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História A Burguesa E O Plebeu - Park Jimin - Tentativa de Assassinato


Escrita por: Miaya

Notas do Autor


Eita como ela some...

Sendo bem sincera nada de mais aconteceu, só perdi o prazer de escrever. Desde que perdi minha conta e todo o apoio que tinha antes eu comecei a ficar desanimada em postar, por mais que comentários não me fizesse continuar no começo, acho que comecei a levar eles em consideração como relevância para saber se o pessoal queria ou não ler minha estória, e esse foi meu erro quando recomecei do zero. Ainda não posso garantir que irei postar com frequência, mas sigo com o propósito de pelo menos terminar essa estória mesmo que demore. Me desculpem a quem gosta e fica esperando por capítulos, me sinto irresponsável e mal por isso pois sei o quão ruim é, só que não posso fazer apenas por fazer e entregar qualquer merda aqui para terminar logo. Por mais que seja "apenas" uma fanfic e de um artista que eu sequer acompanho mais, ainda é a minha estória, a minha arte e o meu trabalho, e não sou a pessoa que se contenta com qualquer coisa. Espero que entendam.

BOA LEITURA ♡

Capítulo 46 - Tentativa de Assassinato


Choi ______ P.O.V 

Sábado 21h30pm

Restaurante Italiano (Área Reservada)

— Por que não vamos a uma viagem todos juntos? Assim vocês podem se afastar um pouco de toda essa confusão. - Sugeriu meu pai me surpreendendo, esse tipo de coisa não era comum para ele. O homem praticamente vivia para trabalhar.

Jimin pareceu nervoso com o convite, ele olhou para mim de canto mas manteve um sorriso singelo no rosto. Minha mãe pareceu gostar da ideia e não demorou muito a se pronunciar.

— Eu acho perfeito, nem lembro a última vez que passamos um tempo juntos. Vai ser ótimo ter Jimin com a gente, por que não convidamos seus pais também? - A partir desse momento quem pareceu ficar nervosa foi eu. — Conhecemos eles no hospital mas não foi um encontro apropriado. 

— Mãe…acho que devemos ir mais devagar. - Disse sorrindo, tentando não demonstrar minha aflição ao citar a família do rapaz. Me virei para Jimin sorrindo nervosa, dessa vez recebendo sua atenção e o vendo concordar. — Appa, e a empresa? Como fica se não estiver aqui? - Questionei genuinamente interessada.

Vi meus pais se olharem e sorrirem, talvez haja algo entre eles que não estou sabendo. O homem tomou um gole do antigo vinho tinto e com um semblante suave se prontificou a falar. 

— A empresa está no maior auge nesses dezenove anos, acho que é o momento perfeito para umas férias com a minha família. - Ele parecia feliz ao falar das conquistas da Waho. — Por mais que não tenha sido de uma maneira boa, você divulgou a empresa da nossa família, filha. 

O observei intrigada sem entender exatamente ao que ele se referia, me fazendo cogitar a ideia de que todo esse escândalo em que estive envolvida de alguma forma tenha refletido em nossa empresa.

No entanto, me parecia estranho a ideia de uma influência tão negativa ter servido de divulgação positiva  aos negócios.

— O acidente, querida. - Mamãe começou. — O fato de você estar com o último lançamento do esportivo no momento do acidente e ter saído praticamente ilesa fez o público considerar um carro extremamente seguro. 

Agora tudo fazia sentido, mesmo um momento de tragédia pode acabar virando uma relação de marketing. Não sabia exatamente o que sentir, meu acidente havia sido além de notícia uma forma de influência e isso de fato era estranho.

— Todos os meios que noticiaram seu acidente citaram como o veículo da nossa empresa era seguro. Eu sei que de fato não foi o melhor método de divulgação, mas pelo menos algo de bom saiu disso. - Meu pai demonstrava que apesar de feliz, se sentia mal por como as coisa vieram a acontecer. 

— Pelo menos eles fizeram algo de bom. - Corrigi sua fala, me referindo a mídia que a todo momento apenas causou transtornos. Eles não são os únicos culpados pelo acidente, ainda assim têm sua parcela quando me seguiram daquela forma. 

Olhei para meu namorado notando que ele estava muito quieto e percebi que estava distraído, talvez não esteja se sentindo incluído no assunto ou até mesmo mal por como esse mundo funcionava. 

Jimin não faz parte disso, sua vida sempre foi pacata e feliz com sua família. Eles são simples, bons e unidos, eu trouxe todo o caos e a confusão para eles. Acredito que desde o momento que me conheceu, o rapaz nunca mais teve um dia de paz plena.

Senti meu estômago revirar, não quero que nossas vidas sejam assim, onde tudo que fizermos acabe virando notícia. Conheci o lado bom da fama na pele, o fato de ter tantas pessoas que te amam e idolatram, junto de todos os privilégios tentadores. 

No entanto, só isso não parece compensar todo o lado problemático, sinto que não consigo respirar sem a menor privacidade ou liberdade que um ser humano necessita.

Estava cabisbaixa pensando, só levantei meu olhar quando vi um dos seguranças do meu pai se aproximar dele e lhe dizer algo próximo a orelha. Todos a mesa devem ter notado o semblante dele mudar drasticamente à medida que ouvia o outro falar.

— Ok, chame um táxi, minha esposa voltará para casa com o carro. - Ordenou ao segurança, todo seu brilho de minutos atrás havia sumido.

O funcionário bem vestido se curvou e caminhou em direção à saída do lugar, indo realizar o pedido que havia recebido.

— Para onde vai a essa hora? - Minha mãe perguntou em perceptível desagrado, ela odiava que meu pai tivesse que resolver algo tão tarde da noite.

Senti a agitação de que algo estava errado, passei a ficar preocupada ao notar meu progenitor aflito buscando a melhor maneira de dizer seja lá o que for. Não queria que mais nada de ruim acontecesse, sinto que não tenho mais forças para enfrentar algo.

O homem olhou para cada rosto na mesa e suspirou, ele teria que dizer a verdade ou não iriamos aceitar que saísse.

— Estão caluniando nossa filha de novo, dessa vez não posso ficar parado. - Senti todo meu corpo tremer, como se o tempo tivesse parado somente para mim, eu me perdia no silêncio da confusão em minha cabeça.

Buscava algo que tenha feito de errado e não havia nada, tudo já estava esclarecido, o que mais eles queriam de mim?

Percebi a agitação de Jimin ao meu lado, ele puxou o celular do bolso enquanto dividia sua atenção para me olhar, assim como meus pais que me observavam tão preocupados.

— Não se preocupe, querida, eu vou provar sua inocência. Nós que erramos dessa vez, devíamos ter prestado atenção e dado ouvidos a você. - Meu pai me olhou com pesar, colocou o guardanapo sob a mesa e se levantou. — Preciso ir, vão todos para casa e não façam nada. - Ele depositou um beijo na testa da minha mãe e na minha, assim saindo apressado. 

— O que é isso… - Murmurou Jimin assistindo algo em seu celular. Me inclinei para o lado tentando ver e no instante que vi aquele vídeo coloquei as mãos sob os lábios, tapando como estava boquiaberta com a surpresa ruim.

O vídeo da câmera de segurança de nossa academia no condomínio, uma gravação de anos atrás editada onde nitidamente me incriminava, eu agredia o personal do lugar minutos depois dele me assediar, na época uma menor de idade.

Porém, essa parte obviamente não estava registrada naquele vídeo. Claramente alguém mal intencionado tentando mais uma vez me fazer ser alvo de difamação. 

Sábado 23h00pm

Mansão do Choi's (Suíte da Choi ______)

Andava de um lado para o outro em meu quarto, queria gritar e socar alguma coisa de tanta raiva que sentia. Vi a luz de um flash em minha direção e rapidamente fui até a porta da sacada fechando a cortina, todo o caos havia retornado como uma praga que nunca desistia.

Jimin estava sentado em minha cama, ele me analisava caminhando como uma descontrolada sem saber o que fazer. Essa é sua primeira vez em minha casa, acabou de conhecer meu quarto e nem pude apresentar o lugar a ele de forma adequada.

Quando chegamos eu apenas lhe expliquei tudo, o motivo daquela gravação, quem era o homem que eu agredia e o que ele havia feito comigo. Desde então ele permaneceu em silêncio enquanto eu surto a cada momento sem saber o que devo fazer.

— Amor. - Parei no meio do cômodo olhando o Park me chamar. — Não se preocupe tanto, você é a vítima e seu pai vai conseguir a gravação completa pra provar isso. - Ele estendeu a mão para mim, pousei a minha ali e deixei me puxar para seu colo. 

— E se mesmo assim não acreditarem? - Indaguei sugerindo algo que somente eu sabia.

— Por que não acreditariam, ele te assediou! - Jimin rebateu firmemente, ele confiava mais em mim do que eu mesma. Sabia que estava com raiva da situação, só não demonstrava pois sua personalidade não permitia.

— Porque na época o Yoongi viu tudo acontecendo e disse que eu era a errada… e se eu exagerei Jimin? E se realmente aquele homem só estivesse me ajudando e eu entendi de outra forma? 

— O Yoongi? 


Min Yoongi P.O.V 

Segunda Feira 12h30pm

Universidade de Seoul (Jardim Lateral)

— Você tem certeza que eles não vão achar a gravação? - Indagou Wendy acendendo seu cigarro. 

— Já disse que está bem guardado. - Respondi me lembrando onde havia guardado a gravação da câmera de segurança. 

Paguei um qualquer para subornar Yeonjun, o estudante que trabalha no período da noite na recepção do meu condomínio, fazendo ele nos entregar a gravação da academia no dia que Choi deu um escândalo dizendo que havia sido assediada. 

Estive presente no acontecido, por mais que cheguei um tanto atrasado e não vi exatamente o momento que o personal a molestou, só que, na gravação da nitidamente para ver que suas intenções não eram das melhores quando encostou no corpo dela.

Achei que estivesse exagerando e assim que percebi que errei, me senti mal. No entanto, eu já havia começado com isso, já tinha contado a Wendy o ocorrido e não daria mais para voltar atrás. 

A garota vendo que o assunto sobre o relacionamento da Choi com Jimin não havia repercutido negativamente como imaginamos, ficou irredutível. Ela queria a todo custo revelar o ocorrido, então enviamos a gravação editada para o portal de notícias mais sensacionalista do país. 

Agora o caos está instaurado e não sei se me sinto bem com isso, da última vez que tentei prejudicar a ______ ela acabou se acidentando. Me sinto culpado pelo que aconteceu, acredito que essa vingança já passou dos limites.

— Eu quero saber o que está acontecendo, ela não fala nada e a empresa também não. Que merda, a gente precisa se infiltrar ou descobrir algum podre… talvez algo de errado do namorado dela. - A Son parecia um psicopata tentando acabar com alguém, eu já estava cansado dela, não queria mais fazer parte disso e não sabia como sair de cena.

— Já fizemos demais, ela até acabou sofrendo um acidente por conta de tudo que fizemos. - Tentei argumentar, no fundo estava começando a ficar assustado com a proporção que as coisas estavam tomando.

Talvez eu tenha subestimado Wendy, ou talvez eu fui burro o suficiente para não notar como a Choi era conhecida mundialmente. Por conviver com ela nunca a coloquei nesse lugar, nesse pedestal. No entanto, vendo o rumo que cada novo escândalo surgiu, me preocupei com as consequências.

Só agora parei para pensar, e se alguém descobrir que estou por trás de tudo? 

Olhava ao redor, o jardim estava ligeiramente vazio mas me deixava nervoso a possibilidade de ser visto com aquela garota. Todos sabem que ela não presta.

— Vai se fuder, Min Yoongi! Você acha que eu entrei nisso pra perder e ela sair como a coitadinha só porque enfiou a porra de um carro na parede? Você acha mesmo que um acidente daqueles não iria levar ela à morte? Aquela vagabunda forjou isso, vê se acorda! 

Franzi o cenho prestando atenção na garota, ela é completamente desequilibrada em insinuar que alguém faria isso, se colocaria em risco daquela forma apenas para ficar bem vista. 

— Eu vou fazer o que for preciso para destruir aquela filha da puta. A minha família está com medo de perder tudo por culpa dela, se para eles ficarem em paz ela tenha que perder a vida, eu vou até o fim com isso. - Wendy jogou o cigarro no chão em fúria, seus olhos saltados em minha direção me fizeram arrepiar.

— O que pensa em fazer? Não tenho mais nada. Nem tente procurar algo do Jimin, aquele cara não faria mal nem a uma formiga! 

— Talvez você não conheça ele tão bem assim… talvez a gente tenha que recorrer a alguém mais próximo. - A garota virou o rosto em direção ao pátio da universidade, apontou lentamente naquela direção e quando percebi o que ela queria dizer eu gelei. — Ele! 

Lá estava quem ela desejava, Jung Hoseok.

Segunda Feira 14h00pm

Universidade de Seoul (Saída Principal)

Havia desistido da ideia de não ser visto com Wendy pelo simples fato dela ser totalmente inconsequente. Tentei a todo custo fazê-la entender que colocar Hoseok no meio disso era uma péssima ideia, mas a garota não deu ouvidos e me ameaçou dizendo que se eu não ajudasse ela iria me denunciar.

Claro que fiquei assustado, fiz muita merda, tem um toque meu em tudo de ruim que vem acontecendo a ______ e com a influência da família Choi e da King's, duas das maiores empresas do país, eu estaria com problemas. 

Seguia a Son para fora da faculdade temendo o que iria acontecer a seguir, pois ela andava rapidamente tentando alcançar o Jung.

— Vê se não faz merda, eu vou falar com ele e você só tente convencê-lo com o que sabe. - Instruiu quando estávamos quase alcançando o rapaz.

O pior de tudo não era o fato dela ser louca e sim por conta de ser inteligente e rasteira demais. Ela tinha ciência que éramos todos amigos, que Hoseok se afastou de nós e de Jennie, e pelo visto o rapaz estava enfrentando um momento obscuro em sua vida. 

Ele provavelmente estava com raiva da Choi tanto quanto nós, o fato do Park não ter ido atrás dele, que se dizia melhor amigo, deve tê-lo deixado com ainda mais rancor. Wendy sabia que o rapaz era uma presa fácil para ser manipulado.

— Ei, Hoseok-ssi? - O Jung olhou para trás, dando de cara com a gente lhe chamando. Cocei a cabeça me perguntando como fui me meter nisso. — Podemos conversar um momento? - Pediu ela numa simpatia da qual não conhecia.

— Conversar? Comigo? - O rapaz olhou para mim indo atrás da garota até ambos pararmos em sua frente. 

— Sim, a gente queria pedir sua ajuda. - Ela sorriu, eu só conseguia sentir nojo de como conseguia ser tão falsa. Engoli a seco e tentei moldar um semblante amigável no rosto ou colocaria tudo a perder. 

— Oi Hoseok. - Cumprimentei.

— Yoongi-ah me contou que você e o Jimin brigaram por culpa da ______, isso é horrível, ele era seu melhor amigo. Eu te entendo, conviver com ela me fez perceber que é uma pessoa horrível, você deve saber. - Wendy forjava uma falsa compaixão, ela deve ser a melhor aluna em seu curso. 

Cerrei os punhos com meus dentes rangendo em ódio, Hoseok prestava atenção como se estivesse interessado e isso não podia acontecer, esse não era ele. O conheço bem para saber que não gostaria de prejudicar Jimin, eles eram meu amigos e eu não desejava que nada acontecesse. 

Desde o princípio meu plano era apenas prejudicar a Choi, não achava justo ser tão famosa e amada sendo horrível como era. Porém acabei perdendo o controle e agora inocentes vão acabar pagando por isso.

— Onde quer chegar? - Questionou o rapaz.

— A gente pensou em pedir sua ajuda, você também é uma vítima dela. - A Son pegou a mão do Jung e ele a encarou intrigado, olhei para o chão me sentindo patético. — Vamos fazer algo, talvez tentar separar eles. Eu quero me vingar da ______ e sei que você também. 

O rapaz se soltou das mãos de Wendy e se afastou, vi ela perdendo a compostura preocupada que talvez ele não ajudasse. 

— Yoongi-ah, você deveria saber que sou a última pessoa que iria prejudicar o Jimin. Não sei o que te fez pensar que vindo até mim conseguiria algo. Estou decepcionado com você, por andar com alguém como ela. 

Hoseok se virou e saiu andando, ele fingiu interesse apenas para saber o que a garota estava planejando. Suspirei e coloquei as mãos no bolso, ela se virou para mim indignada pedindo mudo para que eu fizesse algo. 

— Eu disse que não ia funcionar, se ele contar isso ao Jimin vamos ser suspeitos. Satisfeita? - Disse carregado por ironia e descrença pelo que havia me sujeitando. 


Park Jimin P.O.V

Sábado 14h00pm

Apartamento dos Choi's (Moradia Provisória do Park Jimin)

Encarava meu celular esperando uma mensagem da minha namorada, fazia uma semana que não nos víamos e mal tive notícias suas. Da última vez que estivemos juntos foi o dia que vazou o mais recente escândalo, onde agora passaram a taxar ela de agressiva dizendo que cometeu tentativa de assassinato. 

Isso é um absurdo!

Estava em seu quarto quando os repórteres chegaram como uma tropa, ela pediu aos seguranças para me trazerem ao apartamento sem ser visto e, desde então, não saio nem para comprar comida. 

Há um segurança na minha porta e funcionários dos Choi's cuidando de tudo por aqui. Mesmo que ninguém saiba onde estou morando, ainda é arriscado que eu saia em público, agora mais que nunca minha menina é odiada pelo país inteiro.

Até quem acreditou nela antes, ou os que decidiram ficar do seu lado depois da entrevista que deu recentemente explicando os últimos acontecimentos, todos eles se viraram contra ela agora. 

A empresa não se pronunciou, o pai da garota está se dedicando totalmente a encontrar provas para inocentá-la, e eu estou em pânico, pois ele até agora não conseguiu encontrar a gravação da academia, parece que sumiram com ela. 

— Park? - Olhei em direção a porta de entrada, o segurança estava entre ela chamando por mim. — Jung Hoseok está aqui, você conhece ele? 

Meus olhos se arregalaram, não pude acreditar que o hyung havia vindo até aqui me ver, a gente não conversava desde o dia que ele acabou brigando com a ______, achei que pudesse estar me odiando desde então.

Levantei do sofá eufórico, corri até a porta e ao sair vi que era realmente o Jung ali fora. Sorri sem perceber, eu senti a falta dele. 

— Hyung! - Chamei animado. — Como soube onde eu estava? 

— Jin. - Respondeu simples. — Podemos conversar? - Ele forçou um sorriso falso e eu acabei suavizando meu semblante, de repente passei a ficar preocupado.

— Sim, entre. - Dei passagem para o rapaz entrar, tendo uma sensação ruim como um mal presságio. — Obrigado. - Agradeci ao segurança e fechei a porta.

Segui o hyung até a sala e sentamos no sofá, ele parecia diferente, vestia roupas escuras bem diferentes do seu estilo alegre que eu conhecia. Com o rosto sério e um cheiro absurdo de cigarro, a tristeza me sufocou ao notar isso.

— Você está bem? - Questionei.

Jung me olhou desviando rapidamente e concordou com um aceno de cabeça, sabia que era mentira e só me preocupei ainda mais. Ele não era alguém que dava o braço a torcer, sabia que não viria até mim com um pedido de desculpas ou algo do tipo, então tê-lo aqui era suspeito.

— Só vim para te dizer algo. - Começou, sem olhar diretamente para mim. — Tem pessoas querendo se vingar da ______…

Senti meu interior gelar, de onde ele tirou isso? De quem ele está falando?

Já havia tantas coisas acontecendo e agora isso, me questionava se um dia teríamos paz, se um dia minha namorada poderia viver sem constantemente estar tentando provar sua inocência. Isso é tão desgaste.

Estava extremamente preocupado antes mesmo de Hoseok chegar, agora não consigo sequer me concentrar no rapaz. Havia tanto que eu precisava perguntar, não sabia nem exatamente por onde começar, e ele notou isso.

— Não pense que estou ajudando ela, apenas vim dar esse aviso pela consideração que tenho a você. Sei de todas as coisas graves que vem acontecendo e acho que isso já passou dos limites. Sua namorada fez mal a muitas pessoas, se ficar com ela vai acabar sobrando pra você. 

— Quem quer se vingar dela? Como sabe disso? Hyung, por favor, precisa me contar. Você sabe que ela mudou, se lembra de tudo que a Jennie disse sobre ela e o motivo de ter agido daquela forma no passado. Ela errou, mas não é nem nunca foi uma pessoa tão ruim como dizem. 

Pedi em desespero tentando fazer o rapaz entender que toda a situação que vem acontecendo é muito séria, que eu precisava saber se havia alguém tentando prejudicar a mim ou a minha garota. 

Eu queria convencê-lo de que ela mudou, por mais difícil que seja eu desejava ter meu amigo de volta ao meu lado me apoiando nesse momento difícil.

— Yoongi e Wendy…eles querem separar vocês dois e vieram pedir minha ajuda. Isso é tudo que sei. - Meu peito se agitou ao ouvir novamente o nome de Yoongi envolvido nisso, parecia que a todo momento ele estava sendo relacionado a algo.

Minhas mãos começaram a tremer, Hoseok provavelmente percebeu meu olhar perdido, tentando assimilar o motivo do Min parecer tão suspeito.

Desde o princípio ele me causou uma sensação indecifrável, insinuando que minha namorada era problemática. Depois descobri que eram vizinhos então relevei. No entanto, mesmo sendo amigos, Yoongi nunca aparentou ser confiável, às vezes parecia soberbo e não sei exatamente mas acho que não se agradou quando eu e ______ começamos a nos aproximar. 

Ele estava no dia que ela foi assediada, ele foi testemunha, viu tudo e não acreditou nela, quem tendo plena noção não acreditaria na vítima?

— Hyung! - Jung levantou e imediatamente me coloquei na frente dele. — Tem que acreditar em mim, estão armando pra gente, a ______-ah não é essa pessoa. - Disse eufórico, o desespero havia tomado conta de mim. — Eu não quero perder meu amigo, me desculpe por não ter ido te procurar para conversar. 

— Melhor continuarmos afastados…


Choi ______ P.O.V

Sábado 14h30pm

Apartamento dos Choi's (Moradia Provisória do Park Jimin)

Havia acabado de entrar pelo estacionamento do prédio, os seguranças me acompanhavam para todos os cantos e ali em especial até mesmo eles pareciam aflitos. Com o capuz na cabeça e uma máscara eu andava acelerada, meu coração batia agitado não apenas pelo medo como também por saudade do meu namorado.

Já no hall, caminhando apressada em direção ao elevador pude notar um rosto familiar vindo em nossa direção. Os seguranças se colocaram na defensiva esperando pelo pior, afinal, qualquer pessoa havia se tornando um suspeito. 

No entanto, assim que reconheci quem era, não estava preocupada, apenas decepcionada e intrigada com sua presença aqui. Ele não pareceu notar em mim, pois ao contrário do intuito de passar despercebida, aquela comoção de seguranças só chamava ainda mais atenção. 

— Hoseok? - Parei e chamei por ele quando passou ao nosso lado. O rapaz congelou, estava distraído em seus próprios pensamentos. — Você está bem? Aconteceu alguma coisa? - Indaguei, retirando o capuz um pouco mais preocupada agora, seu semblante não era dos melhores.

— Não, não aconteceu nada. Só vim ver o Jimin, já estou de saída. - Não compreendi seu comportamento naquele momento, ele não parecia estar com raiva de mim como antes, ao contrário, parecia querer justificar sua presença aqui. 

— Podemos conversar? Você e eu… - Questionei, notando ele ainda mais surpreso e relutante, porém acenou concordando. 

Eu conhecia bem o prédio, então guiei o rapaz até uma sala reservada naquele andar. Com apenas nos dois no cômodo e os seguranças do lado de fora, eu pude retirar a máscara e minimamente respirar aliviada.

O Jung me observava discretamente, sentia que estava assustando com a minha presença, desconfortável, como nunca havia notado isso em si.

— Eu queria muito ter conversado com você antes, mas como deve ter percebido muita coisa aconteceu e não consegui. Queria te pedir desculpas pelo meu comportamento no passado, sei que errei não só com você mas com todos ao meu redor e principalmente que machuquei o Jimin que é seu amigo e você só estava tentando proteger ele. 

Naquele momento eu abri meu coração, por mais que eu tenha motivos para ficar chateada com o rapaz por tudo que fez a Jennie, decidi ignorar seus erros e focar apenas nos meus. Sei como ele é importante ao Park e não me sentia bem sabendo que fui o motivo de seu afastamento.

Hoseok me olhou nos olhos, com um semblante neutro, não expressava emoções, me deixando pensar que talvez não fosse aceitar minhas desculpas. Dentre todos ele sem dúvidas era uma das pessoas mais difíceis de lidar, era cabeça dura e dificilmente mudava de opinião.

— Não esperava por isso, então não sei o que te dizer. Da mesma forma que você me atingiu, acredito que fiz o mesmo a você em relação a Jennie, acho que sei como se sente. Se é o que quer, eu aceito suas desculpas e também espero que aceite as minhas. 

Não sei de onde veio meu pré-julgamento de Hoseok, sempre na minha presença ele foi sério e até frio, mas quando se diz respeito a ele imagino um rapaz alegre e brincalhão, então vê-lo agir assim me parece extremamente estranho e atípico. 

Por mais aliviada que estivesse, parece que ultimamente nada de bom que acontece me faz exatamente bem, pois sei que o passado não será apagado e todas essas feridas não serão cicatrizadas apenas com um pedido de desculpas. Talvez ele nunca mais volte a ser o que foi ao Jimin, e isso não poderá ser mudado.

— Acho que todos erramos, alguns mais do que outros. Só espero que a gente possa deixar isso para trás e construir algo novo juntos, sei da sua importância na vida do Jimin e não quero tirar isso dele por um erro meu. 

— Fico aliviado que reconheça mas eu também não posso colocar a culpa toda em cima de você. - Pela primeira vez desde que entramos aqui o rapaz pareceu perder a postura firme que tentava carregar. — Olha, você é a primeira pessoa pra quem eu vou dizer isso porque estou indo embora e não quero que carregue mais um problema nas costas. 

Meu semblante se fechou, como assim ele está indo embora? Isso não pode acontecer, agora que parecia que iríamos nos resolver. Jimin precisa dele. 

— Você vai embora? Como assim-... 

— Só me escuta. - Ele me interrompeu, talvez eu tenha ficado um pouco eufórica. — Eu desenvolvi algo a mais pelo Jimin do que só amizade, entendi isso depois que me afastei dele e percebi que estava sendo exagerando com relação a você. Estou indo embora por um tempo, preciso entender esse meu lado e me reconhecer de novo. Sei que deve pensar que ele precisa de mim, mas esse não sou mais quem o Jimin conheceu e nem mesmo sei se a gente conseguiria ter uma amizade sem que eu entenda o que está acontecendo com meus sentimentos. Não consigo ser o apoio de alguém sem antes fazer isso por mim mesmo. 

Aquilo foi um choque, escutar tudo isso me fez perceber que nada é preto no branco, que existem várias nuances de cores e Hoseok estava cheia delas naquele momento. Tentando lidar com um conflito enorme sozinho e sendo sobrecarregado pelos problemas dos outros, eu não podia ter dificultado ainda mais isso para ele. 

— Hoseok…não sei o que dizer, só me desculpar por ter sido tão rude e inconsequente com você. 

— Só estou te contando para que saiba que esse peso não é todo seu, quando a gente não se conhece não consegue se abrir para que outro nos conheça. Eu nunca quis machucar a Jennie, apenas não achei justo colocar ela no meio da minha confusão. 

Ele apareceu mais mal ao falar da minha amiga do que de Jimin, ainda não conseguia compreender exatamente o que ele sentia pois somente Hoseok saberia, ainda assim algo dentro de mim se confortou ao entender o que ele passava e que podemos acabar machucando alguém sem ter intenção disso. 

Claro, ainda me sentia mal por tudo que causei, talvez se tivéssemos conversado ao invés de se atacado isso não teria acontecido. No entanto, com as consequências dos meus comportamentos, terei que lidar sozinha. Levar de aprendizado e torcer para que o Jung consiga o que está procurando.


Notas Finais


Tiro, porrada, bomba, dedo no ku, gritaria, criança chorando kkkkkk

Feliz demais de que nada do que escrevi tenha sido por acaso, para encher linguiça. Tudo na estória teve um propósito e fico aliviada de ver que estou conseguindo fazer do jeito que planejei, dando um desfecho pra cada ponta solta.

Espero que tenham gostado ♡


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