco, calcei um tênis e saí do apartamento descendo pelo elevador. Ao chegar perto do balcão onde o porteiro ficava já pude ver uma caixa imensa que impedia até de ver o homem ali atrás, mas obviamente aquilo não era para mim.

— O-…olá...eu vim buscar minha-...

— Aqui está Sr. - O homem pegou aquela caixa gigante e estendeu para mim, não consegui ter reação como da vez que recebi as flores e o urso, estava chocado demais e não conseguia disfarçar. — Se quiser posso colocar no elevador. - Sugeriu e percebendo que não teria uma resposta o mesmo foi caminhando em direção ao elevador a colocando no chão lá dentro. 

O segui boquiaberto, entrei no elevador com o embrulho e só consegui me curvar em agradecimento ao homem, sem de fato verbalizar um obrigado como deveria. Ele ficou me encarando curiosamente até as portas se fecharem, continuei até meu andar sem reação alguma. 

Quando as portas se abrem liberando minha passagem, notei que havia gente em meu andar esperando o elevador para descer. Fui obrigado a reagir pegando a caixa e saindo dali. 

Caminhei até meu apartamento e abri a porta com certa dificuldade. Entrei tirando meu calçado e coloquei a caixa em cima da minha cama, eu só podia estar sonhando mesmo, devo estar em um sono tão profundo que me sinto vivendo por vários dias dentro da ilusão.

Estava incrédulo que havia recebido uma caixa daquele tamanho, obviamente já suspeitava que poderia ser da mesma pessoa do presente anterior, ainda era surreal demais para acreditar. 

Soltei a fita que prendia as abas da caixa a abrindo e vendo que dentro da caixa de papelão, havia uma bem mais bonita. Peguei a outra a tirando dali, ela era preta com uma tampa branca e um laço vermelho a segurava. 

Desfiz o laço e tirei a tampa, me assustando com alguns balões vermelhos e pequenos subindo para o meu teto. Tinha cinco balões e foram certeiros para a superfície do meu apartamento, como se quem organizou tivesse planejado que fosse acontecer exatamente isso ao abrir a caixa. 

Aquilo me surpreendeu, meu coração acelerado indicava isso.

Olhei para dentro da caixa e agora sim conseguia ver o conteúdo. Havia uma cesta com tanta comida que dava para sustentar uma família, eram apenas guloseimas, porém o suficiente para eu abrir minha própria doceria. 

Assim que tirei a cesta de dentro da caixa notei que embaixo havia mais coisas, já estava com as mãos trêmulas e sem acreditar que alguém tinha me dado tudo aquilo. 

Havia outras três caixas menores da mesma cor e maneira da maior. Peguei uma delas, a que estava mais em cima e a abri, desfazendo o laço. 

Dentro havia uma garrafa de vinho, duas taças e um perfume, com uma embalagem que mais parecia uma escultura. Na parte interna da tampa da caixa havia um bilhete. Li e reli, parecia não saber compreender meu próprio idioma.

Espero que possamos tomar juntos…

Adoraria sentir seu cheiro.

Senti um frio terrível se apossar do meu interior, aquilo estava sério demais para ser apenas alguém tentando brincar comigo. Se acabar com meu psicológico fosse o objetivo dessa pessoa, ela estava conseguindo.

Esfreguei as mãos em meu rosto, fechei a caixa e peguei a próxima, era um pouco menor, mas conseguia me deixar nervoso tanto quanto a maior delas. 

Um pouco mais ansioso do que antes desfiz o laço e retirei a tampa, encontrando três caixinhas pequenas de uma loja luxuosa de jóias e uma da relojoaria mais famosa do país. 

Ver isso me fez perder o ar, um brinco desta loja conseguiria comprar uma casa, o valor dos relógios da relojoaria sem dúvidas era suficiente para comprar todo um bairro. 

Me levantei da cama com as mãos tapando minha boca, agora sim havia ficado sério, agora podia acreditar que não era apenas alguém brincando comigo. 

Não faço ideia de quem seja, porém não duvido que seja alguém da faculdade. Aquele lugar é cheio de gente rica, no entanto, quem seria louco o suficiente para me dar tudo isso, sou tão desinteressante. 

Será que é alguma senhora querendo comprar um submisso? Ainda assim, nem isso justificaria, eu não valho a pena para tanto.

Peguei a primeira caixa e a menor dentre elas, abri e quase a derrubei no chão quando vi aquele anel de diamante, como informava na caixa, brilhar e refletir a luz. 

Fechei rapidamente e coloquei novamente no lugar, se eu quebrar isso meu fim será pagando dívidas e mais dívidas até a morte.

Abri a próxima e era uma pulseira cravejada com cristais, essa pessoa só pode ser completamente maluca. 

A terceira e última joia era um colar de diamantes com um pingente de safira azul, todos os nomes estavam na caixa da respectiva jóia, se aquilo não fosse falso eu estava perdido.

Se me pegarem com isso com certeza vão pensar que roubei, de onde Park falido Jimin iria conseguir dinheiro para comprar essas coisas? 

Pois é, estaria atrás das grades antes mesmo de conseguir dizer que era um presente, mesmo se conseguisse explicar, ninguém acreditaria que alguém completamente anônimo havia me dado tudo aquilo.

Arrumei as caixinhas como elas haviam vindo, abri a do relógio apenas para ver se havia algumas pista de quem poderia ser o responsável por isso, porém a única coisa que tinha era um relógio tão delicado e brilhante que me assustou, nem mesmo quis ler seu nome e apenas fechei a caixa assustado. 

Novamente na traseira da tampa havia uma mensagem, essa pessoa não deve saber o grau das consequências que seus atos podem trazer.

Espero te ver usando os presentes…

Ficará ainda mais lindo do que já é.

Fechei tudo organizando as caixas e em pé olhei a última, ainda sem ter sido aberta ali no fundo da caixa imensa. Peguei, imaginando qual seria a última coisa que poderia me levar para a cadeia. 

Abri e me surpreendi, aquilo sim era um presente. 

Havia um recipiente de vidro com alguns cartões em formato de coração dentro, parecia ter sido feito a mão um por um, mas a mensagem em cada um deles era impressa e isso dificultava descobrir quem havia feito, se ao menos tivesse a caligrafia da pessoa. Abri o pote e peguei um deles vendo que era uma espécie de vale.

"Vale um beijo"

"Vale um cafuné"

"Vale uma noite quente"

Parei de ver depois do terceiro cartão, a mensagem havia me deixado aflito, foi sem dúvidas dentre tudo o que mais mexeu comigo. No verso da tampa dessa caixa também havia uma mensagem.

Espero que possamos realizar eles juntos…

Em breve, terá o direito de usar todos.

Rapidamente guardei tudo novamente dentro da maior caixa, parecia que queria desesperadamente esconder aquelas coisas, como se fossem provas do meu crime. Ao terminar deixei no canto do apartamento, junto do urso, o buquê de flores que estavam murchando e a caixa de chocolate intocada.

Não iria usar nada, muito menos comer algo dali. Não sei quem estava me mandando aquelas coisas e, se soubesse, provavelmente devolveria, não posso aceitar presentes tão caros.

Voltei para minha cama e me joguei nela tentando me acalmar, meu coração estava enlouquecido e sentia um frio arrepiar meu corpo mesmo em pleno verão. Não fazia ideia de quem era o responsável por estar me enviando essas coisas, porém, isso estava começando a me deixar assustado. 

Na primeira vez levei de certa forma na brincadeira, achando que seria alguém tirando uma comigo, mas agora é diferente. Sabia que não conseguiria me concentrar para estudar então apenas desisti por hoje, essa pessoa ao contrário do que imagina, está me dando prejuízo.

…

Quarta Feira 14h00pm

Universidade de Seoul (Refeitório Interno)

— Para de mentir Jimin-ah, flores e um urso tudo bem, mas joias e um relógio da joalheria mais cara do país? Exagerou na mentira cara. - Yoongi não acreditava no que eu dizia e, de fato, se eu mesmo não tivesse visto tudo aquilo com meus próprios olhos não teria acreditado.

Seokjin estava atento ao que eu contava, parecia acreditar, e mais ainda, desejava descobrir quem estava me dando tudo aquilo. 

Já Hoseok, esse permanecia em silêncio, mesmo depois de eu dizer que havia lido o cartão e não houvesse nada mais que uma mensagem, ele parecia não acreditar que era um anónimo, o rapaz continuava a insinuar que sabia quem era o mandante dos presentes mas era somente uma suposição, não havia uma prova sequer.

— Você sabe quem é! Pare de se fazer de idiota. - Meu amigo disse sem paciência, eu não fazia ideia só que Hoseok dizia com uma convicção absurda.

— Quem é? - Indagou Seokjin na velocidade da luz, parecia mais curioso que eu mesmo.

— É a-... que se dane, quem tem que saber é o Jimin, e ele sabe! - Hoseok desistiu de contar e voltou a comer seu ramyeon recém feito. 

Kim olhou para mim, sabia que havia acreditado nas palavras do amigo, mas eu genuinamente não acreditava que era Choi a fazer aquilo como Jung achava.

— Eu não sei quem é, juro! - Exclamei para o olhar sedento do hyung.

— Licença, você é Park Jimin? - Senti minha alma sair de meu corpo quando ouvi a voz me chamar. Estava assustado e uma desconhecida chamando por mim não me trazia boas recordações.

— Ele mesmo, por que? - Hoseok respondeu por mim pois no momento estava com a mão no peito tentando respirar e me recompor do susto. Eles riam, até a garota não se poupou de rir.

— Entrega para o Sr. 

Ela deixou uma sacola de papel na mesa à minha frente, se curvou e saiu. Vi nas costas de seu uniforme o nome de um restaurante, não o conhecia mas ela estava tão arrumada que parecia um lugar chique. Além da sacola ser de papel, sabemos que somente em estabelecimentos de alta linha entregam em sacolas de papel. 

— O que é isso? - Perguntou Yoongi, antes de eu conseguir raciocinar, Hoseok já havia rasgado o lacre da sacola e abria em minha frente.

Todos paramos de comer e olhamos o rapaz abrir a sacola e vasculhar lá dentro o que seria. Eu estaria curioso se não estivesse tão assustado, isso é bizarro demais para eu simplesmente assimilar tudo. 

Até ficaria incomodado por meu amigo abrir algo que era supostamente para ser meu, mas no momento o medo de ter um inseto ou uma bomba ali dentro era maior.

— Comida? - Ele começou a gargalhar. — Ela está disposta a tudo mesmo. - Meu amigo tirou um recipiente plástico de dentro da sacola, junto a outros acompanhamentos. 

— Meu Deus… - Coloquei as mãos sobre minha cabeça e de cenho franzido eu surtava. — Tem alguém me seguindo, estou em perigo, isso com certeza está envenenado, não vou comer! 

— Cala a boca idiota, acha mesmo que a pessoa tá fazendo tudo isso para te matar? Pra mim parece uma admiradora secreta. - Seokjin era mesmo um cara romântico que acreditava em duendes e fadas, onde na terra alguém se prestaria a ser um admirador secreto logo de mim.

— Secreta meu pé, só ele não quer enxergar quem está fazendo isso. - Disse Hoseok rindo, sabia quem era a pessoa que ele insinuava. O mesmo acreditava genuinamente que era Choi, mas eu a conhecia muito melhor que ele, aquela garota não faria isso nem em outra vida. 

— Fala logo quem você acha que é caralho! - Esbravejou Min nitidamente bravo, o que nos surpreendeu, eu mesmo que era o principal curioso pela situação não estava nesse estado. 

— Já falei que o Jimin que deve saber! - Hoseok respondeu quase no mesmo tom, hoje ele parecia sem a menor paciência. E por achar que era __________ o deixa ainda mais irritado, ele a detestava cada dia mais.

— Vão para o inferno vocês, eu vou é comer. - Jin puxou o recipiente de comida, o abriu e pegou um pedaço da carne fatiada que havia ali. 

Apenas ao abrir a tampa o cheiro do alimento exalou fazendo meu estômago revirar, havia levado apenas algumas frutas picadas e somente isso não estava me deixando satisfeito. 

— Ô! - O rapaz começou a engasgar, seus olhos arregalados e sua tosse incontrolável nos deixou em pânico.

— HYUNG!

Nós três nos desesperamos e fomos até ele, Hoseok lhe deu um tapa nas costas tão forte que pode se ouvir o eco dentro de Seokjin. Sabia que aquela comida estava envenenada, a pessoa quer me matar e Jin caiu feito um patinho, ele e essa gula o levará ao seu fim.

— Idiotas! - Ele começou a rir, deu um tapa no Jung em vingança e pegou outro pedaço de carne. — Pare de ser lerdo e come logo, seu otário. 

Yoongi e Hoseok se sentaram resmungando e xingando o mais velho pelo susto que nos deu. Eu apenas permaneci incrédulo, apostava todas as minhas fichas que aquilo estava envenenado e na primeira mordida iria cair agonizando no chão. 

Me dirigi até meu lugar, sentando novamente em nossa mesa. Ofegante procurava em meu inconsciente possíveis pessoas que poderiam estar por trás disso.

— Ei, Jennie-ssi! - Olhei para meu amigo, ele chamava Jennie ao longe e a garota não estava sozinha, Choi estava com ela. Quando seu olhar cruzou o meu quis entrar debaixo da mesa e me esconder. 

Por que esse desgraçado do Hoseok está a chamando, sei que estão se conhecendo mas não poderia ser de preferência quando a garota estivesse sozinha?

— Oi...Oi gente. - Jennie veio ao nosso encontro e sua amiga a acompanhou mais atrás. A garota cumprimentou Hoseok com um abraço e para nós ela acenou. — Que foi? 

Choi parecia deslocada ali, ficava atrás da amiga o tempo todo e mal podia vê-la. Seokjin acenava para ela e sorria como um verdadeiro fã, ele parecia realmente gostar dela e a ver como celebridade. 

Já Yoongi a encarava com um semblante indecifrável, parecia sério mas bastante atento na garota. E eu? Eu queria desesperadamente me esconder, sair correndo e cessar os batimentos acelerados do meu coração.

É tão estranho e desconfortável estar perto dela depois de tudo que aconteceu, achei que nunca mais iríamos cruzar nossos caminhos e se eu pudesse impedir isso não mediria esforços.

Olhando para trás me sinto envergonhado por tudo que passei, pela forma que me humilhei durante tanto tempo, e também, por ter visto a garota tão fraca daquela maneira em minha frente. 

Tenho a sensação de que nunca nos conhecemos, que ela é uma estranha e que passamos um constrangimento juntos forte o suficiente que me fizesse temer encontrá-la. 

— Sabe algo sobre isso? - Questionou meu amigo, apontado para a comida que havia sido entregue para mim, está que estava sobre a mesa e Seokjin vez ou outra pegava um pedaço de carne, ele já havia acabado com um dos acompanhamentos. Jin até ofereceu a Choi, mas ela apenas negou balançando as mãos no ar. 

O que aconteceu com aquela garota destemida?

— A comida? - Jennie começou a rir e olhar Hoseok com um semblante surpreso e curioso, óbvio que ela não sabia de nada, meu amigo está passando dos limites com essa paranoia. — Por que eu saberia de algo?

— E você garota, vai falar ou fingir que não sabe? 

Hoseok foi grosso ao se dirigir a __________, até seu tom de voz havia mudado. Ela que estava apenas quieta atrás da amiga olhou surpresa para o rapaz, parecia ter se assustado já que provavelmente não esperava por isso. 

Quis ainda mais sair correndo dali e me esconder, é óbvio que elas não sabiam de nada, haviam acabado de entrar no refeitório. O que esse idiota está pensando, é assim que ele me protege? Que ótimo amigo eu tenho!

Choi não se deu ao luxo de responder, se despediu de todos ali com um manear de cabeça e seguiu sozinha em direção a saída do refeitório. Esfregava minhas mãos em minhas pernas para secar o suor, passei o braço por minha testa pelo mesmo motivo. 

Queria surtar e xingar Hoseok por ter feito esse showzinho à toa, essa perseguição dele com a __________ tem que acabar. Não há mais nada que nos ligue e se ele continuar com isso seu nome estará sempre presente entre nós, fica difícil superar quando seu próprio amigo não te deixa esquecer.

Jennie se despediu rindo, ela deve estar achando Jung um maluco, que droga. Agora Seokjin irá suspeitar e terei que explicar ao Yoongi que não trabalho mais para a garota, esperando seus questionamentos do motivo.