Entre o mar cinzento de prédios que rasgavam o céu enevoado nova iorquino havia uma gata de rua que sibilava para quem quer que passasse em frente à sua morada, uma caixa de papelão toda estrupiada com uma pedaço velho de lona a cobrindo.
Pobre Mia, seu estimado dono faleceu e a deixou completamente sozinha. Atirada à rua pela prole de seu falecido tutor, Mia não havia nascido para morar na rua, ela era uma lady.
A gata andou até suas patinhas doerem, havia andado mais do que em toda sua vida, tanto que se fosse um cachorro, já estaria com a língua pra fora esbaforido.
Ao tocar a primeira gota de chuva em seu focinho, Mia correu para o primeiro abrigo que viu, aquela caixa de papelão.
Seus vizinhos felinos ficaram curiosos e se aproximaram, mas foram espantados pelo sibilar arisco da gata.
Mia nunca mais deixou a caixa, mesmo com a festança felina na sua viela perante ao banquete feito com ratos.
Eca, Mia era uma lady.
Seus olhinhos azuis se fechavam e ela lembrava das mãos de seu tutor afagando suas costas.
Os dias passaram e Mia continuou ali, deitada, respirando lentamente, até o dia que não respirou mais.
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